por Gonça
O governo do Estado do Rio pretendia entregar a saúde pública a fundações privadas. Conseguiu até aprovar uma lei nesse sentido. Como está em curso uma ação de inconstitucionalidadee do STF, a autoridade partiu para o "jeitinho" e resolveu contratar uma empresa para gerir as emergências dos hospitais. É um "remendo" para tentar resolver o problema criado com outra medida falida de governos anteriores: as "cooperativas de médicos" que prestam serviços para a Secretaria de Saúde. A Constituição diz que saúde é direito do cidadão e dever do Estado. O Estado parece, assim, estar tirando o time de campo.
O presidente do Sindicato dos Médico, Jorge Darzi, faz uma denúncia: no Rocha Faria, dirigido por uma empresa privada, os médicos estão sendo obrigados a abrir empresa para trabalhar. "Pessoa jurídica" é, nesses casos, o conhecido drible nos impostos e encargos trabalhistas. E, para Jorge Darzi, segundo O Globo de hoje, é a "quarterização" da saúde. É um tal de passar a bola em atendimento que vai ficar difícil saber que é o responsável por um eventual erro médico ou hospitalar.
Curiosamente, o mesmo Globo de hoje, na coluna do Ancelmo Gois, estampa a seguinte nota: "Wagner Victer, presidente da Cedae, a estatal fluminense da água, oficiou ontem à prefeitura do Rio para transferir todos os pacientes do Hospital Ronaldo Gazola, em Acari. É que vai cortar a água. Ali, o serviço foi privatizado e a empresa responsável, diz Victer, não paga a Cedae há meses".
Um último dado: a onda de terceirização acelerada no fim do anos 90 apenas fez aumentar os custos para o Estado. E, em muitos casos, "terceirizou" também a corrupção, como nos casos recentes do Senado, dos panetones brasilienses etc.
Não demora muito, vai-se embora a saúde pública e será comum o diálogo de corredor entre um atropelado e um médico:
"Tenho cura, doutor? - "Sim, meu filho, mas só pagando em dez vezes no cartão"
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