por Eli Halfoun
Pode parecer falta de
assunto, mas não é: essa semana chamada de decisiva terá o final de “Amor à
Vida” como um dos mais presentes temas
de conversas e discussões. Não é alienação e nem falta de assunto: novelas passaram
a ter tanta importância (ou mais) no cotidiano do povo quanto a política, a
economia, a eleição, a conduta dos políticos, os roubos vergonhosos, enfim
assuntos que estamos cansados de saber que não tem solução, simplesmente porque
não deixam ter. Novelas podem arrastar-se durante meses, mas sempre tem um
final, mesmo que não seja exatamente o que queríamos ou imaginávamos. Nessa semana
de reta final “Amor à Vida” confirma que o novelista Walcyr Carrasco estreou
muito bem no mais cobiçado horário de novelas e assim passou a fazer
definitivamente parte de um seleto primeiro time de novelistas globais do qual
fazem parte, entre outros, Aguinaldo Silva, Gilberto Braga. João Emanuel
Carneiro, Glória Perez e Benedito Ruy Barbosa. Carrasco estreou no chamado
horário nobre trazendo boas experiências de outros horários nos quais emplacou
alguns sucessos. Em “Amor á Vida” ele parece ter se imposto a responsabilidade
de colocar vários assuntos em discussão, o que fez. De saída transformou um
vilão em quase herói no final mostrando que quando se quer é sempre possível regenerar-se,
embora isso não apague os malfeitos do passado. Talvez o acerto maior de
Carrasco tenha sido o de mostrar que os tempos realmente mudaram e que a
sociedade já aceita casais de todos os tipos e que o assunto pode e deve ser tratado
naturalmente inclusive na televisão. Envolvimentos gays já foram mostrados em
outras novelas, mas pela primeira vez uma novela tratou o assunto se medo e
como um casal convencional (homem e
mulher): as relações gays de “Amor à Vida” realmente tiveram amor e vida, ou
seja, tudo o que faz parte de um relacionamento afetivo convencional: filhos,
desentendimentos, ciúmes, admiração, raiva momentânea, enfim vida com amor. É
claro que como em qualquer trabalho Carrasco mereceu críticas, mas ainda assim
os elogios e acertos foram maiores e continuam dando para “Amor à Vida” uma das
melhores audiências do horário, que foi bastante reforçada pelas boas atuações de
um excelente elenco no qual Mateus Solano,
Tatá Werneck e Elizabeth Savalla foram os destaques. (Eli Halfoun)
Um comentário:
No fim é mais uma novela seguindo a fórmula em que o pobre fica rico e o rico fica pobre.
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