Coluna Ancelmo Gois-O Globo-02-10-2021-Reprodução |
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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domingo, 3 de outubro de 2021
segunda-feira, 23 de março de 2020
Esqueceram a Doença do Amor! • Por Roberto Muggiati
Cartaz de A Montanha Mágica, de Thomas Mann |
Jeanne Moreau em Diário de uma camareira. |
Robert Taylor e Greta Garbo em A dama das camélias |
Mimi, a heroína da ópera de Puccini, La Bohème, sofre de tuberculose; e também Violeta, em La Traviata de Verdi – A dama das camélias do romance de Alexandre Dumas Filho que inspirou a ópera. A literatura e a música imortalizaram a tuberculose como “A doença do amor”.
Thomas Mann acompanhou a mulher doente em sua internação num sanatório de Davos Platz, na Suíça. A experiência o levou a escrever A montanha mágica, um dos maiores romances do século 20. Em outra estação de sanatórios suíça, Clavadel, a russa Elena Ivanovna Diakonova, mais conhecida como Gala (depois Dali), conheceu o poeta Paul Éluard e acabaram se casando.
No Brasil, sem ir muito longe, temos uma verdadeira Sociedade dos Poetas Mortos (de Tuberculose): Castro Alves, aos 24 anos; Casemiro de Abreu, aos 23; Álvares de Azevedo, aos 21. Entre golfadas de sangue e poesia, todos cantaram a doença, Álvares de Azevedo, por exemplo:
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida
À sombra de uma cruz e escrevam nela:
Foi poeta, sonhou e amou a vida.
Manuel Bandeira também peregrinou pelos sanatórios de Clavadel, de 1913 a 1914, onde travou amizade com Paul Éluard. A Primeira Guerra Mundial o forçou a voltar ao Brasil. A tuberculose inspirou-lhe um poema notável, Pneumotórax:
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
— Respire.
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Nelson Rodrigues: esquete cômico criado na cama |
Lembro ainda, no começo da adolescência, uma cena de filme que causou frisson nas plateias da época. Em À noite sonhamos/A Song to Remember, uma biografia romanceada de Chopin, interpretado pelo galã Cornel Wilde, o fim prematuro do pianista polonês, que morreu de tuberculose aos 39 anos, se anuncia em tecnicolor quando gotas vermelhas de sangue caem sobre as teclas brancas do piano.
Jimmie Rodgers |
‘Cause my body rattles
Like a train on that old S.P.
I’ve got the T.B. blues.
Porque meu coração chacoalha
Como um trem naquela velha Southern Pacific
Eu tenho o blues da tuberculose.
(Ouçam AQUI)
O jazz na virada do bebop, perdeu três grandes promessas: o baixista Jimmy Blanton, aos 23 anos; o guitarrista Charlie Christian, aos 25; e o trompetista Fats Navarro, aos 26. Os sambistas brasileiros também sofreram pesadas baixas, como os escritores, atores e jornalistas mais chegados à vida boêmia. O exemplo mais notório é o genial Noel Rosa, que morreu de tuberculose em 1937, aos 26 anos (por pouco não entra para o célebre Clube 27...)
Além da tuberculose, outros surtos de doença forneceram rico material para a literatura. A Peste Negra da Idade Média levou o contemporâneo Boccaccio a escrever o Decamerão. Edgar Allan Poe inspirou-se em outra peste para escrever o conto A máscara da Morte Vermelha. Pedro Nava e Nelson Rodrigues descreveram a passagem da Gripe Espanhola pelo Brasil no pós-guerra de 1918. O cólera rendeu duas obra-primas: O amor nos tempos do cólera, de García Marquez, e Morte em Veneza, de Thomas Mann.
Este inusitado coronavírus que caiu de repente sobre nós, já deu inspiração de sobra. Eu mesmo comecei a escrever um Diário do Coronavírus. Só estou torcendo agora, como todos nós, para que esta praga vá embora o mais rápido possível.
PS – Se querem saber bem mais, consultem o link
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoas_que_sofreram_de_tuberculose
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terça-feira, 30 de abril de 2019
Entrevista - Guina Araújo Ramos - "Sem a experiência do jornal e da revista, lá dentro, você nunca será um fotojornalista":
por Guina Araújo Ramos
Há alguns meses, em meados de 2018, tive o prazer (e a honra) de ser entrevistado sobre minha experiência como fotojornalista no Rio de Janeiro, do final da década de 1970, na Bloch Editores (Manchete, Fatos & Fotos, Amiga etc), no correr dos anos 80 (no Jornal do Brasil e sucursais de Estadão, Folha, Veja, IstoÉ, Visão), durante a década de 1990 e até após o ano 2000 (empresas, como Shell, Furnas, Petros etc), à época, assinando as fotos como Aguinaldo Ramos.
Falei também sobre o projeto de pesquisa A Foto Histórica (e suas histórias) no Brasil,
Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia 2010. E ainda sobre os livros, baseados no meu acervo fotográfico, que publiquei por Guina&dita (A outra face das fotos, Personagem cabal, Bonecos e Pretinhas) e sobre o blog [Os] Bonecos da [minha] História [no Fotojornalismo.
Uma das imagens comentadas pelo autor. Leonel Brizola, 1982. Foto de Guina Araújo Ramos |
A entrevista foi realizada por Thais Rizzo e colegas do curso de Jornalismo da FACHA como trabalho da disciplina do professor Geraldo Mainenti, que, não por acaso, foi meu colega repórter na Manchete Esportiva e um tanto pelas ruas do Rio. Mestre em Comunicação Social pela PUC-RJ, Geraldo Mainenti é "Professor de Redação e Edição em TV, Projetos em TV, Práticas em Mídias,
Legislação em Comunicação, Antropologia do Consumo e Orientação de TCC" na Faculdade de Comunicação Hélio Alonso. A entrevista se deu no Espaço de Exposições do Buriti Sebo Literário.
VEJA AQUI
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
2ª FESTA LITERÁRIA DE NOVA FRIBURGO: AGITO CULTURAL NA SERRA FLUMINENSE COMEÇA HOJE
Uma reportagem recente publicada no Globo mostrou que Nova Friburgo - em maio do ano que vem a cidade vai comemorar seus 200 anos -, atravessa a crise econômica e se recupera melhor do que outras regiões do Estado do Rio de Janeiro. Polos produtivos em setores têxtil, de agricultura, floricultura, turismo, metal-mecânico e de microempreendedores, incluindo o de cerveja artesanal, impulsionam a retomada.
A área cultural acompanha esse dinamismo. Começa hoje em Nova Friburgo (vai até o dia 29/10), a 2ª FLINF - Festa Literária de Nova Friburgo - que esse ano homenageia os escritores Affonso Romano de Sant'Anna e Marina Colassanti.
Além dos homenageados, a Flinf contará com o jornalistas e escritores Zuenir Ventura, Arthur Dapieve, Sergio Rodrigues, Hugo Sukman, Álvaro Ottoni, Paulo César Araújo e Flávia Oliveira, o historiador Luiz Antonio Simas, os poetas Omar Salomão, Ana Blue, Botika e Iracema Macedo, entre outros convidados. A dica é da jornalista Dalva Ventura, ex-Pais & Filhos.
Festa Literária de Nova Friburgo
Data: 26 a 29 de outubro de 2017
Local: no Cadima Shopping (Rua Moisés Amélio, 17 centro), no corredor cultural da cidade (Oficina Escola e Fundação D João VI – Praça Getúlio Vargas, 71 e 89, centro) e no Teatro Municipal (Rua Salusse, 616, Praça do Suspiro) – Nova Friburgo
Todas as atividades são gratuitas e sujeitas à lotação, exceto as oficinas de mediação de leitura na OAB e Usina Cultural Energisa.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA AQUI
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