quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Memórias de papel... no lixo

(da redação da JJcomunic)
A mensagem abaixo, de dezembro de 2013, está circulando no Facebook e foi repassada por email a muitos colegas que trabalharam na Rede Manchete e na Bloch Editores. Leia: 
"Uma história triste!!! Outro dia, alguém me ligou querendo saber o que eu poderia fazer em relação ao seguinte assunto: moradora do Flamengo, todo
dia de manhã essa pessoa sai de casa para caminhar pelo Aterro. Ao passar em frente ao Edifício Manchete deparou com três caçambas. Em uma delas, ou nas três, viu algo que lhe chamou a atenção. Tratava-se de grande
quantidade de documentos referentes às extintas Editora e Rede Manchete de Televisão. Tinha de quase tudo ali: sinopses, laudas de artigos, scripts de programas, horários de programação, memorandos... 
Praticamente um pouco da história daquelas duas instituições tão preciosas à memória de nossa cidade. Se essa pessoa viu tudo isso num dia, imaginemos, então, o que está sendo jogado fora nesses meses todos em que o prédio, projetado por Niemeyer, está passando por uma reforma? Gente, que loucura. Eu frequentei aquele prédio. Privava de relativa amizade com o Adolfo Bloch. Não dá pra imaginar a indigência em que se transformou a memória daquele império !!! Passei à pessoa que telefonou alguns e-mails e pedi para que entrasse em contato. Se ela o fez, não tenho, por enquanto, como descobrir... (Luis Antonio)
Nota da Redação: A Bloch Editores e a Rede Manchete não deram muita sorte em matéria de preservação das suas respectivas memórias. O acervo fotográfico que pertenceu às revistas da Bloch Editores está virtualmente desaparecido e não se sabe se ainda existe. São milhões de imagens que registraram a vida brasileira, em todos os seus aspectos, durante quase meio século. Por sua vez o banco de imagens da extinta Rede Manchete também tomou destino incerto. Algumas novelas foram vendidas para outras redes, mas não há pistas das fitas com material jornalístico, documentários, shows, programas musicais, políticos, ecológicos, entrevistas, coberturas de Copas e Olímpíadas entre outros temas. 
Muito da história da Editora e da TV está, pelo menos e menos mal, registrada em livros de autoria de ex-funcionários e colaboradores. Seguem alguns títulos: "'Aconteceu na Manchete, as Histórias que Ninguém Contou" - coletânea, vários autores, organizada por José Esmeraldo Gonçalves e J.A. Barros (Desiderata); "Memórias de um Sobrevivente, a Verdadeira História da Ascensão e  Queda da Manchete, de Arnaldo Niskier (Nova Fronteira); "Os Irmãos Karamabloch, Ascensão e Queda de um Império Familiar", de Arnaldo Bloch (Companhia das Letras); "Seu Adolpho, uma Biografia em Fractais", de Felipe Pena (Vermelho Marinho/Usina de Letras);  "O Pilão" - autobiografia de Adolpho Bloch (Editora Bloch); "Rede Manchete, Aconteceu Virou História", de Elmo Francfort (Imprensa Oficial, São Paulo).

2 comentários:

J.A.Barros disse...

Mas esse tipo de comportamento de não preservar memórias de fatos e histórias é típico do brasileiro.
Que me desculpem, mas essa é a minha opinião diante de tantos fatos de memória e de histórias deste Brasil serem destruidos, muitos por ignorância e muitos por achar que são fatos fora de moda. Acho que o brasileiro é modista e procura seguir o fato marcante do momento. Até nas palavras que são acentuadas em artigos de colunistas ou nos jornais de notícias de TV viram palavras da moda. A última expressão que entrou na moda nesses últimos dias é : "Mobilidade Urbana". A Biblioteca Nacional, na Avendia Rio Btanco, quase foi destruida pelo descaso e má administração de seus diretores. Isso é o Brasil, minha gente.

Liana disse...

Cadê o Ministerio da Cultura que patrocina desfiles de moda de dondoca que nao tem retorno para o pais e esquece de lutar pela memoria do pais.