O pato que foi pra rua com a camisa da CBF lutar pelo "novo" Brasil deveria estar feliz pra caramba.
Só que não. Foi degolado
Veja alguns sintoma da "patologia" fracassada colhidos ao acaso:
* Embora escrevam por aí que o Ilegítimo é um sumidade em português, o sujeito definiu a chacina na prisão em Manaus como "acidente", mostrando que palavra e bom senso são coisas que ele não sabe juntar. Mas colunistas se curvam até o chão para encontrar um justificativa: foi de propósito, Temer, dizem, não quis usar uma palavra muito forte para não correr o risco de exagerar. Então, tá. O risco é o governo brasileiro, por extensão, nos comunicados de pesar aos países que sofrem atentados do Daesh, passar a chamar atos de terroristas de "acidentes". "Lamentamos a 'acidente' em Nice", "lamentamos o 'acidente' do Charlie Hebdo", lamentamos o 'acidente' de Istambul".
* O ministro da Justiça recusa por escrito pedido oficial de ajuda da governadora do Acre para conter tensão crescente e violência anunciada em presídio e diz que não recebeu a solicitação. Mas respondeu, por escrito, com timbre e tudo, com o cinismo de dizer que o pedido era "importante" mas não podia atender. A morte de mais 31 detentos em Roraima desmascarou a mentira.
* O Secretário da Juventude de Temer se diz coxinha e defende que "tinha era que matar mais". Ele falava das decapitações e esquartejamentos em presídios. Com um secretário desses a juventude nem precisa de carrascos. Aliás, Leonardo Sakamoto pergunta onde Temer acha esses haters para assessores. Na web?
* Na cara de pau, mandando os fatos às favas como o auxiliar de ditadura Jarbas Passarinho mandou os escrúpulos às favas, colunista elogia Temer e a carta de intenção para lançar uma ponte para o futuro de um sistema prisional perfeito. Deu azar: enquanto seu tosco escrito circulava, mais 31 presos eram assassinados. E o governo estava avisado desse novo "acidente". E o elogiado plano anunciado embute um detalhezinho: não tem prazo, todas as medidas vão se efetivar a "qualquer hora. É um plano do tipo "a gente se vê por aí".
* O cara que cuidava da movimentação bancária do PSDB e de José Serra - os jornais chamam de "operador" - dedurou que recebeu da Odebrecht, direto em conta na Suíça, 23 milhões de reais. Diz ele que foi "ressarcimento" de dinheiro adiantado para a campanha presidencial do atual ministro de Temer. O mais incrível: essa grana de responsa acaba de ser incluída na adesão do "operador" ao programa de "regularização de ativos" (que é como o governo chama a legalização de dinheiro lavado ou não declarado pelos figurões). Jornais destacaram na lei da deslavagem o lado "bom": trazer dinheiro de volta ao Brasil. Com a confissão do "operador" do PSDB, o povo descobre que os sonegadores podem legalizar mas não precisa repatriar a dinheirama (a justificativa do perdão trazer a grana de volta, lembra?). Pois o operador se deu bem: legalizou os 23 milhões de reais mas deixou a bufunfa lá curtindo o inverno suíço. Cunha deve estar indignado na cela em Curitiba: "por que não eu"?
* A musa do golpe, Janaína Paschoal, aderiu à vassoura de João Dória e se propôs a inspecionar os banheiros do Parque do Ibirapuera. Faz mais sentido.
* O cara mata 12 pessoas em Campinas, inclusive a ex-mulher e o filho, atira na própria cabeça deixando uma carta que mais parece um manifesto de passeata da turma da camisa da CBF:
ódio ao feminismo, desprezo à democracia, cruzada fanática contra a corrupção, repulsa aos direitos humanos, chama as mulheres de "vadias", chama a Lei Maria da Penha de "Vadia da Penha". O manifesto do assassino pode ser emoldurado pela extrema-direita. É praticamente um resumo do que se lê por aí.
* O governo está construindo com todo o cuidado a República da Zona. Com todo o respeito à zona.
* É mais ou menos essa a selfie do Brasi nesses dias sufocantes. Nada que um sorvete Haagen Dazs não cure.































