Cartier-Brsson na capa do encarte da Fatos & Fotos/Gente |
Uma das famosas fotos de Alécio de Andrade, que foi correspondente da Manchete, em Paris: três freiras contemplam três graças. |
O encarte da F&F tinha 16 páginas. Acima, a foto de Robert Capa, no Dia D. |
Che Guevara segundo René Burri, que veio várias vezes à América do Sul e fez matérias especiais para a Manchete. |
Os fotógrafos da Magnum reunidos no livro |
A revista Fatos e Fotos/Gente publicava nos anos 1970 uma série chamada "Um best seller em meia hora de leitura". Eram versões condensadas de livros recém-lançados ou de obras que ainda nem haviam chegado às livrarias.
Apresentado em um encarte de 16 páginas, um dos livros resumidos na época contava a história de uma agência fotográfica da qual a Manchete utilizou centenas de fotos. "Agência Magnum, a vida por uma foto" falava de profissionais como Henry Cartier-Bresson, Robert Capa, René Burri e o brasileiro Alécio de Andrade.
Publicações como Life e Look estavam fechando e, aos poucos, a Magnum se retirava da imprensa diária. "A concorrência é grande. Enfrentamos vinte ou trinta agências cobrindo o mesmo fato, dizia René Burri. "A Magnum prefere a qualidade, busca novas formas para a arte fotográfica. Não desejamos fazer uma fotografia que se queime na primeira página de um jornal, no dia seguinte, e que logo depois não signifique mais nada".
Antes, em 1966, Henri Cartier-Bresson havia se desligado da Magnum. Referindo-se ao crescente espírito de comercialização, ele alertou: "A principal satisfação para um fotógrafo não é o sucesso, mas a comunicação. O dever do fotógrafo não deve ser o de analisar cada fato humano. Não somos publicitários. Somos testemunhas do transitório".
Desafios que, atualmente, com a velocidade da Internet e o bombardeio de imagens a cada segundo, permanecem válidos e são ainda maiores.
2 comentários:
Todos esses fotógrafos erm profissionais de campo. Atuavam nas ruas, em coberturas de manifestações populares, em matérias de reportagens em países em convulsão política, nas selvas africanas e em pesquisas na Amazônia. Eram verdadeiros aventureiros da fotografia. A eles interessava o fato, a ocorrência do fato para ser registrado em suas câmeras. A busca do melhor ângulo para a melhor foto era o seu fim, não importava a dificuldade que poderia lhes barrar o click da máquina, A foto do fato tinha que ser registrada. Tenho a impressão que esse gênero de profissional de fotografia se perdeu hoje nos estúdios fotográficos, talvez por ser mais trânquilo e mais importante render mais dinheiro.
Faz falta na imprensa impressa hoje conteúdos desse tipo. Dizem que a internet está abalando a imprensa escrita porque é nova e mais rápida, mas eu acho que também porque bons sites tem boas matérias e bom conteúdo, a imprensa tradicional deixa muito a desejar hoje, precisava ser mais cultural, historia, literatura, mais profunda, mais análise. Não é só a concorrência da internet e a qualidade das imprensa escrita que caiu muito. Onde estão os bons cronistas os de hoje só sabem falar da própria família, são primários.
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