sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Há 50 anos, "Execução em Saigon": a foto que Eddie Adams não gostou de fazer

Foto de Eddie Adams/Associated Press/Dolph Briscoe Center

por José Esmeraldo Gonçalves 

Eddie Adams/
Acervo Dolph Briscoe Center
O fotógrafo Eddie Adams cobriu guerras, fotografou presidentes e reis, registrou cenas urbanas, tragédias e acontecimentos históricos, mas ganhou fama mundial e um Prêmio Pulitzer por uma foto que rejeitou até morrer, em 2004.

A imagem dramática que mostra o chefe de polícia do Vietnã do Sul, Nguyen Ngoc Loan, executando um guerrilheiro em uma rua de Saigon foi feita no dia 1° de fevereiro de 1968, há 50 anos. Está no ranking das dez fotos mais publicadas em jornais e revistas de todo o mundo, segundo levantamento realizado por Life, The Guardian, Der Spiegel, The Pulitzer Prizes, National Geographic e World Press Photo, entre outros veículos e instituições.

Eddie cumpria sua missão como fotojornalista - trabalhava na ocasião para a Associated Press -, mas sentiu-se culpado e nunca negou isso: "Recebi dinheiro para mostrar um homem matando outro", disse um dia.

Naquele momento havia tensão em Saigon. Estava em curso a primeira fase da Ofensiva do Tet e Eddie foi escalado para acompanhar a movimentação nas ruas. Alguns policiais conduziam um prisioneiro vietcong e o fotógrafo acompanhou o grupo. Em um instante, um militar se aproximou. Ele levantou arma e Eddie ergueu a câmera. O gatilho e o obturador foram acionados no mesmo milésimo de segundo. E a foto lhe deu o Pulitzer de 1970. O prêmio que ele não queria.

Amazônia. Foto de
Eddie Adams/
Dolph Briscoe Center

Universidade do Texas guarda os arquivos de Eddie Adams

Eddie Adams veio ao Brasil no fim dos anos 1970 e fotografou tribos na Amazônia.

Reagan, Madre Teresa de Calcutá, as guerras da Coreia, Camboja, do Vietnã, do Golfo, Fidel Castro, Kennedy e Jacqueline, Louis Armstrong e centenas de personalidades e acontecimentos passaram por suas lentes.

Seu acervo pertence hoje ao Dolph Briscoe Center for American History da Universidade do Texas. Você pode visitá-lo AQUI



5 comentários:

Hoffmann disse...

Tem mais uma foto da guerra do Vietnã entre as dez mais publicadas de todos os tempos: a da menina que corre em uma estrada queimada de napalm pelos americanos.

J.A.Barros disse...

Esta foto identifica ainda o espírito selvagem em que o homem ainda se encontra. O homem primitivo, aprendeu primeiro a matar para sobreviver no meio selvagem em que vivia. Mas, a caça nunca é abundante e os animais caçados aprendem a sobreviver quando não eram extintos e procuravam se proteger em locais de difíceis acessos ao homem e muitos assim o conseguiram. Diante da escassez da caça o homem procurou na terra encontrar os seus nutritivos alimentos. E o homem saiu das cavernas para cultivar a terra.
Mas, como vimos nessa foto, o seu espírito de caçador e da sua natureza violenta está bem expressa nesse cena. Esse é o Homem que anda existe dentro dele; caçador; antropófago, canibalesco e guerreiro até hoje.

J.A.Barros disse...
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Oliveira disse...

É apenas um assassino que matapor covardia um prisioneiro rendido e desarmado

Pedrão disse...

Esse general assassino foi o primeiro a dar o pinote quando os guerrilheiros e os vitoriosos do Vietnã do Norte entraram em Saigon. Ele fugiu para os Estados Unidos,abriu uma pizzaria e teve que fechar quando foi identificado. Alguem escreveu no banheiro da pizzaria "sabemos que você é filho da puta". Morreu anos depois ainda apavorado e se cagando de medo.