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sábado, 29 de maio de 2021

O que La Bodeguita del Medio, em Havana, tem a ver com La Fiorentina, no Rio?

O berço dos mojitos em Havana Vieja

O mural de assinaturas, antes da reforma e...

...depois do desastre cultural. Fotos Diário de Cuba 

Em abril de 2022, La Bodeguita del Medio vai comemorar 80 anos. 

Mas querem botar água no mojito. 

Um dos dois bares e restaurantes de Havana que Ernest Hemingway tornou famoso em todo o mundo (o outro é a Floridita, onde há uma estátua do escritor) enfrenta uma grave crise. E não tem a ver diretamente com a pandemia ou só em parte o vírus interferiu. Com a queda do movimento, a gerência da casa resolveu reformar o lugar. Havia infiltração nas paredes e no teto, desgaste da estrutura, encanamentos e rede elétrica. Intelectuais e boêmios de Cuba estão indignados com a gerência da casa e com a Comissão de Monumentos de Cuba. A reforma descaracterizou o famoso ponto da Rua Empedrado, na Havana Vieja. "Um crime", é o mínimo que dizem. Com autorização do órgão do governo, o gerente passou uma mão de tinta sobre as centenas de assinaturas e mensagens deixadas nas paredes pelas várias gerações de frequentadores, muitos deles famosos.  Nat King Cole, Fidel Castro, Xavier Cugat, Pablo Neruda, Agustín Lara, Cantinflas, Salvador Allende, Errol Flyn deixaram lá seus recados. Hemingway escreveu: ""Mi mojito en La Bodeguita, mi daiquirí en El Floridita". 

"Acabou magia", lamentam os cubanos. A direção do Bodeguita Del Medio alega que todas as fotos dos anos 40, 50 e 60 que também decoravam as paredes foram mantidas, assim como os livros com as assinaturas. 

La Fiorentina, no Leme

E as assinaturas e mensagens tradicionais. Reproduções Facebook

Por coincidência, um restaurante carioca que também exibe assinaturas famosas nas colunas, está sob risco. Por conta da pandemia e de dívidas (o imóvel é objeto de disputa judicial), La Fiorentina, no Leme, Zona Sul do Rio, fechou as portas. Inaugurado em 1957, era point de jornalistas e artistas. Suas meses receberam Maysa Matarazzo, Jorge Dória, Jece Valadão, Agildo Ribeiro, Vera Vianna, Anselmo Duarte e tantos outros.  Em visitas ao Rio, nomes como Rita Hayworth, Rock Hudson, Kim Novak, Marisa Berenson, Margaux Hemingway, Rudolf Nureyev, Jean-Paul Belmondo, Gina Lollobrigida e Claudia Cardinale passaram por lá. Tempos em que Hollywood e Cinecittá eram aqui. Ou melhor, ali no Leme.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Fotografia - Como uma onda

 

Foto de Affonso Dalle/Divulgação

por Niko Bolontrin 

A dica é de um leitor. Veja essa foto da famosa (para os surfistas) "laje de Ipanema". É do fotógrafo especialista Affonso Dalle, capturada hoje. O surfista na "remada" é o Tiaguinho Arraes. No Instagram está postada uma sequência da série. E o site do Globo publica outras. AQUI


terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Fotomemória: paisagens removidas de um Rio que não se emendou...

 

Rio, 1964: Favela do Pasmado. Foto de Domingos Cavalcanti/Manchete

O Túnel do Pasmado no mesmo ano. Foto: Domingos Cavalcanti/Manchete

por José Esmeraldo Gonçalves 
Os veteranos vão reconhecer. Para as novas gerações que passam nesses sítios todos os dias, o visual pode surpreender. Na foto do alto, os dois garotos sentados sobre escombros da Favela do Pasmado observam pela última vez a paisagem deslumbrante - a enseada de Botafogo - antes de deixarem o lugar onde nasceram. Todos os moradores foram em seguida transferidos para Vila Aliança e Vila Kennedy, na distante Zona Oeste do Rio de Janeiro. 

Nos anos 1960, Manchete fez inúmeras reportagens sobre o polêmico programa de remoção de favelas desenvolvido pelo governador Carlos Lacerda. A segunda foto mostra a entrada do Túnel do Pasmado, que leva à Urca e Copacabana. A Favela do Pasmado começou a crescer ainda no começo da década de 1950. Assim como as autoridades de hoje, a então Prefeitura do Distrito Federal nada fez para resolver o problema de moradia das famílias. Em pouco mais de dez anos o povo ocupou todo o morro. 


Favela da Catacumba, na Lagoa, em 1968. Foto Manchete


1959: a brincadeira emblemática das crianças e, ao fundo, a Av. Epitácio Pessoa. Foto Alberto Jacob/Manchete

Sem grandes aparatos, sem coletes nem Caveirão, a polícia detém três suspeitos. O cortejo se dá
na hoje elegante Epitácio Pessoa.

Foto Manchete


A Lagoa Rodrigo de Freitas é um dos mais belos cenários do Rio. E também um dos CEPs mais valorizados pelo mercado imobiliário. Nem sempre foi assim. Até a década de 1960, um colar de favelas que ia da Rua Sacopã passando pela encosta da Curva do Calombo até o Morro das Catacumba emoldurava o visual. À altura da Av. Borges de Medeiros, próximo à Hípica, barracos ocupavam as margens. As grades do clube elegante eram o varal das roupas comuns dependuradas. A maior favela da região era a da Praia do Pinto. Ocupava a área onde hoje está o condomínio Selva de Pedra, emparedava o estádio do Flamengo e alcançava o Jardim de Alá. Os moradores da Praia do Pinto foram apoiados por um projeto social de D.Helder Câmara e, após removidos, se transferiram para o conjunto de prédios da Cruzada São Sebastião, no próprio Leblon, não se afastando dos seus empregos.  A última favela a deixar a Lagoa foi a da Catacumba. Depois de dois incêndios (em 1967 e 1968) foi incluída no plano de "desfavelização" já então executado por Negrão de Lima, governador do Estado da Guanabara.  Em 1969, os moradores foram transferidos para Cidade de Deus, Nova Holanda e Vila Aliança. Na época, o trecho da pista em frente à Catacumba era tido como um local perigoso, mas nada comparado ao nível de violência das comunidades agora dominadas pelo tráfico ou pelas milícias. 

A política de remoção teve graves consequências sociais. De uma hora para outra, milhares de pessoas foram deslocados dos seus locais de trabalho. Sem meios de transporte adequados, a maioria não conseguiu se manter nos empregos. A remoção não resolveu o problema da falta de habitação e prefeitos e governadores jamais se preocuparam em conter a expansão posterior das favelas. Simplesmente, deixaram que voltassem a crescer exponencialmente.

Pouco mais de 50 anos depois, um ponto da Lagoa, o alto da Rua Sacopã, volta a ser de risco, agora por parte de traficantes do Morro dos Cabritos, entre Copacabana e Lagoa. Moradores denunciam tiroteios no local. 

Outra fronteira à vista da Lagoa, essa mais distante, a da Gávea com a Rocinha, também já não é tão tranquila. A "maior favela do mundo", que não para de crescer, já se derrama para a Gávea e também haveria indícios de construção dos primeiros barracos na direção do Morro Dois Irmãos. 

Quanto ao Pasmado, hoje abriga o Monumento em Memória às Vítimas do Holocausto. 

Quanto à Catacumba, é agora o Parque Natural Municipal.

Quanto ao Rio, como não resistir?

terça-feira, 24 de novembro de 2020

O Vilarino fechou. E dai? Sempre teremos a Spaghettilândia! • Por Roberto Muggiati



Mais um templo da boemia carioca cerrou suas portas por causa da pandemia e outras mazelas nossas: o Vilarino, o sacrossanto local do encontro de Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes. Mas nem tudo está perdido: a Spaghettilândia segue aberta. O leitor poderá interpelar: e que diferença faz,? Qual a contribuição da Spaghettilândia (!) para o patrimônio sociocultural brasileiro? Enorme, imensa, digo eu – e tomo a liberdade de transcrever uma crônica do confrade-in-Panis Ruy Castro endossando minha opinião:





 

 

São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2011

 

 

RUY CASTRO

O mistério da Spaghettilândia

RIO DE JANEIRO - Dois grandes poetas, Augusto de Campos e Ferreira Gullar, estão brigando pela Folha a respeito de Oswald de Andrade. Começou quando Gullar, na Ilustrada, mencionou um almoço com Augusto na Spaghettilândia, no Rio, em 1955, em que, segundo Gullar, Augusto teria se referido a Oswald como "irresponsável", alguém a não se levar muito a sério numa possível revolução da poesia brasileira.
Em réplica, Augusto negou que tivesse havido tal encontro na Spaghettilândia. Na tréplica, Gullar confirmou o almoço e deu a localização do restaurante. Disse que era perto do jornal onde trabalhava. Ora, como os jornais do Rio ficavam no centro, só pode ser a Spaghettilândia da rua Álvaro Alvim, na Cinelândia - não a de Copacabana ou a do Largo do Machado, que eram suas filiais. Talvez isto jogue alguma luz na refrega.
Gullar reforçaria seu argumento se dissesse o que comeram -se é que comeram -, mas ainda não fez isto. Como ex-cliente da Spaghettilândia, posso arriscar alguns palpites. O forte do cardápio, vide o nome, era o espaguete, ao sugo ou à bolonhesa, sempre cozido demais, ou uma lasanha cujas lâminas de massa, presunto e mozarela também não eram de deixar saudade.
Augusto, como bom paulistano e desconfiado das massas cariocas, não se passaria por essas sugestões, donde esnobaria o nhoque e a goela de pato da Spaghettilândia. Se o almoço de fato aconteceu, é mais provável que ele tenha optado pelo frango a passarinho ou por um infalível strogonoff, com pudim de Leite Moça na sobremesa. E, como nenhum dos dois era de beber, devem ter regado tudo com Caxambu.
Acho comovente que a humilde Spaghettilândia, de pé até hoje e no mesmo lugar, fosse cenário de um almoço tão importante para os destinos da poesia nacional. Almoço esse de repente sub judice, com o garfo a meio caminho.

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PS (RM)Para encerrar: jornalista curitibano, na minha primeira incursão ao Rio de Janeiro, em março de 1955, hospedado no apartamento de uma tia, eu costumava comer na Spaghettilândia de Copacabana. Como o Ruy descreve, a comida da Spaghettilândia não era de deixar saudade – mas seus preços eram imbatíveis e a ambiência da Capital Federal persiste em minha memória até hoje. Copacabana era um bairro elegante, suas ruas e calçadas impecavelmente limpas, as pessoas bem vestidas. Sua Spaghettilândia, a maior de todas, vivia cheia de gente que ainda sabia o que era ter um emprego: lojistas, balconistas, bancários, jornalistas, estudantes e professores, funcionários públicos (os chamados “barnabés”).

Tive uma ideia: já que a pandemia impede o presencial, acho que vou providenciar uma delivery de sabor proustiano da Spaghettilândia para o Ruy Castro no seu apê do Leblon. O que vai ser, Ruy? Spaghetti ou lasanha? Será que ainda servem a famosa goela de pato?

Recortes do Vilarino na Manchete (1952, 1953 e 1975










terça-feira, 19 de maio de 2020

Lapa na Covid-19: silêncio na beleza e no caos. Por Alex Ferro




por Alex Ferro (texto e fotos)

Covid-19. Bairro da Lapa. Rio de Janeiro. A Lapa essa rainha, chora abandonada e esquecida em pleno domingo de maio, às 17:00.
O maior e mais vibrante “palco” da boemia carioca já está em “lockdown”?
Restaurantes, bares, casas de shows, tudo lacrado. Nas ruas que viviam lotadas agora é o silêncio que impera nesse asfalto solitário.
Som de risos que fluíam pela Lapa, música vinda de diversos locais, criando uma dodecafonia da alegria, desapareceram no rastro do medo da doença.
Realidade sem muita poesia.
Lapa é guerreira. E nessa guerra ela ressurgirá. Com certeza que sim!

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

E Charles Bukowski virou personagem de sequestro no Rio de Janeiro...


No alto da capa do Dia, a mais impactante dos impressos, a sequência de fotos
do repórter fotográfico Ricardo Cassiano mostra o desfecho do sequestro: pouco antes dos tiros,
o gesto desafiador da William Silva na primeira imagem da esquerda para a direita. 


As tragédias cariocas moram nos detalhes e sempre surpreendem.

Pouco antes de ser fuzilado por um atirador de elite, durante o sequestro de um ônibus lotado na Ponte Rio-Niterói, William Augusto da Silva jogou uma mochila na direção dos policias que cercavam o veículo.

Verificou-se que além de uma faca, um teaser, uma arma de brinquedo e a garrafa pet com gasolina com que ameaçou os passageiros, o sequestrador portava uma 'arma" literária de alto impacto: o livro "O capitão saiu para o almoço e os marinheiro tomaram conta do navio", de Charles Bukowski.

A obra é póstuma, foi lançada em 1998 e reúne anotações do diário do escritor. Em meio à narrativa de encontros com outsiders desesperançados, Bukowski reflete sobre a miséria humana e  lamenta ter de conviver com "essa espécie insípida e tediosa". Ele mesmo provou dessa miséria, sofreu abusos do pai autoritário, foi expulso de casa, bebeu em excesso enquanto sobrevivia como faxineiro, carteiro, motorista de caminhão e o que mais o tirasse da fila de desempregados.

O último livro de Bukowski foi recebido pelos resenhadores como o seu "último canto desesperado". O escritor carregou seu drama por 79 anos. William se consumiu em apenas 20 anos. Não por acaso, se de fato foi lido, Bukowski pontuou o desespero final do sequestrador.

No decorrer das negociações com a polícia, William se expôs tanto ao aparecer fora do ônibus que parecia se oferecer como alvo. Despediu-se com um gesto obsceno e desafiador. O que remete a uma frase do escritor: "o horror é uma gentileza".

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

A 'saia justa' dos narradores e comentaristas da Globo: escravidão, patos da Fiesp, vampiro Temer, manifestoches e paneleiros da Tuiuti...

Reprodução Twitter
O microfone queimou nas lapelas e mãos de Fátima Bernardes, Alex Escobar e Milton Cunha.

Aparentemente, o trio da Rede Globo se assustou com a representação do Vampiro Temer, ficou com medo de levar uma bicada dos patos da Fiesp ou uma panelada dos manifestoches e coxinhas.

A passagem da Paraíso do Tuiuti com seu enredo sobre a escravidão e as referências atuais ao governo pós-golpe neoliberal gerou o silêncio mais ensurdecedor da noite.

Reprodução Twitter
Silêncio absoluto, não, às vezes, alguém balbuciava  frases inodoras ou genéricas. Nas entrevistas ao fim do desfile também foram evitados os temas incômodos.

A anomalia foi percebida e comentada nas redes sociais.

Há quem levante uma outra questão. E o júri? Também vai emudecer?

Carnaval 2018: e o bloco do arrastão de bandidos saúda as autoridades e pede passagem...

O vídeo feito por um morador da Vieira Souto está nas redes sociais e no G1. À noite, depois que os blocos passam, com a orla e as praias ainda movimentadas em pleno verão, bandidos fazem o carnaval do terror. A tática para os assaltos é violenta, grupos de criminosos formados por meninos e adultos partem para cima de turistas e cariocas, chegam batendo, levam celulares e dinheiro. O governador Luiz Fernando Pezão havia prometido reforçar o policiamento. O prefeito Marcelo Crivella idem, com a Guarda Municipal dando apoio à vigilância. Ambos estão levando um baile dos marginais. No caso desse arrastão, no qual os bandidos evoluem à vontade, o esquema oficial ganha nota zero em harmonia.
Veja o vídeo AQUI 

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Manchete no Carnaval 2018: a russa que é passista da Portela

A russa Juliana Titaeva na Portela. Foto: Instagram
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Homenageada no bloco "Imaginô? Agora amassa". Foto: Instagram


No morro. Foto Instagram
No asfalto. Foto Instagram

Na praia. Foto Instagram
por Niko Bolontrin

Juliana Titaeva, 27 anos, 1,73m de altura, é russa e empresária em Moscou. Mas só durante o ano. No verão brasileiro, inverno congelante lá, ela vira carioca e passista da Portela. E no Instagram, assume que é obcecada pelo samba.
Ao site Sputnik Brasil, Juliana contou que essa paixão começou há seis anos quando viu o desenho animado "Rio", de Carlos Saldanha, que tem cenas do carnaval carioca. A loura já está no Rio para desfilar na ala de Passistas da Portela, onde só entra quem tem samba no pé.


sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A Toyota deve achar que Ipanema é a praia da Mãe Joana

Reprodução

Assim como se fosse um xogunato, a Toyota ocupa área pública em Ipanema para uma ação publicitária. E a Prefeitura de Marcelo Crivella, atuante na promoção da desordem urbana (basta ver a invasão de camelôs em todos os bairros da cidade), deu OK à instalação da montadora. Só que a Prefeitura não manda sozinha na praia.

O mafuá da Toyota foi instalado pela Magic Comunicação, que seria um empresa paulista, e não tem autorização do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). "A realização de eventos na orla tem que passar pelo Patrimônio. E nós não autorizamos uma loja na praia que não oferece nenhuma contrapartida à população", disse o presidente do Inepac, Marcus Monteiro, ao Globo, hoje. Cariocas e turistas reclamaram da "casa", no estilo de quiosques de imobiliárias que vendem empreendimentos.

O risco de aceitar esse tipo de invasão é virar moda e as praias se transformarem em mercadão no verão que vem aí..

Digamos que um mafuá desses obtenha todas as autorizações legais, com contrapartidas à população e limites estéticos etc, ainda assim vai restar uma pergunta: se a Prefeitura está precisando de dinheiro, quanto cobra para autorizar essas promoções que ocupam espaço público em uma das áreas mais valorizadas e de maior visibilidade do mundo?

Vai a Toyota instalar um quiosque desses na Time Square, em Nova York, sem se coçar em alguns milhares de dólares... 

ATUALIZAÇÃO em 3/12/2017- A "casa" da Toyota já foi demolida por imposição do Inepac, que avalia se aquele trecho da praia e do calçadão de Ipanema, que é tombado, sofreu danos. Além do abuso privado, é inacreditável é a incompetência e falta de informação da prefeitura, que afirmou em nota que a construção cumpriu todos os requisitos e recebeu alvará. Quer dizer, a depender da prefeitura, a qualquer hora os cariocas podem ter esse tipo de surpresa desagradável em áreas. É bom o Inepac permaneça atento aos eventuais interesses  políticos que, aliás, já jogaram o Rio em um buraco monumental. 

domingo, 2 de julho de 2017

Leitura Dinâmica: Blue Note Jazz Club carioca abre em agosto

por Ed Sá

O New York Times publica matéria com Steven Bensusan, Presidente da Blue Note, que dá detalhes sobre a anunciada inauguração do Blue Note carioca. Será a oitava "filial" do lendário clube de jazz de Nova York no mundo e a primeira no Hemisfério Sul. Ele conta que há muitos anos via o Brasil como um destino para o jazz e sua relação com a música brasileira, especialmente a bossa nova. Luiz Calainho, L21 Participações, holding de entretenimento, é o parceiro do Blue Note, no Rio. Segundo o NYT, ele espera receber estrelas brasileiras com diferentes níveis de relacionamento com jazz - como o rapper Marcelo D2 e ​​os cantores Seu Jorge e Daniela Mercury em dupla, sempre que possível, com artistas americanos.
O Blue Note carioca será um espaço muito parecido com o de Nova York, diz a matéria, e funcionará onde era a casa  de show Miranda, no Lagoon, na Lagoa Rodrigo de Freitas.
Leia a matéria completa no NYT, AQUI


quarta-feira, 21 de junho de 2017

Em Portugal e no Brasil, bombeiros usam as redes sociais para relatar seus dramas em fotos e vídeo



Tragédia portuguesa, conflito brasileiro. Em dois episódios, nessa semana, bombeiros utilizaram as redes sociais para relatar seus dramas. As fotos acima, postadas pelo português Pedro Brás, que combatia o incêndio florestal em Portugal que deixou dezenas de vítimas, viralizaram na internet.
No Rio, na conflagrada Favela da Maré, traficantes armados, os donos do pedaço, receberam a polícia que cumpria mandados de prisão com fuzis, como sempre. E provocaram um incêndio em CIEP.  Os bombeiros só puderam chegar ao local com apoio de blindados. Mesmo assim, foram encurralados pelos bandidos. O bombeiro carioca Silvio Oliveira postou no You Tube um vídeo que é um dramático registro da guerra nos enclaves do Rio dominados por bandidos.



CLIQUE AQUI PARA VER O VÍDEO DA GUERRA CARIOCA NA FAVELA DA MARÉ

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Fotocrônica: cenário à margem da crise...









Fotos J.E.Gonçalves

Por algumas horas, é bom deixar em stand by a crise e o seu lixo audiovisual. Nesses dias de outono, a Pista Cláudio Coutinho, ao longo das encostas dos morros da Urca e Pão de Açúcar, tem atraído centenas de cariocas e visitantes.

Ali é área militar, que o Exército abriu ao público em 1982, há 35 anos, quando a trilha ainda rústica era conhecida como Caminho do Bem-Te-Vi.

Em dezembro do ano passado, o local recebeu melhorias patrocinadas pela Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, administradora do vizinho bondinho.  A parte plana da pista tem 1.250 metros de extensão. A reforma contemplou também a trilha de subida para o morro da Urca. Quem topar encarar essa etapa de "dificuldade moderada" do passeio poderá percorrer 900 metros de escadarias e caminho íngreme até o topo do Morro da Urca, onde há um mirante. As obras, patrocinadas pela Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, administradora do vizinho bondinho, resultaram na instalação de bancos e guarda-corpos, recuperação das escadarias da trilha, bancos e sinalização.

Uma boa pausa na atual zoeira.

Depois, cada um pode apertar a tecla reiniciar e voltar a gritar Fora Temer, pedir Diretas-Já e torcer para que, apesar das manobras de palácios e autoridades de todos os poderes,  percursos como esse sejam vetados a corruptos provados, independentemente de partidos, cargos e postos. Mesmo com tornozeleiras, suas excelências bandidas, empresários idem e suas famílias cúmplices sujariam o belo recanto carioca.

quarta-feira, 22 de março de 2017

JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO DIVULGA REGRAS PARA FOTÓGRAFOS PROFISSIONAIS


(do site do Jardim Botânico)
"A atividade de fotografia profissional no Jardim Botânico do Rio de Janeiro está agora normatizada pelas portarias 030/2017 e 031/2017. Os fotógrafos profissionais, ou seja, que exercem trabalho remunerado, devem se cadastrar no Centro de Visitantes e receberão um crachá para poder atuar dentro do JBRJ.    O fotógrafo pagará uma taxa de R$ 100,00 pelo cadastramento, que é válido por dois anos. Para se cadastrar, o profissional deverá tomar conhecimento do Regulamento de Uso Público e da norma para atividade de fotografia profissional no JBRJ, ambos disponíveis na página www.jbrj.gov.br/institucional/normas.    Também foi estabelecido o valor de R$ 20,00 como taxa de diária para os fotógrafos atuarem dentro do JBRJ, a ser paga na Bilheteria. Os clientes dos fotógrafos continuam a pagar uma entrada normal, no valor de R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,50 (meia). Além disso, a atividade de fotografia profissional não é permitida aos domingos e feriados.   Fotógrafos profissionais que venham ao JBRJ para realizar trabalho de fotografia jornalística ou publicitária/institucional contratado por empresas não estão sujeitos a esta norma, mas as empresas devem se dirigir previamente à Assessoria de Comunicação ou à Assessoria de Permissão de Uso, respectivamente, para conhecer suas normas específicas."   -

VEJA OS DETALHES DAS NOVAS REGRAS EM DUAS PORTARIAS DA DIREÇÃO DO JARDIM BOTÂNICO, CLIQUE AQUI  e AQUI

quarta-feira, 1 de março de 2017

Rio dividido: turista argentina é baleada ao entrar por engano em área governada por traficantes.

Berlim: alerta explícito. Reprodução

Em Berlim, quando cidade dividida, placas em vários idiomas alertavam os locais e os visitantes sobre os limites das zonas ocidental e oriental. Eram chamativas, com um "ATENÇÃO" que não deixava dúvidas.

No Rio, o guerra não é fria, é quentíssima. Os cariocas já se acostumaram com as "áreas proibidas". Os moradores honestos das comunidades não têm alternativa a não ser aprender e obedecer aos códigos impostos pelos traficantes. Vivem em territórios ocupados, submetidos às duras "leis" locais.

A placa indica, ao mesmo tempo, uma ponto turístico
e uma comunidade dominada por traficantes. 

Já os visitantes, apesar dos alertas, estão naturalmente expostos a maior risco ao entrar inadvertidamente em acessos a comunidades dominadas pelo tráfico.Lá, a ordem dos "chefes" é fuzilar veículos desconhecidos, que eles têm como ameaça de invasão por parte de bandos rivais.

Nos últimos anos, foram várias tragédias, com vítimas fatais entre turistas estrangeiros e visitantes de outros estados, geralmente.

Um dos problemas é a indicação de fornecida por aplicativos que ignoram o risco ao sugerir rotas mais curtas, apesar de cruzarem territórios que pertencem ao tráfico de drogas. No ano passado, por ocasião das Olimpíadas, um desses aplicativos mapeou perigos e incluiu o alerta sobre as "zonas de perigo" da cidade. A prefeitura instalou, há tempos, placas nos acessos críticos. Mas são, digamos, discretas para não ferir suscetibilidades ou gerar ainda mais preconceito contra os moradores e trabalhadores honestos forçados a viver nas favelas.

Isso significa que, por omissão das autoridades, tais tragédias tendem a se repetir. Em dezembro passado, um turista italiano foi morto ao entrar por engano em um dos acessos ao Morro dos Prazeres, em Santa Teresa. Agora, no dia 27 último, uma turista argentina foi baleada em uma rua do mesmo morro quando tentava ir ao Corcovado.

Reprodução
Coincidentemente, no mesmo dia, um comandante militar escreveu um artigo no Globo criticando o eventual uso das Forças Armadas em operações de segurança pública.

Em um trecho, ele argumenta que às FFAA cabem "a preservação da soberania nacional, a integridade territorial e a proteção do país contra quaisquer ameaças externas".

Para os muitos brasileiros - que podem não conhecer as minúcias da lei mas sabem bem da realidade e infelizmente não param de contar seus mortos pelo tráfico -, fica difícil entender.

O Rio tem áreas onde o poder público não entra e não manda. A "integridade territorial" parece fantasia, nesses casos. Não estamos em guerra contra ameaças externas? Certamente não por parte de nações, mas por parte de contrabandistas de armas de combate e de drogas, sim. O inimigo está aqui, organizado em facções nas ruas, nos morros, nas cadeias, nas médias e grandes cidades. Esse inimigo tem leis, tem tribunais, tem hierarquia, setores financeiros e logísticos. E tem territórios.

Até onde o crime organizado vai sem que seja efetivamente combatido, só perguntando aos "chefes". Alguns estão em presídios, mas não fora de área dos celulares.