Reprodução Folha de São Paulo |
por JJcomunic
É curioso. A privataria lembra um casamento onde as duas partes - governo e empresas - assinam divórcio mas continuam unidas para sempre. Recentemente li matéria que tentava mostrar com se transformaram subitamente em paraísos os aeroportos privatizados. Beleza. No mesmo dia, havia uma tumulto em Congonhas provocado por falha no check in de uma companhia aérea mas os jornais praticamente não se ocuparam do problema considerando que não tinha nada a ver com o alvo principal: a Infraero. Em São Paulo o tráfego em rodovias privatizadas foi interrompido por quedas de barreiras que geralmente são causadas por falta de conservação. Problema do concessionário, que deve resolvê-lo, por contrato. Mas, apesar do "divórcio" o governo estadual se apressa em isentar de qualquer responsabilidade as empresas que administram as rodovias. A mida aparentemente gosta da explicação e fica por isso mesmo.O governo atribui a interrupção que causou prejuízo a milhares de pessoas ao destino. Ou seja, na hora da boa notícia destaca-se a "eficiência" da privataria. Na hora do caos, o Estado segura as pontas e é cobrado pela midia. Quer dizer, se alguém foi prejudicado e pensar em processar a concessionária, saiba que o secretário já deu uma de advogado de defesa e concluiu rapidamente que a empresa não tem nada a ver com o problema. Queixe-se ao bispo. Ou ao cardeal, se ele já não estiver em Roma escolhendo o novo Papa.
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