por Eli Halfoun
1 - Por conta do recente conflito que mais uma vez apavorou a gente pacata do Rio, o presidente Lula ganhou a manchete do Jornal do Brasil com essa declaração: “É preciso limpar a sujeira que traficantes impõem ao Brasil”. Não só essa, mas corre o risco do Brasil acabar com toda a água e sabão do planeta se decidir realmente limpar toda a sua sujeira. Quando é que finalmente vamos fazer isso?
2 - Durante o recente, mas certamente não o último, conflito entre traficantes e policias no Rio o ministro da Justiça, Tarso Genro, veio a público e colocou à disposição do governo carioca a ajuda da Força Nacional de Segurança. O governador recusou dizendo um simples “ainda não precisa”. Não precisa como? Ainda como? Tá esperando o que: os bandidos tomarem conta de tudo, inclusive do Palácio Guanabara?
3 - Com imagens cedidas pelo SBT, que não tem muito do que se orgulhar em sua programação, a CNN em espanhol e a CNN internacional deram destaque ao conflito do Rio que chamaram ( e não sem motivo) de “quase uma guerra civil” lembrando em todos os textos que o Rio acaba de ser escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016. É bom que a gente não esqueça disso...
4 – Nem todos que assumem importantes cargos públicos no Brasil entram no jogo de tentar empurrar a sujeira e a verdade para baixo de um já imundo tapete. É o caso de Luiz Fernando Corrêa, diretor da Polícia Federal: “O Brasil não controla a diarréia como é que vai controlar o uso ilegal de drogas”. Precisa dizer mais?
Jornalismo, mídia social, TV, atualidades, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVII. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
A eleita
A senhora dona Dilma Roussef, candidata a Presidência da República do Brasil, daquele que não se pode dizer o nome, vem a púlblico e declara solenemente, com toda a empáfia e arrogância de quem sabe que é poderosa, que o Mensalão nunca existiu e o senhor José Dirceu é uma criatura perseguida e injustiçada, pelo seguimento político da sociedade e pela opinião pública. Parece até que não houve uma CPI do Congresso, que conclui que existiu sim o Mensalão, tanto que alguns corruptos foram cassados e entre eles o senhor José Dirceu. Com essa declaração, estapafurdia e idiota, a senhora dona Dilma Roussef desrespeita a decisão soberana e justa do Congresso.
O que podemos pensar sobre a CPI do Congresso depois das palavras dessa Senhora? Que o Congresso não tem idoneidade para tal decisão? Ou devemos acreditar piamente na afirmação da dona Dilma? Afinal ela será a primeira mulher a ser eleita Presidente do Brasil.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Viver a vida real...
A jornalista Eliane Furtado, que brilhou na Rede Manchete, foi convidada pelo autor Manoel Carlos para dar um depoimento ao fim do capítulo 30 da novela Viver a Vida. Belas palavras e um emocionante exemplo. Eliane, que é frequentadora deste paniscumovum, mantém o blog Sentença ou Renovação, um dos nossos recomendados aí ao lado na barra lateral. O detalhe curioso é que durante o depoimento aparece, ao fundo, à esquerda da imagem, em discretíssima participação, a jornalista Maria Alice Mariano, também deste blog e amiga da Eliane. Confira o vídeo no link Eliane Furtado em Viver a Vida
Maioria massacrada
Por Eli Halfoun
Não é preciso nenhuma estatística do IBGE para saber que a maioria da população que vive no Rio, (incluindo os que por injustiça social são obrigados a ocupar barracos caindo aos pedaços nos muitos morros - hoje favelas - que nos cercam) é de gente boa e honesta. Essa certeza joga pro alto a velha teoria de que a maioria sempre vence a minoria. Não é o que estamos vendo: os bandidos vencem – e de goleada – a maioria. Viramos prisioneiros de meia dúzia de marginais que nos fazem assustados reféns de nossa conquistada (mas, como se vê, nem tanto) liberdade de ir e vir. Não é possível que não haja uma maneira de nos livrarmos dessas algemas invisíveis. Não dá mais para ficar esperando por um milagre.A impressão que se tem é a de que governantes e alguns policiais graduados até gostam desses confrontos: é inegavelmente uma maneira de aparecer no noticiário, fazer mais e mais discursos demagógicos que se repetem há anos. Mas solução que é bom.... Até quem tem o dever (afinal, pagamos por isso) de nos proteger, ou seja, a polícia é cruelmente assassinada. E se violência gera violência, certamente não será com gentileza e muito menos com discursos que conseguiremos um pouco - pelo menos um pouco - de paz. Há sempre os que argumentam que é fundamental respeitar os direitos humanos, mas como fazer realmente isso se essa covarde minoria (só age em grupo e nunca mostra a cara) não se importa e não tem o mínimo de respeito por nossos direitos. Ora, também somos humanos. E a maioria. Quando se pede a intervenção das Forças Armadas o argumento de é o de que Exército, Marinha e Aeronáutica são para garantir a segurança de nossas fronteiras. Não seria, então, o caso de estabelecer fronteiras nos morros (quase todos) dominados pelo inimigo. Afinal, estamos (e não há como negar isso) em guerra. Outro argumento é de que não se pode invadir morros porque muita gente boa e honesta mora (mora?) neles. Não é o caso de tirar dos morros essa gente boa e honesta que tem servido como uma espécie de trincheira para os marginais? Aí combate ficaria bem mais fácil e justo. O que não se pode é continuar permitindo que a minoria vença a maioria. Até porque isso não tem lógica.
(na reprodução, a repercussão da guerra carioca no jornal italiano La Stampa)
deram um balão na mídia
Esse episódio do menino que voou mas não voou em um balão, nos Estados Unidos, é curioso. Mostra, acho, que pegadinhas típicas da internet chegam cada vez mais à mídia tradicional. No caso do garoto do balão, haveria, segundo a polícia americana, um "projeto de marketing" dos pais, que queriam ganhar fama e visibilidade para participar de um reality show. Há suspeitas também de que um emissora de TV sabia da farsa e ajudou a financiá-la. Hoje, qualquer um, com uma câmera, um editor de imagem e acesso ao You Tube pode simular uma situação "jornalística" ou de ficção e transformá-la em "notícia". No caso do baloeiro americano, as imagens correram o mundo com a informação de que o menino poderia estar ainda bordo ou já teria despencado do tosco balão. Todos "compraram" a "tragédia" sem desconfiança. A concorrência entre as TVs, principalmente, faz com que os editores joguem imediatamente no ar a suposta notícia e faturem a audiência. Sem checagem ou confirmação antes de pôr a farsa na tela outras armações da internet cairão na rede facilmente.
domingo, 18 de outubro de 2009
Site do fotógrafo André Dusek conta e mostra histórias reais de jornalistas
O livro Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou (Desiderata) inovou ao expôr sem segredos a trajetória de grandes veículos jornalísticos e revelar seus bastidores através da vida e das vidas de quem também ajudou a construí-los: repórteres, fotógrafos, editores, produtores, colegas do setor administrativo, diretores etc. O resultado foi um surpreendente, curioso, humano e bem-humorado retrato das redações de revistas como Manchete, Fatos&Fotos, Fatos, Amiga, Desfile, Pais&Filhos, Ele&Ela, Mulher de Hoje, Carinho e outras publicações da extinta Bloch Editores. Nessa tendência, em que os protagonistas são os profissionais que fazem a linha de frente do jornalismo, o fotógrafo André Dusek lançou o site fotocoleguinhas.com com os registros que fez de colegas em entrevistas, plantões e viagens pelo mundo. Entre as histórias curiosas, Dusek narra um episódio entre Gervásio Baptista, o fotógrafo, que brilhou na Manchete e é um dos colaboradores da coletânea Aconteceu na Manchete, e o guerrilheiro Che Guevara. No site, estão reunidas imagens curiosas e "causos" como esse do grande Batistinha. Confira no link Imagens e Histórias da Imprensa
sábado, 17 de outubro de 2009
Rio sob ataque e o Brasil curtindo o fim de semana
O exército francês patrulha o aeroporto Charles De Gaulle e pontos movimentados de Paris. É um reforço legítimo à ação da polícia. Aqui, as Forças Armadas recorrem à Constituição como argumento para permanecer nos quartéis enquanto o pau está comendo aqui fora. Curiosamente, ao longo da história recente, o Exército, a Aeronáutica e a Marinha deixaram o quartel por várias vezes para derrubar governos civis e atropelar precisamente a Constituição que agora tanto, e no caso, "respeitam". A Zona Norte do Rio foi atacada hoje, militarmente, por traficantes. Até helicóptero foi abatido. Policiais militares foram mortos, ônibus foram incendiados. Dizem os especialistas que, hoje, a polícia militar do RJ e grupos de ação especial da Polícia Civli estão mais bem preparados para combate do que as Forças Armadas. Faz sentido. Tanto que já foram requisitados para operações da ONU no Timor Leste e no Haiti. Talvez por isso seja até compreensível que as Forças Armadas prudentemente prefiram ficar na moita. Quem tem tem medo. O Ministério da Defesa pede ao governo mais equipamentos. Caças, tanques, submarinos. Pra que? Pra ficar estacionados nos quarteis, nas bases, nos ancoradouros? É melhor gastar esse dinheiro nos necessários veículos terrestres blindados e helicópteros idem para a PM e a Polícia Civil do RJ. A guerra, infelizmente, é aqui. Se o Brasil vai sediar uma Copa e o Rio uma Olimpíada é hora de agir com os argumentos que o crime armado ouve e entende. É preciso empreender a uma distribuição igualitária da segurança, ou não é? Quem pode contrata guarda-costas particulares e bem armados. Os demais cidadãos só contam com as forças públicas. Na reprodução da imagem da Globo News, a entrevista coletiva do Secretário Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame.
Na próxima eleição, vote na piada
Pensando bem, há diferença entre o Vesgo e políticos? Entre Sabrina Sato de mini e Suplicy de sunga? Bancadas do CQC, do Pânico, do Casseta, bancadas ruralistas, evangélicas, da saúde, das empreiteiras... Dá para distinguir discurso na tribuna e piada na TV? Onde acaba um e começa a outra? Quem é figurante, quem é protagonista? O país tem constituição ou tem roteiro? Chega de intermediário, vote direto nos humoristas, é isso? Sei não, é tudo praça da alegria e zorra total.
Fogo sobre Arte: uma triste composição (31 anos depois da tragédia do MAM, incêndio consome obras de Hélio Oiticica)
Esta dramática capa da Manchete (foto de Flávio Ferreira) é de 22 de julho de 1978. A revista trazia a emocionada cobertura do incêndio que destruiu o acervo do Museu de Arte Moderna, feita pelo saudoso jornalista e crítico de arte Flávio de Aquino. O fogo consumiu um acervo de mil quadros, entre os quais telas e esculturas de Picasso, Dali, Magritte, Max Ernst, Paul Klee, Matisse, Portinari, Segall e Guignard, além de 80 trabalhos do maior pintor uruguaio, Joaquim Torres Garcia. Na época, restaram as cinzas, nada aconteceu, a direção do MAM não foi responsabilizada, a lição não foi assimilada, e outros museus, no Brasil, permanecem como bombas-relógios sujeitos a destruições semelhantes ou a roubos frequentes de obras de arte. Agora, o drama se repete. Dessa vez, em uma residência particular, não em uma instituição, mas a perda cultural é igualmente incalculável. Na última sexta-feira, um incêndio destruiu parte da casa do arquiteto Cesar Oiticica, irmão do artista plástico Hélio Oiticica, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. O fogo atingiu uma sala onde estavam guardadas instalações, pinturas e esculturas do artista plástico. O prejuízo material teria sido estimado em 200 milhões de dólares mas o que as chamas consumiram foi cultura brasileira de valor jamais mensurável. A Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro criou, em 1996, o Centro de Artes Hélio Oiticica, na Praça Tiradentes. Recentemente, os jornais registraram uma polêmica entre parentes do artista, responsáveis pela sua obra, e representantes da Secretaria Municipal. O desentendimento teria levado a família a retirar peças de Oiticica expostas no Centro. Segundo Cesar Oiticica, 90% das obras do irmão foram agora destruidas. A Secretaria teria proposto à família um comodato que permitisse que o acervo ficasse guardado no Centro de Artes mas, diz a secretária Jandira Feghali, a proposta não foi aceita. A sala que guardava o acervo na residência da família tinha, segundo Cesar declarou à imprensa, controle de umidade e temperatura mas não se sabe ainda o que provocou o fogo ou se havia dispositivos de segurança ou alarmes adequados. Após a morte do artista, em 1980, foi criado o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar sua importante obra. Nas ilustrações que acompanham este post, as reproduções da capa da Manchete com o incêndio do MAM e de Hélio Oiticica em uma página do livro Marginália - Arte & Cultura na Idade da Pedrada, de Marisa Alvarez Lima.
E o Muro de Berlim se foi mas gerou filhotes...
Queda do Muro de Berlim, 20 anos
No próximo dia 9 de novembro, o mundo festejará os 20 anos da queda do Muro de Berlim. As picaretas que demoliram o paredão e as fortificações policiais que dividiam Berlim marcaram o começo do fim da Guerra Fria e a reunificação das duas Alemanhas. Clique neste link e veja como era o Muro. Tour virtual em Berlim
Atenção, quando acessar, veja a indicação Player e assinale a opção Flash Stream Low Bandwidth/60 kpps. A imagem perderá um pouco de definição mas ganhará velocidade
Fé demais e fé de menos
por Eli Halfoun
Parece que a política absorveu de vez algumas besteiras que fazem parte do futebol como, por exemplo, a mania que os técnicos insistem em ter de fazer mistério (um mistério, aliás, que não esconde absolutamente nada) em torno do time a ser escalado, como se qualquer torcedor, ao contrário do técnico, não soubesse isso de cor. A política vai pelo mesmo caminho: os políticos, que não são técnicos em nada (excetuando as falcatruas) tentam fazer mistério em torno dos nomes que acham governar muito ruim, mas mesmo assim querem o bem pago cargo de Lula. Enquanto os cientistas políticos (sempre eles que quase nunca acertam nada) acham que Lula pode surpreender (surpresa é?) e continuar no poder por conta de sua aprovação imensa, mas intransferível (te cuida Dilma Roussef) popularidade, o povo pode não saber ainda em quem votará, mas já sabe quais os políticos que estarão nos palanques implorando por seus votos – até porque nessa hora (só nessa) todos os políticos lembram (pena que tenham memória curta) que o povo existe. E é importante. Ninguém tinha dúvidas de que Ciro Gomes seria (será) candidato, mas ele só admitiu isso (é o tal do mistério nada misterioso) quando disse apenas um “sou” para um repórter-ator do CQC, que o pegou quando ele se encaminhava apressadamente (devia estar, como se diz popularmente, muito apertado) ao banheiro. Ou seja: a campanha de Ciro Gomes começou no caminho do banheiro. Espera-se que como acontece geralmente com todos tudo na política também não acabe lá.
Parece que a política absorveu de vez algumas besteiras que fazem parte do futebol como, por exemplo, a mania que os técnicos insistem em ter de fazer mistério (um mistério, aliás, que não esconde absolutamente nada) em torno do time a ser escalado, como se qualquer torcedor, ao contrário do técnico, não soubesse isso de cor. A política vai pelo mesmo caminho: os políticos, que não são técnicos em nada (excetuando as falcatruas) tentam fazer mistério em torno dos nomes que acham governar muito ruim, mas mesmo assim querem o bem pago cargo de Lula. Enquanto os cientistas políticos (sempre eles que quase nunca acertam nada) acham que Lula pode surpreender (surpresa é?) e continuar no poder por conta de sua aprovação imensa, mas intransferível (te cuida Dilma Roussef) popularidade, o povo pode não saber ainda em quem votará, mas já sabe quais os políticos que estarão nos palanques implorando por seus votos – até porque nessa hora (só nessa) todos os políticos lembram (pena que tenham memória curta) que o povo existe. E é importante. Ninguém tinha dúvidas de que Ciro Gomes seria (será) candidato, mas ele só admitiu isso (é o tal do mistério nada misterioso) quando disse apenas um “sou” para um repórter-ator do CQC, que o pegou quando ele se encaminhava apressadamente (devia estar, como se diz popularmente, muito apertado) ao banheiro. Ou seja: a campanha de Ciro Gomes começou no caminho do banheiro. Espera-se que como acontece geralmente com todos tudo na política também não acabe lá.
Palpite triplo
1) Joguinho chato aquele de ontem da seleção sub-20. Seria bom esses garotos assistirem a uns DVDs de artilheiros atuais - com DNA de goleadores, como o Luis Fabiano, o Messi - ou de gerações anteriores como Roberto Dinamite, Zico, Vavá, Careca... Vai ver eles entenderiam que a construção da jogada e a troca de passes devem culminar com o chute a gol. Simples. Futebol não é roda-de-bobo com trocas de passes e firulas sem destino. E, ao contrário do que a TV quis justificar, nem acho que o time perdeu tantos gols assim: quando os meninos chutavam a gol era um totó fraquinho que o goleiro de Gana pegava na boa; quando a bola era cruzada na área, os caras saltavam pouco e as cabeçadas invariavelmente saiam de baixo pra cima e naturalmente seguiam a direção natural da bola... rumo às alturas. É só conferir no replay. Derrota merecida.
2) O jornal diz hoje que Dunga quer controlar tudo na Seleção. Acho ótimo. Grande parte da imprensa esportiva deixou passar sem comentários a farra que aconteceu na Copa da Alemanha. Tudo era festa, alguns jornalistas conhecidos até foram jantar e tomar um vinhozinho com o Parreira com direito a foto e tudo. A ida de jogadores para boates acontecia na cara de todos mas - lembram?- só se tornou pública quando uma agência de notícias europeia distribuiu a foto do fato. Às vésperas do jogo contra o Japão, por exemplo, jogadores de folga (isso, eles tinha folga depois de cada jogo e podiam fazer o que quisessem. E pensar que, em 1958, Garrinha tinha que pular o muro da concentração, na Suécia, para dar umazinha) foram para boates em Dusseldorf. A grande imprensa noticiou? Não. Com a Copa no brejo, apareceram as críticas. Mas aí inês era morta. Resumindo: Dunga está certo em acabar com a festa, impôr horários, não privilegiar TV que entrava na concentração na hora em que queria, Pânico, Cassetas, Jornal Nacional praticamente não saiam dos treinos, está certíssimo em pôr um ponto final nos tais espaços vips e privilégios para convidados dos patrocinadores com trânsito livre até no vestiários. Alguém duvida de que parte da críticas que o treinador sofre tem origem nessa nova disciplina?
3) Há pouco foi o atletismo, agora atletas do ciclismo foram flagrados nos exames antidoping. Melhor as confederações abrirem guerra contra esses falsos esportistas e afastarem a turma de vez. É caso de polícia e envolve tráfico de substâncias controladas ou proibidas. É hora de fazer a faxina e abrir espaço para as novas gerações que pretendem chegar limpas aos Jogos Olímpicos do Rio.
2) O jornal diz hoje que Dunga quer controlar tudo na Seleção. Acho ótimo. Grande parte da imprensa esportiva deixou passar sem comentários a farra que aconteceu na Copa da Alemanha. Tudo era festa, alguns jornalistas conhecidos até foram jantar e tomar um vinhozinho com o Parreira com direito a foto e tudo. A ida de jogadores para boates acontecia na cara de todos mas - lembram?- só se tornou pública quando uma agência de notícias europeia distribuiu a foto do fato. Às vésperas do jogo contra o Japão, por exemplo, jogadores de folga (isso, eles tinha folga depois de cada jogo e podiam fazer o que quisessem. E pensar que, em 1958, Garrinha tinha que pular o muro da concentração, na Suécia, para dar umazinha) foram para boates em Dusseldorf. A grande imprensa noticiou? Não. Com a Copa no brejo, apareceram as críticas. Mas aí inês era morta. Resumindo: Dunga está certo em acabar com a festa, impôr horários, não privilegiar TV que entrava na concentração na hora em que queria, Pânico, Cassetas, Jornal Nacional praticamente não saiam dos treinos, está certíssimo em pôr um ponto final nos tais espaços vips e privilégios para convidados dos patrocinadores com trânsito livre até no vestiários. Alguém duvida de que parte da críticas que o treinador sofre tem origem nessa nova disciplina?
3) Há pouco foi o atletismo, agora atletas do ciclismo foram flagrados nos exames antidoping. Melhor as confederações abrirem guerra contra esses falsos esportistas e afastarem a turma de vez. É caso de polícia e envolve tráfico de substâncias controladas ou proibidas. É hora de fazer a faxina e abrir espaço para as novas gerações que pretendem chegar limpas aos Jogos Olímpicos do Rio.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Tela quente: vem polêmica aí
O filme Lula, o filho do Brasil, dirigido por Fábio Barreto e com roteiro de Denise Paraná, deveria ter sua pré-estréia em novembro, no Open Air, no Jockey Club Brasileiro mas a apresentação foi cancelada. Como o longa deve chegar aos cinemas apenas em janeiro, os produtores temiam a pirataria. Veja um trecho no link Lula, o filme
Globo vende Diário de São Paulo: bye, bye Sampa
Em 2001, O Globo desembolsou 200 milhões de reais para adquirir de Orestes Quércia o jornal Diário de São Paulo, ex-Diário Popular. O projeto dos Marinho era concorrer com os grandes jornais paulistanos e, para isso, a Infoglobo mudou o nome do veículo e tentou reposicionar a publicação. Aparentemente não deu certo e, em 2007, os editores voltaram a focar no segmento popular. Fundado em 1884, o Diário chegou a vender nos anos 80/90, sob a direção do jornalista Jorge Miranda Jordão, em torno 150 mil exemplares. Vendia, agora, menos de 60 mil exemplares, atrás da Folha, Estadão, Agora e Lance. O Diário foi vendido para J.Hawila, dono da TV Tem, da Rede Bom Dia de jornais e do grupo de marketing esportivo Traffic.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Descubra como os escritores criam
Hoje adicionei na barra vertical aí à direita alguns links para blogs amigos ou sites interessantes. Um deles, o blog Pausa do Tempo, da jornalista Valéria Martins, informa sobre uma série de encontros que ela criou, em parceria com o diretor do Laborátório Estação, David França Mendes, para responder a uma estimulante questão: Como os escritores criam?
(Os encontros começam na semana que vem e as inscrições estão abertas no site: http://www.grupoestacao.com.br/laboratorio/)
Valéria diz, com razão, que "todo mundo que gosta de escrever quer saber como os escritores criam". O interessantíssimo tema dos encontros me lembra um livro lançado pela Paz e Terra em 1968, Escritores em Ação. Não sei se foi reeditado, mas guardei um exemplar. Trata-se de um série de entrevistas concedidas por grandes escritores à célebre Paris Review, um revista publicada por americanos na Europa. O coordenador da coletânea, Malcolm Cowley, imagina que há quatro fases na composição de uma história: "primeiro, vem o germe da narrativa; depois, um período de meditação mais ou menos consciente; a seguir, o primeiro rascunho e, finalmente, a revisão (...) que poderá conduzir à redação de vários rascunhos, chegando quase a constituir uma nova obra".
Os escritores, nos seus "processos criativos", são surprendentes. William Faulkner dizia que, para ele, o ambiente não tinha a menor importância. "O melhor emprego que me ofereceram foi o de dirigente de um bordel. Em minha opinião, é o meio perfeito para um artista trabalhar. (...) O lugar é quieto durante as horas matinais, o melhor momento do dia para trabalhar. Há bastante vida social à noite. (...). O único ambiente de que o artista necessita é o que lhe possa proporcionar paz, solidão e qualquer prazer que possa obter por um preço não muito elevado. Segundo minha experiência, as únicas ferramentas de que necessito para meu ofício são papel, comida e um pouco de uísque". Georges Simenon revelou que logo que tinha o começo de uma história não conseguia aguentar muito tempo. "Tomo minha lista telefônica para a escolha dos nomes, apanho meu mapa da cidade para ver exatamente onde as coisas acontecem. E, decorridos dois dias, começo a escrever. O começo será sempre o mesmo, é quase geometria; tenho tal homem, tal mulher, em determinados ambientes. Que poderá acontecer-lhes, a fim de levá-los a situações extremas? Eis aí a questão". Alberto Moravia refazia várias vezes cada livro. "Agrada-me comparar o meu método com o de pintores de há muitos séculos, trabalhando, por assim dizer, de camada em camada. O primeiro rascunho é bastante cru, longe de ser perfeito e, de algum modo, completo - embora mesmo então, mesmo nesse ponto, já tenha sua estrutura final e sua forma já seja visível". Henry Miller contou que não tinha método especial. "Geralmente ponho-me a trabalhar logo após o breakfast. Sento-me logo diante da máquina. Se vejo que não sou capaz de escrever, desisto. Mas não há, via de regra, fases preparatórias". Segundo HM, as idéias lhe surgiam em momentos tranquilos, silenciosos, quando fazia a barba ou até ao conversar com as pessoas. Dizia que Paris fazia bem à sua arte exatamente pelo convívio nas ruas, nos cafés. Aldous Huxley escrevia capítulo a capítulo, isto é, gostava de terminar um, completamente, antes de partir para a sequência. Enfim, cada um na sua, cada um criando e teclando à sua maneira. Não tenho dúvidas de que a série de encontros Como os escritores criam?, promovida pela Valéria, é indispensável a quem quer desvendar um pouco este admirável e fascinante ofício.
(Os encontros começam na semana que vem e as inscrições estão abertas no site: http://www.grupoestacao.com.br/laboratorio/)
Valéria diz, com razão, que "todo mundo que gosta de escrever quer saber como os escritores criam". O interessantíssimo tema dos encontros me lembra um livro lançado pela Paz e Terra em 1968, Escritores em Ação. Não sei se foi reeditado, mas guardei um exemplar. Trata-se de um série de entrevistas concedidas por grandes escritores à célebre Paris Review, um revista publicada por americanos na Europa. O coordenador da coletânea, Malcolm Cowley, imagina que há quatro fases na composição de uma história: "primeiro, vem o germe da narrativa; depois, um período de meditação mais ou menos consciente; a seguir, o primeiro rascunho e, finalmente, a revisão (...) que poderá conduzir à redação de vários rascunhos, chegando quase a constituir uma nova obra".
Os escritores, nos seus "processos criativos", são surprendentes. William Faulkner dizia que, para ele, o ambiente não tinha a menor importância. "O melhor emprego que me ofereceram foi o de dirigente de um bordel. Em minha opinião, é o meio perfeito para um artista trabalhar. (...) O lugar é quieto durante as horas matinais, o melhor momento do dia para trabalhar. Há bastante vida social à noite. (...). O único ambiente de que o artista necessita é o que lhe possa proporcionar paz, solidão e qualquer prazer que possa obter por um preço não muito elevado. Segundo minha experiência, as únicas ferramentas de que necessito para meu ofício são papel, comida e um pouco de uísque". Georges Simenon revelou que logo que tinha o começo de uma história não conseguia aguentar muito tempo. "Tomo minha lista telefônica para a escolha dos nomes, apanho meu mapa da cidade para ver exatamente onde as coisas acontecem. E, decorridos dois dias, começo a escrever. O começo será sempre o mesmo, é quase geometria; tenho tal homem, tal mulher, em determinados ambientes. Que poderá acontecer-lhes, a fim de levá-los a situações extremas? Eis aí a questão". Alberto Moravia refazia várias vezes cada livro. "Agrada-me comparar o meu método com o de pintores de há muitos séculos, trabalhando, por assim dizer, de camada em camada. O primeiro rascunho é bastante cru, longe de ser perfeito e, de algum modo, completo - embora mesmo então, mesmo nesse ponto, já tenha sua estrutura final e sua forma já seja visível". Henry Miller contou que não tinha método especial. "Geralmente ponho-me a trabalhar logo após o breakfast. Sento-me logo diante da máquina. Se vejo que não sou capaz de escrever, desisto. Mas não há, via de regra, fases preparatórias". Segundo HM, as idéias lhe surgiam em momentos tranquilos, silenciosos, quando fazia a barba ou até ao conversar com as pessoas. Dizia que Paris fazia bem à sua arte exatamente pelo convívio nas ruas, nos cafés. Aldous Huxley escrevia capítulo a capítulo, isto é, gostava de terminar um, completamente, antes de partir para a sequência. Enfim, cada um na sua, cada um criando e teclando à sua maneira. Não tenho dúvidas de que a série de encontros Como os escritores criam?, promovida pela Valéria, é indispensável a quem quer desvendar um pouco este admirável e fascinante ofício.
Imaginação sem divisão de classes
Para roubar, bandido colarinho branco e bandido pé-sujo gastam imaginação. De um lado, paraísos fiscais, empresas de fachadas, propinas, sonegação, remessa ilegal de dólares, contrabando, notas frias etc. Do outro, "saidinha", sequestro-relâmpago, clonagem de cartões, chupa-cabra em caixas eletrônicos etc. Em São Paulo, a onda agora é a "gangue da marcha ré". Consiste em engatar a dita cuja e demolir portas de loja usando a traseira de jipões ou utilitários 4x4. E a Copa vem aí... Neguinho vai roubar a bola do jogo, a taça e bater a carteira do juiz.
Memória da farra em dose dupla
Ontem, dois importantes colunistas - Elio Gaspari, do Globo e Luiz Fernando Vianna, da Folha - jogaram alguma luz sobre a farra das privatizações nos anos 90, aquela feita com cortina de fumaça e farta indigestão de "moedas podres". A propósito da crise sobre o controle de gestão da Vale, Gaspari relembrou o "golpe de mestre" dos artífices da venda da empresa: foi "vendida", mas curiosamente a participação pública, ou seja, o investimento público (Tesouro, BNDES, Fundos) lá ficou, ainda folgadamente majoritário. Só que um "acordo de acionistas" deu o controle ao grupo liderado pelo Bradesco, que comanda a Vale com 21% das ações até hoje e foi quem nomeou para dirigí-la o atual presidente da empresa, Roger Agnelli. "A Vale foi privatizada em 1997. Num lance exemplar da privataria tucana, o dinheiro da Viúva continua lá mas a senhora não manda", escreveu Gaspari.
A outra empresa privatizada pelo PSDB, a Supervia dos trens suburbanos cariocas, foi o assunto da coluna de Luiz Fernando Vianna, a própósito do recente quebra-quebra promovido por usuários revoltados com os serviços prestados pela concessionária. Em 11 anos - escreveu o colunista - a Supervia recebeu do governo estadual 285 milhões de reais e vai receber mais 500 milhões até 2016, sem falar de um financiamento do Banco Mundial obtido pelo governador Sérgio Cabral.
Na maioria dos casos, a privatização é necessária, certo? (acho apenas que serviços públicos não deveriam entrar nesse pacote). O problema é que, aqui, empresas foram presenteadas a preço vil e "moeda podre". E a maioria, mesmo após "privatizada", não largou as tetas estatais. Empresas privadas e livre iniciativa são motores essenciais a qualquer país, mas que a iniciativa se livre também dos cofres do governo. Ou será que é impossível empreender sem uma chupetinha amiga no tesouro público?
Um bom e suprapartidário tema para a próxima campanha eleitoral.
A outra empresa privatizada pelo PSDB, a Supervia dos trens suburbanos cariocas, foi o assunto da coluna de Luiz Fernando Vianna, a própósito do recente quebra-quebra promovido por usuários revoltados com os serviços prestados pela concessionária. Em 11 anos - escreveu o colunista - a Supervia recebeu do governo estadual 285 milhões de reais e vai receber mais 500 milhões até 2016, sem falar de um financiamento do Banco Mundial obtido pelo governador Sérgio Cabral.
Na maioria dos casos, a privatização é necessária, certo? (acho apenas que serviços públicos não deveriam entrar nesse pacote). O problema é que, aqui, empresas foram presenteadas a preço vil e "moeda podre". E a maioria, mesmo após "privatizada", não largou as tetas estatais. Empresas privadas e livre iniciativa são motores essenciais a qualquer país, mas que a iniciativa se livre também dos cofres do governo. Ou será que é impossível empreender sem uma chupetinha amiga no tesouro público?
Um bom e suprapartidário tema para a próxima campanha eleitoral.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Olho vivo na Copa 2014
O governo estaria estudando igualar as condições de financiamento público para reforma e construção de estádios públicos e privados. Até agora, a determinação era ceder a bufunfa apenas a governos estaduais e prefeituras. Serão empréstimos a juros baixos com três anos de carência e dez para pagar. Nada contra. Mas que essa graninha dos nossos impostos que vai mais uma vez para o setor privado tenha algumas condições embutidas. Por exemplo, que os proprietários sejam obrigados a ceder gratuitamente estádios e ginásios, por determinados períodos, para treinamento e prática esportiva de atletas e alunos de escolas e universidades públicas. Seria o mínimo, em matéria de contrapartida social para ter direito ao subsídio do estado. Senão, vai ser a moleza de sempre.
Se a Arena do Pan é casa de shows, que tal transformar o Canecão em quadra esportiva?
Em meio à repercussão da conquista do Jogos Olímpicos Rio 2016, já se falou aqui sobre o precário aproveitamento das caríssimas e modernas instalações do Pan 2007. Pois o Globo de hoje mostra a triste realidade: o Rio se prepara para receber pela primeira vez em 27 anos o Sul-Americano de Levantamento de Peso mas os atletas, na falta de ginásio para treinar, estão se exercitando no... Velódromo. Que também será o palco improvisado das competições oficiais. De olho na Olimpíada, a imprensa, obviamente, critica e deve criticar muito, está no seu papel essencial, aspectos da formação, preparação e treinamento de atletas, além da qualidade de ginásios, piscinas e pistas. Mas tem omitido que ali bem ao lado do Velódromo há um sofisticado ginásio construido para o Pan, com verbas públicas, e hoje transformado em casa de shows. Não está na hora de o poder público estudar uma maneira legal de desfazer os tais arrendamentos de estádios e arenas e cedê-los ao COB, por exemplo? Se não fosse o COB que, por falta de empresários interessados, assumiu o Velódromo e o Parque Aquático Maria Lenk, o Sul-Americano de Levantamento de Peso iria acontecer aonde? No Canecão? As instalações para as Olimpíadas ficarão prontas às vésperas de 2007 ou no próprio ano dos Jogos. Muito antes disso, os atletas vão precisar de locais decentes para treinamentos. Alô, Eduardo Paes, diz aí!
Ajoelhou tem que rezar
Recentemente, este blog comentou a explosiva mistura política+religião em curso no Brasil e estimulada por todos os partidos. Da criacionista Marina Silva aos "devotos" Serra e Dilma, está todo mundo surfando na fé. Bom que fossem apenas posições pessoais, sem que a religião estivesse marcando projetos, atos administrativos, isenções fiscais e até desvios de verbas públicas. A liberdade religiosa que a Constituição garante não pode ser sinônimo de imposição ou ditadura religiosa. Sob o título "Que se Cuidem os Infiéis", a revista Carta Capital dessa semana mostra, em reportagem de Gilberto Nascimento, como grupos evangélicos e católicos estão avançando sobre os meios de comunicação. Já são milhares de estações e retransmissoras de TV e emissoras de rádio. As redes ainda com características "leigas" perdem, com a influência de políticos, retransmissoras regionais. Na difusão dessa imensa cadeia, um objetivo claro e assumido: montar bancadas de vereadores, prefeitos, deputados, senadores e, enquanto aguardam força para lançar candidato próprio, ter poder decisório na Presidência da República, seja lá quem for o vencedor da próxima corrida ao Planalto. Preceitos fundamentalistas religiosos já viraram leis em várias cidadades e estados do Brasil. Nesse ritmo, não será ficção imaginar que em alguns anos teremos arremedos de "talibãs" tupiniquins batendo nas nossas portas. Será a versão carola e crente do fatídico "ame-o-ou-deixe-o".
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Vídeo ultramarino
Maitê Proença fez piada portuguesa... em Portugal, os patrícios se ofenderam, consideraram os comentários preconceituosos e exigem que a atriz peça desculpas. O vídeo, que foi exibido no GNT em 2007, vazou na internet e tem milhares de acessos no You Tube. A polêmica foi acirrada agora a partir de um reportagem publicada pelo "Jornal de Notícias", de Lisboa. O canal divulgou uma nota pedindo desculpas aos portugueses.
Com licença de Camões, veja o vídeo no link "assinalado"...
Maitê em Portugal
Com licença de Camões, veja o vídeo no link "assinalado"...
Maitê em Portugal
Muggiati dará curso sobre 100 anos de Jazz
Em novembro, nos dias 9, 16, 23, 30, o jornalista e escritor Roberto Muggiati dará um curso sobre 100 Anos de Jazz no Pólo de Pensamento (Rua Conde Afonso Celso, 103 - Jardim Botânico - CEP 22461-060 Tel. (21) 2286-3299 e 2286-3682).
Confira a programação:
9 de novembro
O que é jazz? Blue note: a célula-mater. A matéria-prima do jazz: standards, blues etc. (Ilustração musical do cd What's Jazz– uma aula magistral do maestro Leonard Bernstein).
16 de novembro
A história do jazz: como e onde surgiu. Componentes sociais e geopolíticos que deram início ao gênero musical. As primeirasmanifestações do jazz e suas características.
23 de novembro
Um panorama de estilos: o jazz tradicional e suas primeiras gravações. As Big Bands; a revolução do bebop; os anos 1950/1960/ 1970; a Bossa Nova; a ascensão da fusion; a volta de Miles Davis; as novas divas e os novos Sinatras.
30 de novembro
O erudito descobre o jazz: Ernest Ansermet e Sidney Bechet. O jungle sound de Duke Ellington e a arte africana. Jazz e dança:do Cotton Club a Hollywood. Anos 1960: a Igreja de St. John Coltrane. A imagem do jazz no século 21.
Muggiati é jornalista e escritor. Autor dos livros O que é jazz, Blues: da lama à fama e Improvisando Soluções: O Jazz como exemplo para alcançar o sucesso, entre outros, como a coletânea Aconteceu na Manchete - As Histórias que Ninguém Contou. Trabalhou na BBC em Londres, período em que viu e ouviu de perto gigantes como Duke Ellington, Thelonious Monk, Miles Davis, Chet Baker, Bud Powell, Bill Evans, Gerry Mulligan e Dexter Gordon. Foi diretor da revista Manchete.
Confira a programação:
9 de novembro
O que é jazz? Blue note: a célula-mater. A matéria-prima do jazz: standards, blues etc. (Ilustração musical do cd What's Jazz– uma aula magistral do maestro Leonard Bernstein).
16 de novembro
A história do jazz: como e onde surgiu. Componentes sociais e geopolíticos que deram início ao gênero musical. As primeirasmanifestações do jazz e suas características.
23 de novembro
Um panorama de estilos: o jazz tradicional e suas primeiras gravações. As Big Bands; a revolução do bebop; os anos 1950/1960/ 1970; a Bossa Nova; a ascensão da fusion; a volta de Miles Davis; as novas divas e os novos Sinatras.
30 de novembro
O erudito descobre o jazz: Ernest Ansermet e Sidney Bechet. O jungle sound de Duke Ellington e a arte africana. Jazz e dança:do Cotton Club a Hollywood. Anos 1960: a Igreja de St. John Coltrane. A imagem do jazz no século 21.
Muggiati é jornalista e escritor. Autor dos livros O que é jazz, Blues: da lama à fama e Improvisando Soluções: O Jazz como exemplo para alcançar o sucesso, entre outros, como a coletânea Aconteceu na Manchete - As Histórias que Ninguém Contou. Trabalhou na BBC em Londres, período em que viu e ouviu de perto gigantes como Duke Ellington, Thelonious Monk, Miles Davis, Chet Baker, Bud Powell, Bill Evans, Gerry Mulligan e Dexter Gordon. Foi diretor da revista Manchete.
Olha o carro aí!
Por Eli Halfoun
Todos reclamam do confuso e violento trânsito das principais capitais brasileiras. Entre os maiores “chiadores” estão justamente os que a bordo de seus carros são os responsáveis pelas “barbeiragens” e esquecem que quando não estão escudados por seus veículos também são pedestres e, portanto, alvos fáceis para os motoristas (se é que assim se pode chamar a maioria que dirige irresponsavelmente).
O trânsito é, sabemos todos, mas nem assim nos mancamos, uma das principais causas de morte no Brasil. Se a nossa educação tiver que ser avaliada por nossa conduta nas ruas (no trânsito, mais especificamente) pode-se concluir facilmente que formamos um povo completamente mal educado. Pode ser que isso mude (será difícil, muito difícil) agora que a Câmara dos Deputados promete votar (digo promete porque nunca se sabe quando os senhores deputados irão trabalhar ao menos um pouquinho) a revisão do Código de Trânsito Brasileiro, o que se faz fundamental agora que receberemos, com a Copa do Mundo e as Olimpíadas, milhares de visitantes. Entre as novas propostas estão:
1) redução de velocidade máxima permitida nas rodovias,
2) aumento de idade mínima para passageiros de motos.
3) proibição de circulação de motos entre os carros,
4) multas mais pesadas para quem pratica rachas,
5) prazo maior de detenção para quem causa a morte de alguém por dirigir embriagado. Seriam sem dúvida ótimas medidas se as leis fossem realmente cumpridas nesse país ainda tupiniquim, mas como por aqui as leis não pegam, o trânsito continuará sendo uma poderosa arma contra esse povo que já tem que se defender diariamente de tantas ameaças.
É verdade que a culpa geralmente é do motorista, mas não se pode esquecer que muitas vezes é o pedestre o mais abusado (não espera o sinal fechar, atravessa fora das faixas, faz um zig-zag entre os veículos e caminha margeando a calçada e não na calçada como deveria fazer para sua própria, mas nem sempre total proteção). Por isso talvez seja o caso de revisar (ou criar uma nova) a lei de conduta do pedestre. Pedestres educados são capazes podem, sim, de acabar com os motoristas mal educados. Pode-se argumentar que seria mais uma lei para ficar apenas no papel, mas só até o dia em que aprendermos a cumprir a lei.
Que não pode continuar sendo só a do mais forte
Deu no Jornalistas & Cia...
A Editora Três lancará em janeiro uma nova publicação. Trata-se da revista "2016". Serão 30 edições. A série se encerra com a cobertura completa dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
2016 besteiras
Que os Jogos Olímpicos são uma ótima pedida para o Rio, ninguém duvida. Mas os cariocas devem ficar atentos às idéias que vão aparecer nos próximos sete anos. O ex-marido da Luma acordou ontem com um brilhante projeto: construir um trem suspenso entre o Aeroporto Santos Dumont e o Hotel Glória, que "por acaso" é dele. Alô moradores, olho vivo! Já pensaram em um viaduto pra turma da ponte-aérea andar em cima e neguinho mijar embaixo fechando a vista do Pão de Açucar, da Praça Paris, da Fortaleza de São João? Pois é. Diz o jornal que a idéia será levada ao prefeito. Engajado em 2016, Omelete pede passagem, também vai ao Palacio da Cidade e entra nessa temporada de humor (só pode ser isso), com outras idéias sensacionais para o Rio 2016.
1) Um piscinão em volta do Cristo Redentor. Assim, os turistas já visitariam o monumento-símbolo do Rio e, ao mesmo tempo, pegavam uma prainha. Seria o Water CorcoBeach.
2) Demolir a Biblioteca Nacional (e jogar aqueles livros empoeirados fora), passar o trator no Theatro Municipal e construir, de um lado, uma pista de patinação no gelo, do outro, uma academia de ginástica. SnowFitness será o nome do novo espaço de lazer sofisticado no lugar daquela indigência triste da Cinelândia.
3) Para não dar a impressão de que tudo isso não é projeto apenas para ricos e famosos e cumprir com alguma responsabilidade social, a Praça Paris será transformada em uma grande galpão para aplicação de botóx que vai recauchutar a população carente do Rio. Tudo de graça, é o Bolsa Botóx bancado pela iniciativa privada em parceria com a Lei Rouanet. Claro, mendigos e sem-teto também querem ficar bonitos na Olimpíada. Será o Poor is Beautiful Spa Center.
4) O Jardim Botânico é um matagal. Pega mal para uma cidade que quer receber milhões de visitantes até 2016. Aquilo dá mosquito. Está passando da hora de rolar a motosserra em tudo. Aquele espaço em plena Zona Sul tem tudo para ser palco de shows, lutas, local para grandes competições como aquelas sensacionais provas de "demolição", aquelas em que carrões se chocam e se destroem, emoção pura, ui. O nome é Emotion and Happiness - Yes We Can.
5) O Pão de Açucar é bonito mas parece meio terceiro mundo. Tem que cobrir aquilo de neve artificial, deixar parecido com os Alpes, construir umas cabaninhas de madeira. Claro, o bondinho não daria conta de levar a multidão que teria acesso a esportes de inverno lá em cima. Seria construída uma grande rampa rolante desde a praia de Botafogo. Outra ramificação da grande rampa irá até Niterói. Será o Aspen in Rio.
6) O próprio Aterro é um desperdício. Ali serão construidos condomínios de luxo que irão até o mar. Haverá segurança, o Residence Riviera de Chamonix de Ibiza de Hamptons de Jersey de Côte D'Azur de Santa Barbara de Venice de Aruba de SunCity estará cercado por muralhas de vidro a prova de bala. Tudo com forte preocupação social, haverá áreas para chás beneficentes, leilões, uma esteira rolante levaria sobras de caviar, pato laqueado, queijos e vinhos direto para um subterrâneo onde os pobres receberiam suas merecidas calorias. Se não gostarem de vinho, sem problemas, terão a opção de um cachaçoduto de torneiras douradas que disponibilizará e precioso líquido, agregando conteúdo ao povão.
7) Os hotéis do centro da cidade recebem muitos turistas mas estes, coitados, não têm acesso às praias. O Rio precisa corrigir essa injustiça que compromete a imagem da cidade. Será construído um fantástico tobogã. Será feito em acrílico transparente, no interior correrá água mineral Perrier. Erguido sobre imensas torres passará acima dos edifícios e terá portais que desaguarão direto nas praias de Ipanema, Leblon, São Conrado e Barra. Será o Gringo Star System.
8) O Rio é maravilhoso mas temos que reconhecer nossos problemas de segurança. Não queremos que os visitantes tenham dissabores. O projeto do Tourist Solar Tube vai resolver isso. Serão vias suspensas, instaladas a três metros de altura sobre as calçadas, um free way exclusivo para os turistas. Com ar condicionado, proteção contra ruídos e esteiras rolantes, os visitantes passearão pela cidade evitando maiores contato com moradores de rua e pivetes. No Tourist Solar Tube haverá pequenas janelinhas para que eles possam, se quiserem, jogar alguns dólares como contribuição social aos cariocas carentes ou simplesmente acenar e falar "Hi" em sinal de solidariedade.
9) A Lapa é um problema. Prédios velhos, aspecto decadente... Mas é um espaço carioca e esse espirito deve ser mantido. Tem que demolir tudo e montar um complexo cultural que faça grandes homenagens aos tipos da cidade. Turista não gosta de safári? Pois eles iriam à Lapa selvagem conhecer as principais manifestações da cidade. Em carros blindados sobre trilhos testemunhariam de perto cenas reais de assaltos, consumo de crack, pagamentos de propinas a políticos, empresários subornando políticos, político empregando parente, a cervejinha do guarda, boa-noite cinderela ao vivo, pit boys em ação, mulheres melancia, abóbora, hortifrutis em geral, a dondoca típica em plena obra social, famosos em áreas vips, arrastão, guerra de traficantes, como se faz dvd pirata, gatonet, gatolight e gatogás. O BNDES e a Lei Rouanet apoiarão a montagem do empreendimento cultural Rio Wild World.
10) E, por último, um pedido dos turistas: reconstruir a Help. Pode ser ali onde hoje é o Museu da Imagem e do Som. Imagem e som tem tudo a ver com a Help. Ou no Palácio da Cidade, que vai ficar meio ocioso, já que o que não vai faltar até 2016 é neguinho dando uma de "prefeito", cheio de idéias, para "ajudar" o Rio Olímpico. Será a Help Me!. Ou Help Us!
1) Um piscinão em volta do Cristo Redentor. Assim, os turistas já visitariam o monumento-símbolo do Rio e, ao mesmo tempo, pegavam uma prainha. Seria o Water CorcoBeach.
2) Demolir a Biblioteca Nacional (e jogar aqueles livros empoeirados fora), passar o trator no Theatro Municipal e construir, de um lado, uma pista de patinação no gelo, do outro, uma academia de ginástica. SnowFitness será o nome do novo espaço de lazer sofisticado no lugar daquela indigência triste da Cinelândia.
3) Para não dar a impressão de que tudo isso não é projeto apenas para ricos e famosos e cumprir com alguma responsabilidade social, a Praça Paris será transformada em uma grande galpão para aplicação de botóx que vai recauchutar a população carente do Rio. Tudo de graça, é o Bolsa Botóx bancado pela iniciativa privada em parceria com a Lei Rouanet. Claro, mendigos e sem-teto também querem ficar bonitos na Olimpíada. Será o Poor is Beautiful Spa Center.
4) O Jardim Botânico é um matagal. Pega mal para uma cidade que quer receber milhões de visitantes até 2016. Aquilo dá mosquito. Está passando da hora de rolar a motosserra em tudo. Aquele espaço em plena Zona Sul tem tudo para ser palco de shows, lutas, local para grandes competições como aquelas sensacionais provas de "demolição", aquelas em que carrões se chocam e se destroem, emoção pura, ui. O nome é Emotion and Happiness - Yes We Can.
5) O Pão de Açucar é bonito mas parece meio terceiro mundo. Tem que cobrir aquilo de neve artificial, deixar parecido com os Alpes, construir umas cabaninhas de madeira. Claro, o bondinho não daria conta de levar a multidão que teria acesso a esportes de inverno lá em cima. Seria construída uma grande rampa rolante desde a praia de Botafogo. Outra ramificação da grande rampa irá até Niterói. Será o Aspen in Rio.
6) O próprio Aterro é um desperdício. Ali serão construidos condomínios de luxo que irão até o mar. Haverá segurança, o Residence Riviera de Chamonix de Ibiza de Hamptons de Jersey de Côte D'Azur de Santa Barbara de Venice de Aruba de SunCity estará cercado por muralhas de vidro a prova de bala. Tudo com forte preocupação social, haverá áreas para chás beneficentes, leilões, uma esteira rolante levaria sobras de caviar, pato laqueado, queijos e vinhos direto para um subterrâneo onde os pobres receberiam suas merecidas calorias. Se não gostarem de vinho, sem problemas, terão a opção de um cachaçoduto de torneiras douradas que disponibilizará e precioso líquido, agregando conteúdo ao povão.
7) Os hotéis do centro da cidade recebem muitos turistas mas estes, coitados, não têm acesso às praias. O Rio precisa corrigir essa injustiça que compromete a imagem da cidade. Será construído um fantástico tobogã. Será feito em acrílico transparente, no interior correrá água mineral Perrier. Erguido sobre imensas torres passará acima dos edifícios e terá portais que desaguarão direto nas praias de Ipanema, Leblon, São Conrado e Barra. Será o Gringo Star System.
8) O Rio é maravilhoso mas temos que reconhecer nossos problemas de segurança. Não queremos que os visitantes tenham dissabores. O projeto do Tourist Solar Tube vai resolver isso. Serão vias suspensas, instaladas a três metros de altura sobre as calçadas, um free way exclusivo para os turistas. Com ar condicionado, proteção contra ruídos e esteiras rolantes, os visitantes passearão pela cidade evitando maiores contato com moradores de rua e pivetes. No Tourist Solar Tube haverá pequenas janelinhas para que eles possam, se quiserem, jogar alguns dólares como contribuição social aos cariocas carentes ou simplesmente acenar e falar "Hi" em sinal de solidariedade.
9) A Lapa é um problema. Prédios velhos, aspecto decadente... Mas é um espaço carioca e esse espirito deve ser mantido. Tem que demolir tudo e montar um complexo cultural que faça grandes homenagens aos tipos da cidade. Turista não gosta de safári? Pois eles iriam à Lapa selvagem conhecer as principais manifestações da cidade. Em carros blindados sobre trilhos testemunhariam de perto cenas reais de assaltos, consumo de crack, pagamentos de propinas a políticos, empresários subornando políticos, político empregando parente, a cervejinha do guarda, boa-noite cinderela ao vivo, pit boys em ação, mulheres melancia, abóbora, hortifrutis em geral, a dondoca típica em plena obra social, famosos em áreas vips, arrastão, guerra de traficantes, como se faz dvd pirata, gatonet, gatolight e gatogás. O BNDES e a Lei Rouanet apoiarão a montagem do empreendimento cultural Rio Wild World.
10) E, por último, um pedido dos turistas: reconstruir a Help. Pode ser ali onde hoje é o Museu da Imagem e do Som. Imagem e som tem tudo a ver com a Help. Ou no Palácio da Cidade, que vai ficar meio ocioso, já que o que não vai faltar até 2016 é neguinho dando uma de "prefeito", cheio de idéias, para "ajudar" o Rio Olímpico. Será a Help Me!. Ou Help Us!
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Tá beleza!!!!
Serra politicando no Santuário de Aparecida, Dilma politicando no Círio de Nazaré. Um no ombro amigo de Quércia, outra de braços dados com Jáder. Esse jogo tá um a um. Valhei-nos, vamos ter que rezar muito...
A maratona do Obama
Obama está trabalhando dobrado. Quem mandou tentar mexer em privilégios? Quando não despacha na Casa Branca, o presidente americano é obrigado a percorrer programas jornalísticos de TV, shows e talk-shows. Não demora muito, vai acabar em um reality show. Tudo para falar sobre a reforma do sistema público de saúde do país. Obama se queixa, e demonstra isso com dados e detalhes, de que a opinião privada da mídia comercial tem deturpado as suas propostas na tentativa de colocar a opinião pública contra o projeto. Ontem, no programa do Dave Letterman, exibido no Brasil pelo canal GNT, Obama falou sobre a grave crise do sistema de saúde entregue, tal como aqui, ao mercado dos planos de saúde. Disse que há 30 milhões de americanos que já não têm condições de pagar as suas mensalidade. Apesar da deflação, as taxas mensais aumentaram em mais de 5%. Nos últimos oito anos, acumularam um aumento de mais de 130%. Contou que há casos dramáticos de famílias que em situações de doenças graves de filhos são obrigadas a se desfazer de casas, carros e outros bens para pagar tratamentos caros. Revelou que os planos de saúde aumentam as mensalidades e, ao mesmo tempo, desenvolvem fórmulas para excluir tratamentos e tirar do usuário direitos a procedimentos mais caros. Percebeu alguma semelhança com o lado de baixo do equador? Como os planos estão ficando caros também para as empresas, muitas já estão deixando de oferecer cobertura e seguro de saúde nos contratos de trabalho E, para concluir, disse Obama que não está propondo a estatização da saúde, como a mídia comercial tem propagado. O que pretende é que o Estado crie fórmulas para ajudar os contribuintes a pagarem seus planos de saúde. O que o governo não pode, disse, é cruzar os braços e deixar milhões de pessoas entregues à própria sorte.
Ironia de periodista 1
Há uma preocupação justificada, diga-se, com a gastança que vem por aí em função da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. São dois eventos importantíssimos para o Brasil e o Rio. Que a imprensa, o Ministério Público, instituições e a sociedade civil cobrem, fiscalizem e acompanhem todo o processo. Mas com isenção. Veja o título de um jornal de hoje: "Clubes terão desconto de IPTU para treinar alunos". É bom que o contribuinte saiba que está pagando duas vezes por isso. O Globo esqueceu de dizer que estádios e instalações esportivas do Pan 2007, construídos, como se sabe, com vasta dinheirama pública..., deveriam ter exatamente essa destinação... pública. No projeto do Engenhão, por exemplo, havia pistas de externas de atletismo que seriam destinadas a receber alunos de escolas públicas, formar novos talentos etc. O estádio olímpico foi arrendado a precinho camarada a um clube de futebol, endividado, que, pelo contrato, deve cuidar da manutenção do conjunto e devolvê-lo em perfeito estado ao fim da concessão. Vai conseguir? A bela Arena, na Barra, também foi arrendada e virou casa de shows. Cobra tão caro para receber eventos esportivos de vôlei, basquete e futebol de salão que os promotores desses campeonatos, alguns importantes eventos internacionais, preferem o velho Maracanazinho, que, aliás, foi reformado para o Pan e está em ótimas condições. Como vítima do deboche, o contribuinte, que ajudou a pagar aquele gigante, nem sequer tem condições de pagar para assistir aos caríssimos shows que são a atividade número um da Arena ex-esportiva. O Velódromo e mesmo o conjunto aquático Maria Lenk, estes em poder do Comitê Olímpico Brasileiro, estão praticamente ociosos. Curiosamente, os jornais criticam os gastos do Pan, no que estão certos, mas preferem omitir os danos sociais provocados pela privatização predatória das instalações. A crítica ao descontrole de gastos também deveria valer para a absurda transferência de recursos e investimentos públicos para empresários privados. Ou não?
Ironia de periodista 2
Curiosidade: o mesmo jornal que fez um campanha feroz e fanática contra a educação pública em tempo integral, os Cieps, lembram?, "descobriu", ontem, que faltam quadras esportivas nas escolas. Na época, anos 80, o acirrado combate político ao projeto de Darcy Ribeiro destacava pecisamente o "absurdo" de se gastar dinheiro em quadras, piscinas, assistência médica e dentária para alunos de escolas públicas. Sem outros comentários.
Cartões (não) postais
Para comemorar seus 90 anos, a revista Vogue francesa promoveu uma exposição de 122 capas espalhadas no Champs-Elysées...
...há exemplares de 1920 a 2009 que retratam estilo e design de cada época...
...entre os fotógrafos, nomes como Richard Avedon, Helmut Newton, Andy Warhol e mesmo um "frila" inesperado de Salvador Dalí (outras imagens podem ser vistas no site www.vogue.fr.
...entre os fotógrafos, nomes como Richard Avedon, Helmut Newton, Andy Warhol e mesmo um "frila" inesperado de Salvador Dalí (outras imagens podem ser vistas no site www.vogue.fr.
Em Giverny, o lago das Nympheas no jardim impressionista de Claude Monet guarda a mesma paz...
...que se vê no túmulo do roqueiro Jim Morrison, do conjunto The Doors, no cemitério do Père Lachaise, em Paris.
...que se vê no túmulo do roqueiro Jim Morrison, do conjunto The Doors, no cemitério do Père Lachaise, em Paris.
Em Londres, protestos diante do Parlamento ainda contam os mortos no Iraque...
...e denunciam os campos de concentração do Sri Lanka.
Praga, como revela o livro Gomorra, comentado neste blog, já é alvo do crime organizado. Alguém escreveu sobre o quadro do cardápio de um restaurante italiano o nome da ameaça silenciosa.
Praga, como revela o livro Gomorra, comentado neste blog, já é alvo do crime organizado. Alguém escreveu sobre o quadro do cardápio de um restaurante italiano o nome da ameaça silenciosa.
Às margens do Sena, um exposição de fotos, a 2ª Biennale des Images du Monde. Fotógrafos de vários países traduziram em um click seu sentimento sobre a terra natal. A foto acima, do brasileiro Julio Bittencourt, capta moradores de rua nas janelas do prédio em ruína que invadiram no centro de São Paulo.
Entre os túmulos famosos no Père Lachaise, uma inusitada sepultura dedicada ao célebre jornal comunista L'Humanité. Não há qualquer outra indicação na pedra. Especulação dos visitantes: destina-se a receber ilustres redatores ou a guardar para a posteridade exemplares encalhados da combativa publicação.
domingo, 11 de outubro de 2009
Por dentro do crime, a saga de um repórter
Este livro aí ao lado já está na sexta edição em português (Editora Bertrand Brasil) mas só o li agora. Talvez muitos de vocês já o conheçam. Gomorra é uma impressionante reportagem sobre o crime organizado, as diversas facções de máfias que agem em Nápoles. Um jornalista, o napolitano Roberto Saviano, se infiltrou na Camorra, a mais violenta máfia italiana, e produziu um relato chocante sobre a maneira de operar, e de fazer negócios, da poderosa organização criminosa. O New York Times definiu Gomorra como "o livro mais importante publicado na Itália em anos". Ao ler no Globo de hoje uma grande reportagem sobre o crescimento do fascismo na Itália, sob a benção do folclórico mas perigoso Berlusconi, recordo a ligação íntima e histórica entre o fascismo e a máfia, de resto, uma coligaçao de conservadores+conservadores, traço comum que se afirmou nos tempos do Mussolini como a história registra. Juntos, são a pólvora e o fogo. O livro de Roberto Saviano revela que a Camorra, neste novo e "favorável" clima político, somou aos "negócios" tradicionais - a venda de drogas, de proteção, a extorsão, prostituição e contrabando - braços industriais, empreiteiras, confecções, aterros sanitários, pirataria e clonagem de produtos. Como consequência da acelerada diversificação das atividades criminosas, cresceu a violência. Para defender território, intimidar e conquistar novas áreas, a Camorra mata. E mata cada vez mais. Foram milhares de execuções nos últimos anos. Mas além dessa face de sangue, os criminosos agem também em salões políticos. O livro mostra que a Camorra, através de empresas de fachada, contou com a "ajuda" de funcionários públicos para vencer recentes licitações para construções de estradas, linhas ferroviárias e outras obras de grande porte. Escutas telefônicas mostram, segundo Saviano, que em certas operações comerciais os mafiosos são parceiros de marcas famosas que estão nas vitrines de shoppings e supermercados de todo o mundo. Gamorra deveria ser o livro de cabeceira de políticos e juízes brasileiros. Aparentemente, o crime organizado, no Brasil, está em estágio anterior à fase atual e ao modus operandi comercial-industrial das gangues napolitanas. Mas pode chegar lá. É o próximo capitulo. Vale lembrar que por aqui também já foram denunciadas ligações perigosas entre autoridades e traficantes. E já há incipientes incursões do crime organizado em negócios como venda de gás, transporte pirata, sinal de TV a cabo, pirataria etc.
O Brasil vai sediar um Copa e o Rio, em seguida, uma Olimpíada. São duas importantes conquistas e devem ser celebradas. Que os políticos e administradores tenham em mente que não só as obras físicas e estruturais farão o sucesso dos dois grandes eventos. A cidadania também deve entrar em campo. E ser cidadão inclui direitos, como o de ir, vir e chegar vivo. Coisa que nós, brasileiros comuns, os sem-carro blindado e sem-segurança particular ou funcional, não temos. Que, além da construção de estádios, se pense em uma operação nacional de proporções olímpicas que reúna políticos, juízes e instituições policiais, que se atualize o código penal e que se combata a impunidade. Ou o Brasil faz esse gol de placa ou não teremos motivos para comemorar taças e medalhas. E só ler trechos (abaixo) do Gamorra e verificar que não moramos em Nápoles mas já dá para fazer uma idéia do que Roberto Saviano está falando:
"Nasci na terra da Camorra, no lugar com o maior número de assassinatos da Europa, no território onde a violência está ligada aos negócios, onde nada tem valor se não gera poder (...) Na terra da Camorra, combater os clãs não é luta de classe, afirmação de direitos, reapropriação da cidadania. Não é tomada de consciência da própria honra, tutela do próprio orgulho. É algo mais essencial, mais visceral (...) Posicionar-se contra os clãs se torna uma guerra pela sobrevivência, como se a própria existência, a comida que você come, os lábios que você beija, a música que você escuta, as páginas que você lê não lhe dessem o sentido da vida, mas somente o da sobrevivência."
Corrida sem ouro
Por Eli Halfoun
Em sua coluna de O Globo o bem informado Ancelmo Góis revela que o setor de penhores da Caixa Econômica teve esse ano aumento de 4,6% em relação ao mesmo período (janeiro a setembro) do ano passado. A Caixa penhorou 6.542.891 de jóias, o que equivale a “empréstimos” R$ 4,05 bilhões. Como se anuncia que a pobreza do país diminuiu e que a população está até comendo mais, mas não melhor, algum outro motivo, que não apenas a necessidade de pagar dívidas anda levando mais usuários ao setor de penhores da Nossa (Deles) Caixa. Como ter jóias não é luxo de pobre, mas sim das classes média (que também é pobre) e alta, não é preciso nenhum estudo aprofundado para concluir que essa corrida aos cofres da Caixa está sendo motivada por medo: na verdade ninguém mais tem coragem de sair desfilando por aí exibindo jóias verdadeiras e diante do aumento de assaltos em residências, nem de deixá-las guardadas em casa. Ou seja: no cofre da Caixa as jóias estão mais bem guardadas e supostamente garantidas. Pelo menos por enquanto. Até que os assaltantes também cheguem lá.
Chegarão se a segurança não for mais competente do que se tem mostrado até agora.
Em sua coluna de O Globo o bem informado Ancelmo Góis revela que o setor de penhores da Caixa Econômica teve esse ano aumento de 4,6% em relação ao mesmo período (janeiro a setembro) do ano passado. A Caixa penhorou 6.542.891 de jóias, o que equivale a “empréstimos” R$ 4,05 bilhões. Como se anuncia que a pobreza do país diminuiu e que a população está até comendo mais, mas não melhor, algum outro motivo, que não apenas a necessidade de pagar dívidas anda levando mais usuários ao setor de penhores da Nossa (Deles) Caixa. Como ter jóias não é luxo de pobre, mas sim das classes média (que também é pobre) e alta, não é preciso nenhum estudo aprofundado para concluir que essa corrida aos cofres da Caixa está sendo motivada por medo: na verdade ninguém mais tem coragem de sair desfilando por aí exibindo jóias verdadeiras e diante do aumento de assaltos em residências, nem de deixá-las guardadas em casa. Ou seja: no cofre da Caixa as jóias estão mais bem guardadas e supostamente garantidas. Pelo menos por enquanto. Até que os assaltantes também cheguem lá.
Chegarão se a segurança não for mais competente do que se tem mostrado até agora.
Velhos ou experientes?
Por Eli Halfoun
A notícia de que nos próximos anos (e não tantos assim) o Brasil terá uma população de idosos maior do que a de crianças até 14 anos, impõe uma importante questão: será que estamos preparados para cuidar e principalmente conviver com nossos velhos?
Mais do que uma questão os números revelam a imediata necessidade da criação de programas sociais que permitam aos idosos uma melhor qualidade de vida. Envelhecer é sem dúvida uma vitória, mas envelhecer com saúde e dignidade é um direito – um direito conquistado não só por conta dos avanços da ciência, mas também e especialmente porque os quase sempre rejeitados velhos de hoje ajudaram a construir essa velhice e a juventude ainda saudável do Brasil.
Aliás, uma das primeiras medidas a serem adotadas é a de ensinar aos jovens a conviver respeitosamente com seus idosos – o que um dia eles, os jovens de hoje também serão. Graças aos velhos de agora. A juventude (não toda, é verdade) costuma desprezar os idosos, geralmente considerados superados, repetitivos, enfim, uns chatos. Não pode e não deve ser assim: afinal é experiência dos velhos que pode melhorar o futuro dos jovens que precisam aprender definitivamente as respeitar a sabedoria daqueles que hoje podem caminhar exibindo com orgulho os cabelos brancos, símbolo de luta e de vida vivida.
O aumento da população de idosos deixa outra certeza: a de que a população brasileira irá fatalmente diminuir. Velhos não querem mais ter filhos e por mais que os avanços da ciência lhes permita viver por muitos anos um dia partirão. Deixando uma saudade ainda maior se não aprendermos com urgência a usufruir das experiências de vida que esses doces velhos ainda podem ensinar. E ensinam.
A notícia de que nos próximos anos (e não tantos assim) o Brasil terá uma população de idosos maior do que a de crianças até 14 anos, impõe uma importante questão: será que estamos preparados para cuidar e principalmente conviver com nossos velhos?
Mais do que uma questão os números revelam a imediata necessidade da criação de programas sociais que permitam aos idosos uma melhor qualidade de vida. Envelhecer é sem dúvida uma vitória, mas envelhecer com saúde e dignidade é um direito – um direito conquistado não só por conta dos avanços da ciência, mas também e especialmente porque os quase sempre rejeitados velhos de hoje ajudaram a construir essa velhice e a juventude ainda saudável do Brasil.
Aliás, uma das primeiras medidas a serem adotadas é a de ensinar aos jovens a conviver respeitosamente com seus idosos – o que um dia eles, os jovens de hoje também serão. Graças aos velhos de agora. A juventude (não toda, é verdade) costuma desprezar os idosos, geralmente considerados superados, repetitivos, enfim, uns chatos. Não pode e não deve ser assim: afinal é experiência dos velhos que pode melhorar o futuro dos jovens que precisam aprender definitivamente as respeitar a sabedoria daqueles que hoje podem caminhar exibindo com orgulho os cabelos brancos, símbolo de luta e de vida vivida.
O aumento da população de idosos deixa outra certeza: a de que a população brasileira irá fatalmente diminuir. Velhos não querem mais ter filhos e por mais que os avanços da ciência lhes permita viver por muitos anos um dia partirão. Deixando uma saudade ainda maior se não aprendermos com urgência a usufruir das experiências de vida que esses doces velhos ainda podem ensinar. E ensinam.
sábado, 10 de outubro de 2009
Sejam bem-vindos!
Depois de curtirem merecidas férias se deliciando com outono de Praga ou passeando nos famosos jardins da casa de Monet, em Giverny ou bebendo aquele vinho delicioso as margens do Sena ou no grande Ben em Londres, que tal voltar para a cidade mais linda e maravilhosa do mundo, escolhida para sediar os Jogos Olímpicos de 2016?
Meus queridos e amados amigos o Rio de Janeiro e Eu lhe desejamos boas-vindas!
Cliquei um dos momentos mais emocionantes da festa para comemorarmos juntos no Chico & Alaíde. Foto/Reprodução do JN/TV Globo
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Onde Balzac se escondeu...
Para fugir dos credores, Balzac alugou esta casa com nome falso. No centro de Paris, o cafofo tinha saída de "emergência" contra visitas indesejáveis. Hoje é museu e centro de leitura.
Assinar:
Postagens (Atom)