Bater em Direitos Humanos é o novo esporte nacional. Investidas contra a fiscalização do trabalho escravo, assassinatos de índios e de pequenos agricultores, demonstrações de racismo e preconceito, gangues invadindo exposições e teatros, ofensiva fundamentalista contra religiões afro-brasileiras, asA lista é longa e a cada semana um novo item é acrescentado.
A ministra Carmen Lúcia, do SFT, foi indicada por Lula, em 2006. Inicialmente discreta, pelo menos até assumir a presidência do tribunal, chamou a atenção durante o processo do Mensalão ao absolver 13 acusados de formação de quadrilha. Na época, foi criticada pelo ministro Joaquim Barbosa. Foi dela o voto contrário à censura de biografias.
Votou pela prisão de Delcídio do Amaral, algo inédito na história do Brasil, tratando-se de um senador, mas deu o voto que desempatou a favor de Aécio Neves, o que liberou o Senado para travar a investigação de corrupção que cercava o político mineiro e criou uma lambança institucional. Na interpretação de Carmen Lúcia, só o Poder Legislativo pode autorizar a investigação ou prisão dos seus membros. O resultado era esperado: Aécio foi liberado e Assembleias e Câmara de Vereadores do país também adotaram a interpretação e já estão soltado algumas das suas excelências que estavam no xilindró.
Depois de liberar o ensino religioso confessional em escolas públicas, Carmen Lúcia deu há poucos dias outro voto polêmico. Ela negou pedido da PGR e da AGU para zerar nota em redação ou questão que fira os Direitos Humanos. A ministra manteve liminar nesses sentido obtida pelo movimento "Escola sem partido". Na prática, a decisão impede a nota zero para alunos que fizerem apologia de racismo, violência contra minorias, contra gêneros, intolerância religiosa, apoio ao neonazismo, condenação à Lei Maria da Penha etc.
De decisão em decisão, Carmen Lúcia, que chegou a ser cantada como presidenciável, saiu do mundo encantado da exaltação para o território da crítica. Ainda tem apoiadores, como colunista Merval Pereira, mas é apontada como omissa em questão imporantes como lembra o também colunista Elio Gaspari, no mesmo dia, hoje, e no mesmo jornal, O Globo.
Carmen Lúcia em pauta: enquanto Elio Gaspari critica... |
Merval Pereira exalta. Para ele, agredir direitos humanos em redações do Enem é "valorizar o pluralismo democrático". Reproduções O Globo |
3 comentários:
Carmen Lucia já tem do que se orgulhar. Foi aplaudida por Bolsonaro.
É, ela botou as garras de fora em votações que privilegiou a corrupção, a desordem institucional e o caos jurídico que resultou dessas votações. Ela é a segunda mulher que me decepciona em comportamento profissional no cargo de suas funções. A primeira não preciso nem citar o nome.
Parabens ao professores do Enem que deram um tema da redação não só importante como um inteligente resposta à obscuridade do STF e dos haters do neonazismno brasileiro. Será que eles também acham que falar da educação dos surdos é coisa de comunista/ Vai ver nas suas imbecilidades até vão achar isso mesmo.
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