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quarta-feira, 3 de julho de 2024

BC Private Party, traje a combinar : a festa é deles

por Pedro Juan Bettencourt

Países que adotam BC ou FED autônomos incluem regras para probidade da autonomia. 

O Congresso supervisiona o BC ou o FED. 

O presidente eleito tem o poder de demitir o presidente do BC ou do FeD assim que toma posse. Pode mantê-lo, se quiser. 

O FED é o BC americano.

No Brasil, a lei de autonomia do BC não tem regras de probidade, é desembestada. O presidente do BC pode se beneficiar das políticas que adota, sem amarras. Roberto Campos Neto, por exemplo, tem investimentos pessoais atrelados ao dólar em paraísos fiscais, pode participar de boca-livre de churrasco na intimidade de quem o nomeou. 

No momento, ele nem usa as reservas para conter o aumento do dólar. Medida que adotou várias vezes durante o mandato de Bolsonaro, mentor.

O presidente americano nomeia ou confirma o presidente do FED para quatro anos de mandato. É seu direito. No Brasil o presidente eleito ao tomar posse sofre uma espécie de cassação parcial do seu próprio mandato. Durante dois anos é obrigado a governar com a política monetária sob controle de alguém nomeado pelo seu antecessor . A lei de autonomia do BC rouba metade do mandato presidencial. 

Ou seja: a lei de autonomia do BC foi criada para reduzir os poderes do presidente eleito, qualquer que seja ele. 

Juntando a autonomia do BC, o papel das agências neoliberais, a eleição de deputados e senadores (no caso, um terço) para mandatos não coincidentes com o do Presidente da República e a farra das emendas secretas ou disfarçadad que dão um extraordinário poder financeiro ao Congresso, o eleito pelos brasileiros para o Palácio do Planalto já chega lá como "pato manco" (lame duck), a expressão usada na política dos Estados Unidos para definir o titular de um cargo cujo poder é em parte decorativo. 

A autonomia do BC brasileiro, sem efetivas regras e sem supervisão  de probidade, transferiu o poder de definição da política monetária para a especulação financeira. Foi o golpe que deu certo. Não foi necessário invadir o BC nem quebrar relógio, rasgar poltronas ou defecar em mesas de reunião. 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Obama expulsa diplomatas russos e Rússia inova ao responder através de meme que mostra presidente americano como "pato manco"


por Jean-Paul Lagarride

Logo depois que Barack Obama anunciou a expulsão de 35 diplomatas russos, a embaixada da Rússia, em Londres, comentou a decisão através de meme.

Um "lame duck" ilustra a postagem.

O "pato manco" é uma referência nada sutil ao presidente em fim de mandato. Dizem os políticos que na fase pré-porta da rua é visível a perda de prestígio: o cafezinho já vem frio, a assistente já não abre a porta do carro, o paletó vem mal passado da tinturaria, o bacon do café da manhã é servido duro e ressecado, o ovo esparramado, o suco de laranja é de ontem, os conselheiros já pedem para ir pra casa mais cedo...

Com Obama já pedindo a saideira, a menos de um mês de voltar à planície, os russos minimizaram o episódio que seria uma retaliação a uma suposta intervenção de Moscou nas eleições presidenciais americanas através de hackers, assunto visto por eles igualmente como uma piada.

Do caso extrai-se uma conclusão: é cada vez mais comum o uso das redes sociais e até da sua linguagem descontraída e irreverente para assuntos de Estado. Donald Trump mostrou desde a campanha que sua rede social será fonte de notícias importantes da sua administração.

Não apenas políticos, mas celebridades, personalidades e dirigentes de várias áreas tendem a eliminar o "intermediário" quando querem divulgar algo. Aparentemente, a "fonte" que antes ligava para um jornalista amigo para tentar emplacar uma informação agora aciona o smartphone e lança a "exclusiva" na sua própria página.

Daí, jornalistas são obrigados e virar "seguidores". O que só resolve em parte o problema: têm acesso à informação, como todo mundo, mas perdem a "exclusiva" e ganham uma enorme ralação para, diante da "concorrência", obter um fato ou uma declaração realmente inéditos.

Coisas dos novos modelos de comunicação.