quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Eu quero o meu tempo de volta! - Por Roberto Muggiati

Obra "Persistência da Memória", também conhecida como "Relógios moles", de Salvador Dali
Reprodução Pinterest

Por Roberto Muggiati

Nos meus 64 bem vividos anos de jornalismo, volta e meia surgia alguém e me perguntava qual a qualidade maior de um bom jornalista. Eu sempre respondia: a curiosidade. Se o sujeito não for curioso (a), então que vá trabalhar num escritório ou num banco – ou simplesmente plantar batatas.

Foi a curiosidade que me empurrou para as redações e para a mesa de edição. Pouquíssimos temas, ou áreas do conhecimento, deixaram de exercer sobre mim uma viva fascinação. Eu pensava – embora tenha conseguido chegar até o quarto ano da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Paraná – que jamais me interessaria por física quântica, buracos negros e quasares.

Um dia, almoçando com o amigo Enrique Rentería, no centro de treinamento da IBM, na bucólica Estrada das Canoas, ouvi falar pela primeira vez na Teoria dos Fractais, do matemático francês de origem judaico-polonesa Benoît Mandelbrot (1924, Varsóvia-2010, Cambridge/Massachusetts). Mandelbrot e seus fractais nos livraram da camisa-de-força da geometria euclidiana e ensinaram uma visão do mundo mais conforme ao caos em que vivemos. O escritor de ficção científica Arthur C. Clarke definiu o trabalho de Mandelbrot como "uma das descobertas mais surpreendentes de toda a história da matemática".

O próprio Rentería era um fractal ambulante, que conciliava matemática, sociologia, história, literatura, cinema e o-que-mais com sua grande paixão, a gastronomia. Uma das séries de fascículos que mais me orgulho de ter publicado na revista Manchete, valendo-me da sua prodigiosa cultura (e apetite), focalizou as grandes cozinhas do mundo, não se restringindo às conhecidas tradições da mesa na França, Itália, Inglaterra, Espanha, Estados Unidos, mas também às exóticas culinárias da Escandinávia, do Japão/Coréia, da Rússia/Polônia, da China, da Arábia e da Turquia.

Nos últimos anos, tenho me defrontado com uma desconfiança crescente de estar sendo roubado. Não apenas por todos os políticos e todos os governos deste país, mas por uma força bem maior e bem mais misteriosa. Meu sentimento de culpa me levava a achar que o dia se tornava mais curto por minha simples incompetência em administrar o tempo. Parecia que o dia tinha bem menos do que as suas 24 horas indisputáveis. Na verdade, quem me privava destas horas era o próprio tempo, tão admiravelmente descrito por Ogden Nash na letra de Speak Low (música de Kurt Weill, parceiro do Bertoldo Brecha – sorry, Lazaroni, logo da Cultura foste ser Secretário!?):

Time is so old and love so brief
Love is pure gold and time a thief/


O tempo é tão velho e o amor tão breve
O amor é puro ouro e o tempo um ladrão.


Tudo se esclareceu quando fiquei sabendo que realmente o dia já há muito não valia as suas tradicionais 24 horas, mas que teria minguado para apenas 16... e tende a diminuir mais ainda. Não se trata de uma lamuria subjetiva, mas sim de uma constatação científica: o fenômeno identificado em 1952 pelo físico alemão Winfried Otto Schumann (1888-1974), que recebeu o nome de Ressonância Schumann.

Um parêntese: só bem recentemente me reconciliei com a matemática, da qual estava afastado desde a segunda metade dos anos 1950, quando, aluno de engenharia, amarguei uma aversão visceral a tudo que tivesse a ver com números, cifras, equações, algoritmos, etc. Essa reconciliação se deveu à protagonista da série Millenium, Lisbeth Salander, a primeira e única heroína do século 21. Bissexual, tatuada, cravejada por piercings, motoqueira, mestre em artes marciais e hacker imbatível, Lisbeth ainda flerta com a matemática e soluciona o Último Teorema de Fermat (Pierre de Fermat, 1637), tido pelo Livro de Recordes Guinness como um dos problemas matemáticos mais difíceis, só resolvido em 1994 por Andrew Wiles com uma prova terrivelmente complexa. Já Lisbeth Salander sugere que a solução, para um brilhante pensador matemático como ela, não passava de uma mera elaboração do óbvio.

Voltando ao roubo das horas. Claro que todos conhecem aquele chavão Time is money/ Tempo é dinheiro. Mas, do ponto de vista existencial, a perda do tempo não é apenas monetária, objetiva, mas abrange uma imensa gama subjetiva de possibilidades de vida, uma perda desastrosa e irreparável. Estou pensando em recorrer ao Procon para me ressarcir de minhas perdas e danos, materiais e morais.

Vamos, portanto, às últimas notícias da Ressonância Schumann – este El Niño cronológico que rege nossas vidas – leiam o apanhado recente da internet que vem a seguir. Mas não desanimem, existe pior a caminho… Já ouviram falar da maquinação diabólica do físico austríaco Erwin Rudolf Josef Alexander Schrödinger (1887-1961) – o Paradoxo do Gato de Schrödinger? Aguardem: brevemente nas telas do Panis.

A Ressonância Schuman
disparou nos últimos dois meses – 19.04.2017

(Artigo publicado originalmente em 21 de abril de 2017, no site Sementes das Estrelas)

A Ressonância Schumann disparou nos últimos dois meses e os pesquisadores não conseguem encontrar uma razão sólida para explicar por que isso está acontecendo. Estaria a mudança da Nova Terra acontecendo mais rápido do que o previsto?
Há muita coisa acontecendo neste século e as pessoas em todo o mundo estão começando a sentir essas mudanças. Uma grande transição está em andamento e envolve não só nós, seres humanos, mas toda nossa casa planetária.
A própria Terra tem um batimento cardíaco. Ele é chamado de “Ressonância Schumann” e envolveu todos os seres vivos numa frequência natural e constante, pulsando exatamente a 7,83 Hz por milhares de anos.
Para os antigos Rishis indianos esse número tinha um significado especial, pois se identificava com a frequência do OM – o som sagrado e cósmico na religião hindu. Como estão prestes a ver, agora tem um significado especial para todos aqueles que estão se conscientizando desta mudança num grande processo.
No mundo ocidental, a Ressonância Schumann representa a frequência do campo eletromagnético da Terra. Ele tem vibrado a 7,83 Hz com muito poucas variações conforme havia sido previsto em 1952. Tudo mudou em Junho de 2014, quando o Russian Space Observatory System exibiu um aumento repentino na atividade, com um pico, esticando para 8,5 Hz, e até mesmo atingindo 16,5 Hz, em alguns outros dias.
Os pesquisadores ficaram confusos com essa anormalidade que nunca antes havia sido registrada e não sabiam como interpretá-la. Ampliando este dilema, outros picos incomuns foram recentemente detectados, surpreendentemente, aumentando para mais de 30 Hz, muito acima do marco estabelecido em 2014. Então, o que pensar acerca deste salto considerável nas ressonâncias Schumann?
Os picos foram além de 30 este mês
O que os pesquisadores mutuamente concordam é que essas mudanças significam, claramente, uma mudança de algum tipo. Acredita-se que os seres humanos, que têm num estado latente por milhares de anos, agora estão acordando para uma realidade maior, onde, brevemente, os pensamentos se materializarão num instante.
A ressonância Schumann e a mudança que vem acontecendo nos últimos anos estão entre maior prova desta mudança. Há muito tempo suspeita-se que os seres humanos agindo num nível de “consciência coletiva”, podem afetar a estrutura do campo magnético e criar distúrbios nele, como os picos recentemente detectados. Isso geralmente é amplificado durante momentos de alta ansiedade, paixão ou tensão.
Esta especulação é baseada no fato de que a frequência de Schumann está “em sintonia” com os estados, alfa e beta do cérebro humano. Essas ressonâncias crescentes, naturalmente, correspondem à atividade das ondas cerebrais humanas, significando que, se a Mãe Terra está ajustando sua frequência de vibração, também poderemos estar fazendo isso devido à nossa ligação terrena.
Outra coisa a ser considerada é a aceleração do tempo que, ultimamente, tem sido sentida por um número crescente de pessoas. Uma vez que o planeta esteja pulsando num ritmo mais rápido, pode significar que isso tenha repercussões sobre o tempo em si, acelerando-o. Então, por que sentimos como se o tempo estivesse passando mais rapidamente do que o normal?
A razão para isso, aparentemente, está ligada à aceleração da Ressonância Schumann, que está nos fazendo perceber um período de 24 horas, como tendo cerca de 16 horas. Sabemos que a “batida do coração da Terra” está se acelerando e que, depois de milhares de anos com uma noção rígida de tempo, com a duração de um dia, de 24 horas, a acelerada taxa de batimento da Terra está fazendo com que venhamos a perceber apenas dois terços desse período, devido ao nosso próprio ajuste inconsciente para esta frequência da Nova Era.
 O tempo não é a única noção que temos de aceleração. Agora que temos acesso à livre informação, um dos nossos ativos mais importantes, há um grande aumento na conscientização mundial por causa disso. Os seres humanos estão se tornando, espiritual e mentalmente, mais conscientes do que nunca e, agora, alcançar esse status só leva anos ou mesmo meses, pelo fato de a informação livre ser encontrada em abundância.
Por outro lado, pesquisadores relataram que o campo magnético da Terra, um componente interrelacionado com a Ressonância Schumann, lentamente foi se esgotando nos últimos 2.000 anos e, ultimamente, num ritmo ainda mais acelerado. Ninguém é capaz de fornecer uma explicação precisa para isso, mas um artigo descrevendo a percepção de um velho sábio da Índia alude a uma possível causa.
“… o campo magnético da Terra foi instalado pelos Antigos para bloquear nossas memórias primordiais de nossa verdadeira herança. Isso foi para que as almas pudessem aprender com a experiência do livre-arbítrio, desimpedidas pelas memórias do passado. (O sábio) afirmou que as mudanças no campo magnético estão afrouxando os blocos de memória e estamos elevando nossa consciência a uma verdade maior. O véu está se levantando. As cortinas estão se abrindo.”
Com isso em mente, realmente, talvez sejamos uma espécie com amnésia que, lentamente, está passando por um renascimento espiritual e cognitivo que deve nos entregar a herança de nossos antepassados. É verdade que acordar com esta realidade coexistente colocaria toda nossa cultura de cabeça para baixo, dando lugar a novos e aperfeiçoados conceitos da história e da vida em geral.
A experiência dessa mudança será realmente desafiadora para a maioria de nós. Todavia, a estrada já está pavimentada e os benefícios que encontraremos no final desta jornada parecem ser (pelo menos em teoria), extremamente, gratificantes. Então, o melhor a fazer é elevarem suas frequências para ficarem mais “em sintonia” com a Nova Terra. Melhor não perder essa chance, pois pode ser a única oportunidade para abraçar a próxima fase da evolução, antes que outro ciclo na história da Terra comece.

2 comentários:

Ana Lucia Bizinover disse...

Muggi, lance seus textos aqui do Panis em livro. Urgente. São brilhante, todos sabemos. Mas tocantes, com seing, feeling e coda que me leva muitas vezes às lágrimas boas e necessárias. Bises da Bizi

J.A.Barros disse...

Interessante Muggiati, esse seu texto fazer uma alma sensível derramar lágrimas por ele.