domingo, 27 de março de 2016

Pés... por que as religiões adoram esse fetiche?


por Jean-Paul Lagarride
Em todo o mundo, cristãos participam, na Páscoa, do ritual do lava-pés.

Este ano, o Papa Francisco lavou os pés de 12 jovens refugiados de várias religiões. O Papa quebrou a tradição ao incluir mulheres e muçulmanos entre o grupo que participou da cerimônia. .

O lava-pé teria origem em um gesto de Jesus para os seus discípulos pouco antes da sua última refeição. Na época, os apóstolos estavam se vangloriando de suas posições privilegiadas no reino dos céus. Acharam que ficariam em uma espécie de área vip. Jesus quis baixar a bola do orgulho do pessoal e demonstrou, ele mesmo, que a humildade deve superar as ambições. A prática foi assumida por sacerdotes em geral, o que não quer dizer que ambições forma contidas.

Até 1689, monarcas ingleses, pessoalmente, lavavam os pés dos pobres. Depois, desistiram. A Rainha Elizabeth escapou dessa.

O catolicismo herdou a prática do judaísmo. Segundo a jornalista Candida Moss, do Daily Beast, em matéria que comenta o fetiche religioso, lavar os pés era um serviço que os maridos esperavam das esposas. Mais do que uma prática de fé, isso aí já embutia uma esperteza politicamente incorreta nos dias de hoje. Vá um marido religioso botar no Instagram uma foto da esposa cumprindo tal liturgia. Vai ser bombardeado por hates antes que o pé enxugue.

No budismo, os pés são considerados a parte mais suja do corpo e lavá-los é uma das oferendas a Buda. Vale acrescentar que as sandálias de dedo dos monges também propiciam um certo acúmulo de poeira e e detritos em geral. Na Índia, pais da noiva lavam os pés do noivo. Sinal de respeito e, ao mesmo tempos, uma garantia de que a filha terá uma lua-de-mel menos odorizada. Muçulmanos lavam os pés antes de adentrar as mesquitas. Na pintura clássica, muitos artistas mostravam preferência por pés desnudos. Povos pagãos homenageavam Ostera (Deusa da Primavera) que era representada com os pés nus cercada de coelhos que simbolizavam a fertilidade.

Já o Papa Inocêncio III, no Século 12, extrapolou ao exigir que reis e clérigos beijassem seu pé direito.

Ninguém reclamava.

Inocêncio tinha grande influência política na Europa e, principalmente, uma caneta poderosa baseada em um caixa de riquezas idem.

3 comentários:

J.A.Barros disse...

Meu caro Jean Paul, a religião é uma necessidade do homem. A sociedade primitiva criou os seus deuses manifestados pela natureza. Pelo medo diante das manifestações da natureza, além dos seus acidentes geográficos a abóbada celestes povoada de estrelas, cometas, a presença da Lua e do Sol no seu gigantismo visual fortaleceu as suas suas crenças na presença do divino em suas vidas. Diante desse medo dos homens, foram criadas as religiões por homens espertos e sedentos de gloria , poder e dinheiro. Observa-se que em todas as religiões o crente tinha que pagar algum tributo a um sacerdote ou a uma seita qualquer. A religião tornou-se no mundo dos homens um grande negócio. Mas esse assunto é muito longo e de muitas contradições. Vamos ficar por aqui porque não chegaremos nunca a uma conclusão final. É uma discussão cheia de por ques.

Hilda disse...

Interessante o pé como fetiche religioso. Não tinha pensado nisso. Mas já pensei no vinho como presente nas liturgias católica e judaica. A Bíblia diz que o vinho é o júbilo da alma. Também um prazer terreno que virou espiritual

Hans disse...

Cada um deve praticar religião BA sua casa e na igreja. Encher o saco dos outro com pregacao é pra se exibir. Outro dia mandaram um pastor tomar no fioco por pentelhar no trem.