por Eli Halfoun
Como na vida real, não há
nas novelas nenhum personagem que não tenha um mínimo desvio de conduta e de
caráter. Talvez a única exceção em “Amor à Vida” seja a autista Linda, que se
reveste inteira da mais pura emoção graças também ao belíssimo trabalho da atriz
Bruna Linzmeyer (21 anos), que também tem uma das melhores atuações da novela.
Desde que escreveu a sinopse, o autor Walcyr Carrasco queria fazer da personagem
Linda uma maneira de chamar atenção para as características do autista que, como
também nos mostram exemplos da vida real, pode levar uma vida normal. A
personagem Linda mostra a força do amor e nos faz enxergar também que autistas
precisam de amor, carinho e atenção. Não e nunca de super proteção - uma super
proteção que as limita ainda mais na descoberta de suas próprias vidas. O
encontro entre Linda e o advogado Rafael é o único, verdadeiro, puro e intenso
amor da novela. A química entre os atores Bruna Linzmeyer e Rainer Cadete é
perfeita e entrega ao público o mais bonito romance da novela - um encontro de
amor desinteressado como, aliás, deveriam ser todos os encontros de amor para
que fossem de amor mesmo e só de amor. A questão do autismo está sendo
discutida sem exageros e mostra que super proteção nada tem a ver em nenhum
caso com amor, com atenção e com a possibilidade de permitir que cada um viva
sua própria vida, o que sem dúvida inclui os autistas. Nenhuma das relações de
amor mostradas na novela é normal: cada um vem carregada de interesses, de
conflitos e de egoísmo. Linda e Rafael vivem um amor inteiro e desinteressado e
que só assim é amor de verdade amor de verdade. A atriz Bruna Linzmeyer (bela
atriz em todos os sentidos) entendeu o amor de sua personagem e diz: “É um amor
verdadeiro, direto profundo e que nasce no que há de mais íntimo, desconhecido
e necessário. Quero que Linda encontre e já está encontrando um lugar aconchegante
para ela dentro de si mesma”. Autistas têm um mundo próprio que precisamos
aceitar e acima de tudo entender. Com o mesmo, intenso e puro amor que eles,
autistas, costumam nos oferecer e proporcionar. Linda demorou a ganhar importância
na novela, mas agora que ganhou “Amor à Vida” mudará o olhar que se tem dos
autistas, permitirá que eles encontrem vidas independentes e que sejam tratados
e enxergados sempre com amor verdadeiro. O amor que eles mais do que ninguém sabem
oferecer. (Eli Halfoun)
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