Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
segunda-feira, 6 de maio de 2019
Jornalismo: o que a memória impressa ensina e as dúvidas sobre o futuro dos acervos digitais....
por José Esmeraldo Gonçalves
Para quem gosta de ver e até estudar fatos jornalísticos e anúncios de jornais no túnel do tempo há uma página interessante no Facebook e no Wordpress dedicada a tópicos da memória. Recentemente foi publicado o post acima com uma reprodução da Manchete sobre uma curiosidade da agenda do então presidente João Goulart em 1962.
Você pode acessá-la no endereço https://jornaisantigos.wordpress.com/?fbclid=IwAR3tct9ZC65BRfG9nqylQuib2r_hkjaYitdNiVR466Yj8kIsn-9N2vAkl34
Agora vamos ao comentário em "textão". A crise e a mudança de modelo do jornalismo impresso lançam dúvidas sobre a preservação do que é publicado atualmente. Os meios digitais, considerando-se uma consulta a ser feita daqui a 50 anos, por exemplo, garantiriam a permanência de textos e imagens com a mesma segurança proporcionada por antigos jornais e revistas impressos guardados em coleções particulares e bibliotecas públicas?
Vejam o caso da revista Manchete, cuja coleção foi recentemente digitalizada pela Biblioteca Nacional. A iniciativa facilita a consulta por leitores e pesquisadores, mas, no caso, o acervo físico permanece nas estantes da BN.
Daqui a meio século a memória apenas digital do G1, digamos, poderá ser plenamente acessada, a coleção de um veículo de comunicação digital ou de qualquer publicação impressa que migrou para a internet estará disponível? Páginas do Twitter, do Facebook, do Instagram, hoje utilizadas por instituições públicas, presidentes, políticos em geral, escritores, atletas, celebridades, movimentos sociais etc guardarão seus registros?
Há alguns anos, a direção de uma revista paulistana já extinta ordenou a destruição de centenas de CDs que guardavam vários anos de produção fotográfica digital. O motivo? Abrir espaço em um armário. E o banco de dados implantado em seguida só arquivava as fotos publicadas, quando se sabe que as "sobras" também podem conter memória histórica. A famosa foto do Che Guevara, do Alberto Korda, aquela que virou poster e camiseta em todo o mundo, era, por exemplo, "sobra" e só foi publicada pela primeira vez cerca de cinco anos depois de feita.
Voltando ao caso da destruição dos Cds. Anos depois, a crise da mesma editora levou a maiores restrições ao arquivamento de fotos sob a alegação de falta de gigabytes. Alguns bancos de dados armazenam mídias em discos magnéticos, mas estes, como os nossos HDs domésticos, os simples pen drives e outros dispositivos flash, podem falhar após uso intenso. Hoje, recorre-se à Nuvem, espaço virtual que não está inteiramente sob controle do usuário e onde dados podem ser roubados sem muita dificuldade.
As fotos de aniversários e viagens que você guarda no celular ou no laptop estão tão seguras como ficavam nos velhos álbuns analógicos? Seus netos vão vê-las?
Quem sabe...
Uma dica: Bill Gates digitalizou sua coleção de fotos, uma das maiores do mundo, mas guarda cromos, negativos e cópias a 65 metros abaixo do solo, em uma antiga mina de ferro, na Pensilvânia.
Que os meios digitais ajudam a divulgar como nunca a memória jornalística, ninguém duvida. Mas em matéria de preservação nem o fundador da Microsoft confia inteiramente na internet.
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2 comentários:
Em nenhum momento da sua vida, João Goulart abraçou a ideologia do comunismo. Fazendeiro no Rio Grande do Sul, tinha o seu próprio estilo de vida e jamais passou pela sua cabeça ser comunista. Presidente por acaso, com a saida do Jânio Quadros e como Vice– presidente assumiu a presidência deste país depois de uma serie de enrolo, porque, se encontrava em viagem, pela China acredito, uma facção militar era contra a sua posse.
Agora é a cultura toda que está sendo dizimada não só acervos,infelizmente
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