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quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Orlandinho vira o jogo: uma vítória póstuma na luta pelo respeito aos direitos autorais da foto mais famosa de todas as Copas



A foto de Orlando
Abrunhosa na capa
da Fatos & Fotos
A mais famosa imagem de Copas do Mundo - eternizada em capas de revistas, como Fatos & Fotos, Manchete e Paris Match, e no documentário Três no Tri, do jornalista Eduardo Souza Lima, o Zé José - volta a ser notícia. 

O fotógrafo Orlando Abrunhosa, falecido há cinco anos, acaba de ganhar na justiça uma ação de indenização por uso não autorizado da foto de Pelé, Tostão e Jairzinho no México, em 1970. O trio comemorava o gol de Pelé contra a Tchecoslováquia.e, em uma fração de segundo, Orlandinho registrou uma perfeição estética. 

A foto histórica foi muitas vezes publicada ilegalmente em jornais, capas de fitas de vídeo, selo e cartazes. Orlandinho abriu processos e lutou até o fim pelos seus direitos, até fora do Brasil. Alguns dessas pendências ainda estão em andamento. 

Ele, com certeza, se aqui estivesse, iria comemorar essa vitória merecida. Provavelmente, brindando com vodca e limão à sua maneira. Ele nunca deixava de recomendar ao garçom "Mas traz o limão pra eu espremer". Era um clássico do Abrunhosa nos bares cariocas. Martins, do bar do Novo Mundo, uma espécie de filial etílica da Manchete, deve ter ouvido essa frase centenas de vezes. O barman que serviu JK, Jango, Brizola, Garrincha e era capaz de fazer drinques e coqueteis complicados, ficava intrigado por não poder espremer um simples limão. Martins nunca entendeu e Orlandinho nunca explicou. 

Orlando Abrunhosa na cobertura da Copa do México, em 1970, quando
fez uma das fotos mais famosas do futebol

De acordo com matéria publicada por Ancelmo Gois, no Globo, na última segunda-feira, e que repercutiu em vários sites, a célebre foto estampou um painel instalado no Museu da Maracanã, sem que o governo do Estado do Rio de Janeiro e o Complexo Maracanã Entretenimento tivessem, para isso, autorização do autor ou da família.

domingo, 4 de outubro de 2020

Bar Planalto: quando Dida subia a rampa...

 


por José Esmeraldo Gonçalves

A Folha publica, hoje, uma matéria com o alagoano Lauderney Perdigão, amigo de Dida, o meia que fez história e glória no Flamengo. Os dois chegaram a jogar juntos nos aspirantes do CSA. Dida veio para o Rio, Perdigão seguiu outro rumo na vida, como bancário e jornalista. De longe, via a carreira vitoriosa do amigo, de quem recebia revistas e recortes de jornais. Tornou-se pesquisador e reuniu um grande acervo de publicações, camisas e fotos de jogadores alagoanos, como Dida e Zagallo, além de registros de outros craques. 


Nilton Santos e Dida: do clássico do Maracanã para as páginas da Manchete Esportiva

Guardou, por exemplo, a camisa que Pelé usou na inauguração do estádio Rei Pelé, de Maceió. Desde 1993, o estádio abriga o Museu Edvaldo Alves de Santa Rosa, o Dida. Entre os itens preservados estão coleções de revistas, incluindo a Manchete Esportiva. 

Lá pelo final dos anos 1980, começo dos 90, o Bar Planalto, no Flamengo, era point etílico de alguns jornalistas e fotógrafos da Manchete depois dos fechamentos. "Vamos subir a rampa"? Era a pergunta que nem precisava de resposta. Tínhamos mesa praticamente cativa no Planalto, ao lado do calçadão, e até garçons preferenciais: o Mesquita e o Campista. 

Um dia, passa um cara parecido com o Dida. Era o Dida. Parou para conversar com os locais do bairro, na mesa vizinha. Depois disso, o vimos várias vezes. Na época, o ex-jogador trabalhava nas divisões de base do Flamengo, mas desde que pendurou as chuteiras levava vida discreta. Sumiu da mídia esportiva. Quando procurado para entrevistas alegava não ter o que dizer. Aparentemente, circulava pelo bairro sem chamar atenção, a não ser, talvez, dos torcedores mais velhos que ali reconheciam o grande ídolo do Fla, tricampeão carioca em 1955, segundo maior artilheiro da história do clube depois de Zico e campeão em mundo de 1958. Foi titular contra a Áustria e substituído por Vavá no decorrer da segunda partida da seleção, contra a Inglaterra. No terceiro jogo, com a URSS, Pelé entrou no time, Vavá permaneceu (fez dois gols) e Dida não teve mais chances). Alguns anos depois deixou o Flamengo, foi jogar na Portuguesa, em São Paulo, e encerrou a carreira em 1968, na Colômbia. Vejo no Google que morreu em 2002. 

No seu caminho, Dida passava por uma banca de jornal bem diante do Planalto. No bar lotado, poucos sabiam que algumas décadas antes aquele senhor estampava capas de revistas e primeiras páginas de jornais que contavam seus gols nos clássicos de domingo no velho Maracanã. 

A reportagem de Josué Freitas, da Folha. mostra que o craque do Flamengo pode até ter feito tudo para ser esquecido. Mas não conseguiu.  É nome e tema de Museu.     

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A fake news do Bernabéu...

por Niko Bolontrin

A Copa Libertadores da América, que homenageia os heróis sul-americanos que venceram os colonizadores espanhóis, acabou decidida na terra dos antigos conquistadores. Se levar o jogo de Buenos Aires para Madrid já foi uma estupidez da Conmebol associada à Fifa, a ironia histórica de negar à grande massa de torcedores dos dois times o direito de assistir à decisão torna-se tristemente simbólica.

O Santiago Bernabéu, a casa do Real Madrid, clube de raízes na ultra-direita - o nome do estádio homenageia um ex-jogador e ex-soldado fascista das tropas do ditador Francisco Franco - está se orgulhando hoje na  mídia espanhola de ser o único estádio do mundo que recebeu quatro importantes decisões internqacionis: da Liga dos Campeões, da Eurocopa, Copa do Mundo e da Libertadores.

O Maracanã acha isso muito pouco.

O mítico estádio carioca já foi palco de duas finais de Copa do Mundo, de uma Copa das Confederações, de uma final Olímpica, do Campeonato Sul-Americano, quando este reunia os maiores craques do mundo, da Libertadores, de finais de Jogos Pan-Americanos, Copa América e de duas finais de mundiais de clubes.

sábado, 6 de agosto de 2016

Rio 2016: as cores da abertura da Olimpíada...

Delegação brasileira. Foto Getty Images/Jamie Squire/ Divulgação Rio 2016
Foto Beth Santos/PCRJ

Foto Beth Santos/PCRJ




Indios: os primeiros brasileiros. Reprodução

A pista de node decolou o 14-Bis. Reprodução

A decolagem. Reprodução

Santos Dumont, o pai da Aviação revive no Maracanã. Reprodução

O 14-Bis deixa o estádio e por efeitos de computação sobrevoa...

a Lapa e os Arcos, no Rio de Janeiro. Reproduções

A cidades se erguem ao som de "Construção", de Chico Buarque. Reprodução

Delegação americana. Foto de Getty Images/ Paul Gilham/ Divulgação Rio2016
Delegação italiana. Foto de GettyImages/Jamie Squire/Divulgação Rio 2016


A chama olímpica na Candelária, à vista dos cariocas e visitantes. Reprodução


sábado, 25 de maio de 2013

Adeus Maracanã, Alô Maracanã

O gramado pronto para o cai-cai de Neymar. Foto: J.E.Gonçalves

Cadeiras retráteis. Sai a "galera" entra o espectador à moda europeia. Foto J. E Gonçalves

O telão. Foto: J. E. Gonçalves

Uma viagem no tempo; o velho e vibrante Maraca em domingo de Vasco e Botafogo, 1977. Foto J.E.Gonçalves
Vasco entra em campo. 1977: tempo de papel picado e morteiros, Foto J.E.Gonçalves
Eduardo Marra E. Gonçalves. 1992, Vasco 4X2 Flamengo pelo Campeonato Brasileiro. Foto J.E.Gonçalves


Este blogueiro no novo Maracanã, 2013. Foto: Tabach.
por José Esmeraldo Gonçalves
O Maracanã está deserto, mas não adormecido, como dizia Waldir Amaral, o locutor da Rádio Globo, nos anos 70. A poucos dias do jogo Brasil x Inglaterra, o primeiro grande espetáculo que o novo estádio receberá, fui conhecer o palco principal da Copa do Mundo de 2014. Dá saudade do velho templo do futebol, cenário de alegrias, tristezas, dramas e conquistas do meu Vasco. Impossível reconhecer nas novas linhas internas traços do Maraca lendário das tardes de domingo. Enfim, bola pra frente. Memória à parte, o estádio está belíssimo. Ganhou em conforto, ganhou em visualização do campo. Aliás, o gramado visto de cima parece perfeito. Se o Neymar não deslanchar seu futebol naquele tapete não sei onde nem quando o fará. No Nou Camp? Com a arquibancada unificada, não mais dividida entres os "degraus" de cimento e cadeiras azuis de ferro, e o fim da geral e do fosso, o campo de jogo ficou mais perto dos espectadores. E essa palavra, "espectadores", é apropriada. Vamos conferir no primeiro Fla x Flu ou Vasco x Flamengo, mas será que o torcedor, agora sentado em estofado retrátil,  vai vibrar como antes? Ficar em pé, não pode, a fileira de trás vai reclamar. Pular? Até dá, mas rapidinho ou vai ouvir um coro de senta-aí. Espero que a galera descubra uma maneira de fazer o Maraca tremer. Ou vai parecer plateia de teatro. Lá embaixo, as primeiras filas de cadeiras, as mais caras, certamente vão exigir o fim da barreira de jornalistas, fotógrafos, radialistas dirigentes, penetras e filhos de deputados à beira do gramado. Qualquer pessoa em pé ali, mesmo o treinador, se ficar parado, vai atrapalhar a visão do público no setor do gargarejo. Nas áreas internas, corredores, futuros espaços comerciais etc, há muito o que fazer. O entorno não ficará pronto tão cedo. É coisa para 2014 mesmo e olhe lá.
A obra foi caríssima, há questionamento na justiça em relação ao leilão da concessão, não se sabe se a convivência dos clubes com os novos donos do Maracanã será viável financeiramente, se o preço dos ingressos afastará o povão... Essa é a bola murcha que o cidadão deve observar e cobrar.
Em 1980, o escritor Edilberto Coutinho deu ao seu livro de contos premiado pela Casa de Las Américas, um título premonitório, "Maracanã, Adeus". Pois é, Waldir Amaral assinaria embaixo e diria agora que o templo do futebol, como o carioca o o mundo conheciam, adormeceu para sempre.
Foi-se o mito mas o fato é que o novo Maracanã tornou-se um bom palco para futebol.Que venham agora os artistas da bola.
Só não o chamem de arena, por favor.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Maracanã se rende à picareta...

por Gonça
A mística do Maracanã é mais forte lá fora, em muitos países e na memória do futebol mundial, do que aqui entre burocratas e engenheiros do Estado e das empreiteiras que metem a picareta no estádio. A Fifa escolheu o Maraca para a final da Copa de 2014 e o estádio será palco da abertura e do encerramento da Olimpíada de 2016. Além de ter recebido Ademir, Pelé, Garrincha, Didi, Nilton Santos, Zico, Roberto Dinamite, Tostão, Zizinho e tantos mitos do futebol, foi no Maracanã a final da Copa de 1950. Passará a ser, assim, o único estádio do mundo a sediar duas Copas e uma Olimpíada. Mas os burocratas sabem disso? O Minstério Público corre contra o tempo (talvez já perdido) para evitar a demolição da marquise, uma característica da arquitetura tombada, diga-se de passagem. Mas o que é a lei para esse pessoal? A marquise será substituida por uma lona. Eles decidem e destroem, conseguem uma ou duas assinaturas, e fim de papo. E mais ou menos como se uma análise apressada recomendasse a substituição das famosas colunas do Alvorada desenhadas por Niemeyer por estacas de aço. Mas a lei, no caso, a do tombamento do Maracanã, é solenemente atropelada.
Sabe-se que com competência é possível modernizar sem comprometer a memória de uma edificação.
É recomendável aos burocratas a leitura do livro "Maracanã, 50 anos de glória", do jornalista e escritor Renato Sérgio. Será leitura edificante. Bom que nas horas vagas eles leiam também a CLT: operários que atuam na reforma do estádio pararam por cinco dias reivindicando melhores condições de trabalho e cumprimento das leis trabalhistas.  

quinta-feira, 17 de junho de 2010

por Gonça
Maracanã, 60 anos. Palco iluminado de dramas e de incontáveis alegrias, o belo estádio está fechado para obras. Receberá, pela segunda vez, os maiores jogadores do mundo para uma final de Copa: a de 2014. O Maraca é uma lenda. Embora terra sagrada de craques quase foi vítima de pernas-de-pau. O ex-presidente da Fifa, João Havelange, seguido por uma corte de jornalistas perdidos em campo, tentou dar um ponta-pé, na verdade, um bico, em uma campanha para a demolição do Maracanã. Era uma imitação barata do que os ingleses fizeram com o Wembley. Felizmente, o idéia de jerico não vingou. O que veio foi a doce vingança do Maracanã que está aí, sessentão, pronto para uma reforma que o deixará brilhando para ser a estrela de mais uma Copa. Ademir, Heleno, Zizinho, Pelé, Almir, Bellini, Garrincha, Didi, Nilton Santos, Roberto Dinamite, Zico, Quarentinha, Barbosa, Manga, Gilmar, Brito, Coutinho, Pagão, Telê, Zito, Gerson, Tostão, Dirceu, Romário, Edmundo, Reinaldo, Rivelino, Paulo Cesar Caju, Dida, Henrique e dezenas de artistas que já encenaram espetáculos no gramado do Maraca... agradecem.    
A propósito, o nosso caro Renato Sérgio é autor de um livro indispensável para quem gosta de futebol e, especialmente, das lendas e mitos do futebol. Quando o estádio comemorava cinco décadas, Renato, co-autor de "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou" - lançou "Maracanã, 50 anos de glória" (Ediouro). Um gol de placa.  (Fotos: Divulgação)  

domingo, 19 de julho de 2009

Domingo é dia de futebol... duas frases de craques (do Museu do Maracanã)



É dia de futebol mas não necessariamente dia de craques. Os candidatos a craques de hoje deveriam obrigatoriamente dar uma passadinha no Museu do Maracanã antes de entrar no gramado. Assim como quem não quer nada, pisar no cimento onde estão as marcas dos pés de Garrincha, Pelé, Didi e Nilton Santos. Disfarçar e espiar de leve as fotos dos gols de Zico, Roberto Dinamite, Quarentinha, observar com o canto do olho, muito justamente envergonhados e levemente ruborizados, as fotos de times com Brito, Belini, Barbosa, Almir e Vavá. Só então, assim inspirados, sairiam de mansinho e seriam autorizados a entrar no vestiário que essas lendas de chuteira frequentaram.