por Eli Halfoun
A novidade do final de ano
veio de São Paulo onde vários condomínios de luxo proibiram que porteiros e
faxineiros, além de carteiros e lixeiros, enfiassem nos peitos dos condôminos os
tais e constrangedores livros de ouro que praticamente obrigam os moradores a
gratificarem quem não quem e, portanto, não merecem. A princípio a iniciativa
pode parecer grosseira, mas não é mais agressiva do que esfregar na cara do
morador uma obrigação que ele realmente não tem. Gratificar quem quer que seja
é uma escolha e jamais pode é ser uma imposição como costuma acontecer até nos
condomínios que abrigam moradores que mal conseguem sobreviver aos gastos do
final de ano com seus míseros salários. Os tais livros de outro sempre deixam
em situações constrangedoras quem não pode (por falta de dinheiro) assina-los
ou não quer assinar porque acha que os funcionários que servem ao condomínio (não
diretamente ao condômino) já são gratificados com o 13º salário que é o condômino
quem paga. A medida tomada em alguns condomínios paulistas deveria ser adotada em
condomínios de todo o país porque os funcionários do prédio querem receber gratificações
de moradores muitas vezes mal assalariados e que como os porteiros e faxineiros,
recebem o salário extra e não saem por aí com uma caixinha pendurada no pescoço
pedindo mais dinheiro, praticamente praticando uma espécie de “mãos ao alto”
nos moradores. O 13º salário é a partir de 1962 uma gratificação oficial desde
que o então presidente João Goulart sancionou na época o criticado projeto do
deputado federal Aarão Steinbruch. A aprovação do 13º salário mereceu
restrições de jornais e economistas que previam que o que chamavam de premiação
que sobrecarregaria as empresas e pressionaria a inflação. Os livros de ouro
não deixam de ser uma espécie de 14º salário e esse sim pressiona o bolso do
constrangido condômino que já paga um alto condomínio e é praticamente obrigado
a gratificar sem ser gratificado. (Eli Halfoun)
Um comentário:
Será que a imprensa agora está contra o aumento do Salário Mínimo?
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