quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Palmas para Botino. De pé

por Eli Halfoun
O Ministério da Saúde voltou a veicular na televisão anúncios alertando para a importância de continuar prevenindo-se para não ser mais uma vítima do HIV. Parece que como o assunto já não ocupa tanto espaço na mídia acabou fazendo as pessoas esquecerem a fundamental necessidade de prevenção para o que contribuiu também o coquetel que aumenta muito a sobrevida (mas não cura) de quem está contaminado. Quem contraiu o vírus - e esse parece ser o problema maior – tem vergonha de assumir que está doente. Foi essa vergonha que o ator Rodolfo Botino jogou para o alto e veio a público assumir que nos últimos 20 anos convive com o vírus HIV. Mais do que livrar-se de um segredo que certamente o incomoda muito Botino está agora prestando um grande serviço não só porque virou referência de que mesmo com a Aids a vida continua, mas também porque como figura pública que é está usando a experiência pessoal para orientar: além de responder muitos e-mails diários com pedidos de orientação que lhe são enviados tem dedicado boa parte de tempo fazendo palestras, em todo o Brasil, sobre o assunto do qual está bastante infirmado porque leu muito. Não são orientações médicas (médico ele não é, mas até indica um se necessário for). A corajosa atitude de Rodolfo Botino é uma lição: ninguém precisa ter vergonha da doença simplesmente porque é uma doença estão aí e todos nós podemos ser vítimas de uma. Para que isso não aconteça o remédio ideal e que funciona mesmo é a prevenção. Agora Botino está usando um mal para fazer o bem e certamente ajudará muito aos que ainda envergonhados já contraíram o vírus e aos que precisam de alertas diários para não se deixarem contaminar. Botino continua exercendo – e bem – a sua profissão de ator com o espetáculo Risoto, que escreveu em parceria com o ator Luiz Salem e a atriz Stella Miranda e sonha (nunca é proibido sonhar) em voltar a fazer novelas. O principal é que sem carregar mais a cruz da vergonha está mostrando que a perspectiva de morte (todos nós morreremos) pode ser também a melhor perspectiva de vida.

Um comentário:

Eliane Furtado disse...

Eli, as campanhas deveriam ser intensificadas ainda em outros tipos de doenças. Prevenção, prevenção. Aplausos tb!