por Flávio Sépia
Os principais veículos da grande mídia atuam como um cartel de opinião. O atraso do país, a concentração de renda, a precariedade da saúde e da educação, o elitismo na política, entre outras travas nacionais, devem muito às oligarquias que controlam a comunicação no Brasil. Ao longo da história, parceiros do poder, tais empresários conservadores promoveram golpes e sustentaram ditaduras. Sempre que lhes interessou, investiram contra os mecanismos democráticos.
Essas impressões digitais da grande mídia estão na gênese e nas ações do atual governo. O site "Manchetômetro", do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública da Universidade Do Estados do Rio de Janeiro (LEMEP-UERJ) põe uma lupa sobre a cobertura jornalística de cinco veículos veículos (Folha de São Paulo, o Jornal Nacional, da TV Globo, Estadão e O Globo) e analisa as tendências editorais em relação aos temas mais relevantes da política e da economia.
Por exemplo: a grande mídia é radicalmente favorável à reforma da Previdência e, para tanto, compromete a ética jornalística.
Você pode ver mais detalhes estatísticos no site LEMEP. O que se segue são nossas opiniões.
O engajamento das grandes corporações de comunicação no projeto de Jair Bolsonaro é visível em editoriais, no noticiário, nas análises e entrevistas pautadas que veiculam muito mais os argumentos favoráveis, "esquecendo" de apontar os defeitos. O recado dado pelos controladores da mídia é que em nome da reforma da Previdência, um acalentado projeto do ultraliberalismo, vale relevar temas como o "talibanismo" fundamentalista na educação, a ofensiva contra o meio ambiente, as conexões milicianas, a diplomacia da "guerra fria", compra de votos para aprovação da reofmra, a ameaça às liberdades individuais, as perseguições já anotadas e vale deixar pra lá até suspeitas de corrupção.
O país se desmancha rumo ao fanatismo e autoritarismo, mas se a reforma anda, então, tudo vai bem, essa é a estratégia em curso.
Ainda há espaço para articulistas convidados e independentes que chamam atenção para os avanços da direita radical, do anti-ambientalismo, das propostas de inspiração fascista e da teocracia, mas até esses parecem ameaçados. Veja no post abaixo as sombras que rondam a Folha de São Paulo, praticamente o único grande veículo que, até aqui, em quatro meses do novo regime, foi capaz de fazer matérias investigativas e trazer a público graves denúncias sobre "nova era".
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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