por Eli Halfoun
Desde menino, quando vindo do subúrbio fui morar em Copacabana, ouvia dizer que a praia é a única diversão gratuita para pobres e ricos. Durante muito tempo realmente foi assim. Passar o dia na praia era um prazer. Hoje é um perigo: estamos expostos todo o tempo aos ratos de praia, aos sempre ameaçadores arrastões e a uma ganância desenfreada de comerciantes (ladrões da mesma forma) que decidiram lotear na mão grande um espaço público. O hoje internacional reveillon da magistral queima e fogos que ilumina o céu está fazendo com que o mais famoso calçadão do mundo do mundo (idealizado por Burle Marx na década de 70 e tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico) seja uma espécie de terra de ninguém.... de ninguém não, mas sim de quem no peito e na raça decide que um pedaço do calçadão é propriedade particular a resolve vender espaços a peso de ouro. O mesmo está acontecendo na areia que pertencia ao povo – um povo que agora precisa pagar caro se quiser usufruir do fofo espaço para os pés, mas um lamentável chão de pregos e vidros para o bolso do cidadão que no reveillon só tem a praia como diversão. Ou melhor: tinha. Nem. o tão anunciado (e necessário) choque de ordem consegue impedir que o próprio povo tire do povo um espaço que lhe pertence. Que a gente acreditava que fosse realmente nosso.
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário