quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Memória: o que a publicidade vendia em janeiro de 1987





por Niko Bolontrin

A economia estava em caos. Os Planos Cruzado I e II naufragavam. Em um só dia, preços de produtos e serviços aumentaram de  60% a 120%.

Os anos 1980 ficaram conhecidos como a "década perdida".

No anúncio do alto, a Abap (Associação Brasileira de Agências de Propaganda) pedia idéias para superar a paralisia geral. Acima, um banco oferecia possibilidades de investimentos "discretos" (?). É impossível saber o que aconteceu com os correntistas da época, mas recentemente "aplicações do tipo "ninguém vai ficar sabendo" levaram alguns figurões ao xilindró.

(Os anúncios acima foram reproduzidos do "Propaganda em Revista". Conheça o site, clique AQUI 

Um comentário:

J.A.Barros disse...

Como esquecer aqueles anos sarneistas? Não dá pra esquecer. Os nossos salários foram emagrecendo a cada plano Cruzado, plano Collor com o confisco das poupanças em Banco de suas econômias, plano Bresser, porque atrás deles vinham as tablitas que corrigiam os salários de acordo com os valores das novas moedas que entravam no mercado e todos esses planos fracassaram piorando ainda mais a inflação. Pela manhã comprava-se um quilo de feijão por um preço e se voltasse à tarde o preço já tinha sido aumentado. A figura sórdida do ex office boy dos IAPs quando passou o governo para o seu sucessor a inflação acumulada no mês chegava a mais de 90%. Veio o Collor e mais planos vieram para reduzir salários e confiscar o dinheiro do povo. Mas, a vida dá voltas e o Collor caiu entrando no seu lugar o político da velha guarda mais honesto que o Brasil conhecia, o mineiro Itamar, e com ele veio o plano Real – combatido energicamente pelo candidato das forças esquerdistas – supostas de esquerda, o candidato de 9 dedos que não ganhou a eleição nesta primeira vez e o plano real reestruturou a economia colocando a moeda do Real em seu valor e acabando praticamente com a inflação, mas não deixou de ser aplicada a tablita e mais uma vez o salário teve a sua perda. Bem, de tablita em tablita nossos salários nunca mais se reajustaram. Vivemos hoje, tenho certeza, com uma perda de mais ou menos 50% dos salários que deveríamos receber.