O povo segue a Beija Flor. Reprodução TV Globo. |
Performances como a da campeã e da vice, Tuiuti, além do recado da Mangueira, reconciliam o samba com o público. Outras escolas e outros enredos já demonstraram isso em diferentes carnavais em momentos críticos do país, igual a esse desastre que vivemos.
"Todo artista tem que ir aonde o povo está", como canta Milton Nascimento.
Cantar petróleo, iogurte, chocolate, "belezas" dos estados ou subcelebridades é transformar as escolas em meros veículos de merchandising. Claro que um espetáculo tão grandioso precisa de patrocínio, mas não necessariamente deve ser escravizado pelas marcas.
O povão seguindo a Beija Flor, uma imagem que a Mangueira mostrou anos atrás, deveria ser "quesito" livre para as últimas escolas de cada dia. É quando as milhares de pessoas que não podem desfilar ou são plateia experimentam, por alguns minutos, o palco da festa.
O espetáculo das escolas e a animação dos milhões de cariocas e turistas que saíram nos blocos contrastaram com a ausência das autoridades na cidade e no estado. Não há outra palavra para colar nos traseiros públicos do governador Pezão e do prefeito Crivella. O bloco deles foi o da incompetência e da falta de compromisso que resultou em violência, lixo e descaso em meio ao evento carioca que mais atrai visitantes, com geração de recursos e impostos, ocupação de hotéis, movimentação do comércio e emprego, incluindo milhares de ambulantes que retiram da folia uma renda importante para suas famílias.
Para um, no fundamentalismo primário e perigoso, o Carnaval é "coisa do diabo". Exorciza! Para o outro, não passa de mais um feriadão. Crivella e Pezão devem achar que os cargos de prefeito e governador são meros "bicos", devem ter ocupações mais importantes. .
Pezão foi pra Piraí. Crivella inventou um pretexto qualquer e, mais uma vez, foi para a Europa.
Nesta madrugada, o Rio foi assolado por temporais. O prefeito postou em rede social, direto da Suécia depois de perambular pela Alemanha, um irônico "estou acompanhando".
Devia ter ilustrado com uma carinha de deboche. A mesma que você deve fazer, em breve, quando ele pedir voto pro filho candidato.
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