segunda-feira, 11 de julho de 2016

A mídia na Eurocopa 2016: Capas que contam uma história, previsões que falharam...









por Jean-Paul Lagarride
Portugal não venceu apenas a Eurocopa. Venceu os céticos. No começo do torneio, Portugal quase nem era notado. Apenas Cristiano Ronaldo era citado nos comentários. Quando Islândia e País de Gales se tornaram as gratas surpresas do torneio até CR7 perdeu espaço.
Enquanto isso, o jogo da Alemanha era exaltado como "inteligente", de jogadas altamente científicas e planejadas, quase imbatível; a Espanha, a julgar pelos elogios, era dada como certa nas finais; Iniesta, que é um craque, foi aclamado como sendo dotado de poderes extraterrestres até que se apagou na eliminação da Espanha pela Itália desacreditada. Diziam que a França, embora sem um grande time, talvez chegasse à decisão no Stade de France por sua tradição de se superar em casa. Até a Bélgica ganhou adjetivos admirados.
Portugal, que não passaria de um esforçado coadjuvante, avançou à custa de empates e um golzinho na prorrogação. Só quando os patrícios mandaram País de Gales pra casa passaram a chamar alguma atenção. Os favoritos ficaram no caminho. Curiosamente, perdedores adeptos de um mesmo estilo, o de intensa e rápida troca de passes, Alemanha, Bélgica e Espanha praticaram um esquema que levava a bola às imediações da pequena área mas falhava nas finalizações. Mais ou menos como a França, ontem.
Ao tiki-taka que rolou nos estádios da França, como o estilo da Espanha importado do Barcelona, faltavam um Messi, um Neymar e um Suárez para balançar as redes.
Do Brasil me contam que, ontem, na TV, o capitão Carlos Alberto Torres, que não achou assim tão alto o nível da Eurocopa 2016, deu uma invertida em um comentarista que se preparava para um enredo-exaltação ao futebol das seleções europeias, que ele classificou como de uma "evolução" do futebol. Menos, pediu o craque tricampeão.
A Eurocopa foi sim um grande espetáculo, momentos sensacionais, estádios lotados, uma bela festa do futebol, a Islândia e País de Gales fizeram história, os hooligans que ameaçaram criar problemas no início foram embora mais cedo junto com a seleções da Inglaterra, Rússia, Polônia e Irlanda, mas parte da mídia europeia permaneceu crítica em relação ao nível técnico apresentado principalmente pelas seleções das chamada elite. Alguns jogos foram chatos. Ontem, descontada a emoção típica de final, o primeiro tempo de Portugal e França foi medíocre. O segundo melhorou um pouco.
E Portugal foi justamente premiado pelo esforço, pela defesa que conteve as ofensivas da França, por Ruy Patrício, e pela determinação em procurar o gol nos últimos 40 minutos, aí incluída a prorrogação, e pelo Éder e seu DNA de camisa 9.
Hoje, as capas dos jornais europeus se alternam entre a alegria de Portugal e a tristeza da França.







E O ÔNIBUS DA SELEÇÃO FRANCESA VAI LEVAR UMA NOVA MÃO DE TINTA: JÁ ESTAVA ESTACIONADO À SAÍDA DO STADE DE FRANCE COM A COMEMORAÇÃO DO DO TÍTULO QUE NÃO VEIO...
Reprodução Twitter

Fotos dos distúrbios raciais nos Estados Unidos viralizam na web. Uma das cenas mais acessadas é a da enfermeira Ieshia Evans que desafiou a polícia



Os atuais conflitos raciais nos Estados Unidos já produziram pelo menos duas fotos que estão viralizando na rede mundial. Uma é a da enfermeira Ieshia Evans que enfrentou o aparato repressivo em Baton Rouge, na Louisiana. A imagem da manifestante solitária e determinada diante da ferocidade policial remete à cena do estudante que tentou parar uma coluna de tanques em Pequim, em 1989. A foto registra o momento em que dois policiais blindados correm para algemá-la. Evans foi mantida presa por 24 horas. Outra imagem, a de um manifestante imobilizado no asfalto sob o joelho de um policial também é compartilhada na rede. Em várias cidades americanas, a tensão racial atinge níveis preocupantes. As fotos acima estão no Mail On Line 


Memórias da redação: Testemunhas do transitório (na Fatos & Fotos/Gente)

Cartier-Brsson na capa do encarte da Fatos & Fotos/Gente

Uma das famosas fotos de Alécio de Andrade, que foi correspondente da Manchete,
em Paris: três freiras contemplam três graças.

O encarte da F&F tinha 16 páginas. Acima, a foto de Robert Capa, no Dia D. 

Che Guevara segundo René Burri, que veio várias vezes à América do Sul e fez matérias especiais para a Manchete

Os fotógrafos da Magnum reunidos no livro

A revista Fatos e Fotos/Gente publicava nos anos 1970 uma série chamada "Um best seller em meia hora de leitura". Eram versões condensadas de livros recém-lançados ou de obras que ainda nem haviam chegado às livrarias.
Apresentado em um encarte de 16 páginas, um dos livros resumidos na época contava a história de uma agência fotográfica da qual a Manchete utilizou centenas de fotos. "Agência Magnum, a vida por uma foto" falava de profissionais como Henry Cartier-Bresson, Robert Capa, René Burri e o brasileiro Alécio de Andrade.
Publicações como Life e Look estavam fechando e, aos poucos, a Magnum se retirava da imprensa diária. "A concorrência é grande. Enfrentamos vinte ou trinta agências cobrindo o mesmo fato, dizia René Burri. "A Magnum prefere a qualidade, busca novas formas para a arte fotográfica. Não desejamos fazer uma fotografia que se queime na primeira página de um jornal, no dia seguinte, e que logo depois não signifique mais nada".
Antes, em 1966, Henri Cartier-Bresson havia se desligado da Magnum. Referindo-se ao crescente espírito de comercialização, ele alertou: "A principal satisfação para um fotógrafo não é o sucesso, mas a comunicação. O dever do fotógrafo não deve ser o de analisar cada fato humano. Não somos publicitários. Somos testemunhas do transitório".
Desafios que, atualmente, com a velocidade da Internet e o bombardeio de imagens a cada segundo, permanecem válidos e são ainda maiores.

Deu no Portal Imprensa: Alexandre Frota processa "Folha" e colunista por danos morais; ator ameaçou o blogueiro

O ator Alexandre Frota decidiu processar a Folha de S.Paulo e o colunista Tony Goes por danos morais após a publicação do texto "Alexandre Frota é um sintoma da nossa falta de educação", em 27 de maio. VEJA MATÉRIA E VÍDEO NO PORTAL IMPRENSA. CLIQUE AQUI

Eleições no Sindicato: 2º debate entre as chapas será nesta quarta-feira (13/07), na ABI


(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)

As chapas em disputa pelo Sindicato e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) voltam a discutir as suas propostas para a categoria em debate nesta quarta-feira (13/07), às 19h, no 7º andar da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) (Rua Araújo Porto Alegre 71, Centro do Rio). Compareça! A participação de todos os jornalistas é fundamental.


Prazo para regularização de associados para eleição será prorrogado até o dia 12, decide Comissão Eleitoral

A Comissão Eleitoral informa que, em reunião realizada nesta quinta-feira (7), na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, decidiu, juntamente com os representantes das chapas concorrentes às eleições locais, prorrogar o prazo de regularização de pagamento de mensalidade para aqueles que desejarem participar das eleições. Portanto, fica apto a votar quem se filiou até dia 7 de julho de 2016 e que tiver quitado as mensalidades até às 18h do dia 12 de julho de 2016.

Fonte: SJPMRJ

domingo, 10 de julho de 2016

Lewis Hamilton e Serena Williams: dia da raça na terra do Brexit...

Reprodução/The Telegraph

Foto International Tennis Federation

por Niko Bolontrin
Se há quem analise que a vitória do Brexit, no Reino Unido, foi um recado conservador impulsionado pela intoleráncia, o esporte deu sua resposta neste fim de semana. Em Wimbledon, a tenista Serena Williams ganhou pela sétima vez o mais importante tradicional do mundo. Em Silverstone, o piloto Lewis Hamilton dominou a corrida de F-1. Foi sua quarta vitória no histórico circuito.

Um fim de semana esportivo: meninas do Brasil dominam pódios internacionais

A vibração das brasileiras. Foto FIVB

Foto FIVB

Vitória no vôlei de praia. Foto FIVB

A campeã do UFC 200. Foto Josh Hedges/ Site UFC/Divulgação

por Niko Bolontrin

Em um fim de semana de muitas decisões na quadra, na areia e no octógono, só deu elas. A seleção feminina de vôlei ganhou pela 11ª vez o disputado Grand Prix. A batalha e a festa final aconteceram em Bangcoc, Tailândia. No último jogo, as meninas do Brasil derrotaram os Estados Unidos por 3 sets a 2, parciais 18/25, 25/17, 25/23, 22/25 e 15/9. Em entrevista após a vitória, o técnico Zé Roberto Guimarães mostrou que já pensa no próximo objetivo: "Estou muito orgulhoso, muito orgulhoso do meu time. Jogamos uma grande batalha, uma partida maravilhosa. No tie-break, qualquer um poderia ganhar, estou muito feliz. Mas precisamos pensar no Rio, porque a Olimpíada é mais importante que o Grand Prix"

Em Gstaad, Suíça, Larissa e Talita, dupla de vôlei de praia, venceram o Major Series derrotando as americanas Kerri Walsh e April Ross por 2 sets a 0 (21/18, 21/14). Foi o último torneio oficial antes das Olimpíadas do Rio de Janeiro.

No UFC 200,em Las Vegas, a baiana Amanda Nunes superou com um mata-leão a americana Miesha Tatecom. Amanda tornou-se a primeira campeã brasileira no octógono.

sábado, 9 de julho de 2016

Modelos negras ganham espaço em capas de revistas. Nos Estados Unidos. O Brasil ainda é colonial nesse item...

Reprodução Style.Mic
por Clara S. Britto
A publicação digital Style.Mic analisou capas de revistas americanas sob o ponto de vista da diversidade racial. No ranking, a revista Teen Vogue se saiu bem: nos últimos seis meses colocou negras nas capas em metade das edições. Já as revistas tradicionais e conservadoras como a edição principal da Vogue, a Glamour, Cosmopolitan,  Harper Bazaar etc, foram menos abertas às modelos não-brancas. 
De qualquer forma, a matéria constata avanços. Lá. 
Em 2015, as negras estamparam 26 capas em 137 publicações; na primeira metade de 2016, já conquistaram 34 capas em 86 edições.
Os números das revistas brasileiras? Não conheço pesquisa semelhante feita aqui. Mas dá para contar nos dedos de uma mão. É só ver nas bancas. O preconceito racial dissimulado ainda é forte na publicidade, nos desfiles de moda e nas revistas femininas. 

A pátria das tornozeleiras... Vai graxa aí, meu tio?

Reprodução Facebook
por José Esmeraldo Gonçalves 

Foi há 60 anos. Em 1956, o Botafogo partiu para uma longa excursão à Europa. Foram 22 jogos contra os principais times da época. Eram amistosos, mas o pau comia direitinho. Contra o Barcelona, vitória do Botafogo, a partida nem chegou ao fim tantos foram os jogadores expulsos.
Reprodução

Dizem que Garrincha - dono das canelas e tornozelos mais visados da história desde que o homem passou a andar em pé e a ostentar o apelido de Erectus -, chegava a usar duas "meias" emborrachadas em cada perna.

O nome do adereço? Tornozeleira.

Hoje os jogadores também usam protetores para as pernas importados das artes marciais, mas Garrincha não era desse tempo.

Pois é, ela, a tornozeleira, já teve funções mais edificantes.

Atualmente, se alguém falar em tornozeleira no metrô lotado ninguém vai perguntar em que posição você joga, mas em qual operação da PF foi indiciado. O velho protetor de metatarsos, astrágalos, tíbias e fíbulas dos atletas deixou as páginas esportivas e foi admitido nas seções policiais.

Nas arenas políticas e empresariais é tal a demanda por tornozeleiras eletrônicas que o produto está em falta no mercado. Nesses círculos, a calça boca-de-sino, que disfarça o equipamento, está voltando à moda e deixando doutores, excelências e CEOs mais confortáveis na medida do possível.

A geringonça não os impede de fazer nada. Podem caminhar, roubar normalmente e até transar, é só ter cuidado pra não contundir a canela da patroa. Os indiciados apenas evitam engraxar sapatos em público. Aí pega mal.

Reprodução web
Ironicamente, nessa semana, coube à tornozeleira eletrônica unificar as editorias esportivas e policiais. A lei"adentrou" o gramado e prendeu jogadores de futebol que participavam de um esquema que "entregava" o jogo para favorecer uma máfia de apostadores. Alguns já foram liberados e cumprem prisão domiciliar devidamente equipados com tornozeleiras. As rastreadoras, no caso. O ex-presidente da CBF, José Maria Marín, está em Nova York conectado à uma tornozeleira made in USA.

Além dos escândalos da Fifa, investigações sobre sonegação fiscal na venda de Neymar ao Barcelona e a condenação de Messi por fraude fiscal e falsidade ideológica sinalizam cartões amarelos e vermelhos no mundo da bola.

Há uns dez anos, o futebol brasileiro sofreu um abalo semelhante. Na época, o esquema de apostas ficou conhecido como a "Máfia do Apito". A polícia chegou a prender vários envolvidos. Ninguém foi punido. Os processos foram arquivados por minúcias jurídicas.

Embora escândalos esportivos não sejam "privilégio" do Brasil - as autoridades italianas e inglesas também já estouraram propinodutos alimentados por casas de apostas - a tornozeleira eletrônica entra em campo no momento em que o futebol brasileiro vive sua pior fase.

Melhor acreditar que a grande maioria - o time dos sem-tornozeleiras - vai virar esse jogo.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Deu no Mirror: terrorismo islâmico decapita jogadores de futebol.


por Jean-Paul Lagarride
O terrorismo religioso do Daesh (autodenominado Estado Islâmico) decapitou quatro jogadores de futebol do time sírio Al-Shabab, da cidade de Raqqa, sob a alegação de que futebol é prática anti-islâmica.

Registre-se que a Copa do Mundo de Futebol de 2022 será realizada em um país islâmico, o Catar.

A crueldade crescente do Daesh, agora decretando que esporte é "crime", é uma indicação a mais ide que os ricos países do Golfo, especialmente, precisam aderir com maior firmeza à guerra contra o tal do Estado Islâmico.

O próprio Ocidente, apesar dos ataques terroristas na Europa, não adotou plenamente a opção militar, isso apesar de estar claro que o Estado islâmico não considera negociar com opositores.

Com essa declaração de que futebol é blasfemo, surge uma ameaça a mais à Copa do Mundo na região. A não ser que até lá o Daesh seja levado definitivamente à marca do pênalti e desclassificado da vida.

Gisele Bündchen e Cauã em campanha para os jeans Givenchy

por Clara S. Britto
O estilista Riccardo Tisci publicou na sua conta no Instagram fotos da campanha que os brasileiros Gisele Bündchen e Cauã Reymond fizeram para a nova linha de jeans da Givenchy. O ensaio é assinado pelos fotógrafos Luigi & Iango


  VEJA MAIS, CLIQUE AQUI

Vestida para jogar...


por Clara S. Britto
Entre saques e voleios, um vestido causa agito no torneio de Wimbledon. Movimentando-se na quadra com uma peça da griffe Nike, a candense Eugenie Bouchard faz sucesso, principalmente quando as rajadas de vento ultrapassam os 50 km por hora.
As quadras começaram a se transformar em passarelas por conta a criatividade de Maria Sharapova. Atualmente suspensa do circuito, a russa abriu caminho para outras estrelas. Segundo a CNN, há que acuse os modelos de "sexistas', mas não Bouchard, que declarou: "Eu não posso comentar sobre a opinião de outra pessoa. É um vestido curto, mas é assim que eu gosto".

Quer publicar seu fotolivro inédito? A editora RM promove um concurso internacional. Veja como participar

A RM, editora de livros de arte, abriu inscrições (até 15 de agosto) para o 6° Concurso de Fotolivros dirigido a projetos de livros inéditos de fotógrafos que moram na América Latina, Portugal e Espanha. Na bancada do júri, estão, entre outros, Alec Soth (Estados Unidos), diane Dufour (Fran ça), Pablo Monasterio (México), Claudia Jaguaribe (Brasil) e Horacio Fernández (Espanha)
Você pode ver mais detalhes no site da RM, clique AQUI

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Folha teme fantasma de Stálin na Copa de 2018...

A reportagem original do New York Time 

E a reprodução estilo "perigo vermelho" na Folha.

Jornalismo não é ciência nem muito menos exata. Passa longe disso, claro. Cada texto, cada título, cada palavra está sujeita a chuvas e trovoadas, interpretações, idiossincrasias, ideologias, preferências e, dependendo do veículo, à vontade do dono e dos seus parceiros, amigos e familiares. A Folha acaba de mostrar como pegar, digamos, uma peça de carne e marinar a gosto.
O jornal New York Times publicou uma extensa reportagem sobre a construção das estruturas para a Copa de 2018 na Rússia. O título da matéria do NYT se refere ao estilo "matrioska" de um dos estádios, numa referência à tradicional boneca russa e, por extensão, à cultura do país.
No que a matéria foi travestida para a Folha ganhou um título típico de quem olha embaixo da cama antes de dormir para checar se há comunista homiziado no recinto. "Reforma do Estádio da Copa-2018 mantém estrutura da era stalinista": é o título-coxinha do jornalão. Uáu! Isso significa que os velhos comunas estão atuantes e querem mandar um recado ao mundo? Que o torcedor que for a Moscou e olhar para a tribuna de honra vai ver Kruschev, Beria, Malenkov, o Politburo inteiro dos tempos da Guerra Fria? Que a KGB vai apitar os jogos?
Assustador.
O NYT foi menos J. Edgar Hoover, que ironicamente gostava de ver a coisa vermelha, e diz que a Rússia está erguendo uma estrutura moderna para a Copa. O estádio "stalinista', na visão da Folha, é o Luzhniki, que foi construído em 1956 e sediou a Olimpíada de 1980, aquele em que a imagem do urso Misha emocionou o mundo ao se formar nas arquibancadas no espetáculo de encerramento dos Jogos. A velha Rússia tem uma tradição de preservar a história. Os bolcheviques não destruíram os tesouros artísticos e arquitetônicos dos czares. À queda do comunismo não se seguiu uma política de terra arrasada da arquitetura, dos símbolos, dos marcos da era soviética. A Alemanha modernizou e preservou o estádio construído pelos nazistas e que sediou os Jogos Olímpicos de 1936 e a Copa de 2016. O Brasil reformou o Maracanã e manteve as linhas arquitetônicas do estádio histórico que já recebeu duas Copas e vai ser um dos palcos da Rio 2016.
A Rússia vai manter a fachada de um estádio da era soviética. Ou seja: normalíssimo. Mas a Folha preferiu se impressionar com o bigodão e o fantasma ameaçador de Stálin. Eu, hein? Lênin explica.

Atriz posta foto de cães sobre bandeira e provoca a ira da direita "patriótica"




Reproduções Instagram

O bom senso adverte: intolerância acaba com o bom humor. A atriz Kaley Cuoco (a Penny, do seriado The Big Bang Theory) quis homenagear o 4 de Julho e postou uma inocente foto dos seus cães sentados sobre uma bandeira americana. Os pelotões patriotas somados à torcida do Trump e da KKK bombardearam a conta da atriz com impropérios e ameaças. Kaley Cuoco se explicou depois e pediu desculpas a quem não entendeu a mensagem. Nem precisava. Onde está a ofensa? Com certeza não na foto nem nos cães que obviamente têm mais dignidade do que o candidato racista da direita americana.

Diversidade nos quadrinhos e nas telas. Vem aí a Mulher de Ferro (com visual de Beyoncé).



A Marvel anuncia uma mudanças de parâmetros no seu elenco de heróis. Em nome da sensibilidade social e dos novos tempos de afirmação da diversidade, o Homem de Ferro, que nasceu e é encarnado pelo milionários branco Tony Stark, ganhará uma versão feminina. Riri Williams, negra e aluna prodígio de Stark vai estrelar a revista Invincible Iron Man I, que chegará às bancas dos Estados Unidos em outubro. Parece inspirada na Beyoncé. O próximo passo pode ser o cinema. A figura de Riri Williams foi criada pelo brasileiro Deodato Taumaturgo, que assina Mike Deodoro Jr., artista paraibano que é ilustrador da Marvel.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Em O DIA, matéria sobre Luarlindo Ernesto, uma referência no jornalismo carioca, com passagens por Manchete, Amiga e Fatos & Fotos...



LEIA A MATÉRIA COMPLETA, CLIQUE AQUI

Eleições no Sindicato: 1º debate entre as chapas será nesta quinta-feira (07/07), ao meio-dia

(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)

Participe do 1º debate entre as chapas que disputam as eleições do Sindicato. Será na próxima quinta-feira (07/07), a partir de meio-dia, no auditório João Saldanha (Rua Evaristo da Veiga 16, 17º andar – Centro). 
O debate também será transmitido ao vivo, no site do Sindicato. CLIQUE AQUI

Vaticano tem o maior consumo de vinho per capita do mundo. O Papa diz que os profetas aprovam e que não há celebração sem vinho...

Papa Francisco: in vino veritas. Reprodução Daily Beast/ Link abaixo
Segundo o Daily Beast, o Vaticano tem o maior consumo de vinho per capita. Cada morador do menor país do mundo (menos de 50 quilômetros quadrados e cerca de 850 habitantes) consome 74 litros por ano, duas vezes o consumo médio por pessoa na Itália, ali em torno. E esse consumo generoso não se dá apenas por causa do ritual da missa.
O Papa Francisco falou recentemente sobre o assunto. Referindo-se ao conhecido milagre de Jesus nas bodas de Caná, quando transformou água em vinho, Francisco perguntou: "Como é possível celebrar um casamento e dar uma festa se você não oferecer o que os profetas indicam como um elemento típico do banquete messiânico? A água é necessária para viver, mas o vinho expressa a abundância da festa e da alegria da celebração. Imagine uma festa de casamento sem vinho. Beber chá seria vergonhoso. Não há nenhuma celebração sem vinho".
E quem vai argumentar com o Papa?, pergunta o Daily Beast
Saúde!

Viu isso? Flamengo não é o Barcelona... A culpa é da filosofia

Depois da goleada de 4X0, o placar do Itaquerão deu o horário do voo de volta para a torcida do Flamengo. Reprodução Twitter

por Niko Bolontrin

Vitória do Flamengo vende jornal. Essa era uma máxima da mídia impressa. Talvez fosse verdade, mas hoje já não tem esse peso todo não só pela presença da web que atualiza o torcedor em cerca de 12 horas antes de o jornal chegar às bancas, mas pela crise do futebol brasileiro, o crescimento de outras modalidades esportivas e a concorrência europeia, a falta de ídolos que atuem aqui.
Mas ainda é visível no rádio, na TV e na própria mídia impressa uma forte tendência a cortejar a torcida do Flamengo mesmo nos piores momentos, quando um título de página não pode esconder o desastre em campo. A torcida acaba vítima desse baba-ovo midiático. Não raras vezes, bastam uma ou duas vitórias para que seja passada a impressão de que o Flamengo tem um time competente. Muita gente acredita.
Não, o Flamengo não é o Barcelona, nem o festejado treinador Zé Ricardo é o Luiz Henrique Martinez Garcia e Cirino não é Messi, como às vezes as análises quase levam a acreditar. Propaganda enganosa que a realidade acaba por desmascarar. Ontem, por exemplo, ao sofrer a impiedosa goleada do Corinthians, por 4 x 0, o Flamengo mesmo assim ganhou elogios por suposto domínio de jogo durante mais de 50 minutos. ComO a partida tem, no mínimo, 90 minutos, elementar, meu caro, vê-se que o Timão humilhou no resto do tempo regulamentar. O placar não mente.
Essa história de ser o melhor em campo e perder no placar é sempre estranha e exige raciocínios acrobáticos. Vai ver, gostariam que passe certo contasse créditos, chute a gol idem, escanteio valesse 0,001 de um gol e tudo isso levasse o time que "jogou melhor" mas infelizmente não fez gol a ser o vencedor biônico.
Os velhinhos do board da Fifa ainda não piraram para determinar tais regras. Até que isso aconteça, quem faz mais gols, mesmo que em cobrança de pênaltis depois do tempo regulamentar, é o vencedor da partida. No máximo, se assim desejam, pode-se dizer que o time é brilhante mas "não dá sorte", "não é o dia", paciência, "coisas do futebol". A seleção brasileira de 1982 entrou para a história como uma das melhores, tinha uma geração de craques, mas não ganhou a Copa.
Simples: naquele jogo, a Itália - que depois seria a campeã - jogou melhor e eliminou a nossa seleção que errou passes críticos, falhou na defesa e não conseguiu parar Paolo Rossi, o artilheiro e ainda eleito o melhor jogador daquela Copa.
O Brasil daquela época entrou para a nossa memória; a Itália para a história oficial das Copas.
De novo, simples, como ontem: o Corinthians fez quatro gols e o Flamengo nenhum. O treinador rubro-negro culpou a filosofia. Disse ele ao Globo que o Corinthians "tem filosofia há uns três anos'. Talvez. Os "gregos" Rhomero, Ghylherwy e Rhildho são os filósofos da bola na rede.
VEJA OS GOLS DOS "FILÓSOFOS" DO TIMÃO, CLIQUE AQUI

domingo, 3 de julho de 2016

A receita para a crise

Há 30 anos, a revista Fatos N.º 50 publicava uma receita para a crise que bem pode ser adaptada para os difíceis dias de hoje. Leia trechos da crônica "A Grande Mágica das Favas", de  Carlos Heitor Cony. 

Sempre que a situação nacional entra em parafuso, costumo consultar um livro que herdei de meus maiores, intitulado O Verdadeiro Livro de São Cipriano, título que consta do index da Santa Madre Igreja e, apesar de escrito na Idade Média, tem surpreendente atualidade. São mais de duzentas receitas de feitiços testados através dos séculos, e, entre todos, o que mais me parece adequado à situação é a Grande Mágica das Favas, de vasta serventia para entaladelas pátrias, convulsões sociais, cataclismos econômicos e generalizada perda de memória ou esperança.” (...) 

Diz o santo em sua edificante receita: Pega-se um marreco branco e uma pomba virgem, esgana-se o marreco e corta-se o pescoço da pomba, findo o que, extrai-se uma tripa do marreco e com ela se amarra o bico da pomba. Espera-se pela Sétima Lua e coloca-se o marreco e pomba ao relento, com dois fios de azeite virgem e um ovo de codorna num tacho de cobre que nunca tenha sido usado. Pela manhã, procura-se um corcunda que nunca tenha comido pombas, marrecos e ovos e que nunca tenha encontrado um soldado municipal, um esmoler cego e uma viúva de Creta. Satisfeitas essas exigências, obriga-se o corcunda a comer tudo cru, marreco, pomba e ovo de codorna. Não sei por que, enquanto o locutor da EBN lia os parágrafos, incisos e alíneas que se combinavam ou se anulavam em busca da salvação de nossa economia, pensei seriamente em promover uma Grande Mágica das Favas, a capricho. A receita de São Cipriano é menos complicada do que o pacote do Ministro Funaro, embora deva se abrir um crédito patriótico às suas boas intenções. Tal como a receita das favas e sua grande mágica, a grande mágica do pacote é dar esperança de melhores dias.

sábado, 2 de julho de 2016

Glória a Bob Marley nas alturas: Globo Repórter sente a maresia da Jamaica...



por Omelete 
A TV brasileira já foi chamada de "máquina de fazer doido". O autor do rótulo foi o Stanislaw Ponte Preta, nos anos 60,  diante das bizarrices de Raul Longras, o casamenteiro, do Homem do Sapato Branco, de Flávio Cavalcanti quebrando discos, Dercy, Chacrinha etc. Stanislaw, o personagem criado pelo jornalista e escritor Sergio Porto, era uma voz quase solitária naqueles tempos. Nem mesmo a audiência tinha como se manifestar. As esquisitices viravam apenas papos de botequim ou dos intervalos de cafezinho no trabalho.
O mundo girou, a Lusitana rodou e a TV continua a surpreender. Só que, hoje, a rede social não perde uma. Desde ontem, bomba na internet a repórter Glória Maria. Em reportagem na Jamaica para o Globo Repórter, ela caiu de boca na cultura rastafari com direito a sentir a maresia. Durante um ritual local, Glória fumou maconha no ar. A cena no ritual rastafari e closes da repórter viajando numa montanha russo divertiram a web a noite toda. Veja nas reproduções do Twitter.
















sexta-feira, 1 de julho de 2016

Alô, jornalista, se liga! SBT faz feirão de pautas... Quem quer dinheiro?



por Niko Bolontrin

A transformação da mídia, as inovações tecnológicas e a crise levaram pro brejo muitas funções das antigas redações. O pauteiro foi uma delas. Alguns ainda resistem, mas estão em extinção, embora a web tenha trazido a figura do profissional que passa o dia vasculhando sites governamentais ou privados, blogs e redes sociais em busca de informações ou manifestações dos internautas que possam render matérias. No fundo, é o pauteiro high tech.

O pauteiro antigo, o analógico, era uma figura característica. Chegava cedo à redação, lia todos os jornais, ouvia noticiários de rádio e TV. Em alguns veículos, ele produzia uma espécie de clipping com os fatos que podiam render matérias de acordo com cada editoria. O telefone e uma grossa agenda de contatos eram ferramentas indispensáveis.

Antes da chegada do celular, o pauteiro, que às vezes acumulava a função com a de platonista,  andava com um "bip" ou "teletrim". Na maioria das vezes era portador de más notícias que se transformavam em assuntos bons de banca e de venda. Chacinas, grandes incêndios, mortes de celebridades, crimes com ingredientes para primeira página...

Quando em plantão, ele era encarregado de fazer a "ronda": telefonar para delegacias, Secretaria de Segurança, bombeiros etc. E nisso levava mais tempo 'esperando linha" - uma expressão que certamente as novas gerações jamais ouviram -  do que falando com as fontes nos jurássicos telefones fixos.

Pois o SBT abre um feirão no qual jornalistas de rádio, TV e jornais podem enviar casos jornalísticos que, se aproveitados, vão render aos neopauteiros um cachê de 10 mil reais.
VEJA A CONVOCAÇÃO NO SITE DO SBT NA WEB, CLIQUE AQUI



Em Los Angeles, a figura de um vendedor de reportagens sensacionalistas rendeu um filme

Os canais por assinatura exibem volta e meia um filme sobre um desempregado que descobre um jeito de ganhar a vida. Ele pega uma câmera amadora e vai em busca de acidentes, incêndios ou casos policiais que possam interessar a um programa sensacionalista da TV. Lou Bloom - é o nome do personagem interpretado pelo ator Jake Gyllenhaal - equipa-se com um scanner de rádio da polícia e se esforça para chegar ao  local da "ocorrência" antes da concorrência. Depois corre para vender as imagens.

O foco desse "jornalismo predatório"  - o nome do filme não por acaso é "O Abutre" - é o sangue.
Lou Bloom sobe na vida e na carreira de frila, ganha dinheiro e perde todos os escrúpulos.

Isso não significa que é o que vai acontecer no feirão do SBT.

Mas Rio e São Paulo, só para falar dos purgatórios da beleza e do caos, como canta Fernanda Abreu, têm tudo para gerar alguns Lou Bloom.

STF suspende ações de juízes e promotores do Paraná contra jornalistas da Gazeta do Povo




A Gazeta do Povo, de Curitiba, informa hoje que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu liminarmente, ontem, o andamento das ações de indenizações propostas por juízes e promotores paranaenses contra a Gazeta do Povo e cinco profissionais de sua equipe (três jornalistas, um infografista e um webdesigner). A suspensão seguirá até o julgamento do mérito da reclamação feita pelo jornal.
Os jornalistas e o veículo respondem a 41 processos em juizados e a um na Justiça comum em 19 cidades, o que já obrigou os profissionais a deslocamentos de milhares de quilômetros para comparecer a audiências que já chegaram a ser marcadas para o mesmo horário em locais diferentes. O motivo do processo foi a publicação de uma reportagem sobre a remuneração de juízes e promotores do Paraná, com base em dados disponíveis nos portais da transparência do Ministério Público do Paraná e do Tribunal de Justiça do Paraná.

Eu, hein? Moradores reivindicam construção de condomínio privado em área reservada para parque sustentável...


O Rio anda com uns sinais trocados. Veja essa notícia publicada hoje no Gente Boa, do Globo. Quando o mais comum é que moradores reivindiquem praças e áreas verdes públicas, uma associação de moradores prefere prédios no lugar de um parque. Moradores apresentam um projeto para erguer um condomínio em um terreno que a prefeitura havia destinado a um parque sustentável. Obviamente, quem mora em condomínio fechado com áreas de lazer próprias deve achar que pode dispensar praças. Como o nome diz, praças públicas e parques públicos são... públicos. E o Rio já perdeu muitas áreas verdes para a especulação imobiliária. O argumento dos defensores do empreendimento imobiliário é também inusitado: eles dizem que não precisam de mais uma "cracolândia". A reivindicação para a construção do empreendimento será apresentada em audiência pública. Se a moda pega, comecem a reservar lotes no Aterro.