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sexta-feira, 4 de março de 2022

Chelsea está à venda. Quem quer comprar? Aos interessados em visitar o clube: as chaves estão com o porteiro...


por Niko Bolontrin

O Flamengo sonha em abrir uma franquia na Europa. Antes ensaiou instalar uma filial na Flórida, um Fla-USA, mas aparentemente o projeto virou hamburguer queimado. A ofensiva, agora, é em Portugal. O rubro-negro carioca tenta adquirir o Tondela, um time lusitano de segunda divisão. Quer "internacionalizar' a marca, dizem. 

Um diretor do clube da Gávea revelou recentemente que pensa em comprar clubes em vários países. Podia começar pelo Chelsea. Pressionado pela repercussão da invasão da Ucrânia por Putin, o bilionário russo Roman Abramovich, dono do time inglês, resolveu vendê-lo a quem aparecer com grana na mão. Deve pedir até 3 bilhões de libras, algo que ultrapassa R$ 20 bilhões. Mas pode dar um desconto, desde que o comprador já venha com um contêiner de dinheiro e entregue a grana em algum banco a salvo das sanções americanas e europeias.

O Flamengo tem entre seus patrocinadores o rico bolsonarista conhecido como Véio da Havan, quem sabe ele se coça e banca essa transação? Também tem boas relações com Bolsonaro e pode descolar um empréstimo do BNDES, não custa tentar. Em último caso pode vender o estádio da Gávea quase nunca utilizado, a sede da Lagoa, Gabi Gol, Bruno Henrique, Felipe Luís, Arrascaeta... Pode também fazer um crowdfunding com a sua torcida tão apaixonada que poderá cair nessa. 

Maiores informações no site do Chelsea. 

Pede-se referências, nome limpo no Serasa, pagamento à vista. Moedas do Terceiro Mundo, como Real, nem pensar. PIX também não. Não serão aceitas trocas por terrenos, áreas do pré-sal, instrumentos da charanga rubro negra, títulos do Tesouro Direto ou cheques pré-datados. 

Se a compra for fechada, a chave do clube está com o porteiro, em horário comercial, no endereço Stamford Bridge - Fulham Road- SW6 1HS London-Inglaterra.

domingo, 26 de dezembro de 2021

Jorge Jesus é o D. Sebastião do Flamengo

D. Sebastião, quem diria, inspira
a frustração do Flamengo 
por Niko Bolontrin 

O Flamengo virou "ovelha" eterna do "pastor" Jorge Jesus. A relação entre o treinador e o time carioca é religião. Jesus é o guru, o "pai" Jesus. 

A Gávea disparou emissários  à Europa para convencer o português a inflar as velas da sua caravela e cruzar os mares até o Ninho do Urubu. Apesar da santa cruzada, o Flamengo não encontrou Jesus.

Curiosamenrte, a atual saga flamenguista lembra um fato histórico. Assim como Jorge Jesus, D.Sebastião, Rei de Portugal e Algarve, era conhecido como "O Desejado". Os portugueses o amavam. Se pudessem cobririam as ruas de toucinho do céu para vê-lo passar. Mas D.,Sebastião pisou foi num bacalhau vencido. Promoveu uma Cruzada fracassada pras bandas do Marrocos e morreu na batalha de Alcácer Quibir. 

O povo tanto o venerava que durante séculos se recusou a acreditar na sua morte. Criiu-se uma seita, o Sebastianismo, que defendia piamente que um dia o rei voltaria a Portugal. 

Assim é o Flamengo com Jorge Jesus, que também conheceu seu fracasso, o Benfica.  Tal qual o Sebastianismo, a Gávea jamais acreditou que o treinador que lhe deu títulos foi embora. 

Apesar da jornada mística dos diretores do Flamengo, Jorge Jesus não vem. Mas o sonho da torcida permanece vivo mesmo morto. 

O Flamengo vai de Paulo Sousa e ainda acredita que um dia Jorge Jesus caminhará sobre as águas de uma banheira nas brumas do vestiário e anunciará: "Rejubilem-se, o Míster voltou".

O problema é que daqui pra frente e nos próximos séculos, qualquer treinador que o Flamengo contrate estará apenas esquentando o trono enquanto D. Sebastião, digo, Jorge Jesus, não vem. 

  

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Quando as linhas do tempo se cruzam • Por Roberto Muggiati

No sábado 16 de dezembro de 1989, o torcedor vascaíno Luis Inácio ‘Lula’ da Silva vibrava com a conquista do bicampeonato brasileiro num gol de cabeça de Sorato em pleno Morumbi. No dia seguinte, Lula era derrotado no pleito presidencial por Collor de Mello, sua candidatura fatalmente minada pela revelação do caso da filha ilegítima Lurian e pela fake news de que o PT havia orquestrado o sequestro do empresário Abílio Diniz, libertado pontualmente às 17 horas, depois do encerramento da votação.
O tempo passou, Collor deu no que deu, Lula chegou lá em 2002, tinha tudo para elevar o Brasil ao almejado estado de justiça social, mas se cercou das piores companhias – companheiros nada camaradas – que levaram por água abaixo seu idílico projeto político.
Hoje, mais de 30 anos depois do gol de Sorato, o cruzmaltino Lula, por uma goleada de 8 a 3 no STF (gols contra de Nunes, não confundir com o “Artilheiro-das-decisões”; de Marco Aurélio Mello, já-vai-tarde; e do Presidente Fux), se viu isento das condenações da Lava Jato e reconquistou seus direitos eleitorais. À noite, numa atuação impecável no Maracanã, um Vasco desacreditado deu um baile (3X1) num Flamengo que pensa ter o rei na barriga. O terceiro gol do Vasco foi de Morato com a comemoração a la Edmundo, dois dias depois o ídolo vascaíno, pelo apertado placar de 6X5 viu o STF votar a prescrição de suas penas por crimes de trânsito na Lago em 1995. (Ainda sobre a derrota do Flamengo, o grande castigado foi o são-paulino Rogério Ceni, que escapou de tomar aquele gol do Sorato porque só seria contratado como quarto goleiro do São Paulo no ano seguinte, 1990, aos dezessete anos.) 
Enquanto isso, acuado pela CPI da Covid e por mais de 100 pedidos de impeachment protocolados na Câmara, nosso mandatário supremo, proclama: “Só Deus me tira da cadeira presidencial!” Será que desta vez o Santo Pai vai conseguir segurar a barra do Messias?

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

A culpa é do Flamengo: "VAR" em editoria de esportes causa demissão de repórter.

Reprodução  You Tube
A Flamengo já se prepara para disputar o Mundial, mas a vitória sobre o River Plate, na Libertadores, ainda repercute nas redações. Não exatamente pelo futebol.

O repórter Adalberto Neto gravou um vídeo que registra a euforia na editoria de esportes do Globo no momento da virada no placar. Foi coisa de lôco, meu. A rapaziada pirou em gritos, correria e gente se atirando ao chão. Entre os mais vibrantes apareceria o editor Márvio dos Anjos.

O vídeo viralizou nas redes sociais e alguns torcedores viram ali uma "prova" de uma suposta falta de isenção na cobertura futebolística do jornal, outros acharam natural a festa e a explosão de alegria.

No dia 4/12, o colunista Leo Dias, do UOl, revelou a demissão de Adalberto Neto após o episódio. Ao jornalista não foi comunicado o motivo do afastamento e ele mesmo alega não poder afirmar que o vídeo foi a causa. "Realmente, não foi informado o motivo da minha demissão. Meu editor apenas disse que foi um pedido da direção pelo 'conjunto da obra', escreveu ele em carta a Leo Dias, publicada ontem. Adalberto conta que ao se despedir da redação ouviu de colegas que o motivo havia sido a divulgação do vídeo.
Na carta, o repórter, que é negro, também cita uma suposta questão racial "no conjunto da obra".

A sigla VAR (do inglês Video Assistant Referee) passou recentemente a fazer parte do vocabulário do futebol.

Ironicamente, foi uma espécie de "VAR de redação" que provocou a demissão do jornalista do Globo.

domingo, 14 de julho de 2019

Memória da redação: a asa delta havia recém-chegado ao Rio quando o craque Doval, do Flamengo, tentou voar...



Foto: Hugo de Góes

por José Esmeraldo Gonçalves 

Em julho de 1974, há 45 anos, o francês Stephan Segonzac decolou da Pedra Bonita para o primeiro voo de asa delta no Brasil. Dias depois, assombrou a cidade ao pular do Corcovado e pousar no Jockey Club.

Antes do verão 74-75 despontar, o carioca Luís Cláudio já fazia os primeiros voos e se tornava instrutor para dezenas de interessados no novo esporte.

Na época, o atacante Doval era ídolo no Flamengo e o argentino mais carioca que os hermanos já mandaram para o Rio. Fora do campo, ele praticava surfe, fazia aulas de pilotagem no autódromo e treinava tiro no stand do clube. Não demorou a se interessar pelas asas que via aterrissar na Praia do Pepino.

Em agosto de 1975, a Fatos & Fotos me mandou cobrir as primeiras aulas do gringo com o instrutor pioneiro, o Luís Cláudio. As lições iniciais aconteciam em Jacarepaguá, aproveitando o declive de um pequeno morro. Doval logo provou que era muito melhor em fazer a bola voar do que ele mesmo sair do chão.

Depois de algumas tentativas, o instrutor assinalou a dedicação do aluno, mas não deixou de ironizar: "Ele já conseguiu passar quase três minutos sem encostar o pé no chão".

Doval foi três vezes campeão carioca, duas pelo Flamengo e uma pelo Fluminense. Morreu em 1991, aos 47 anos, vítima de infarto. Três dias antes, ele viu o Fla jogar pela última vez, em Buenos Aires, contra o Estudiantes de La Plata pela Supercopa Libertadores. O rubro-negro perdeu (2X0). Ele chegou a visitar a delegação do Flamengo no hotel que hospedava os brasileiros.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Tragédia no campo dos sonhos...

Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Zico, Roberto Dinamite, Neymar, Paulo Cesar Caju, Marcelo, Daniel Alves, Fernandinho, Willian, Jesus e tantos outros craques que brilharam no passado ou agora se destacam na Europa ou nos principais times brasileiros devem estar com o pensamento na tragédia que ocorreu hoje no Centro de Treinamento do Flamengo.

Eles sabem exatamente o que significava para garotos vindos de todo o Brasil estar ali, no ambiente de um grande clube, vislumbrando o sonho de se tornar profissional.

Não é fácil a vida de um menino que por vocação ou incentivo dos pais se dispõe a entrar desde cedo na máquina que faz ou desfaz carreiras. Milhares de jovens brasileiros perseguem essa oportunidade, poucos a alcançam.

Os dez jogadores que morreram no incêndio do CT rubro-negro já haviam ultrapassado muitas etapas da "peneira" brutal que seleciona os mais aptos. das escolinhas onde muitos entram aos nove anos, aos incontáveis testes. O grupo que chegou ao Flamengo estava, certamente, à beira do momento em que, enfim, poderia vislumbrar alguma recompensa a tanto esforço.

Hoje é um dia triste para o futebol e para as famílias das vítimas que compartilhavam a luta e o sonho dos seus jovens boleiros.


domingo, 18 de novembro de 2018

Zico, Flamengo e memórias de um fotógrafo-torcedor. Por Guina Araújo Ramos

Zico e Bruno, 1978 - Foto de Guina Araújo Ramos
E, da mesma sequência, a imagem que virou capa da
Manchete Esportiva. Foto de Guina Araújo Ramos



por Guina Araújo Ramos

A data real de fundação do Clube de Regatas do Flamengo é 17 de Novembro de 1895, mas seus fundadores, certamente influenciados pela ainda recente Proclamação da República, registraram como data oficial o 15 de Novembro, o que é, talvez, a primeira das muitas contradições deste clube de elite que se tornou o mais popular do Brasil, quiçá do mundo...

Além do esforço por sucesso na nobreza das regatas, os primeiros atletas flamenguistas logo se voltaram para o futebol, prática mal vista pela elite carioca. Por alguns anos o time apenas disputou amistosos, até a chegada de um time inteiro de futebol, dissidência de outro clube ainda mais esnobe, o Fluminense.

A mudança progressiva no perfil dos torcedores (não o da diretoria...) foi efeito não só das vitórias, a partir dos anos 1920, mas da expansão do rádio, com a formação de cadeias nacionais para a transmissão dos jogos, que tornaram conhecidos os times cariocas em todo o Brasil. Cresceram principalmente, com os bons resultados nas décadas de 1940 e 1950, as torcidas de Vasco e Flamengo, e esta, no Rio, também era estimulada pela Charanga, uma bandinha irritante na arquibancada...

A partir de meados dos anos 1970 e até início dos anos 1990, o Flamengo novamente recebe uma onda de torcedores: outra excelente fase de vitórias!... É então que brilha o maior de todos os jogadores lendários do Flamengo: Zico.

A partir da Era Zico, o Flamengo continua a sua epopeia, sempre na primeira divisão nacional, com seis títulos brasileiros (incluindo o nacional de 1986) e até ultrapassando o velho rival Fluminense em campeonatos cariocas, muitos já no século XXI, com destaque para o show do gringo Petkovic, em 2001, na final contra o Vasco.

A esta altura, Zico (Arthur Antunes Coimbra), maior artilheiro do Flamengo, que também jogara na Itália e Japão, tornara-se técnico de futebol, trabalhando nos mais inesperados países.

Com esta história, simplesmente o Flamengo acumulou a maior torcida no mundo, cerca de 40 milhões de torcedores... Inclusive eu, desde os cinco anos de idade, ao ver o Fla tricampeão (1953-54-55), e justo sobre o América, para o qual meu pai me catequizava (tema, emulando Guimarães Rosa, do premiado conto Grã Decisão: Viradas).

Meus primeiros contatos com Zico se deram nos tempos em que trabalhava na Bloch Editores, em matérias para a revista Manchete Esportiva, onde, em geral, cobria esportes amadores (a concorrência fotográfica era grande...). Desta vez, a tarefa era uma foto bem posada, típica das revistas da Bloch Editores, de Zico com o seu recém nascido filho Bruno, ambos com camisas do Flamengo, é lógico. Apesar da forte sombra do flash direto, de certo modo uma falha técnica (desculpável, talvez, pela minha pouca experiência ou pela emoção de torcedor), a foto foi capa da revista.

Outra passagem na Bloch que levo divertidamente na memória é a de um plantão de fim de ano (1978, 1979?), em que me colocaram de acompanhante do tão efusivo quanto sério do repórter Tarlis Batista, “o repórter das missões impossíveis”... Íamos cobrir um réveillon de luxo, se não o do Copacabana Palace, o de algum outro luxuoso salão do bairro. Só que ele sempre inventava algo mais... Veio logo avisando que iríamos registrar também a passagem do ano na casa do Zico, na Barra. Precisando estar tanto na Barra quanto em Copacabana no mesmo momento, à meia-noite, foi necessário que fizéssemos, na casa do jogador, uma simulação (e nisso ele era muito bom, tinha prática). Depois viemos da Barra em desabalada carreira, na medida em que o engarrafamento nos permitia, para cumprir a pauta da cobertura do réveillon, a contagem regressiva, o espocar de champanhe, em Copacabana. É claro que chegamos um pouco atrasados, mas nada que uma nova simulação não resolvesse...

Em Junho de 1980, me transferi para o Jornal do Brasil e passei a cobrir, com certa frequência, os treinos do Flamengo. Num deles, na saída dos jogadores, vendo o alvoroço em torno de Zico, me aconteceu de, pela primeira e única vez, pedir um autógrafo a um dos meus fotografados (aliás, a qualquer pessoa, exceto escritores), que de repente senti que era uma oportunidade única... Na época, até presidentes faziam questão de conhecer Zico, que o diga João Figueiredo, que o encontrou após o jogo Brasil 1 x 0 Alemanha, no Maracanã, em 1982.

Zico sob abraços. A foto da comemoração  da vitória sobre o Cobreloa, no Maracanã, abriu o Caderno de Esportes do JB.
Foto de Guina Araújo Ramos

Outro momento de associação entre nós, eu e Zico, ainda que à distância, aconteceu no primeiro jogo da final da Taça Libertadores da América, em 1981, contra o Cobreloa do Chile, no Maracanã. Deixei de fazer a foto do gol Zico, em que driblou vários e entrou pela área para fazer o gol, simplesmente porque estava torcendo... Ainda bem que fiz uma bela foto da comemoração, todos em cima dele, abriu a página de Esportes. Conto a história no livro A Outra Face das Fotos, mas devo reconhecer que realmente a paixão pelo Flamengo me atrapalhava um pouco como fotojornalista...

MATÉRIA COMPLETA E MAIS FOTOS NO BLOG BONECOS DA HISTÓRIA, AQUI

quarta-feira, 14 de março de 2018

Leitura dinâmica: Stephen Hawking, Bebeto, taxa de carioca, a volta da Moral e Cívica, mulher torturadora...

* Frase  que fica - De Stephen Hawking, que morreu ontem aos 76 anos: "Somos apenas uma estirpe avançada de macacos em um planeta menor de uma estrela muito comum. Mas podemos entender o universo. Isto nos torna muito especiais”. Foi dita em 1988, em entrevista à Der Spiegel. Em 1994, Pink Flyd "sampleou" a voz de Hawking na música Keepp Talking. Veja o clipe e ouça AQUI. *

* Fumaram a propina: O Esch Café foi templo badalado pela elite carioca. Era exaltado em matérias e colunas sociais. Entre baforadas, era centro de degustação de propinas. A Lava Jato acusa o dono do lugar, empresário Felipe Paiva, como "coordenador' do esquema de jabaculês com dinheiro público.

* O carioca frequentemente paga com a vida por morar em uma cidade onde o tráfico domina territórios. E paga em dinheiro o custo da violência. Além de dar as ordens nas favelas, os traficantes e milicianos agora unidos fazem dos assaltos nas ruas, roubo de carros, explosões de caixa, roubos de cargas, gatos de TV por assinatura, vans, venda de gás, de cestas básicas etc o franchising do crime. Para completar, as empresas, como Correios, Light e transportadoras agora transferem para o consumidor um taxa para compensar os riscos de atuar no Rio. E o cidadão sair perdendo em todas as situações.

* O Brasil vive um novo milagre econômico? A coluna de Míriam Leitão no Globo de hoje tanto louva o governo e pinta de rosa a conjuntura que poderia ser assinada pela Agência Brasil.

* O jogo Vasco 0 X 1 Universidad de Chile, ontem, foi truncado pela violência habitual nos jogos da Libertadores. Mas quem mais apanhou em São Januário foi a bola. A "gorduchinha", como apelidava o locutor Osmar Santos foi praticamente linchada pelos dois times

* Torturadora - Espera-se que a nomeação de Gina Haspel como primeira mulher a chefiar a CIA não seja comemorada por mais ninguém além do presidente dos Estados Unidos. A mulher era gestora de torturas nos porões da "Gestapo" americana. Para Trump a nomeação foi o seu jeito de comemorar o Dia Internacional da Mulher.

* Esculhambação ideológica - Nada define mais a coerência partidária no Brasil do que o PPS (Partido  Popular Socialista). O partido se diz "de esquerda" e originário do Partido Comunista. Pois o deputado distrital Raimundo Ribeiro é o autor da lei que impõe a volta de uma disciplina escolar da ditadura - Educação Moral e Cívica - às escolas de Brasília. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) até vetou o projeto, mas a Câmara Legislativa derrubou o veto e revalidou a lei de Costa e Silva. A pergunta que não quer calar: Raimundo Ribeiro vai buscar mais inspiração no regime militar? Vai ver ele sonha em recriar outras instituições goebbelianos da ditadura: "Povo Limpo é Povo Desenvolvido", "Ame-o ou Deixe-o",  "Ninguém Segura este Paí", "Doi Codi", Dops...

* Flamengo "amarelou" - Até os torcedores rubro-negros estão reclamando do novo uniforme do time, todo em amarelo. Parece um tentativa vulgar de pegar carona nas cores da Seleção em um ano de Copa. Falta trocar o Urubu pelo Canarinho.

* O criador da "Geração de Prata" do vôlei - Morreu Bebeto de Freitas. Era sobrinho de João Saldanha e tinha o esporte na veia. Foi o técnico da seleção na Olimpíada de Barcelona em 1994, quando ganhou a histórica medalha de prata e posterior evolução do vôlei brasileiro tem sua mão de ex=levantador.

* Campos para refugiados - Bolsonaro anuncia que vai revogar a Lei de Imigração e construir campos para concentrar na fronteira venezuelanos que buscam o Brasil.

* Para saber como funciona a igreja-indústria neopentecostal, leia o livro  "Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil", de Ricardo Mariano.

* Humor cotidiano - frase de Carmen Lúcia: "Simplesmente não me submeto a pressões".

* Essa suposta negociação da "Escolinha do professor Temer" com o governo Trump, após a taxação do aço, pode acabar em mais prejuízo para o Brasil. Por enquanto, podem ser colocadas na mesa mais imposições americanas, segundo matéria do Globo, hoje: que a Embraer passe para a Boeing o mais rápido possível e que o Brasil libere a importação de etanol de milho produzido na terra do Tio Trump. Enquanto outros países estudam retaliações, no Bananão, como dizia Ivan Lessa, os nossos Chicago Boys já fazem a lista do que podem entregar.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Globo e Antonio Tabet não são mais amigos. Jornal "desadiciona" o colunista que criticou o "jornalismo esportivo Nutella"

O "barraco" no impresso. Clique na imagem para ampliar. 


Um leitor entrou na discussão por achar que o "jornalismo Nutella" ainda será tema de teses de dotourado...

Difícil é achar mocinho nessa briga de Antonio Tabet, vice-presidente de Comunicação do Flamengo, e o Extra/Globo.

Quando o Extra esculachou e humilhou o goleiro Muralha na primeira página, Tabet protestou.

Depois da derrota para o Cruzeiro e de dar adeus à Copa do Brasil, que era a prioridade do time esse ano, o Flamengo entrou em crise de alta ansiedade. No meio da fogueira, Tabet publicou um post comemorando a audiência do clube em redes sociais. A torcida reagiu, criticou o oba-oba e, com razão, não via nada para comemorar. O Extra abordou o caso. Sob bombardeio, Tabet não gostou e teria proibido que repórteres do jornal fizessem perguntas durante coletiva no Flamengo. O diretor de Comunicação criticou o "jornalismo esportivo Nutella". Aí, foi o Globo que vestiu a carapuça, teve um piti e demitiu o cronista, publicando sua última colaboração e com direito a uma "nota explicativa".

Parece um "barraco de comadres". Melhor não entrar nessa.



sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O "setor de inteligência" do Flamengo não combinou com os "russos"

por O.V.Pochê

É famosa a pergunta do Garrincha a Vicente Feola, técnico da seleção brasileira campeã na Suécia, em 1958.  Na véspera do jogo contra a então União Soviética, Feola traçou no quadro-negro uma instrução, quase uma bula, para cadenciada troca de passes que, na imaginação do treinador, acabaria fatalmente em um gol do Brasil. Garrincha apenas mandou uma pergunta-drible: "Mas o senhor já combinou com os russos"?

O Muralha é execrado nas redes sociais desde ontem. É campeão em memes. Com raríssimas exceções, o ex-jogador Caio Ribeiro é uma dessas, o goleiro foi detonado por comentaristas haters na TV e nos jornais em contraste com o meia Diego que, embora tenha perdido um pênalti, escapou do linchamento.

Hoje, o Globo revela que Muralha pulou todas as vezes no canto direito do seu gol por ordens da diretoria.

Flagrante da diretoria do Flamengo antes do jogo contra o Cruzeiro.
Nerds estudaram cobranças de pênaltis e, baseados em exaustivos estudos,
mandaram que o goleiro Muralha pulasse todas as vezes
no seu canto direito do gol

O jornal informa que o "setor de inteligência" do Flamengo baixou o decreto após nerds e tecnocratas do clube analisarem em computadores as estatísticas de cobrança de pênaltis dos jogadores do Cruzeiro. Como se sabe, o Flamengo tem sua diretoria hoje formada por oriundos do mercado financeiro e aliados. Dizem que a turma não entende porra nenhuma de futebol mas botou as finanças em dia. Título que é bom, esse ano só o Carioca e, há saudosos quatro anos, uma Copa do Brasil.

Mas eu dizia que Muralha pagou o pato. E foi leal, não caguetou: deu entrevistas desde a derrota e não entregou os nerds que traçaram o plano "brilhante' no computador mas esqueceram de combinar  com os "russos" do Cruzeiro.

Na véspera do jogo, o mesmo Globo publicou um infográfico de cobranças de pênaltis que também trazia o mapa da mina para derrotar o time mineiro. Hoje, Cruzeiro com a mão na taça, o infográfico também virou piada.

Dizem que a diretoria do Flamengo e o "setor nerd de inteligência" voltaram aos computadores: o objetivo agora é a Sul-Americana e uma das vagas do Brasileirão para a Libertadores.

Sob pressão da torcida, o departamento Flanerd estuda modelos matemáticos, simulações, Google, faz pesquisas no site de encontros Tinder, investigações na deep web e pede ajuda do Wikileaks para estudar todos os movimentos de cada um dos cerca de 180 jogadores adversários que o Flamengo enfrentará até a última rodada do Brasileirão, além dos jogos da Sul-Americana.

A NASA vai emprestar alguns supercomputadores.

ATUALIZAÇÃO 

OLHA SÓ O QUE A DIRETORIA DO FLAMENGO COMEMORA. PRA ELES ISSO É MELHOR DO QUE UM TÍTULO? VIBRAM MAIS COM LIKES E EMOJIS DO QUE COM BOLA NA REDE.



EM RESPOSTA AO DIRETOR, ALGUMAS INVERTIDAS DOS TORCEDORES







domingo, 23 de julho de 2017

Acha que é fácil a vida de repórter? Coletiva acaba em queda...


O repórter Fred Gomes, do Globoesporte.com cobria a coletiva do jogador Diego Alves, na sede do Flamengo, e tudo ia bem até que ele resolveu sair do meio de campo e investir pela ponta direita. O resultado você pode ver AQUI

domingo, 9 de julho de 2017

Futebol: facções, e não torcidas, tocam o terror nos estádios

O Vasco vai comemorar em 2018, 120 anos.

O mínimo que o torcedor pode esperar é que o clube festeje a data na primeira divisão do futebol brasileiro.

Em um século de existência, talvez os anos mais difíceis do Vasco sejam esses últimos 20. Embora nesse período tenha sido campeão brasileiro e do Mercosul, em 2000, da Copa do Brasil de 2011 e Carioca de 2015 e 2016, além da Série B de 2009, o clube e o time nunca foram tão instáveis.

O maior adversário do Vasco na luta pela permanência na elite do futebol brasileiro não está no campo, mas nos corredores, nas salas e nas arquibancadas de São Januário. Com o fim da era do presidentes realmente beneméritos como Manuel Joaquim Lopes, João Silva, Agathyrno da Silva Gomes e Antônio Soares Calçada, a política interna do clube tornou-se predatória.

As eleições vascaínas acontecerão em novembro desse ano, mas a campanha já incendeia São Januário. Ontem, o briga de torcidas, que pode custar ao Vasco a interdição do estádio, com enorme prejuízo para a equipe que luta em campo, tem por trás essa disputa eleitoral. Um fato que se evidencia nos últimos conflitos. E é difícil encontrar puros nessa guerra suja. Situação e oposição vão lutar corpo a corpo até jogar o Vasco de volta à Série B.

A consequência será acelerar a corrida do Vasco rumo ao triste destino de outro querido clube carioca, o America?  Possivelmente. Nos últimos anos, sucessivas diretorias e a ação da oposição estão arrastando o Gigante da Colina ladeira abaixo, tal qual aconteceu com o tijucano America.

São vários os problemas que afetam os clubes, hoje. Dos financeiros aos morais e éticos. Sem administradores competentes, que deixem de lado interesses e vaidades pessoais, fica difícil. E, digamos, o mundo corporativo do futebol atual não ajuda.

Quando se fragilizam, os times ficam ainda mais expostos às pressões e interesses do empresários. Muitos jogadores já nem pertencem aos clubes, estão ali na vitrine enquanto aguardam uma "janela" para pular fora, com intermediários e atravessadores pegando carona nos valores.

E há questões ainda mais críticas. Tradicionalmente, entre os grandes clubes, dirigentes, de oposição e situação, não importa, apoiam e são apoiadas por algumas torcidas organizadas. Facilidades como ingressos, passagens etc entram no pacote de bondades. Acontece que, atualmente, o quadro de violência e de criminalidade urbanas se reflete em certas facções (a maioria nem merece mais o nome de torcidas). Grupos oriundos de comunidades dominadas pelo tráfico brigam não pelo futebol mas pela rivalidade entre as quadrilhas organizadas, veem no "inimigo" uniformizado o "alemão" vinculado a um sigla criminosa adversária. Caso ainda fossem controladas, em tese, pelos dirigentes que as apadrinham, até mesmo essa mínima porção "ordem" foi pro brejo. As facções estão desembestadas. O torcedor autêntico, aquele que leva o filho ao estádio, cada vez mais, e com razão, foge das arquibancadas transformadas em arenas de conflitos. Em dia de jogos, até vestir a camisa para ir ao botequim da esquina, mesmo longe dos estádios, é ato de coragem, e se "uz alemão" passarem em um ônibus lotado e descerem pro pau? Já aconteceram vários casos assim, recentes, envolvendo torcedores dos grandes clubes do Rio, de São Paulo, de Coritiba, de Porto Alegre etc. Por  isso, facções de um mesmo clube brigam entre si.

O poder publico geralmente se omite e atua apenas em momentos críticos. Investigar, identificar, prevenir e punir os integrantes das facções que aterrorizam estádios e ruas seria pedir demais?

O conflito de ontem, que começou nas arquibancadas de São Januário entre supostos vascaínos e continuou nas ruas próximas, fez mais uma vítima fatal.

Para encerrar esse post deprê, um pequeno detalhe histórico: ironicamente, as torcidas organizadas surgiram nos anos 1950, sob a inspiração do jornalista Mário Filho, como um instrumento de paz nos estádios. Com instalações maiores construídas, ampliadas ou reformadas para a Copa do Mundo de 1950, como Maracanã, Pacaembu, Durival de Brito, em Curitiba, Ilha do Retiro, em Recife, o Eucaliptos, em Porto Alegre, o Independência, em Belo Horizonte, este, como o Maracanã, erguido especialmente para o Mundial, imaginou-se que torcidas organizadas, com líderes carismáticos, ajudariam a conter os excessos dos demais torcedores, além de ilustrar a festa com charangas e bandeiras. Afinal, estádios como o Maracanã e o Pacaembu, podiam receber, respectivamente, 200 mil e 50 mil espectadores. Eram torcidas únicas, só nos anos 70 começaram a se desmembrar e surgiram as organizadas de bairros, cidades etc.

Dulce Rosalinda, a torcedora-símbolo do Vasco

Jaime de Carvalho, o chefe da Charanga do Flamengo
No Rio, havia uma exigência para um torcedor liderar uma torcida: ter ficha limpa na chefia de polícia do então Distrito Federal.

Dois dos mais famosos foram Jaime de Carvalho, da organizada do Flamengo, e  Dulce Rosalinda, do Vasco.

Pode ser lenda urbana, mas contavam antigos cronistas que foram as organizadas, especialmente as do Vasco e do Flamengo, que evitaram um quebra-quebra no Maracanã e contiveram torcedores revoltados em um certo e trágico domingo, 16 de julho de 1950.

Aquele mesmo, o dia em que o Brasil perdeu a Copa para o Uruguai.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

TRÍVIA DA TRAVE: as redes eram assim... Ilha do Urubu faz uma viagem no tempo.

Ilha do Urubu: Flamengo revive a tradicional rede "Véu de Noiva" hoje banida dos grandes estádios. Foto Flamídia

por José Esmeraldo Gonçalves

No seu novo estádio, o Ilha do Urubu (“Urubuzão” para os íntimos), na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, o Flamengo resgatou a tradição da rede “Véu de Noiva” – na sua versão vintage, inclinada como um manto, muito próxima do travessão, descaindo depois num ângulo suave até o fundo do gol.

Os "velhinhos do Board", como João Saldanha apelidava o conservador International Football Association Board, conselho superior da Fifa encarregado de definir e atualizar as regras do futebol, nunca impuseram um modelo rígido, mas, durante muito tempo, o "filó" ou "barbante", no jargão de locutores esportivos, até que não mudou muito.

Na Copa de 1958, a rede com barra de ferro. Foto Manchete Esportiva


Em 1958, na Suécia, os organizadores da Copa montaram barras de ferro sustentando a rede. O modelo foi abandonado depois por questões de segurança. Além disso, a barra de ferro nada discreta no fundo do gol não raro devolvia a bola como se fosse um poste, o que confundia o torcedor no alto das arquibancadas.

Na Copa de 70, no México, as traves ganharam suportes um pouco maiores nos ângulos do travessão, que afastavam do goleiro, por quase um metro, o caimento da rede.

Na Copa de 1950, Giggia estufou a rede "Véu de Noiva" de Barbosa. O "barbante" visto aí
foi queimado anos depois junto com a lenha de um "churrasco de desabafo"
organizado por jogadores para exorcizar a derrota para o Uruguai. Funcionou. O Brasil foi campeão
do mundo antes do fim daquela década, em 1958, conquistando o primeiro título da série do Penta.
A propósito: que alguém localize imediatamente e faça um churrasco
com as duas redes azarentas do Mineirão, aquela dos 7 X 1  de 2014 de triste memória.

Na Copa de 1974, a da Alemanha, os suportes foram alongados e o gol ganhou um aspecto de "caixote". Os puristas, incluindo jogadores, criticaram o modelo  -  um "monstrengo", na visão deles. De fato, a rede esticada reduzia o impacto de uma imagem consagrada no futebol: a do gol que "balança a rede". Como o de Ghiggia, contra Barbosa, na Copa de 1950, no Maracanã.

1978: o argentino Kempes vai buscar a bola no fundo da rede esticada. Foto Fifa

Na Copa da Argentina, o suporte superior estava lá, embora ainda mantivesse a rede ligeiramente em diagonal. Uma das hipóteses para a evolução do formato estaria na tecnologia das câmeras de TV. O modelo quadrado tornou possível a instalação de microcâmeras no fundo do gol. Outro motivo seria melhorar a visão do árbitro, quando posicionado na lateral da grande área, e do bandeirinha.


Pelé, mil gols. FF
Sejam lá quais forem as razões da Fifa, o "Véu de Noiva" dava, para muitos, um toque extra às tramas e emoções do futebol. Que o digam os artilheiros, que após estufar as redes entravam no gol e se enrolavam no "filó". Como Pelé, em 1969, no Maraca, após o seu milésimo gol. Comemorar na rede é coisa que se tornou rara, a malha esticada não favorece. Hoje, os gols são festejados com "dancinhas" ou corridas em direção à câmera instalada no corner, para a alegria do patrocinador do uniforme.


Piqué: rede de lembrança
Naquele jogo, Pelé ficou com a bola, mas esqueceu a rede. Piqué, do Barcelona, não. Ao vencer a Liga dos Campeões, em 2009, arrumou uma tesoura, cortou a rede inteira do Estádio Olímpico de Roma e levou de lembrança pra casa.

Até o fim dos anos 1980, o Maracanã manteve-se fiel à tradição da "Véu de Noiva" até que, após uma reforma, a Suderj instalou uma rede retangular. Durou pouco. Houve reclamações e o modelo original foi recolocado. Pouco depois, foram montados pequenos suportes, semelhantes aos da Copa de 1970, e assim ficaram as traves até o fechamento do estádio para obras, em 2010.

Maracanã, Copa 2014.
Reprodução/Divulgação Fifa
Para a Copa de 2014, a Fifa "recomendou" uma mudança mais radical no Maracanã: a rede antes em diagonal foi esticada com uma corda presa a um mastro atrás do gol. E, em breve, deve receber definitivamente os sensores do árbitro de vídeo (o VAR, de Video Assistant Referee) que a Fifa testou na recente Copa das Confederações e que deve ser confirmado para a Copa de 2018, na Rússia.

E assim a "noiva" perdeu de vez o "véu", confiscado pelo

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Prisão de vice-presidente do Flamengo inspira nova torcida: FLAva-jato

por Omelete
O Flamengo tem sido exaltado pela competência da sua diretoria composta por executivos. O time não ganha título há alguns anos mas as finanças estariam em ordem.

O board do clube sofreu uma baixa hoje com a prisão de um vice-presidente (Flávio Godinho) por suposto envolvimento na Lava-Jato quando atuava no grupo do notório Eike Batista.

Foi o que bastou para uma nova torcida ser lançada na praça: FLAva-jato.

Dizem também que o time vai trocar de escudo e adotar esse aí ao lado.

E vai criar uma divisão de base em Bangu.

Só pode ser maldade da torcida do Vasco.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Viu isso? Flamengo não é o Barcelona... A culpa é da filosofia

Depois da goleada de 4X0, o placar do Itaquerão deu o horário do voo de volta para a torcida do Flamengo. Reprodução Twitter

por Niko Bolontrin

Vitória do Flamengo vende jornal. Essa era uma máxima da mídia impressa. Talvez fosse verdade, mas hoje já não tem esse peso todo não só pela presença da web que atualiza o torcedor em cerca de 12 horas antes de o jornal chegar às bancas, mas pela crise do futebol brasileiro, o crescimento de outras modalidades esportivas e a concorrência europeia, a falta de ídolos que atuem aqui.
Mas ainda é visível no rádio, na TV e na própria mídia impressa uma forte tendência a cortejar a torcida do Flamengo mesmo nos piores momentos, quando um título de página não pode esconder o desastre em campo. A torcida acaba vítima desse baba-ovo midiático. Não raras vezes, bastam uma ou duas vitórias para que seja passada a impressão de que o Flamengo tem um time competente. Muita gente acredita.
Não, o Flamengo não é o Barcelona, nem o festejado treinador Zé Ricardo é o Luiz Henrique Martinez Garcia e Cirino não é Messi, como às vezes as análises quase levam a acreditar. Propaganda enganosa que a realidade acaba por desmascarar. Ontem, por exemplo, ao sofrer a impiedosa goleada do Corinthians, por 4 x 0, o Flamengo mesmo assim ganhou elogios por suposto domínio de jogo durante mais de 50 minutos. ComO a partida tem, no mínimo, 90 minutos, elementar, meu caro, vê-se que o Timão humilhou no resto do tempo regulamentar. O placar não mente.
Essa história de ser o melhor em campo e perder no placar é sempre estranha e exige raciocínios acrobáticos. Vai ver, gostariam que passe certo contasse créditos, chute a gol idem, escanteio valesse 0,001 de um gol e tudo isso levasse o time que "jogou melhor" mas infelizmente não fez gol a ser o vencedor biônico.
Os velhinhos do board da Fifa ainda não piraram para determinar tais regras. Até que isso aconteça, quem faz mais gols, mesmo que em cobrança de pênaltis depois do tempo regulamentar, é o vencedor da partida. No máximo, se assim desejam, pode-se dizer que o time é brilhante mas "não dá sorte", "não é o dia", paciência, "coisas do futebol". A seleção brasileira de 1982 entrou para a história como uma das melhores, tinha uma geração de craques, mas não ganhou a Copa.
Simples: naquele jogo, a Itália - que depois seria a campeã - jogou melhor e eliminou a nossa seleção que errou passes críticos, falhou na defesa e não conseguiu parar Paolo Rossi, o artilheiro e ainda eleito o melhor jogador daquela Copa.
O Brasil daquela época entrou para a nossa memória; a Itália para a história oficial das Copas.
De novo, simples, como ontem: o Corinthians fez quatro gols e o Flamengo nenhum. O treinador rubro-negro culpou a filosofia. Disse ele ao Globo que o Corinthians "tem filosofia há uns três anos'. Talvez. Os "gregos" Rhomero, Ghylherwy e Rhildho são os filósofos da bola na rede.
VEJA OS GOLS DOS "FILÓSOFOS" DO TIMÃO, CLIQUE AQUI

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Jornal Irish Examiner culpa a urucubaca da camisa do Flamengo pelas derrotas de José Aldo e Ronda Rousey. Os dois posaram com o "fatídico manto"

O Irish Examiner descobriu a causa das derrotas de José Aldo e de Ronda Rousey, ambas fragorosas. Os dois posaram com a camisa do Flamengo antes de protagonizarem vexames no octógono. O jornal sugere ao campeão irlandês Connor Mc Gregor, que acertou um soco demolidor no rosto do brasileiro, que fique longe da camisa rubro-negra; "Nada de bom vem daí", sentenciou. Leia no Irish Examiner, clique AQUI 

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Traduzindo...

por Omelete
Lei Rouanet deu dinheiro público para empresa rica
* Em transação bilionária, o Cirque du Soleil, teve seu controle acionário vendido para fundos de investimentos chineses e norte-americanos. O tradicional circo canadense atrais 150 milhões de espectadores em todo o mundo. Mas você sabia que este mesmo riquíssimo circo veio ao Brasil e foi patrocinado por dinheiro público através da Lei Rouanet? Pois é. 
Choro vai dar liga
* O Flamengo, sempre beneficiado pelas arbitragens, chora a derrota para o Vasco. Ficou magoado. E ameaça levar a bola pra casa e fundar uma liga. Já fez isso no começo do século passado quando não queria ter no time jogadores negros.
Antena na cabeça
* Dilma apronta mais uma. Por pressão das empresas de telefonia e das bancadas de parlamentares ligados ao setor, a presidente assinou lei que impede que os municípios atuem no controle de antenas de celulares que poluem as cidades. Na prática, muitas normas ambientais e estéticas podem ir pro espaço. Se o governo federal autorizar, será possível instalar antena na pedra do Arpoador, por exemplo ou na cabeça do Cristo Redentor. A favor de Dilma, registre-se que ela vetou um artigo safadinho que dava margem a interpretação de que o poder público deveria arcar com os custos de investimentos das redes privadas. Ou seja; além da poluição visual e dos efeitos das ondas de rádio na cabeça o cidadão ainda poderia pagar a conta.  Sei não, os projetos que Dilma recebe do Congresso para sancionar devem ser lidos com lupa e microscópio eletrônicos já que não são raros os "contrabandos" embutidos.
Nova Mulher Maravilha

Gal Gadot, a nova Mulher Maravilha. Divulgação

Fãs reclamam que ela não tem a comissão de frente da antiga MM, Lynda Carter. Reprodução

* A atriz israelense Gal Gadot, 30, será a nova Mulher Maravilha. Ela serviu por dois anos na IDF (Israel Defense force). Mas os fãs estão reclamando que ela tem seis pequenos, quesito no qual a antiga titular do papel, a atriz Lynda Carter, sobrava.
Fim da boca-livre para concessões?
* O governo vai anunciar novos lotes de concessões, em maio. Noticia-se que haverá um enxugamento da atuação do BNDES que antes financiava até 70% da festa. Ou seja, quem levar a concessão vai ter que investir dinheiro próprio. Tradicionalmente, a política de concessões públicas no Brasil é presente natalino para as empresas privadas que assumem estruturas que geralmente já estão prontas e levam bilhões de BNDES a juros subsidiados para tocar o negócio. A expectativa é se em condições de investimento mesmo, do caixa das empresas ou de empréstimos que elas levantem no mercado, haverá interessados.   O que se diz é que se acabar a negociata não tem negócio. A conferir nos próximos leilões.
Bandeira da Rússia é vetada no Monumento aos Mortos, no Rio
* O cerimonial do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial se recusa, não se sabe porque, hastear a bandeira russa durante as comemorações do dia da Vitória, em 8 de maio. Aparentemente, querem apagar na marra o papel decisivo da então União Soviética na vitória dos aliados. Registre-se que o país impôs a histórica derrota à Alemanha tida pelos historiadores como fundamental para a virada da guerra.
A Segunda Guerra custou à Rússia mais de 20 milhões de mortos. Nenhum país foi tão sacrificado. Em decisão elogiável, a presidente Dilma Rousseff vai à Rússia e participará das comemorações locais no dia 9 de maio (em função dos fuso horário é, para ele, o Dia da Vitória). Diplomaticamente, Dilma compensa a estranha atitude dos responsáveis pelo cerimonial do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Atero, Rio de Jqaneiro. Ainda circula na internet uma petição pública pedindo às autoridades que revejam a decisão e permitam que a bandeira da Rússia tremule ao lado de todos os demais aliados. Ainda há tempo. Assine e divulgue a petição. Clique AQUI
Trabalhadores de mãos ao alto. Ganhou, playboy, é a terceirização
* Anúncios e jornais e comerciais na TV defendem a Lei da Terceirização. São bancados por instituições patronais que recebem dinheiro público, como Fiesp e outras. A ofensiva é intensa e deixa claro que a precarização do trabalho e o comprometimento de direitos trabalhistas só interessam aos patrões, que embolsarão recursos que hoje se destinam à Previdência Social (o que vai comprometer aposentadorias), vão lucrar com o fim de obrigações trabalhistas, subsitituirão empregados como quem muda um pilha de lanterna, não precisarão se comprometer com planos de carreira e achatarão salário. Melhor do que isso só sonegar a Receita e ter conta secreta na Suíça. As centrais sindicais convocam os trabalhadores para evitar que as bancadas dos empresários na Câmara assaltem direitos e roubem empregos. 
Bolsa-Blog tucano
* O governo de Geraldo Alkmin, do PSDB, inventou em São Paulo o Bolsa-Blog. Mas só para os coxinhas amigos. A Folha divulgou os altos números das verbas públicas destinadas à turma que diz estar "cansada" da corrupção. 
Ilse Scamparini, que  soooonoooo...
* Tá bombando na rede. O melhor das comemorações dos 50 anos da TV Globo foram as hilárias caretas da repórter Ilse Scamparini durante o especial que reuniu profissionais da emissora. Ninguém entendeu.
Reprodução
Foram várias caras e bocas. Um internauta disse que Ilse fazia o visual "não estou disposta". Outro, registrou um "adoro da felicidade da Ilse Scamparini". E mais um, avaliou que ela cansou do falatório do Galvão lembrando João do Pulo, Ayrton Senna, Copa de 78, e outras velharias e deu sono. Até o bebê de proveta foi lembrado, fato que é mais sonífero do que o Domingão do Faustão.
Lava Jato: roubaram os óculos de Michael Jackson
* Roubaram os óculos da estátua de Michael Jackson no Morro Dona Marta. Deve ter sido alguém da Lava Jato. Melhor o juiz Moro ouvir um delator para confirmar.
Russas esquentam a Sibéria
Reprodução
Do site RT

* Sem dar bola para o frio, russas esquiam de biquini na Sibéria. Na verdade, um grupo se reuniu em um flash mob gelado para tentar quebrar um recorde do Guiness em matéria e pouca roupa e baixa temperatura. Aparentemente, pela euforia da rapaziada, o boicote à Rússia, manobrado por países da Europa e pelos Estados Unidos não está abalando a temporada. Veja o vídeo, clique AQUI
Não é pelos 0,5% de álcool
* STJ diz que a Kaiser pode anunciar como "sem álcool" e sem necessidade de avisar no rótulo cerveja com 0,5% de álcool. Surreal. A Kaiser ganhou a parada mas está aberto um precedente. Deixa ver se eu entendi: produto com 0,5% de gordura pode então ser anunciado como sem gordura. Sorvete com 0,5% de cachaça pode ser anunciado como sem cachaça; pastel com 0,5% de carne vencida não precisa avisar ao consumidor. Manteiga sem sal pode ter 0,5% de sal e não precisa avisar ao hipertenso. A torta dietética pode levar 0,5% de açúcar e esconder isso do diabético. E o mais grave; a Lei Seca pune atualmente o motorista que ingerir qualquer quantidade de álcool. Quer dizer que o sujeito bebe uma cerveja "sem álcool" da Kaiser e, na verdade, vai estar com 0,5% da "marvada" na veia? Talvez os ministros do STJ possam fazer um teste: bebem umas Kaiser "sem álcool" e depois vão pra blitz da Lei Seca e ver no que vai dar.


terça-feira, 14 de abril de 2015

Notícias fora da lei... e o "coxinha" que matou Lincoln há 150 anos...

por Omelete

China na área
* Enquanto colunistas com deprê política em pas de deux com analistas de apetite especulativo preconizam o caos, a China anuncia que está interessada em investir em infraestrutura no Brasil. Loucura, loucura? Pretende entrar no setores de energia elétrica, ferrovias (e para construir não para pegar concessão do que já está pronto, como é a regra por aqui) e indústria automobilística. Desde os vendilhões do templo - que pegaram carona no seguidores de Jesus como um vendedor de cerveja embarca nos bloco de carnaval - oportunidade é business. E crise é oportunidade. Mas há críticas na mídia sobre o apetite dos chineses no mercado. Sei lá porque.

Digitais
* A Light, controlada pela Cemig, empresa que foi administrada pelo tucanos durante mais de dez anos, aparece na Operação Zelotes com digitais de quase 1 bilhão de reais. Como se sabe, a mídia está "cautelosa" com a Zelotes que apura um mega esquema de sonegação envolvendo grandes empresas de vários setores, incluindo a própria mídia.

Boca livre
*Convênios, ONGs e terceirização no serviço público são, quase sempre, estruturas úteis para "atravessadores" limparem cofres da viúva. Procuradores informam que o escândalo envolvendo a Universidade Federal do Paraná e o DNIT resultou em aumento de mais 90% do custo em relação ao valor inicial.

E o complô?
* Um colunista esportivo, flamenguista declarado e que, dizem, guarda mágoa do Vasco desde que foi setorista em São Januário, vaticinou seguidamente que os juízes estavam beneficiando o gigante da Colina e insinuou que, com isso, queriam agradar o presidente da Federação apesar de o Vasco ter sido prejudicado em lances importantes ao longo da Taça Guanabara. No domingo, o Flamengo foi decisivamente favorecido pela arbitragem. O colunista reconheceu isso hoje. Devia reconhecer que sua "tese" não tinha provas. Era um "parpite".

Oposição quer faroeste
* A oposição que detonar o Estatuto do Desarmamento, facilitando a compra de armas e liberando o porte nas ruas. Dilma é contra, mas no Congresso" tá tudo dominado" por bancadas empresariais. Entre outras coisas, os conservadores querem permitir que em vez de seis (o que já é muito), a pessoa possa ter nove armas em casa. E permitir que sujeito que já tenha cumprido pena possa ter esse arsenal em casa. Traficante não vai mais precisar fazer paiol fora do lar doce lar.

"Coxinhas": manifestação a favor da muamba
* Leu isso? A Receita Federal passou a comparar o peso das malas do viajantes que embarcam para Miami com o número de quilos que trazem na volta. Com isso, os "coxinhas" que supostamente vão prá rua protestar contra a corrupção estão dando dicas na rede para facilitar o contrabando de produtos: sugerem que o elemento turista leve na ida malas cheias de jornais, sapatos velhos e outras. Na volta, é só encher a mala de celular, lap top, roupa de bebê, TV de plasma que a muamba vai enganar a Receita Federal. Pelo jeito, os viciados em fazer compras Miami são "profissas" no golpe.

Quem paga a conta do caos privado?
* O elemento faz uma negociação com um prédio que pertence ao Flamengo e foi arrendado, em pleno Morro da Viúva, no Rio. O projeto era construir um hotel para a Copa. Havia até uma linha especial de financiamento do BNDES para esse tipo de empreendimento. O elemento fracassa e abandona o prédio, segundo os vizinhos em meio a poças d'água para criar mosquito, ruínas, mau cheiro etc. Um grupo de famílias sem teto invade o local. E cabe à PM montar uma custosa e arriscada operação para retirada dos invasores. Um caso em que o Estado devia cobrar a conta dessa remoção ao elemento que largou o prédio pra lá. Não muito distante está o antigo Hotel Glória. Também seria reformado para a Copa com linha de crédito público. Dançou. O obra está lá inconclusa. Os vizinhos do Glória, que já foi uma referência do Rio, sofrem as consequências do abandono e temem que o prédio seja invadido. São duas ruínas assinadas pelo bilionário Eike Batista, que já foi incensado pelo governo e ganhou prêmios de mídia, incluindo o Faz Diferença, do Globo. Realmente, fez diferença. Pena que o contribuinte está pagando a conta do desmonte.

Degola
* Pelo menos por enquanto, o TRT mandou o Estadão parar com o passaralho em massa sem justa causa. O Estadão, que faz esse tipo de corte pelas terceira vez nos últimos dois anos, deverá apresentar explicações. A verdade é que dificilmente esses processos são revertidos.

Condenada pelo Swissleaks
* A herdeira da rede de perfumes Nina Ricci, Arlette Ricci, é a primeira condenada do Swissleaks, o caso de contas secretas do HSBC. Além de pagar multa de um milhão de euros, a empresária vai cumprir três anos de cadeia e teve confiscadas casas que tentou esconder do fisco passando-as para nomes de terceiros. Enquanto isso, aqui no patropi, a investigação patina e não merece muita atenção.

Carona olímpica
* Segundo o Globo, Anderson Silva se "oferece" para defender o Brasil no taekwondo na Rio 2016.  Não é piada. O lutador responde a processo por doping e vislumbra na Olimpíada uma chance de limpar a barra e a imagem.Os lutadores de taekwondo, os do ramo, estão ralando para disputar uma vaga e podem ser caroneados pelo paraquedas de Anderson.  Segundo o jornal, ele escreveu uma carta à Confederação Brasileira de Taekwondo comunicando sua intenção. E vai se reunir com o presidente da entidade para tratar do assunto. Há dois risco aí. Embora Anderson diga que está disposto a disputar vaga, a confederação tem direito a convidar um atleta sem que este precise passar pela seletiva. O que é um absurdo, mas existe a regra. O outro risco é ético e aparece na avaliação de que a acusação de doping do Anderson ocorre no MMA e não no âmbito da entidade que fiscaliza as modalidades olímpicas. Tem um alto cinismo aí; esporte, especialmente o olímpico, pressupõe um certa ética, envolve milhares de jovens competidores e milhões de jovens admiradores da competição. É no mínimo, um péssimo exemplo. Como interessa ao patrocinadores, há vários casas de atletas digamos mais veteranos que até estavam afastados das competições e subitamente mostram-se ansiosos por competir em 2016. Na maioria dos casos, puro oportunismo. Até seria ok se ganhassem a vaga nas quadras ou no tatame, mas a brecha do "convidado" é injusta com os novos atletas.

Um "coxinha' matou Lincoln
* Há 150 anos, em um 14 de abril igual a esse só que em 1865, o "coxinha" John Wilkes Booth, revoltado com da derrota dos confederados na Guerra Civil e mais raivoso ainda com o fim da escravidão, disparou contra o presidente Abraham Lincoln em um camarote do Teatro Ford, em Washington DC. O presidente morreu no dia seguinte.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A camisa de Luis Suárez vai ficar no armário

Foto Getty Images-Fifa - Divulgação
por José Esmeraldo Gonçalves
A mordida em Chielini, no jogo contra a Itália, custou a Luis Suárez o afastamento da Copa. A Fifa impôs ao jogador uma suspensão de nove jogos pela seleção do Uruguai. A Copa perde um craque mas seria muito alto o preço de mantê-lo em campo. Ao morder um adversário pela terceira vez na sua carreira - sem contar as cabeçadas, outra arma que o jogador costuma usar - Suárez, na prática, pediu pra sair. No últimos dias, uma perplexa imprensa mundial o chamou até de "canibal". Além dos nove jogos pela sua seleção, o uruguaio foi banido do futebol por quatro meses. A Fifa parece deixar claro, agora, que outra mordida em campo poderá encerrar definitivamente a carreira de Suárez. O jogador poderá recorrer, se quiser, após pagar uma multa de 250 mil reais. A punição já valerá para o jogo Uruguai X Colômbia, no próximo sábado, no Maracanã. Embora a atitude de Suárez tenha sido tão flagrante e até figuras isentas como o ex-jogador Ghiggia tenham condenado a espantosa mordida, haverá especulações. Caso Brasil passe pelo Chile e o Uruguai avance, as duas seleções se enfrentarão nas quartas-de-final. O Uruguai certamente vai chiar e dirá que "forças ocultas" abriram o maxilar de Suárez e o fizeram abocanhar Chielini. Faz parte da choradeira. 
Mas a dramaticidade da cena da mordida renderia uma boa crônica ao escritor e jornalista Nelson Rodrigues. Duvida? Pois Nelson, que sempre apontava nas suas crônicas um personagem da semana, uma vez elegeu não o Dida, do Flamengo, mas uma atitude do atacante em campo. O cronista saiu do estádio impressionado com uma cena inusitada. O Flamengo jogava contra o Canto do Rio. Ganhava por 2 x 1. O jogo era tenso, dois jogadores já haviam sido expulsos, quando o árbitro Gama Malcher marca pênalti contra o Flamengo. Quase fim do jogo, era a chance do empate. Osmar, do Canto do Rio, ajeita a bola e se prepara para chutar. Conta Nelson: "Estava a bola na marca fatídica. Dida aproxima-se, ajoelha-se, baixa o rosto e vai fazer o que nem todos, na afobação, percebem. Para muitos, ele estaria rezando o couro. Mas eis, na verdade, o que acontecia: Dida estava cuspindo na bola. Apenas isso e nada mais. Objetará alguém que este é um detalhe anti-higiênico, antiestético, que não deveria ser inserido numa crônica. Mas eu vos direi que, antes de Canto do Rio x Flamengo, já dizia aquele personagem shakespeariano que há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia. Quem sabe se a cusparada não decidiu tudo? Só sei que lá ficou a saliva pousada na bola. O que aconteceu depois todos sabem: Osmar bate a penalidade de uma maneira que envergonharia uma cambaxirra. Atirava o Canto do Rio pela janela, a última e desesperada chance de um empate glorioso. E ninguém desconfiou que o fator decisivo do triunfo fora, talvez, a cusparada metafísica de Dida, que ungiu a bola e a desviou, na hora H". 
O trecho destacado acima é da crônica "A Cusparada" que Nelson Rodrigues publicou na Manchete Esportiva com data de capa do dia 9 de novembro de 1957. 
A cusparada épica virou, claro, a Personagem da Semana de Nelson Rodrigues. 
Imagine o que ele não faria com a mordida inglória de Luis Suárez.
  

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O Flamengo de hoje precisa jogar como time pequeno

A primeira página do carderno de Esporte do Globo de hoje: depois da derrota contra o Audax, a crise já ronda o técnico recém-contratado
por  NBH
Empurrado pela sua fantástica e paciente torcida, o Flamengo de hoje tenta jogar como time grande apertando os adversários no seu campo acreditando que o gol vai sair logo e que é só uma questão de tempo. Ledo engano. Os times pequenos estão preparados para se defender e apostam nos contra-ataques para surpreender os adversários que vão para a frente deixando suas (fracas) defesas inteiramente sem condições de evitar que os gols aconteçam, como no jogo com o Audax. Quem conhece o campo do Bangu, sabe que é muito grande e que fica difícil correr atrás de lançamentos em profundidade. Não adianta nada trocar de técnico porque eles não entram em campo e não têm o dom de fazer jogadores deste nível melhorar seus desempenhos embora se esforcem.
A DEFESA: O Alex Silva é muito fraco. Reclama muito e não joga nada, erra sempre os passes, corre para a área adversária, quando há um corner, acreditando que por ser alto vai fazer um gol milagroso e salvador. Não tem competência para isto. Ontem deu uma bicicleta de “canela”. O Gonzalez é muito melhor,  com o Renato pelo lado direito. O Ibsem que também não é um grande jogador, poderia ser escalado como os antigos cabeças-de área. Aqueles que ficam na frente dos zagueiros, não avançam  nunca, cobrem os dois lados do campo, uma espécie de socorro urgente, mas que não deixaria o Felipe, quase sempre ser surpreendido com os adversários  na cara do gol. O Leo Moura é o único que se salva nesta bisonha defesa. O João Paulo pensa que marca bem e que apóia bem. Nem uma coisa nem outra. Por onde anda o Ramon? Era muito melhor.
O MEIO DE CAMPO: Não existe. O Amaral é ingênuo, não tem “classe” nem pegada para lançar os atacantes em condições de marcar,  assim como o Elias, o Gabriel e Rodolfo, todos muito deficientes. O Carlos Eduardo, que entrou no segundo tempo e o Renato Abreu têm vaga garantida neste time.
O ATAQUE: Não tem inspiração. O Hernane não se coloca bem, e  chuta mal. Não dá para entender como fez tantos gols. O Rafinha precisa ser mais trabalhado, para não tentar sempre o drible, quando bastava cruzar, principalmente bolas rasteiras ou na cabeça de algum atacante, mas fora do alcance do goleiro. Acho que este Flamengo não se classifica. Só um milagre e uma grande dose de sorte. Deveria ser mais humilde e também jogar  nos contra-ataques com a volta do cabeça-de área. (Nelio Barbosa Horta, de Saquarema)