por Eli Halfoun
Sem essa de bairrismo: os bons exemplos devem ser um incentivo para todos, venham de onde vierem. É de São Paulo que chega uma animadora informação: a da redução de 32% nos índices de gravidez na adolescência. A gravidez na adolescência é apontada como um grave problema social. Estudos da Organização Pan-americana de Saúde atribuem o aumento do número de filhos de mães menores de 20 anos ao fato de que “o conhecimento sobre a relação sexual livre se difunde mais rapidamente entre os adolescentes, que o conhecimento sobre os efeitos biológicos e psicológicos adversos na gravidez nessa idade, tanto para a mãe quanto para o filho”.
Pesquisas mostram que no Brasil é na classe social mais pobre que se encontram os maiores índices de fecundidade na população adolescente (26%c das adolescentes entre 15 e 19 anos tiveram filhos, enquanto nas classes de renda mais elevada o índice foi somente de 2,3). Estima-se que no Brasil de 20% a 25% do total de mulheres gestantes sejam adolescentes: há uma gestante adolescente em cada cinco mulheres. Fica clara a necessidade de incentivar programas (muitos existem, mas será que saíram do papel?) de educação e prevenção, além de um adequado atendimento médico às jovens e desorientadas pacientes. Estudos revelam ainda que a gravidez na adolescência é, na maioria das vezes, indesejada e acaba influenciando diretamente na vida das meninas que por causa da gravidez, acabam deixando a escola. Pesquisas confirmam que as complicações obstétricas ocorrem em maior proporção nas adolescentes, principalmente as de faixa etária mais baixa. São problemas de saúde como anemia, ganho de peso, hipertensão, infecção urinária e muitos outros causados pela absoluta falta de atendimento pré-natal adequado. Portanto, cuidar das jovens grávidas com programas de esclarecimento e prevenção se faz urgente, especialmente quando se sabe que na maioria das vezes as meninas engravidam sem querer. A gravidez na adolescência é um problema de vida. De duas vidas.
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