domingo, 3 de fevereiro de 2013

Santa Maria não será esquecida


Por deBarros
Nunca vi, depois da tragédia de Santa Maria, tantos coronéis de Corpo de Bombeiros, aparecer na televisão, dando entrevista sobre fiscalização de Casas Noturnas, Boates, Teatros, Cinemas enfim todas casas de espetáculos. Diante de tantas entrevistas desses Coronéis a pergunta que não foi feita a eles, durante essas mesmas entrevistas foi feita por uma jornalista, Âncora de um noticiário das 18 horas, em um canal de televisão do Rio de Janeiro. A pergunta mais oportuna do momento, foi:
“Por que tudo isso que está sendo  explicado em termos técnicos de como as fiscalizações serão feitas, daqui por diante, com todas as exigências de segurança necessárias para o funcionamento das casas noturnas não foram  feitas antes”?
Lembrando um velho ditado, dos tempos em que “se amarrava cachorro com linguiça”:
Depois da casa arrombada é que se põem tranca na porta.
Algumas casas noturnas assim como um ou dois teatros, como o Carlos Gomes, foram interditadas, por não estarem seguindo as normas de segurança exigidas para o seu funcionamento. Mas, os proprietários dessas casas de espetáculos já se reuniram – impressionante como eles são rápidos em reagirem quando são pressionados – levantando o problema de interdição de seus estabelecimentos acarretando queda de faturamento e as perdas financeiras que terão com essas medidas.
A pergunta certa na hora certa foi feita e eles não souberam responder. Pelas declarações, nas entrevistas desses Coronéis, no meu entender, não sobrará pedra sobre pedra. No Shoping Plaza de Niterói, por exemplo, tem umas seis salas de projeção de filmes, cinemas na verdade, e nenhuma delas tem portas de emergência com uma porta de entrada que é ao mesmo tempo a de saída. Mas, antes tarde do que nunca, diz um velho dito popular, se essas exigências de segurança forem cumpridas e obedecidas outra tragédia como a boate “Kiss” , em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, não se repetirá.
Hoje, todos ou quase todos colunistas de jornais se manifestaram lamentando a tragédia da boate “Kiss “em Santa Maria e chamando atenção para que essa tragédia não caia no esquecimento das autoridades públicas e também que não vire nota de pé de página da mídia escrita e muito menos da mídia televisiva e falada. As autoridades públicas que não caiam na comodidade do apenas cumprimento de dever e se esqueçam das normas e regras, que elas mesmas vieram enfatizar nas entrevistas de seus Coronéis concedidas á mídia, no auge da tragédia de Santa Maria.
“Não bastará parecer eficiente terá que ser eficiente”.
A cobertura da imprensa brasileira foi excepcional. Poderia dizer que não houve nenhuma falha em nenhuma emissora de TV como nos jornais nacionais e rádios do país. Através deles, o povo brasileiro, pode acompanhar todo o drama que desenrolou naquela madrugada quando mais de 200 jovens perdiam as suas vidas pela incompetência, descaso, indiferença, relaxamento e corrupção das autoridades responsáveis pela fiscalização de eventos em recintos fechados e de proprietários desses estabelecimentos que veem o lucro exagerado acima da vida humana.

Um comentário:

debarros disse...

Onde se lê: o drama que desenrolou leia-se: o drama que se desenrolou.