Por deBarros
Nunca vi, depois da
tragédia de Santa Maria, tantos coronéis de Corpo de Bombeiros, aparecer na
televisão, dando entrevista sobre fiscalização de Casas Noturnas, Boates,
Teatros, Cinemas enfim todas casas de espetáculos. Diante de tantas entrevistas
desses Coronéis a pergunta que não foi feita a eles, durante essas mesmas
entrevistas foi feita por uma jornalista, Âncora de um noticiário das 18 horas,
em um canal de televisão do Rio de Janeiro. A pergunta mais oportuna do
momento, foi:
“Por que tudo isso que está sendo explicado em termos técnicos de como as
fiscalizações serão feitas, daqui por diante, com todas as exigências de
segurança necessárias para o funcionamento das casas noturnas não foram feitas antes”?
Lembrando um velho ditado,
dos tempos em que “se amarrava cachorro
com linguiça”:
Depois da casa arrombada é que se põem tranca na
porta.
Algumas casas noturnas
assim como um ou dois teatros, como o Carlos Gomes, foram interditadas, por não
estarem seguindo as normas de segurança exigidas para o seu funcionamento. Mas,
os proprietários dessas casas de espetáculos já se reuniram – impressionante como eles são rápidos em
reagirem quando são pressionados – levantando o problema de interdição de
seus estabelecimentos acarretando queda de faturamento e as perdas financeiras
que terão com essas medidas.
A pergunta certa na hora
certa foi feita e eles não souberam responder. Pelas declarações, nas
entrevistas desses Coronéis, no meu entender, não sobrará pedra sobre pedra. No
Shoping Plaza de Niterói, por exemplo, tem umas seis salas de projeção de
filmes, cinemas na verdade, e nenhuma delas tem portas de emergência com uma
porta de entrada que é ao mesmo tempo a de saída. Mas, antes tarde do que nunca, diz um
velho dito popular, se essas exigências de segurança forem cumpridas e
obedecidas outra tragédia como a boate “Kiss” , em Santa Maria, no Rio Grande
do Sul, não se repetirá.
Hoje, todos ou quase todos
colunistas de jornais se manifestaram lamentando a tragédia da boate “Kiss “em
Santa Maria e chamando atenção para que essa tragédia não caia no esquecimento
das autoridades públicas e também que não vire nota de pé de página da mídia escrita e
muito menos da mídia televisiva e falada. As autoridades públicas que não caiam
na comodidade do apenas cumprimento de dever e se esqueçam das normas e regras,
que elas mesmas vieram enfatizar nas entrevistas de seus Coronéis concedidas á
mídia, no auge da tragédia de Santa Maria.
“Não bastará
parecer eficiente terá que ser eficiente”.
A cobertura da imprensa
brasileira foi excepcional. Poderia dizer que não houve nenhuma falha em
nenhuma emissora de TV como nos jornais nacionais e rádios do país. Através
deles, o povo brasileiro, pode acompanhar todo o drama que desenrolou naquela
madrugada quando mais de 200 jovens perdiam as suas vidas pela incompetência,
descaso, indiferença, relaxamento e corrupção das autoridades responsáveis pela
fiscalização de eventos em recintos fechados e de proprietários desses
estabelecimentos que veem o lucro exagerado acima da vida humana.
Um comentário:
Onde se lê: o drama que desenrolou leia-se: o drama que se desenrolou.
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