quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Ronald Biggs: morre o vilão que virou mito


Cena do filme "O Prisioneiro do Rio"

Reprodução de matéria do JB, em 1963. 

O trem assaltado. Reprodução BBC

Biggs fugiu da prisão com a ajuda de um caminhão-baú. Reprodução BBC

Cartaz de "procura-se".
(da redação da JJcomunic)
Ronald Biggs era um desses personagens-símbolos de um tempo. No caso, especialmente, as décadas de 1960 e 1970. Era um espécie de mito do crime. M orreu hoje em Londres, aos 84 anos, 50 anos depois de ter participado do célebre assalto ao trem postal inglês, que ia de Glascow a Londres. Biggs chegou a ser preso por 17 meses mas fugiu da cadeia. O ousado assalto e a fuga espetacular o transformaram em uma espécie de ídolo pop para muitos ingleses. Foi tema de livros, filmes, equipes de reportagem britânicas vinham constantemente ao Brasil, onde ele se abrigou. Fugitivo, depois de percorrer vários países, Biggs chegou ao Rio. O governo inglês não podia, pelas leis britânicas, solicitar extradição, já que o país não mantinha esse tipo de acordo com o Brasil. Só vinte anos depois, foi assinado um tratado. Bgigs mais umas vez deu sorte: a justiça brasileira não o extraditou porque pelas leis locais o crime já estava prescrito. Bigs, que foi tema de muitas reportagens da Manchete e da Fatos&Fotos, morou em Santa Teresa até que decidiu voltar para a Inglaterra e se entregar às autoridades. Estava doente, dizia que queria morrer na sua terra natal. Ultimamente, por conta dos problemas de saúde, foi posto em liberdade e estava em um asilo para idosos, em Londres.
O assalto ao trem postal rendeu 2,6 milhões de libras, equivalentes a cerca de 2 bilhões de cruzeiros, na época e, hoje, aproximadamente 128 milhões de reais, divididos entre os 15 comparsas. 
Biggs participou de um filme - O Prisioneiro do Rio - ao lado de José Wilker e Florinda Bolkan.



REPERCUSSÃO NA MÍDIA INGLESA: DAILY MAIL, THE TIMES E SUN




5 comentários:

J.A.Barros disse...

Aqui no Brasil nem tem trem para ser assaltado. JK acabou com os poucos que havia. Em 1868 O Brasil tinha 14 quilômetros de estrada de Ferro e os EUA, depois da guerra civi, já estava com 50 mil quilômetros de estradas de ferro inclusive uma que cortava o país de leste a oeste. Mesmo com Jesse James e seu irmão Frank James assaltando os tens todos os dias essas estradas sobreviveram e hoje atravessam o país e todos os sentidos.

J.A.Barros disse...

Já imaginou um trem Maria Fumaça – bitola estreita – da Leopoldina Raylways transportando o total de 130 milhões de reais e sendo assaltado pelo Fernandinho Beira-Mar? Seria a Glória para a Estrada de Ferro Brasileira. Não?

J.A.Barros disse...

Ronald Biggs foi o bandido que deu certo. E aonde que ele deu certo? Só podia ser no Brasil onde todos os bandidos dão certo e alguns são transformados em heróis ou vítimas de perseguições políticas.

J.A.Barros disse...

Ficar velho e com a cara com que ficou o Ronald Biggs é castigo de Deus.

alberto carvalho disse...

Ronald Biggs também deu um grande golpe aqui no Brasil. Casou com uma brasileira, teve um filho e com isso garantiria a sua permanência no país. O menino mais tarde fez parte de um grupo musical infantil.