por Eli Halfoun
Nas casas da maioria da população os
pratos estão vazios ou no mínimo com menos comida, o que acontece também em
vários restaurantes populares que aumentam os preços e diminuem as porções.
Está difícil ter mesa farta e variada, mas ainda assim se multiplicam na televisão
os programas de culinária. Nada contra: aprender novas receitas é também fazer
uma viagem cultural pelo curioso mundo dos sabores. Só é difícil entender como
em um país que precisa parar de desperdiçar o pão nosso de cada dia ninguém
tenha tido até agora a coragem de criar um programa para ensinar a transformar
as sobras em um novo e saboroso prato. Nesses tempos de reciclagem o aproveitamento
das sobras, que geralmente acabam no lixo, seria sem dúvida uma gostosa maneira
de economizar e aprender a reaproveitar o que simplesmente não pode e não deve
ser descartado quando se sabe que por aqui muita gente ainda passa fome. O reaproveitamento
e modificação das sobras não é novidade: nossas avós faziam isso e o faziam
muito bem transformando, por exemplo, a carne assada de ontem no delicioso croquete
de amanhã e assim por diante. O que realmente não cabe é ter mais de uma dezena
de programas de culinária para ensinar o que o povão não tem condições de consumir.
Aproveitar bem as sobras não é vergonha. É apenas mais uma demonstração de
criatividade onde a criatividade é fundamental e saborosa, ou seja, na cozinha.
Talvez assim nossos pratos fiquem menos vazios. Os bolsos também. (Eli
Halfoun)
Um comentário:
É exagero e não é verdade que na maioria das casas brasileiras as pessoas passam fome. Há estatísticas sérias sobre isso, inclusive internacionais. Felizmente, nas últimas duas década governantes como FHC e Lula se preocuparam com isso. O Brasil precisa sim ainda tirar uma parcela da população da pobreza mas não exageremos. Jornalistas deveriam confirmar antes o que escrevem
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