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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Viu isso? Flamengo não é o Barcelona... A culpa é da filosofia

Depois da goleada de 4X0, o placar do Itaquerão deu o horário do voo de volta para a torcida do Flamengo. Reprodução Twitter

por Niko Bolontrin

Vitória do Flamengo vende jornal. Essa era uma máxima da mídia impressa. Talvez fosse verdade, mas hoje já não tem esse peso todo não só pela presença da web que atualiza o torcedor em cerca de 12 horas antes de o jornal chegar às bancas, mas pela crise do futebol brasileiro, o crescimento de outras modalidades esportivas e a concorrência europeia, a falta de ídolos que atuem aqui.
Mas ainda é visível no rádio, na TV e na própria mídia impressa uma forte tendência a cortejar a torcida do Flamengo mesmo nos piores momentos, quando um título de página não pode esconder o desastre em campo. A torcida acaba vítima desse baba-ovo midiático. Não raras vezes, bastam uma ou duas vitórias para que seja passada a impressão de que o Flamengo tem um time competente. Muita gente acredita.
Não, o Flamengo não é o Barcelona, nem o festejado treinador Zé Ricardo é o Luiz Henrique Martinez Garcia e Cirino não é Messi, como às vezes as análises quase levam a acreditar. Propaganda enganosa que a realidade acaba por desmascarar. Ontem, por exemplo, ao sofrer a impiedosa goleada do Corinthians, por 4 x 0, o Flamengo mesmo assim ganhou elogios por suposto domínio de jogo durante mais de 50 minutos. ComO a partida tem, no mínimo, 90 minutos, elementar, meu caro, vê-se que o Timão humilhou no resto do tempo regulamentar. O placar não mente.
Essa história de ser o melhor em campo e perder no placar é sempre estranha e exige raciocínios acrobáticos. Vai ver, gostariam que passe certo contasse créditos, chute a gol idem, escanteio valesse 0,001 de um gol e tudo isso levasse o time que "jogou melhor" mas infelizmente não fez gol a ser o vencedor biônico.
Os velhinhos do board da Fifa ainda não piraram para determinar tais regras. Até que isso aconteça, quem faz mais gols, mesmo que em cobrança de pênaltis depois do tempo regulamentar, é o vencedor da partida. No máximo, se assim desejam, pode-se dizer que o time é brilhante mas "não dá sorte", "não é o dia", paciência, "coisas do futebol". A seleção brasileira de 1982 entrou para a história como uma das melhores, tinha uma geração de craques, mas não ganhou a Copa.
Simples: naquele jogo, a Itália - que depois seria a campeã - jogou melhor e eliminou a nossa seleção que errou passes críticos, falhou na defesa e não conseguiu parar Paolo Rossi, o artilheiro e ainda eleito o melhor jogador daquela Copa.
O Brasil daquela época entrou para a nossa memória; a Itália para a história oficial das Copas.
De novo, simples, como ontem: o Corinthians fez quatro gols e o Flamengo nenhum. O treinador rubro-negro culpou a filosofia. Disse ele ao Globo que o Corinthians "tem filosofia há uns três anos'. Talvez. Os "gregos" Rhomero, Ghylherwy e Rhildho são os filósofos da bola na rede.
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