Do livro Aconteceu na Manchete - As histórias que ninguém contou (Editora Desiderata)
Como em toda empresa, havia momentos, na Bloch, em que o temível "passaralho", que no jargão dos jornalistas é o "caralho voador" que prenuncia demissões, atacava as redações indiscriminadamente. O símbolo do momento das demissões era como o "homem das neves", sabia-se que existia mas ninguém jamais o vira. Em uma dessas temporadas de "passaralho", Alberto Carvalho, ex-secretário de redação da Manchete, esculpiu em isopor um imenso "caralho" com todos os penduricalhos e uma ameaçadora cabeça pintada de vermelho, e pendurou-o do lado de fora do prédio, pela janela. Lentamente, foi baixando a "alegoria" do oitavo para o sétimo andar. Foi só a primeira redatora desavisada olhar para a janela e deparar-se com aquele gigantesco símbolo fálico para todo o andar das revistas femininas entrar em polvorosa. Mas, dizem as más línguas, passado o susto sobrou uma certa admiração pelas avantajadas medidas do "passaralho".
Um comentário:
Na época, disseram as más llinguas, que uma delas conseguiu se apossar da escultura do Alberto Carvalho e levado a relíquia, encondida em sua bolsa – não podemos desconhecer que bolsa de mulher é capaz de esconder até a insustetável leveza do ser – para a sua casa. Contam, as suas amigas, que ela foi feliz para sempre.
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