Simpatia, 2013. Reprdução do Globo. Foto Fernando Maia/Riotur |
Frases bombásticas quase nunca dão muito certo. Especialmente as apocalípticas. Para ficar só no clima do carnaval, declarações como "O samba morreu"; "São Paulo é o túmulo do samba" foram desmentidas pelo tempo. Poucos dias antes da folia, Zeca Pagodinho, ele mesmo um dos responsáveis pelas sete vidas do samba, lançou mais um "dogma": "O carnaval acabou". Beleza. Só se acabou esse ano porque até o ano passado, Zeca estava animadíssimo no Camarote da Brahma, no Sambódromo. Agora em 2013, pelo que saiu nos jornais, ele não deu as caras na Sapucaí. Certamente não escaparia de repórteres em busca de explicação para a "frase-bomba". Vacilou, Zeca. O Carnaval não acabou, mudou. O Rio deu espetáculos impressionantes. E nem falo da beleza e grandiosidade das Escolas, mas da espontaneidade e alegria dos blocos. Houve problemas? Claro. Até na missa do Papa, com milhões de pessoas rezando, e não pulando, acontecem incidentes. Nos blocos, muita gente teve o celular roubado, apesar dos avisos dos organizadores (eu levei um celular mequetrefe, pré-pago, com poucos créditos. Não fui roubado. O ladrão deu sorte). Pode melhorar? Sempre. Mas o Rio recebeu mais de 1 milhão de turistas que somados a mais uns tantos milhões de cariocas foram às ruas e desde o fim de janeiro engrossaram uma incalculável multidão que se revezou em mais de trezentos blocos espalhados pela cidade.
O Globo de hoje publica uma foto de Fernando Maia, da Riotur, que dá a dimensão desse acontecimento. No seu segundo desfile, no último domingo, o Simpatia Quase Amor, bloco que nasceu pequeno porém decente no tempo das Diretas-Já, botou 120 mil pessoas na Vieira Souto. Eu e a Jussara, pela décima-sétima vez, estávamos lá. Podia ser melhor se fosse menor, como já foi, mas vai fazer o que? Impedir que novas gerações - que estão até trazendo as fantasias de volta às ruas - entrem no ritmo da bateria e cantem "Olha que coisa mais linda/Saindo da praça/É o Simpatia que vem e que passa (...)", do samba "Simpatia de Moraes", de Bil-Rait Buchecha, Guilherme Vargues, Manuela Trindade e Nina Rosa, em homenagem ao centenário de Vinicius de Moraes?
Esquece, a rua é deles. Que tenham voltado para ficar. Salve, Simpatia!
Foto J.E.Gonçalves |
3 comentários:
O prefeito do Rio está reclamando da quantidade dos blocos de rua que brincaram o carnaval desse ano. Mas claro, a população do Rio aumentou consideravelmente e o número de foliões explodiu inchando os blocos. O prefeito está querendo criar normas e regras para os blocos e limitar o número deles. Não vai ser fácil porque se esse ano blocos sem licença desfilaram nas ruas do Rio no ano que vem, se prevalecerem novas regulamentações, aí mesmo que vai ser um desafio para os blocos tradicionais e eles, mesmo com a proibições, vão desfilar nas ruas burlando a prefeitura.
Hoje sou mais os blocos de rua que as escolas de samba, que você tem de pagar para ver. Os blocos vejo de graça e se quiser brincar entro no samba atrás deles. Sem contar o número de garotas bonitas e alegres que formam e compões esses blocos. Dá gosto ver a garotada se divertindo e brincando.
Eduardo Paes está de parabéns, os blocos estão mais organizados e nem por isso o carnaval de rua deixou de crescer. Mas tem muita coisa para melhorar: mais banheiros químicos, mais segurança, mais limpeza, maior controle de ambulantes, limitar o som dos blocos , um caminhão apenas, eles crescem por que o som é amplificado para vários pontos do trajeto, o que atrai mais gente. O Bola Preta tem que desfilar da Cinelãndia para a Av. Pres. Vargas onde há área maior para dispersão. Não autorizar blocos comerciais que nada mais são do que arapucas para ganhar dinheiro, banir as cordinhas vips, abadá no lixo, novos blocos só terão autorização para desfilar na Av. Brasil ou Linha Amarela ou Av. das Americas. Desistimular blocos na Zona Sul e estimular em bairros menos congestionados da cidade.
Postar um comentário