quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Jornal faz perfil "leve" de neonazista e leitores protestam...

Um neonazista "normal".
Reprodução Facebook
por Flávio Sépia
Nas redes sociais, pau no The New York Times.
O jornal publicou um artigo fofo sobre um nazista. Ao perfilar um ativista da direita radical e mostrar como vive um mentecapto que pode até ser seu vizinho de porta, o repórter Richard Fausset listou facetas "positivas" do elemento, de suavidade a simpatia, de hábitos "normais" à romântica vida amorosa, à educação, à discrição.

O problema é que isso tudo junto transformou o neonazista Tony Hovater no genro que mamãe queria ter. A matéria é tão "leve" que, ao falar de Hitler tem frases como essa: "a maioria dos americanos ficaria desgostosa e desconcertada por suas declarações de aprovação casual sobre Hitler". Leitores lembraram que os Aliados foram à guerra por motivos bem mais profundos do que sensações "desgostosas" ou "desconcertadas".

O jornal pediu desculpas a quem se sentiu ofendido, mas defendeu a pauta. Explicou que a intenção era desvendar um personagem que havia participado da manifestação de supremacista brancos em Charlottesville. "Estou chocado enojado com esse artigo", disse um internauta; "Tentando " normalizar "os grupos supremacistas brancos - nunca deveria ter sido impresso!", tuitou outro.

Houve quem criticasse a matéria por incluir um link para uma página da internet que vende braceletes de suástica. O NYT removeu o link e argumentou que "é necessário lançar mais luz, e não menos, nos cantos mais extremos da vida americana e nas pessoas que as habitam. Foi o que a história, por mais imperfeita que fosse, tentou fazer".

Involutariamente ou não, a matéria de Richard Fausset serve à chamada atl-right, movimento da direita alternativa em voga nos Estados Unidos. O termo surgiu na Suécia e na França para denominar grupos direitistas que rejeitam o conservadorismo radical. Bolsões neonazistas americanos se apropriaram do rótulo para passar uma imagem "mais leve" das suas milicias e torná-las mais "digeríveis" pela opinião pública.

De resto, algo parecido com o que acontece atualmente no Brasil com grupos neonazistas gourmetizados pela mídia e por políticos conservadores.

Um comentário:

J.A.Barros disse...

É difícil entender que uma Política partidária de um país, que levou a morte 50 milhões de pessoas, seja revivida nestes tempos modernos, em pleno século XXI, quando se acreditava que este seria o século da sabedoria e da paz entre os " homens de boa vontade ". Mas na verdade não é isso que está acontecendo, com guerras localizadas, países invadidos por poderosas forças militares e a implantação do terrorismo praticado por homens bombas se explodindo em bares, em lares, em mesquitas , matando e mutilando seres humanos em plenas ruas de suas cidades. Este é o mundo de hoje e ainda por cima aparecem idiotas e imbecís, doentes da cabeça, querendo renascer a "suástica", logo maldito de um partido que assolou o mundo destruindo e matando mulheres, crianças e idosos numa guerra que quase destruiu o mundo com o uso de bombas nucleares arrasando cidades inteiras.