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quinta-feira, 2 de maio de 2019

Beth Carvalho (1946-2019) - O povo na voz e na imagem - Por Guina Ramos

Beth Carvalho, 1979. Foto de Guina Ramos

Beth Carvalho, 1979. Foto de Guina Ramos

Apenas uma vez as nossas trajetórias se cruzaram, em uma entrevista realizada em sua casa (e não me lembro mais onde), principalmente porque, embora acompanhando a sua carreira pelas mídias, poucas vezes cobri (e muito pouco circulei por) rodas de samba.

Mas, agora, neste 1º de Maio, entre tantos outros motivos de sofrimento para o povo brasileiro, com a tristeza generalizada da perda de uma das figuras mais queridas da Música Popular Brasileira (ou, mais precisamente, do samba carioca), busco, emocionado, este reencontro com Beth Carvalho.

 Estas fotos (slides, 35mm) são de 1979, dos meus tempos de Bloch Editores, o que explica o estado de suas cores, o tom geral tendendo para o amarelo, e com tantas invasões de magenta e pontos pretos, embora boa parte deles eu tenha retirado com o Photoshop...

Estas fotos devem ter sido feitas, muito provavelmente, para publicação na Manchete, ainda que nada impedisse de serem repassadas à revistas Amiga ou Sétimo Céu, que também publicavam fotos coloridas. Ou que tenha acontecido algum dos possíveis vice-versas... Restaram comigo estas duas, e não tenho mais qualquer noção das condições nem dos motivos desta seção de fotos.

É curioso que sejam dois “closes” tão assemelhados, mas o estilo pode ser resultado de uma demanda da redação, pois muitas vezes os editores, especialmente em revistas, instruíam o fotógrafo sobre qual tipo de imagens pretendiam para a matéria.

Este é apenas um registro pessoal, como tantos colegas o fizeram (e em geral com mais qualidade), mas desde já com grande sentimento de saudade. As fotos relembram, para mim (e espero que para todos), não só a beleza e a simpatia da cantora, também seu intuitivo charme como modelo fotográfico.

Afinal, o que importa mesmo é a emocionante trajetória de Beth Carvalho, a sua firmeza no apoio aos artistas do povo, de quem era "madrinha", a sua defesa das causas dos mais necessitados na sociedade brasileira.

E, muito mais do que através das minhas fotos, é com esta presença que Beth Carvalho ficará na lembrança do povo brasileiro.

(por Guina Ramos, do blog Bonecos da História)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Controle (bem) remoto, canal 86


Do baú do paniscumovum: o que a Rede Manchete exibia na semana de 23 a 29 de outubro de 1986. Nas reproduções, páginas do boletim de divulgação da programação. Esta publicação, com jeito e conteúdo de revista, era paginada por J.A.Barros. Na equipe, Aurea Balocco, hoje na Record, Marisa Borges, Marcelo Costa, Marcel Souto Maior, atualmente na Globo, Helio Muzis na produção. Na capa, Bia Seidl, anunciada como nova apresentadora do Programa de Domingo, ao lado de Paulo Figueiredo, sob direção de Mauricio Sherman. Naquela semana, a grande matéria do programa era sobre a violência contra as mulheres. Na pauta, ainda, uma entrevista com o cantor Paulo Ricardo, vocalista do RPM e a Crônica da Semana, por Alexandre Garcia, quadro anunciado como "uma crônica satírica que apresenta o lado bem-humorado das notícias e as contradições dos políticos e as fraquezas das autoridades". A matéria prima de Alexandre Garcia, hoje na Globo, eram as 60 fitas produzidas durante cada semana pela redação da rede em Brasília. A novela em cartaz, Novo Amor, era assinada por Manoel Carlos (atualmente no ar com a novela das 21h, Viver a Vida, na Globo). No elenco, Angela Leal, Esther Góes, Nathalia Timberg, Nuno Leal Maia, Jonas Bloch, Carlos Alberto, Renee de Vielmond e João Paulo Adour. O humorístico era o Aperte o Cinto, com Costinha, Geraldo Alves, Scarlet Moon, Zé Vasconcelos..., Miele comandava o Miele & Cia, programa que também tinha um quadro de humor apresentado por Paulo Cesar Pereio e Cissa Guimarães. Naquela semana era lançado um projeto ambicioso: a série Desafio do Mar, documentário mensal que a Rede Manchete exibiria durante um ano. Lincoln Martins, então diretor da Geográfica, e Hélio Carneiro, um dos editores da revista Manchete, escreveram o texto e planejaram o roteiro. O programa era dirigido por Maurício Capovilla e alertava, "com um show de imagens", para a necessidade de preservação dos recursos e belezas do mar. São alguns recuerdos da Rede Manchete, hoje fora da tomada.


Alexandre Garcia fazia a Crônica da Semana, do Programa de Domingo.



Lincoln Martins, Hélio Carneiro e Mauricio Capovilla: série de documentários que alertava sobre a necessidade de preservação do mar e do litoral brasileiros.

Hoje, os musicais estão praticamente relegados à Tv por assinatura. Esse aí era o Toque de Classe, gravado no Teatro Adolpho Bloch e comandado por César Camargo Mariano. Naquela semana, as atrações eram Beth Carvalho, Baby Consuelo, Celso Blues Boy e Eduardo Dusek. Na linha de musicais, o destaque era a música clássica, outra grande ausência nas programações de hoje. O violoncelista russo Mischa Maisky e o pianista brasileiro Nelson Freire eram os nomes do programa Grandes Solistas Internacionais, apresentado no sábado à noite e gravado no Theatro Municipal.