quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Notícia sem auxílio moradia...

Luiz Fux tomou posse no TSE e o Globo publicou ontem uma longa entrevista com o ministro, que ocupou toda a página 3 do jornal. Digamos que o texto tenha 1.500 palavras ou perto disso. Nenhuma delas é "auxílio" ou "moradia". Fux é o protagonista do escândalo que resultou dessa farra de privilégios. Há três anos, ele determinou em liminar o pagamento da inacreditável "mordomia" a todos os juízes.Além disso, tem uma filha desembargadora que é beneficiária da sua decisão.

Hoje, na Folha, Jânio de Freitas escreve: "Luiz Fux está poupado em uma situação grave da qual é o criador. E o será, ainda, da provável consequência onerosa do julgamento pelo Supremo, quando ocorrer e seja qual for o resultado: com o tempo, o assunto chegou a um nível de tensão em que o vencido, ou se julgará usurpado, ou, sendo outro, acirrará a exaltação lançando-a também contra o Supremo".

Não importa ao jornalismo se o "tema" da entrevista era o TSE. Notícia não se submete a "tema".

Há várias hipóteses: os repórteres não fizeram a pergunta sobre o auxílio aluguel; ou perguntaram e o ministro não respondeu, e isso deveria estar registrado no texto; o editor recomendou aos repórteres que não tocassem no assunto; ou a entrevista foi "negociada", com o ministro aceitando receber os repórteres com a condição de não falar no escândalo da mensalidade amiga das moradias. .

Em nenhuma das variáveis acima o jornalismo fica bem na fita.

Um comentário:

Leo disse...

Quem tem cu tem medo