por Eli Halfoun
O Brasil é sem dúvida o país dos exageros e um deles é a farta distribuição de prêmios que são promovidas praticamente em qualquer esquina. Tem prêmio para tudo: melhor síndico, melhor camelô, melhor pastel, melhor bolinho, melhor pão com manteiga, melhor cerveja, melhor botequim, melhor padaria, melhor espirro, melhor isso, melhor aquilo. É esse exagero que muitas vezes faz os prêmios perderem importância, mas apesar desse festival de medalhas, troféus e diplomas alguns prêmios ganham credibilidade e merecem respeito. É o caso do Prêmio Moliére de teatro sempre ambicionado por autores, diretores e atores aplaudidos em suas conquistas artísticas profissionais. Pois bem, o criador do Prêmio Moliére saiu de cena quase em segredo e sem o reconhecimento que merecia. Depois de enfrentar uma doença que se arrastou durante anos Joseph Halfin, que virou nosso José vivendo muitos anos no Brasil (era casado com a brasileira Maria Alice, primeira capa da Vogue) como diretor da Air France e responsável, via Moliére, pela vinda ao Brasil de grandes atrações francesas, entre as quais Maurice Chevalier, Marcel Marceau, e Charles Aznavour. Ultimamente Halfin, o nosso José, vivia em um pequeno apartamento no Rio e partiu sem muitas homenagens. Então, fica daqui um simbólico Moliére para ele por serviços prestados ao teatro brasileiro.
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