quinta-feira, 16 de maio de 2019

O que vai na mídia: os fatos e os atos...







Milhões de "imbecis" e "idiotas", segundo a visão do governo, ocuparam as ruas do Brasil. Das capitais às pequenas cidades. Por apoiar incondicionalmente o confisco da Previdência, parte da grande mídia praticamente ignorou manifestações anteriores contra o regime (aparentemente, para evitar marolas políticas que atrapalhem o novo "herói", o Guedes), mas dessa vez, pela amplitude, foi impossível. Um dos principais fato da semana estava nas ruas.


No mesmo dia do grande protesto que mirou os cortes brutais na Educação, a Veja fez grave revelação sobre o caso Flávio Bolsonaro ao publicar matéria exclusiva sobre um documento de 87 páginas onde o MP detalha suposta simulação de "ganhos de capital ficticios" (através de uma negociação massiva de imóveis) que encobririam “o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos” da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Foi a segunda grande pauta da semana.
Apenas um jornal, o Estadão, deu a notícia em chamadas de primeira página. A Folha tangencia o assunto na primeira limitando-se à quebra de sigilo dos investigados. O Globo não deu espaço na capa e registrou o fato na 8, com menor destaque, sendo a matéria principal daquela página o pedido da defesa de Fabrício Queiroz para suspensão da quebra de sigilo. Caso aceito, esse pedido beneficiará o clã no poder. 

Os jornais devem alegar que a matéria sobre a suposta ficção imobiliária era exclusiva da Veja. Daí preferirem não dar moral à rival. Mas em épocas passadas reportagens da Veja, também exclusivas e com base em relatos vazadas da Lava Jato repercutiam amplamente nos jornais, na TV, no rádio e nas mídias digitais dos concorrentes.

Eram outros tempos. Agora, no mínimo, tais opções são curiosidades da edição.

O confisco da Previdência: reflexões sobre uma "reforma burra"


                  
por José A. Feijó de Melo (*)

Qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento sobre o assunto há de reconhecer que o Sistema Previdenciário Brasileiro necessita de ajustes, para que se possa garantir a sua viabilidade e o adequado atendimento futuro às necessidades da população.

Afinal, o nosso Sistema foi concebido há cerca de oitenta (80) anos (final dos anos trinta do século passado) e, desde então, sofreu várias alterações que em geral lhe acrescentaram novos encargos, nem sempre associados aos necessários recursos para cobertura dos correspondentes dispêndios.

Além disso, as naturais transformações experimentadas pela sociedade durante tão longo período produziram repercussões importantes sobre o custeio do Sistema, entre as quais cabe citar o significativo aumento da expectativa de vida da população. Igualmente, cabe ainda mencionar a existência de algumas distorções, sobretudo na área do setor público, que embora não constituam a regra, mas apenas exceções, também precisam de correção.

Assim, e em resumo, há de se reconhecer a necessidade e a conveniência de se promover uma revisão na estrutura do Sistema Previdenciário Brasileiro, de modo a se garantir o necessário equilíbrio entre o seu Custeio e os respectivos Dispêndios previstos.

Note-se, entretanto, que uma tal revisão não pode ser confundida apenas com a busca de uma “economia” pelo lado dos dispêndios, a ser obtida apenas por meio da introdução de regras restritivas aos direitos legítimos dos beneficiários, seja lá de que espécie venham a ser tais restrições.

Uma revisão suportada apenas em tal premissa constituiria aquilo que denominamos de uma “Reforma Burra”.

Uma reforma inteligente haverá de procurar estabelecer o justo equilíbrio entre os dois lados da equação – Custeio e Dispêndios - respeitando-se, de um lado, as legítimas expectativas e necessidades da população, e do outro, as disponibilidades da Economia Nacional.

Aqui, torna-se absolutamente necessário explicitar com toda a possível clareza, que em nenhum País do mundo cabe ao seu Sistema Previdenciário a responsabilidade de promover o equilíbrio da sua Economia, como se está pretendendo fazer aqui no Brasil, agora, com a tal “Reforma Burra”.

Ao contrário, em todos os Países do mundo são as suas respectivas Economias Nacionais que assumem a responsabilidade de oferecer e garantir às suas populações sistemas previdenciários justos e equilibrados.

Observe-se que aqui no Brasil toda a ênfase que está sendo dada à reforma proposta refere-se à “economia” que seria proporcionada ao governo, no montante de 1,2 trilhão de reais, num prazo de dez anos, a ser obtida justa e exclusivamente à custa de restrições a direitos atualmente concedidos aos beneficiários do Sistema.

E mais, gratuitamente se afirma, sem comprovação de nenhuma base teórica ou factual, que tal “economia” seria capaz de, por si só, num verdadeiro passe de mágica, promover a recuperação da debilitada Economia Nacional. Ora, tal afirmativa, no dito popular, significa apenas “colocar o carro adiante dos bois”. Decididamente, não é que a Economia vai mal porque a Previdência vai mal. De fato, tudo indica que a Previdência vai mal porque a Economia vai mal. Como se tem observado de fato nos períodos em que a Economia tem aparecido com razoável equilíbrio, registrando crescimento e com nível de emprego elevado, as dificuldades do Sistema Previdenciário praticamente desaparecem, ou pelo menos deixam de ser críticas.

Por outro lado, quando o governo afirma que em dez anos a reforma promoveria a “economia” de 1,2 trilhão de reais, do mesmo modo significa dizer que uma parcela importante da sociedade brasileira estaria deixando de embolsar toda esta mesma dinheirama, no mesmo período de dez anos. E como seria constituída esta parcela da população? Por acaso seria formada de capitalistas que não recebendo este dinheiro iriam deixar de aplicá-lo no sistema financeiro, ou em paraísos fiscais?

Certamente que não! Esta parcela da população é formada por gente comum. Em geral e em sua maioria pessoas humildes que usam o dinheiro oriundo dos seus benefícios estritamente para as suas sobrevivências, isto é, para custear alimentação, moradia, vestuário, transporte e gastos com saúde, entre outros. Ou seja, o dinheiro tão logo recebido de imediato volta a circular na economia, viabilizando o comercio, a indústria e os serviços, contribuindo significativamente para geração e manutenção de empregos e para a própria expansão da economia. Evidentemente, na hipótese de vingar a tal “reforma burra”, essas pessoas sofreriam importante redução na qualidade de vida.

E ainda mais, como a carga tributária brasileira situa-se acima dos 30% do PIB, pode-se inferir que a retirada de circulação de 1,2 trilhão de reais, em dez anos, na forma da proposta em questão, significaria que no mesmo período os cofres públicos estariam deixando de encaixar, sob a forma de diversos tributos, uma não desprezível soma superior a 360 bilhões de reais.

Em outras palavras, por tudo que está acima exposto, não seria correto afirmar que a tal reforma promoveria a “economia” de 1,2 trilhão de reais, em dez anos. Caso venha a ser aplicada, a referida reforma promoveria a “esterilização” de 1,2 trilhão de reais, em dez anos, constituindo-se assim em um verdadeiro “tiro no pé”, sem nenhum benefício real para a Economia do País.

Como foi explicitado inicialmente, o Brasil precisa promover ajustes no seu Sistema Previdenciário, mas isto não poderá ser feito isoladamente, pressupondo-se que a sua reforma poderia funcionar como tábua de salvação para a própria Economia Nacional.

Ao contrário, os ajustes do Sistema Previdenciário terão de ser promovidos como parte de ajustes mais amplos, a serem efetuados na direção da própria Economia Nacional e fundamentados em pressupostos econômicos que venham a promover o seu efetivo crescimento, com ampliação do nível de emprego e melhoria da distribuição de renda, entre outros.

(*) José Antonio Feijó é Engenheiro, Professor e Escritor.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Vem aí o Ministério da Terraplania? Mapa do movimento nega que a Terra é esférica e mostra o Brasil à beira do precipício...

Mapa da Terra Plana mostra a América do Sul à beira do abismo. Brasil poderá despencar logo
após Uruguai e Argentina. Reprodução/Shutterstock
por O.V.Pochê

O governo Bolsonaro anuncia que poderá recriar ministérios em ação de boca de urna para a aprovação da reforma da Previdência. Não há informação, por enquanto, se será instituído o ministério da Terraplania, teoria em alta nas facções do poder neste tosco e cambaleante 2019.

Também não foi possível confirmar se havia representantes brasileiros na Conferência de Terraplanistas da Itália, realizada ontem em Palermo, na Sicília.

Os organizadores do evento alegam que a "impureza ideológica" e a "negação de Deus" sustentam a "mentira científica" de que a Terra é redonda. Os tópicos do debate eram “Terraplana: toda a verdade”; "Tartária, império esquecido dos gigantes”; “Astronomia Zetética”, “A conquista da Lua: 50 anos de enganos” e “A órbita do Sol em espiral na Terra plana".

Os terraplanistas argumentam que há territórios secretos além do Polo Norte, que seria, aliás uma ficção e, na verdade, é o ponto que marca o centro da Terra. Alegam que a circunavegação da Terra é uma ilusão e que a gravidade não existe.

Os defensores da teoria não por acaso identificados com a ascensão da direita na Europa divulgam um teste para que cada um possa "provar" a Terraplania na própria mesa de jantar. Basta deitar uma garrafa cheia, certificar-se de que está nivelada horizontalmente, para ver que a água nunca se curva.

"Essa história que a Terra é esférica foi tramada por um movimento subterrâneo que quer negar a existência de Deus". Assim um dos participantes da conferência resumiu para o site RFI  o motivo principal da "conspiração planetária".

Tudo culpa da "cultura marxista".

A propósito, o mapa da Terra Plana mostra que o Brasil poderá cair na cachoeira do fim do mundo.

Caso Sidão, do Vasco: Globo faz bullying em vez de jornalismo e revolta redes sociais...

Um goleiro que falha diante da torcida no estádio e de milhões de espectadores na TV é suficientemente punido.

A TV Globo promove a enquete Craque do Jogo em votação nas redes sociais. Ontem, após o jogo Santos 3 X 0, os internautas partiram para a ironia e apontaram o goleiro Sidão, que errou na saída durante o primeiro gol do time da Vila Belmiro, como o vencedor do troféu.

A direção da Globo, apesar dos protestos dos comentaristas, insistiu entre dar seguimento à "eleição". Jornalistas e muitos torcedores condenaram nas redes sociais a atitude equivalente a assédio mortal em rede nacional..

Diante de um Sidão abatido foi absurda a cena de entrega do "prêmio, que já concorre a uma das mais constrangedoras do ano. A Globo endossou o bullying mas, diante das reações mudará o formato da enquete. Torcedores continuarão votando e os comentaristas passam a ter direito a voto. O poder moderador deverá evitar que agressões e desrespeito sejam veiculados.

sábado, 11 de maio de 2019

Apostas on line: o futebol está viciado em jogo?

por Niko Bolontrin 

Para o futebol, viradas inesperadas são eletrizantes. Quem não se lembra daquele Vasco e Palmeiras, em dezembro de 2000, quando o Gigante da Colina perdia por 3 x 0 e ganhou de 4 X 3, com os vascaínos Romário, Euler, Juninho Paulista e Juninho Pernambucano garantindo a Copa Mercosul?

Acontece. Mas no Brasil não com tanta frequência como tem rolado na Europa nessa temporada. A Champions League 2018-2019 já registra cinco viradas tidas como quase impossíveis. Quando pareciam eliminados, Ajax (duas vezes), Manchester United, Liverpool e Tottenham colocaram os placares de perna pro ar e sobreviveram na competição. Dois desses "times da virada", Liverpool e Tottenham, farão a finalíssima no dia 1° de junho, em Madri.

Esse jogos fizeram a alegria de milhares de torcedores. Mas entre os felizes estavam alguns muito mais eufóricos. Quem apostou nas "zebras" ocasionais embolsou milhares de euros e libras. É possível que algum brasileiro tenha descolado um bom troco: site de aposta on line não se detém na  fronteira e alcança todos os bolsos no mundo inteiro.

A proliferação de aplicativos de apostas nos smartphones faz crescer exponencialmente o movimento nos sites de jogos. Ninguém precisa mais ir a casas de apostas em ruelas ou telefonar para bookmakers suspeitos, basta pagar on line e teclar uns palpites. O crescimento dessa indústria da sorte levou a uma parceria entre o futebol e os conglomerados do jogo. Mais da metade dos clubes ingleses, por exemplo, é patrocinada por sites de apostas. Confira: jogaores carregam no peito Bet365, Fun88, Dafabet, Skybet etc. Tais marcas estão em anúncios, cartazes, até mesmo em naming rights de estádios e nas camisas de muitos times. Nada fora das leis locais. O que parte da mídia começa a discutir é a exposição de crianças aos anúncios que estimulam apostas e um possível conflito que pode contaminar o futebol: se um site de apostas tem interesses no resultado de um jogo de um time patrocinado por ela, como fica? Haverá risco de influência indevida?

De qualquer maneira, já se constata que, em função do que fatura, o futebol europeu e o inglês em especial, que apostar faz parte do DNA dos súditos da rainha, já estariam financeiramente viciados no jogo on line.

Dois times ingleses farão o jogo final de uma Liga dos Campeões onde viradas improváveis aconteceram como nunca antes. Apesar disso, quem sou eu para achar que isso é suspeito.

Vai ser um jogão.

Game of Thrones: o copo de café penetra que gerou polêmica

O copo de café latte pousado na mesa do banquete em GOT não foi percebido pelo elenco nem pela equipe técnica e ganhou repercussão mundial. Foto HBO

por Clara S. Britto 

Um dos tópicos de maior repercussão nas redes sociais na última semana foi um café. Precisamente um copo de café latte da Starbucks largado no cenário de Game of Thrones.

Percebido pelo público da trama dos reinos, o item moderno provocou polêmica e troca de acusações no elenco da série.  Emily Clarke, teria apontado a colega Sophie Turner por contaminar a cena com o item moderno. Turner devolveu a acusação.

O copo foi cortado depois nas reexibições. O que não impediu de internautas especularem se o café penetra seria  um merchandising da Starbucks. O fato é que a marca faturou em exposição e presença nas redes sociais em todos os idiomas.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

BBC demite apresentador racista que comparou o filho de Harry e Meghan a um chimpanzé

Harry e Meghan, ao lado da mãe dela, Doria, apresentam o bebê Archie aos bisavós Rainha Elizabeth e  Príncipe Philip.
Foto  Sussex Royal/Divulgação 
A BBC demitiu sumariamente, por telefone, o apresentador de rádio Danny Baker. Ele publicou uma mensagem racista sobre o nascimento do bebê de Meghan Markle e do príncipe Harry usando a foto de um chimpanzé em alusão à ascendência da Duquesa de Sussex, cuja mãe, Doria Ragland, é negra.

O título da postagem:"Bebê real deixa o hospital".

O bebê Archie Harrison Mountbatten-Windsor é o sétimo na linha de sucessão da coroa britânica.

Veja abaixo o tuíte, que já foi deletado do aplicativo, com a imediata e justa punição do apresentado racista. A mensagem odiosa foi condenada por muitos dos 500 mil seguidores de Baker.



quarta-feira, 8 de maio de 2019

Chegou o Feboapá (Festival de Bobagens que Assola o País)...

por O.V.Pochê 

Inspirado no célebre Festival de Besteiras que Assola o País (Febeapá) criado nos anos 1960 por Stanislaw Ponte Preta, o Sérgio Porto, que atuou na Manchete, Fatos & Fotos e Última Hora, um leitor deste blog (que também alcança público no Facebook, Twitter e Instagram) pede o lançamento do Festival de Bobagens que Assola o País (Feboapá). Ele mesmo envia os primeiros tópicos baseados no noticiário, em exóticas declarações e em bizarras crises governamentais.



Realidade: tiro na barraca dos evangélicos. Reprodução Facebook


E o game: ataque virtual. Reprodução

Game over - Do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel durante operação policial em Angra do Reis - "Vamos botar fim na bandidagem". (Na verdade, nessa caça ao crime atirador a bordo de um helicóptero atingiu uma barraca que imaginou ser um perigoso acampamento de traficantes. Não era. A tenda azul costuma abrigar evangélicos em oração e felizmente estava vazia. O vídeo viralizou na internet e o governador foi comparado a Charles Bronson, Chuck Norris e Rambo. Mas, atenção: é fake news versão revelando que a operação foi inspirada em games de ação).

No espeto - Do ministro da Educação, Abraham Weintraub: "Eu sofri um processo administrativo interno (e eu fui inocentado, ele foi arquivado), mas, durante um ano e oito meses, eu fui investigado, processado e julgado. (No processo) está escrito inquisitorial e sigiloso. Que eu saiba, só a Gestapo fazia isso. Ou no livro do Kafta ou a Gestapo". (No twitter, o leitor Charles Rosa comentou: "O ministro da Educação acaba de chamar o escritor Franz Kafka de "Kafta". Confesso que preferiria acordar sendo uma barata do que ser governado por gente tão inepta") 

Jesus voltou! - Do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo: "De fato, a pedra que os órgãos de imprensa rejeitaram, que a mídia rejeitou, a pedra que os intelectuais rejeitaram, a pedra que tantos artistas rejeitaram, a pedra que tantos autoproclamados especialistas rejeitaram, essa pedra tornou-se a pedra angular do edifício, o edifício do novo Brasil". (Na Bíblia, a "pedra angular" é Jesus. O ministro confirmou a comparação do presidente com o Filho de Deus. Mas não comentou se a aparição que outra ministra, Damares Oliveira, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos,viu na goiabeira era Jesus ou Bolsonaro.) 

Soletrando - Do ministro da Justiça, Sérgio Moro em fala na CCJ da Câmara: "A possibilidade, por exemplo, de uma mulher, uma conje, seja morta pelo seu conje...". No Conversa com Bial, referindo-se a atritos com Rodrigo Maia: "No fundo, essas rugas pontuais, em política, podem acontecer". No mesmo programa: "Se o conje vim a ser condenado sobre violenta emoção..." (Comentário de Ciro Gomes: "Se os filhos do Moro forem aprender português com ele em casa, é preciso chamar o Conselho Tutelar")

De Bolsonaro divagando sobre o tema confiança: "Não interessa quem está na frente ou atrás. O importante é que quem está atrás confia em quem está na frente e eu que estou na frente ou no meio confia em quem está na frente isso desperta a confiança entre nós". (Por motivos óbvios, as redes sociais ficaram em dúvida sobre o contexto exato da fala presidencial)

Filósofo do furico - Do astrólogo Olavo de Carvalho, conselheiro presidencial, ao repórter Fred Melo Paiva, da Carta Capital, sobre ações policiais:  “Isso é fascismo? Fascismo é o cu da sua mãe”. Do mesmo astromante à Folha de São Paulo, ao ser chamado de ideólogo: “Atenção, ô chefe da fôia: Ideólogo é o cu da sua mãe”. (Se você for ao buscador Google e associar cu+Olavo encontrará mais de 400 mil referências. O monossílabo é a palavra mais usada pelo astrólogo Olavo de Carvalho, o principal conselheiro do atual morador do Alvorada. Até para aperfeiçoar o estilo e evitar a monotonia, Olavo deveria apelar para um negócio chamado sinônimo. Vâo algumas sugestões: fiofó, furico, oritimbó, rosca, redondo, olhota...)

Corre de novo pro Google! - Nos últimos dias, o acesso às palavras Trótski e Rasputin aumentou significativamente. Era a milícia digital que apoia o governo tentando saber quem são esses. Para o general Villas Boas, Olavo é o "Trótski da direita". Para muitos, ele é o Rasputin que cuida do departamento de intrigas do governo Bolsonaro. (Pensou-se que o Brasil se dividiu entre esquerda e direita porque ainda não saiu da Guerra Fria. Engano: trazer Trótski e Rasputin para o centro da crise palaciana mostra que o país parou na dobra do tempo entre a Rússia czarista e a revolução bolchevique.)   

terça-feira, 7 de maio de 2019

Futebol não é só "dança do passinho". Foi o que o zagueiro Kompany, do Manchester City, mostrou ontem. Ele fez o gol apesar do treinador gritar "não chuta!"



por Niko Bolontrin 

O gol do zagueiro Vincent Kompany, ontem, que praticamente dá ao Manchester City o Campeonato Inglês (ele só precisa empatar o próximo jogo com o 17° colocado Brighton) não apenas decretou a vitória contra o Leicester como dá uma lição a muitos treinadores tão adeptos da posse de bola e da troca de passes que inibem as jogadas individuais.

Kompany acertou o gol a cerca de 30 metros de distância. Um milésimo de segundo antes de disparar o chutaço salvador e sair como herói do jogo, ele ouviu dois gritos iguais e simultâneos do treinador Guardiola e do companheiro Aguero: "não chuta!". É o que o Daily Star revela hoje. O City trocava uma infinidade de passes e não conseguia ultrapassar a defesa do Leicester. O zagueiro perdeu a paciência com os atacantes e resolveu arriscar um chute direto. Mandou bem.

Reprodução 
O próprio Aguero foi abraçar Kompany e reconheceu o vacilo. Fico imaginando se o Guardiola teve coragem algum de dar a Messi uma ordem de "não chuta".

O detalhe é que faltavam 20 minutos de jogo, continuava 0X0, e o Manchester City dependia da vitória para assegurar vantagem importantíssima na última rodada.

Ou seja, precisava era de chute a gol e não da dança do passinho.

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Jornalismo: o que a memória impressa ensina e as dúvidas sobre o futuro dos acervos digitais....



por José Esmeraldo Gonçalves 

Para quem gosta de ver e até estudar fatos jornalísticos e anúncios de jornais no túnel do tempo há uma página interessante no Facebook e no Wordpress dedicada a tópicos da memória. Recentemente foi publicado o post acima com uma reprodução da Manchete sobre uma curiosidade da agenda do então presidente João Goulart em 1962.

Você pode acessá-la no endereço https://jornaisantigos.wordpress.com/?fbclid=IwAR3tct9ZC65BRfG9nqylQuib2r_hkjaYitdNiVR466Yj8kIsn-9N2vAkl34

Agora vamos ao comentário em "textão". A crise e a mudança de modelo do jornalismo impresso lançam dúvidas sobre a preservação do que é publicado atualmente. Os meios digitais, considerando-se uma consulta a ser feita daqui a 50 anos, por exemplo, garantiriam a permanência de textos e imagens com a mesma segurança proporcionada por antigos jornais e revistas impressos guardados em coleções particulares e bibliotecas públicas?

Vejam o caso da revista Manchete, cuja coleção foi recentemente digitalizada pela Biblioteca Nacional. A iniciativa facilita a consulta por leitores e pesquisadores, mas, no caso, o acervo físico permanece nas estantes da BN.

Daqui a meio século a memória apenas digital do G1, digamos, poderá ser plenamente acessada, a coleção de um veículo de comunicação digital ou de qualquer publicação impressa que migrou para a internet estará disponível? Páginas do Twitter, do Facebook, do Instagram, hoje utilizadas por instituições públicas, presidentes, políticos em geral, escritores, atletas, celebridades, movimentos sociais etc guardarão seus registros?

Há alguns anos, a direção de uma revista paulistana já extinta ordenou a destruição de centenas de CDs que guardavam vários anos de produção fotográfica digital. O motivo? Abrir espaço em um armário. E o banco de dados implantado em seguida só arquivava as fotos publicadas, quando se sabe que as "sobras" também podem conter memória histórica. A famosa foto do Che Guevara, do Alberto Korda, aquela que virou poster e camiseta em todo o mundo, era, por exemplo, "sobra" e só foi publicada pela primeira vez cerca de cinco anos depois de feita.

Voltando ao caso da destruição dos Cds. Anos depois, a crise da mesma editora levou a maiores restrições ao arquivamento de fotos sob a alegação de falta de gigabytes. Alguns bancos de dados armazenam mídias em discos magnéticos, mas estes, como os nossos HDs domésticos, os simples pen drives e outros dispositivos flash, podem falhar após uso intenso. Hoje, recorre-se à Nuvem, espaço virtual que não está inteiramente sob controle do usuário e onde dados podem ser roubados sem muita dificuldade.

As fotos de aniversários e viagens que você guarda no celular ou no laptop estão tão seguras como ficavam nos velhos álbuns analógicos? Seus netos vão vê-las?

Quem sabe...

Uma dica: Bill Gates digitalizou sua coleção de fotos, uma das maiores do mundo, mas guarda cromos, negativos e cópias a 65 metros abaixo do solo, em uma antiga mina de ferro, na Pensilvânia.

Que os meios digitais ajudam a divulgar como nunca a memória jornalística, ninguém duvida. Mas em matéria de preservação nem o fundador da Microsoft confia inteiramente na internet.


domingo, 5 de maio de 2019

Fotografia: 49 anos depois, revista Time publica fotos inéditas do ataque da Guarda Nacional de Ohio aos estudantes da Universidade de Kent que se manifestavam contra a guerra




Time/Reprodução (link abaixo)

por Flávio Sépia 
Em 1970, alunos de universidades americanas protestavam contra a Guerra do Vietnã. Mas foi a invasão do Camboja por tropas dos Estados, um ampliação do conflito no Sudeste Asiático, que motivou uma manifestação na Universidade de Kent, Ohio, no dia 4 de maio, há 49 anos.

O Vietnã estava na TV, jornais e revistas quase diariamente. As imagens eram cruas e sangrentas e certamente contribuíram para a reação da opinião pública americana e a crescente impopularidade do envolvimento das tropas americanas no conflito que culminaria coma derrota dos Estados Unidos cinco anos depois.

O massacre de Kent, amplamente fotografado, chocou especialmente. Era a guerra em casa, jovens soldados americanos fuzilando jovens estudantes americanos. O dia terminou com quatro alunos mortos, vários feridos, o país perplexo.

A revista Time dessa semana volta a Kent por um motivo: a agência Getty Images obteve um sequência de fotos inéditas daquele trágico dia. São imagens operadas pelos estudantes Howard Huffner e John Filo (foi descoberto um ângulo inédito da célebre foto com que Filo ganhou o Pulitzer, que mostrava Jeffrey Miller, um dos estudantes abatidos).

VOCÊ PODE VER A MATÉRIA DA TIME AQUI 

sábado, 4 de maio de 2019

Olha o vírus!


Compra de votos: uma charge mais atual do que nunca...


por José Bálsamo 

Esta charge do Mariano foi publicada na antiga revista Fatos em 1985.  Vivíamos na capitania do notório José Sarney. Foi ano de eleições municipais e a compra de votos corria solta.

A camelotagem de votos é uma triste tradição. Tão arraigada que é praticada por presidentes eleitos. Não mais em troca de dentaduras e bicas d'água em favelas, no caso do eleitor popular, mas ao adquirir o "sim" de  parlamentares dispostos a apoiar determinados projetos de interesse do executivo. Sabe-se que atualmente a compra de votos "evoluiu" para a ação de milicias e traficantes com poder armado de convencimento.

A cena não é datada. Quando se fala em "articular" a reforma da Previdência, a charge da Fatos está mais atual do que nunca.

Amarelou! Pôster dá tremedeira em banda punk e sobra para a produtora o prejuízo do cancelamento da turnê


por Ed Sá

Com a repercussão do poster de divulgação da turnê brasileira, o Dead Kennedys amarelou, temeu reações e desistiu dos shows. Os produtores brasileiros ironizaram a recuo e atualizaram o poster com um sugestivo "Chicken Kennedys". A ilustração, que as redes sociais interpretaram como sendo os Bolsonaros em figuração Bozo, agora estampa em camisetas que estão à venda para ajudar a diminuir o prejuízo com o forfait da banda. A produtora  EV7 Live divulgou no Facebook comunicado sobre o assunto.

Nota oficial sobre o cancelamento dos shows do Dead Kennedys no Brasil

"Fomos bombardeados de e-mails e telefonemas desde a segunda feira da semana passada (22) por causa do famigerado poster que criamos para a turnê do Dead Kennedys no Brasil. Em respeito à banda e pelo contrato que tínhamos, nos abstivemos de fazer qualquer comentário público sobre o assunto – até agora. Na última sexta-feira, sem nos comunicar previamente ou mostrar qualquer boa vontade de discutir a questão, a banda anunciou o cancelamento dos shows no Brasil.

Ao longo da última semana, enviamos vários e-mails à banda, seu empresário e agente de reservas. Chegamos a oferecer a eles um generoso bônus para que reconsiderassem a possibilidade de vir e fazer os shows. Também oferecemos vários cenários amigáveis de cancelamento. Tudo o que queríamos era que a banda arcasse com os custos de reembolso daqueles que compraram ingresso antecipadamente. Todos os nossos e-mails foram negligenciados.

Diante da ausência de interesse da banda por um acordo amigável, não temos mais por que segurar nada. Vamos lá.

1) O conteúdo da arte foi aprovado por East Bay Ray diretamente ao desenhista, Cristiano Suarez. Abaixo o print do e-mail que poderíamos ter soltado semana passada, mas que seguramos na tentativa de contornar o problema.

2) O Instagram oficial do Dead Kennedys compartilhou o poster. Print também nos comentários. Foi o compartilhamento pela página da banda que levou à viralização da imagem.

3) Horas depois que a imagem já era viral e trending topics no Twitter, a banda nos escreveu dizendo que a arte não havia sido aprovada para uso e que deveria ser retirada de toda a internet. Já era tarde, evidentemente.

4) Fizemos um acordo para continuar com os eventos na quarta-feira dia 24, mas a banda rompeu este acordo de maneira unilateral na sexta dia 26, anunciando o cancelamento dos shows.

5) A banda decidiu não devolver o dinheiro dos fãs. Em sua própria nota de cancelamento (que eles apagaram, mas pode ser lida em qualquer lugar na internet), a banda disse que pretende doar parte do dinheiro dos fãs que compraram ingresso para “instituições de caridade”. Não informaram quais instituições nem qual valor. Todos sabem o nome disto.

6) Nós da EV7 Live vamos arcar com o custo astronômico de reembolso de todos os ingressos. Para tanto, estamos abrindo venda de camiseta e pôsteres especiais com a famigerada arte no intuito de levantar recursos para cobrir o reembolso da galera. Não usaremos nome ou marca da banda no pôster. O site para aquisição de camiseta e poster é https://ev7live.lojaintegrada.com.br.

7) Para aqueles que, como a gente, ficaram bastante decepcionados com tudo o que aconteceu de uma semana para cá, estamos com uma versão da camiseta chamada “CHICKEN KENNEDYS”. Atenção: “Chicken Kennedys” não possui relação alguma com nenhuma banda que você conhece e não infringe nenhum direito autoral ou propriedade intelectual. Se você está fazendo associação com alguma banda, isto é coisa da sua cabeça.

8) As vendas serão feitas exclusivamente pelo site https://ev7live.lojaintegrada.com.br e o frete já está incluso no preço dos produtos. As tiragens são limitadas e todos os recursos advindos da arte serão usados para cobrir o rombo causado pela inconsequente decisão da banda. Também está incluso no preço os devidos royalties ao autor da arte. Cristiano Suarez.

8) Comprando camiseta e poster no site abaixo, vocês terão certeza de que estarão adquirindo um produto com máxima qualidade de impressão. É possível encontrar a arte em outros sites por aí, mas eles estão usando imagens em baixa resolução. Além disso, comprando no site abaixo, vocês estarão ajudando uma produtora que foi lesada financeira e moralmente por pessoas mal organizadas, além de remunerar de maneira justa o ilustrador.

9) Sobre os reembolsos:

Rio: quem comprou presencialmente pode dirigir-se à bilheteria do Circo Voador. Quem comprou on-line basta aguardar o reembolso automático pela Tudus.

São Paulo, Belo Horizonte e Brasília: seja presencial ou online, os compradores devem preencher este formulário e aguardar instruções de reembolso pela TicketBrasil a partir de hoje : https://ticketbrasil.com.br/cancelamento-d…/evento-cancelado.

- SITE para aquisição de camiseta e poster: https://ev7live.lojaintegrada.com.br/

- Tanto o ilustrador (cristianosuarezartist@gmail.com) quanto nós da EV7 Live (ev7live@gmail.com) estamos disponíveis à imprensa para maiores esclarecimentos sobre o ocorrido."



Mídia - Dr. Pangloss e Hardy Har Har - um jornal sonha com trilhões de reais e o outro avisa que a indústria está despencando...

A EXPECTATIVA...


Carlos Heitor Cony escreveu na Folha de São Paulo, muitas vezes, que o otimista é apenas um sujeito mal informado. Parece ser  caso do Globo. Desde a ascensão de Michel Temer, o jornal se embriaga de otimismo. Compraram o discurso da reforma trabalhista como aceleradora - praticamente um Lewis Hamilton - da volta do crescimento. Não rolou. Agora estão fissurados na cifra de 1 trilhão de reais da reforma da Previdência, uma das razões explícitas da adesão do jornal à política econômica de Bolsonaro. Sonham que  a reforma trará piscinas cheias do dinheiro com que Paulo Guedes, o Tio Patinhas da "nova era", promete irrigar os bolsos já nutridos da turma do topo da pirâmide.

Na primeira página de hoje, o onírico 1 trilhão de reais, quase um fetiche, volta a inebriar os editores. Só que, aparentemente, cansado do otimismo que anuncia e que teima em não se realizar, O Globo toma a precaução de avisar que o novo 1 trilhão, dessa vez da área que o Brasil está passando o ponto, a do pré-sal, levará 30 anos para se materializar.

A Folha, embora vista a mesma camisa ideológica do concorrente, ou pensa como Cony - que dizia não abrir mão do pessimismo - ou respeita um pouco mais a inteligência de uma parcela, que seja, dos seus leitores. De qualquer forma, o jornal não esconde que a indústria recua mais 1,3% e avisa que "o pessimismo dos investidores desaquece o mercado".

Um parece a expectativa, outro a realidade. Ideologias e interesse à parte, digamos que a primeira página do Globo foi editada pelo Dr. Pangloss, o personagem "tudo beleza" de Voltaire, e a Folha por Hardy Har Har, a sábia hiena da Hanna Barbera, que tinha dois bordões imbatíveis: "eu sei que não vai dar certo" e "miséria, não sairemos vivos daqui".



... E A REALIDADE.


E essa capa da Time? Parece Brasil, né?


É Joanesburgo, África do Sul. Lá, a desigualdade é herança aguda do colonialismo agravada pelo apartheid e pela opressão financeira do neoliberalismo.

Uma foto dessas feita de um drone poderia ser enquadrada, e igualmente dramática, em centenas de cidades brasileira.

O Brasil está ali, pau a pau com África do Sul, ambos estão entre os dez piores do ranking da desigualdade.

Depois de mais de dez anos em pequena mas gradativa queda, até 2015, a injusta distribuição de renda voltou a se agravar no Brasil.

E não há perspectiva de correção desse gerador de pobreza extrema nos próximos anos: o atual governo implanta políticas e sinaliza rumos - um deles a precarização do emprego e salário - que só vão acelerar a degradação social.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Parem as máquinas! Justiça vai decidir se "chumbrega" é ofensa...


por O.V.Pochê

Segundo o site Comunique-se, o governador João Doria, de São Paulo, está processando Jorge Kajuru. Doria faz várias queixas, uma delas porque o senador e jornalista o chamou de  "chumbrega" durante uma entrevista à revista Veja.

Friederich Herman Schönberg, o popular "Chumbrega" (1615-1690). Reprodução

A palavra vem do nome do militar alemão Friederich Hermann Schöberg, que comandou tropas portuguesas em batalha contra os espanhóis, no século 17. Schöberg foi contratado para reorganizar o exército de Portugal, mas não agradou à caserna. Na verdade era um conde, mais pra dândi, tinha bons contatos na nobreza, daí prestou serviços a forças de vários reinos e acabou se naturalizando francês. Seria, hoje, algo como um mercenário chique. Os soldados patrícios lhe aportuguesaram o sobrenome inicialmente para "Chumberga", que virou "Chumbrega" e se popularizou como sinônimo de "má qualidade", "ordinário","reles", ou "pessoa de mau gosto", segundo o Houaiss, que também admite a grafia alternativa "Xumbrega". Essa forma teria sido reduzida e o apelido do dândi Schöberg deu origem nos dias de hoje à palavra "brega", que o povão também usa como "tranquera", "tosco" e "cafona". 
A Justiça vai acabar contratando um perito em etimologia para resolver essa parada.  

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Na capa da Piauí: o beijaço do pupilo no senhor mentor...


A capa da nova edição da Piauí agita a internet. A ilustração que mostra um beijaço de Jair Bolsonaro e seu mentor Olavo de Carvalho é bombardeada por críticas, elogios e gozações.



Trata-se de uma capa que tem história. Foi inspirada em um famoso flagrante do fotógrafo Regis Bossu feito em 1979 por ocasião do 30° aniversário da República Democrática da Alemanha. Na cena, Leonid Brezhnev, mandatário da antiga URSS, beija o presidente Erich Honecker. A foto foi capa de centenas de revistas, virou outdoor, foi reproduzida em camisetas e ficou conhecida como The Kiss.



A própria Piauí já usou essa inspiração, em 2016, quando mostrou o chupão de Michel Temer no seu aliado Eduardo Cunha.

Cantora é criticada nas redes sociais por mostrar demais no tapete vermelho e responde aos fãs com um vídeo explicito e ousado.

Cardi B foi flagrada por câmera indiscreta no tapete vermelho do Bilboard Awards e
respondeu com o vídeo acima  onde explica didaticamente a parte da anatomia exibida.
Não era o que os fãs pensavam, segundo a cantora. Reprodução Instagram.

A foto que gerou a polêmica
Reprodução Twitter
por Clara S. Britto

As redes sociais estão inquietas hoje.

A rapper americana Cardi B foi fotografada no tapete vermelho do Billboard Awards beijando o marido Offset.

Os fãs alegaram que a foto mostra a intimidade profunda da cantora.

Ela se irritou com a interpretação e fez um vídeo onde aparece inteiramente nua e explica, didaticamente, o ângulo que o vestido deixou escapar e detalha características e funcionamento da sua anatomia mais íntima.

Nada do que as redes sociais imaginaram, segundo ela. "Essa não é a minha buceta.

O que a foto mostra é só a minha bunda". Cardi B postou o vídeo no Instagram, mas o retirou logo depois.

Você pode ver o polêmico vídeo no The Sun (Cuidado - Recomendável apenas para adultos)

Beth Carvalho (1946-2019) - O povo na voz e na imagem - Por Guina Ramos

Beth Carvalho, 1979. Foto de Guina Ramos

Beth Carvalho, 1979. Foto de Guina Ramos

Apenas uma vez as nossas trajetórias se cruzaram, em uma entrevista realizada em sua casa (e não me lembro mais onde), principalmente porque, embora acompanhando a sua carreira pelas mídias, poucas vezes cobri (e muito pouco circulei por) rodas de samba.

Mas, agora, neste 1º de Maio, entre tantos outros motivos de sofrimento para o povo brasileiro, com a tristeza generalizada da perda de uma das figuras mais queridas da Música Popular Brasileira (ou, mais precisamente, do samba carioca), busco, emocionado, este reencontro com Beth Carvalho.

 Estas fotos (slides, 35mm) são de 1979, dos meus tempos de Bloch Editores, o que explica o estado de suas cores, o tom geral tendendo para o amarelo, e com tantas invasões de magenta e pontos pretos, embora boa parte deles eu tenha retirado com o Photoshop...

Estas fotos devem ter sido feitas, muito provavelmente, para publicação na Manchete, ainda que nada impedisse de serem repassadas à revistas Amiga ou Sétimo Céu, que também publicavam fotos coloridas. Ou que tenha acontecido algum dos possíveis vice-versas... Restaram comigo estas duas, e não tenho mais qualquer noção das condições nem dos motivos desta seção de fotos.

É curioso que sejam dois “closes” tão assemelhados, mas o estilo pode ser resultado de uma demanda da redação, pois muitas vezes os editores, especialmente em revistas, instruíam o fotógrafo sobre qual tipo de imagens pretendiam para a matéria.

Este é apenas um registro pessoal, como tantos colegas o fizeram (e em geral com mais qualidade), mas desde já com grande sentimento de saudade. As fotos relembram, para mim (e espero que para todos), não só a beleza e a simpatia da cantora, também seu intuitivo charme como modelo fotográfico.

Afinal, o que importa mesmo é a emocionante trajetória de Beth Carvalho, a sua firmeza no apoio aos artistas do povo, de quem era "madrinha", a sua defesa das causas dos mais necessitados na sociedade brasileira.

E, muito mais do que através das minhas fotos, é com esta presença que Beth Carvalho ficará na lembrança do povo brasileiro.

(por Guina Ramos, do blog Bonecos da História)

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Senna no Guardian: "o gladiador virtuoso"



The Guardian registra os 25 anos da morte de Ayrton Senna. "O acidente em Ímola levou a vida do brasileiro e teve um impacto devastador não apenas em seus milhões de fãs, mas também em corridas de Grand Prix como um todo", escreveu o jornalista Richard Williams, que chama o piloto de "gladiador virtuoso". Tantos anos depois, a Inglaterra, onde ele começou a carreira internacional e onde foi campeão da Fórmula 3,o reverencia. Em 2012, Senna foi eleito pela BBC o Melhor Piloto de Todos os Tempos. A matéria do Guardian motivou centenas de comentários no Twitter. Veja alguns, abaixo:


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Ayrton Senna na Manchete: recortes do eterno campeão

Ao longo de 12 anos, entre 1982 e 1994, Manchete acompanhou de perto da carreira de Ayrton Senna. O primeiro contrato importante, a afirmação do talento ainda nas pistas brasileiras, os primeiros passos no automobilismo internacional. Uma parceria que iria bem além da tragédia em Ímola, no dia 1° de maio de 1994, há 25 anos. A partir daquele triste domingo, não mais e apenas o Senna, mas Ayrton Senna, eterno mito mundial. Um ídolo que jamais deixou de estar presente no circuito de Fórmula 1. Vive na admiração de gerações de pilotos, é quase sempre citado nas entrevistas do atual tetracampeão Lewis Hamilton.

A primeira vez que uma foto de Senna foi publicada na revista, o mérito não foi do próprio, então desconhecido do grande público. Explica-se: a seção Brasil em Manchete destinava-se a notas que interessavam a anunciantes ou autoridades. Foi lá que Senna estreou, ao lado do pai e de diretores do Banerj, quando assinou contrato com o banco, bem antes de outro banco, o Nacional, agregar a marca à trajetória internacional do brasileiro.

Na sequência, alguns breves recortes da longa parceria Senna-Manchete.

A primeira foto de Senna na Manchete; em 1982, o piloto assina contrato com o Banerj
para correr na Fórmula Ford.

Um ano depois, ganhou mais espaço.

O primeiro destaque: em 1983, o repórter Celso Arnaldo Araújo e o fotógrafo Orípides
Ribeiro fazem o primeiro perfil de Senna. a matéria apostava em ele se tornaria "um dos
maiores ases do automobilismo mundial".

Em 1988, o primeiro título na F-1. 

A celebridade

O domingo trágico

A despedida. 

Aos 10 anos da morte de Senna, a Manchete já não estava nas bancas. A Bloch Editores
foi à falência em 2000. Durante pouco mais de um ano, uma cooperativa de ex-funcionários, a Nova Bloch,  autorizada pela Justiça, havia mantido a revista viva. Pouco depois, a marca foi a leilão. Em 2004, o empresário Marcos Dvoskin, da Editora Manchete, nova proprietária do título, lançou uma edição comemorativa editada por Lincoln Martins, ex-diretor da EleEla, Geográfica e da Manchete. Foi o ponto final da parceria Senna-Manchete.

terça-feira, 30 de abril de 2019

Facebook apoia jornalismo local e dará treinamento a veículos. Um dos objetivos é alcançar os chamados "desertos de notícias"


LEIA A MATÉRIA COMPLETA AQUI

É isso mesmo ? Há 40 anos, Stephen King previu em livro Donald Trump, Bolsonaro e o comediante que virou presidente da Ucrânia...


por Ed Sá 

Um livro de Stephen King, lançado em 1979, é agora considerado premonitório. Um dos personagens de "A Zona Morta" é um empresário impiedoso que se torna um político antissistema. Em campanha, o radical de direita Greg Stillson é visto como um palhaço, as pessoas não o levam a sério. Mas seu discurso, que parece não fazer sentido, se encaixa nas expectativas de milhares de pessoas e o torna uma ameaça política.

"A Zona Morta" virou filme em 1983, dirigido por David Cronenberg.

A imprensa americana comenta a "previsão" de Stephen King e associa o personagem à trajetória de  Donald Trump. O site Mashable acaba de fazer um podcast ficcional sobre o tema. No Brasil, como na Ucrânia, Greg Stillson pode ser visto como um avatar, respectivamente, de Jair Bolsonaro e de Volodimir Zelenski, este o comediante que acaba de se tornar presidente ucraniano.

Entrevista - Guina Araújo Ramos - "Sem a experiência do jornal e da revista, lá dentro, você nunca será um fotojornalista":


por Guina Araújo Ramos 
Há alguns meses, em meados de 2018, tive o prazer (e a honra) de ser entrevistado sobre minha experiência como fotojornalista no Rio de Janeiro, do final da década de 1970, na Bloch Editores (Manchete, Fatos & Fotos, Amiga etc), no correr dos anos 80 (no Jornal do Brasil e sucursais de Estadão, Folha, Veja, IstoÉ, Visão), durante a década de 1990 e até após o ano 2000 (empresas, como Shell, Furnas, Petros etc),  à época, assinando as fotos como Aguinaldo Ramos.

Falei também sobre o projeto de pesquisa A Foto Histórica (e suas histórias) no Brasil,
Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia 2010. E ainda sobre os livros, baseados no meu acervo fotográfico, que publiquei por Guina&dita (A outra face das fotos, Personagem cabal, Bonecos e Pretinhas) e sobre o blog [Os] Bonecos da [minha] História [no Fotojornalismo. 

Uma das imagens comentadas pelo autor. Leonel Brizola, 1982. Foto de Guina Araújo Ramos

A entrevista foi realizada por Thais Rizzo e colegas do curso de Jornalismo da FACHA como trabalho da disciplina do professor Geraldo Mainenti,  que, não por acaso, foi meu colega repórter na Manchete Esportiva e um tanto pelas ruas do Rio. Mestre em Comunicação Social pela PUC-RJ, Geraldo Mainenti é "Professor de Redação e Edição em TV, Projetos em TV,  Práticas em Mídias, 
Legislação em Comunicação,  Antropologia do Consumo e Orientação de TCC"  na Faculdade de Comunicação Hélio Alonso. A entrevista se deu no Espaço de Exposições do Buriti Sebo Literário.

VEJA AQUI

Mídia: vale tudo em nome da reforma da Previdência

por Flávio Sépia 
Os principais veículos da grande mídia atuam como um cartel de opinião. O atraso do país, a concentração de renda, a precariedade da saúde e da educação, o elitismo na política, entre outras travas nacionais, devem muito às oligarquias que controlam a comunicação no Brasil. Ao longo da história, parceiros do poder, tais empresários conservadores promoveram golpes e sustentaram ditaduras. Sempre que lhes interessou, investiram contra os mecanismos democráticos.

Essas impressões digitais da grande mídia estão na gênese e nas ações do atual governo. O site "Manchetômetro", do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública da Universidade Do Estados do Rio de Janeiro (LEMEP-UERJ) põe uma lupa sobre a cobertura jornalística de cinco veículos veículos (Folha de São Paulo, o Jornal  Nacional, da TV Globo, Estadão e O Globo) e analisa as tendências editorais em relação aos temas mais relevantes da política e da economia.

Por exemplo: a grande mídia é radicalmente favorável à reforma da Previdência e, para tanto, compromete a ética jornalística.

Você pode ver mais detalhes estatísticos no site LEMEP. O que se segue são nossas opiniões.

O engajamento das grandes corporações de comunicação no projeto de Jair Bolsonaro é visível em editoriais, no noticiário, nas análises e entrevistas pautadas que veiculam muito mais os argumentos favoráveis, "esquecendo" de apontar os defeitos. O recado dado pelos controladores da mídia é que em nome da reforma da Previdência, um acalentado projeto do ultraliberalismo, vale relevar temas como o "talibanismo" fundamentalista na educação, a ofensiva contra o meio ambiente, as conexões milicianas, a diplomacia da "guerra fria", compra de votos para aprovação da reofmra, a ameaça às liberdades individuais, as perseguições já anotadas e vale deixar pra lá até suspeitas de corrupção.

O país se desmancha rumo ao fanatismo e autoritarismo, mas se a reforma anda, então, tudo vai bem, essa é a estratégia em curso.

Ainda há espaço para articulistas convidados e independentes que chamam atenção para os avanços da direita radical, do anti-ambientalismo, das propostas de inspiração fascista e da teocracia, mas até esses parecem ameaçados. Veja no post abaixo as sombras que rondam a Folha de São Paulo, praticamente o único grande veículo que, até aqui, em quatro meses do novo regime, foi capaz de fazer matérias investigativas e trazer a público graves denúncias sobre "nova era".

Mídia: deu "lagarta" na Folha




por Luis Nassif (do GGN)

O impeachment foi o fator de coesão de grupos dos mais diversos, que tinham em comum o antilulismo. Completado o golpe, com a eleição do inacreditável Jair Bolsonaro, há uma perda de rumo total dos diversos grupos de oposição.

O momento seria de fortalecimento de um centro democrático, tendo como bandeira unificadora a volta da democracia. Em vez disso, cada grupo tratar de juntar forças em torno dele próprio, cada qual apostando em um pós-Bolsonaro e sem conseguir curar as feridas das batalhas anteriores.

É por aí que se entende as movimentações da Folha de S.Paulo, agora sob o comando de Luiz Frias.

O fim da coluna de André Singer, da coluna de 5ª feira de Jânio de Freitas e, ao mesmo tempo, o convite para que Hélio Beltrão Filho e Armínio Fraga sejam colunistas do jornal, é uma volta atrás na ideia de um jornalismo mais plural, como o dos anos 80 e 90. Demonstra o alinhamento total com o ultraliberalismo reunido em torno do Instituto Millenium e da Casa das Garças.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO GGN, AQUI