por Eli Halfoun
A cobertura que a mídia
deu ao falecimento do cantor e compositor Reginaldo Rossi comprova a importância
que, apesar de ser considerado brega, ele tinha para a nossa música. Rossi criou
um estilo de interpretação e sabia cantar o amor com a simplicidade do povo. Era
um batalhador para vender discos: adquiria uma grande quantidade de na época Lps,
enchia uma kombi e levava para os shows que fazia em circos ou clubes por todo
o Brasil. Ao final de cada show ele mesmo se encarregava de vender os discos na
porta do circo, o que também fazia com entusiasmo e orgulho. Conheci Reginaldo Rossi
quando a convite da gravadora Emi-Odeon que o tinha como contratado, fui fazer palestras
em Recife para vendedores de lojas de discos. Rossi participou das palestras
como ouvinte e fez questão de me acompanhar (era muito gentil) em todos os
momentos e me mostrar a cidade em que tinha nascido e da qual se orgulhava. Fez
questão de me levar para “comer a melhor carne de sol com manteiga de garrafa
do Brasil”: era um restaurante simples (chão de terra), perto do aeroporto e do
qual o cantor era frequentador assíduo. Reginaldo Rossi era simples em tudo.
Foi por isso que cantou o amor com uma grandeza e simplicidade e que só o amor
consegue construir. Como Rossi construiu uma carreira brilhante e que só está
sendo reconhecida plenamente agora até porque nunca é tarde para se fazer
justiça aos que não mais estão por aqui, mas permanecem vivos na história. (Eli Halfoun)
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Um comentário:
Dicró também vendia seus próprios discos nas ruas. Eu comprei, no Largo da Carioca, o último CD que ele gravou, com direito a dedicatória. Não comprei como se tivesse pena ou coisa parecida. Dicró foi outro artista de grande talento que nos deixou. Ele e Reginaldo Rossi devem estar fazendo um mundo melhor onde eles estão.
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