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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A crônica "imerecida"...

Jogadores do Vasco comemoram vitória "imerecida", na opinião do cronista do Globo.
Foto Carlos Gregório Jr./Vasco 

Carta a um cronista

Caxias, 27 de novembro de 2017
Prezado Dr. Jornalista Fernando Calazans
Com todo o sufoco e com o time possível, o Vasco fez uma campanha melhor do que a torcida esperava para o Brasileirão 2017. No começo do ano, a coisa tava feia. Ontem, o time ganhou do Cruzeiro, por 1X0, no poleiro do adversário. E o doutor escreve hoje que a vitória foi "imerecida"?  Se não fosse o goleiro Martin, o Vasco, falou o patrão cronista, tinha deixado BH com uma derrota "merecida". O raciocínio é torto, é ruinzinho. Os peladeiros dizem aqui que no futebol não tem vitória "imerecida". Jogou, ganhou dentro das regras do futebol? Mereceu, claro.
Martin jogou muito bem e pegou bolas difíceis. Mas, e daí? Martin é jogador do Vasco, mandou bem. Se no lugar dele um gandula tivesse entrado em campo e fechado o gol, aí sim, o doutor cronista tinha razão. Vitória "imerecida".
Os caras treinam, ralam, o professor Zé Ricardo estuda o adversário (e arma a defesa muito bem), o goleiro pega todas, Paulão faz um gol (ele é jogador do Vasco, por acaso, e não um sujeito que foi entregar uma pizza a um torcedor e aproveitou para fazer um gol), o Cruzeiro tentou mas não foi capaz de mexer no placar e o cronista escreve que tudo isso foi "imerecido". O Vasco jogou bem? Não. Mas foi maior do que os defeitos, fez o gol, se defendeu bem e até teve duas boas chances para fazer o segundo gol.
Talvez o doutor cronista queira que a Fifa crie nova regra: se a vitória for "imerecida", o vencedor leva só dois pontos em vez dos três regulamentares.
Imerecida foi a crônica que o doutor Calazans escreveu hoje.
Casaca, casaca, casaca. 
Do seu leitor, Lourival de Caxias

domingo, 19 de novembro de 2017

Roberto Muggiati escreve: BRASILEIRÃO 2018 - Sai de baixo que a gralha azul vem aí!


Roberto Muggiati

Vibrei neste sábado com a classificação do Paraná Clube para voltar à Série A do Campeonato Brasileiro, depois de dez terríveis anos na Segundona, correndo por vezes o risco de cair para a terceira divisão.

O engraçado nisso tudo é que nem torcedor paranista eu era. Nascido em Curitiba e morando lá até 1960, eu torcia para o glorioso Clube Atlético Ferroviário, o time da RVPSC (não é “répondez s’il-vous plait”, mas Rede Ferroviária Paraná Santa Catarina). Aliás, vocês nem imaginam a quantidade de times ferroviários que existem ou existiram no Brasil, meu amigo paranista Ernani Buchman, presidente da Academia Paranaense de Letras, contou esta história magistralmente em seu livro Quando o Futebol Andava de Trem/Memória dos times ferroviários brasileiros (Imprensa Oficial do Paraná, 2004), listando quase uma centena de agremiações nos trilhos.

Nada melhor para explicar o que era o Ferroviário do que a analogia com os partidos políticos da época: o Atlético, o Furacão, era o PSD (centrista); o Coritiba era a UDN, de direita; foi fundado por um grupo de jovens do Clube Ginástico Teuto-Brasileiro Turnverein e por muitas décadas, arianista, só admitia jogadores brancos, daí o apelido de Coxa Branca; e o Ferroviário era o PTB, centro esquerda, o time do povão.

Fundado em 1930, o Clube Atlético Ferroviário ganhou o apelido de "Boca-Negra", nome de um grupo indígena descoberto na selva brasileira na época. Além de gloriosas conquistas esportivas, o Ferroviário inaugurou em 1947 o estádio Durival Britto e Silva, em Vila Capanema, o terceiro maior do Brasil depois de São Januário e Pacaembu, quando ainda não havia o Maracanã.

Além de torcer para o Ferroviário, calhou que no ano de 1949 – quando o Colégio Estadual do Paraná ainda não havia inaugurado seu fabuloso campus junto ao Passeio Público – eu tinha aulas de ginástica, no primeiro ano do Ginásio, no Durival Britto.


O estádio tinha uma concha acústica (demolida depois), onde vi um fabuloso show da Orquestra de Xavier Cugat, com sua coleante rumbeira e mulher Abbe Lane – a sex symbol latina está viva e mora em Brooklyn, onde nasceu há 84 anos numa família judia com o nome de Abigail Francine Lassman. Já Xavier Cugat – regendo a banda com seu cachorrinho chihuahua no bolso do summer jacket – que todo mundo julgava cubano ou mexicano, era catalão e amigo de infância de Salvador Dalí.

Ou seja, vivemos num mundo de aparências. Cugat na época era um dos grandes nomes dos musicais da Metro, o que não impediu um daqueles torcedores malucos do Ferroviário – todo time tem o seu – o Paraquedista, de atrapalhar o show na concha acústica falando um monte de baboseiras.

Foi no Durival de Britto que – aos doze anos, com meu pai, ele de terno e chapéu – vi os dois jogos curitibanos da Copa de 1950: Espanha 3x1 Estados Unidos e Suécia 2x2 Paraguai, um deles apitado pelo lendário referee brasileiro Mario Vianna. A seleção americana era um saco de gatos, formada por um bando de imigrantes – americano que se prezava na época só jogava o seu football, com aquela bola entortada, e desprezava o soccer. Pois não é que os carcamanos dos EUA, uma semana depois, eliminaram por 1x0 o English team, um dos favoritos da Copa de 50?

Também no Durival Britto eu me deliciava com os Torneios Início, um dos adoráveis cacoetes do futebol brasileiro nos anos 40/50. O leitor de hoje talvez nem tenha ouvido falar. O Torneio Início – e acontecia em quase todos os estados – era um aperitivo dos campeonatos estaduais e confrontava todos os times em partidas de 20 minutos (10 por tempo). A final era maior: 60 minutos (30 por tempo). O desempate era resolvido ou pelo número de escanteios ou por disputa de pênaltis. Enfim, um domingo inteiro de futebol, verdadeiro piquenique, e dava cada zebra...

Parti de Curitiba para o mundo em 1960 e nunca mais vi o Ferroviário jogar. Em 1970, o Ferroviário – sei lá por que – se fundiu com o Britânia e o Palestra Itália para formar o Colorado. E em 1989 – pouco depois da queda do Muro de Berlim, que não teve coisa nenhuma a ver com essa história – o Colorado fundiu com o Pinheiros, o antigo Água Verde – o “hidro-esmeraldino” no jargão dos locutores de futebol – para formar o Paraná Clube.


As camisas, vermelha do Colorado e azul do Pinheiros, foram cortadas na vertical em duas metades, o que deu uma estranha camisa de jóquei para o Paraná, talvez única no Brasil.

Em 2007 o Paraná complicou-se com a Libertadores e foi rebaixado para a série B do Brasileirão. Pastou os dez últimos anos na grama amarga da Segundona, assolado pelo espectro da queda para a terceira.

Fotos: Site Oficial Paraná Clube
Este ano, mostrou sua maior qualidade: a garra. Teve muitas trocas de técnicos, o incidente maluco com o Lisca, mas se deu bem no final com Matheus Costa, o técnico mais jovem de todas as divisões brasileiras de hoje, na flor dos seus 30 anos. Dos quatro classificados para a série A, o Internacional, apesar dos fortes investimentos e do apoio da grande  torcida, decepcionou. O América mineiro mostrou força e coesão e passou à frente. O Ceará também fez valer sua energia. E o Paraná, mais do que com valores individuais, conquistou o seu lugar graças ao espírito de grupo e ao amor à camisa, acima de tudo. Vai precisar de um bom investimento para encarar a elite em 2018. Mas o principal, a garra, está garantido. Se cuidem que a gralha azul vem com tudo!

sábado, 24 de julho de 2010

Mini-documentários sobre todas as torcidas do Brasileirão

A Petrobras, patrocinadora do Campeonato Brasileiro de Futebol, lança um série de mini-documentários sobre o futebol brasileiro. Fabiano Tatu, torcedor símbolo do Brasileirão Petrobras 2010, visitará cada uma das 20 torcidas dos clubes que participam do campeonato. Os mini-documentários da aventura são exibidos semanalmente no site http://www.brasileiraopetrobras.com.br/. Tatu descobre histórias, personagens, depoimentos e curiosidades, A próxima gravação será neste domingo (25/07) na torcida do Cruzeiro, durante a partida contra o Grêmio, em Belo Horizonte. Até dezembro, serão 31 mil km percorridos em 12 cidades brasileiras. Além de acompanhar as histórias no site, o público poderá participar da jornada do Tatu em um canal exclusivo no YouTube (www.youtube.com/brasileiraopetrobras) e também via Twitter (@todastorcidas). A cada rodada serão realizadas promoções e concursos culturais em que os torcedores concorrerão a camisas dos clubes e a ingressos para as partidas. Com essa ação, a Petrobras pretende reforçar sua associação com o futebol, por meio do maior evento esportivo do calendário nacional. A Companhia esperar criar identificação dos torcedores com sua marca e utilizar a plataforma digital como canal para divulgação de produtos e serviços da Petrobras. Acompanhe o calendário da jornada no site http://www.brasileiraopetrobras.com.br/
Fonte: Gerência de Imprensa/Comunicação Institucional/Petrobras

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Torcida apoia pontos corridos no Brasileirão

A APPM (empresa de Análise, Pesquisa e Planejamento de Mercado) fez uma pesquisa com 1.000 paulistanos para saber se elas concordam com o sistema de pontos corridos do Brasileirão. O resultado mostrou que 44% dos entrevistados preferem que o torneio seja mesmo por pontos corridos contra 19% que afirmaram preferir partidas eliminatórias - o famoso Mata-Mata usado no campeonato até 2003. Dos entrevistados, 55% concordam que o campeonato por pontos corridos é melhor porque premia os times mais regulares e mantém a emoção do torcedor até o final.