terça-feira, 23 de outubro de 2018

Jornalistas demitidos da Abril fazem protesto digital na noite do Prêmio Cláudia



(do Jornalistas Livres)

No Facebook e no Instagram, o Comitê de Jornalistas Demitidos do Grupo Abril publicou um manifesto revelando, entre outras dificuldades, a situação de ex-funcionários que, em tratamento contra o câncer, perderam o plano de saúde antes mesmo do término do aviso prévio.

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Veja a íntegra do manifesto:

“A festa de entrega do Prêmio CLAUDIA acontece nesta noite. As guerreiras que estarão no palco merecem nosso aplauso e reconhecimento. O Grupo Abril, que promove o Prêmio, é que não está à altura das brasileiras que lutam para mudar o país. Depois de dar o calote em 1500 profissionais demitidos, de não pagar a eles as verbas rescisórias, perdeu a condição moral e ética de outorgar qualquer prêmio.

Ao se tornar um predador – provocando um desarranjo no mercado editorial do Brasil – e abandonar milhares de leitores com o fechamento recente de onze publicações, a Abril não pode pegar carona na biografia das mulheres do Prêmio Claudia. Elas ensinam a reagir ao opressor. Mostram como lutar por direitos. Combatem todo tipo de violência. Dão exemplo de resistência, tenacidade, perseverança. Nós, demitidos, lutamos hoje como uma vencedora do Prêmio Claudia.

Toda hipocrisia deve ser denunciada. É falsa a intenção do Grupo Abril de destacar mulheres de coragem. Quer, na verdade, usar a imagem delas para tentar lavar sua honra. As candidatas dedicam a vida à defesa dos direitos humanos, a combater o opressor. Resistem e dizem não. Aprendemos com elas a enfrentar o Grupo Abril. E inspirados nelas, revelamos mais uma triste verdade: entre os funcionários jogados na rua já tem gente com fome e doentes com câncer que tiveram o plano de saúde cortado antes mesmo do término do aviso prévio.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Em apoio a atleta negro, Rihanna se nega a fazer show de intervalo do Super Bowl:

Rihanna recusa convite para fazer o show do Super Bowl em solidariedade a atleta negroa banido da NFL.
Foto Twitter

O camisa 7, Kaepernick, foi banido do futebol americano por protestar em campo contra assassinatos
de jovens negros pela polícias americana. Foto NFL

por Niko Bolontrin 

Rihanna recusou o convite para fazer o show de intervalo no Super Bowl, em fevereiro em 2019.

Segundo a revista "US Weekly", a cantora se solidariza com jogador Colin Kaepernick, que está fora da NFL desde que protestou contra a onda de assassinatos de negros pela polícia americana em 2016.

Ao se ajoelhar durante a execução do hino nacional, o quarterback provocou a ira dos cartolas da liga. Em muitos jogos, vários outros atletas repetiram a manifestação de Kaepernick.

Há 50 anos, em outubro de 1968, um protesto durante uma entrega de medalhas na Olimpíada do México também fez história. Os atletas Tommie Smith (medalha de ouro) e John Carlos (bronze) fizeram a saudação do Black Panther, no pódio, durante a execução do hino americano. Na época, era intensa e violenta a repressão contra negros (Martin Luther King havia sido assassinado três meses antes). O atleta australiano Peter Norman (medalha de prata), também no pódio, usou um adesivo em defesa dos direitos humanos. Smith e Carlos foram ameaçados de morte ao retornar aos Estados Unidos. Afastados do atletismo, ambos passaram a jogar futebol americano. Em 2008, os dois receberam o Prêmio Arthur Ashe Courage em homenagem ao ato político no pódio. Norman também sofre represálias. Em 2012, seis anos após suas morte, o Parlamento australiano pediu desculpas oficiais à família do atleta e classificou seu gesto como um momento histórico de heroismo em defesa dos direitos humanos e contra a opressão racial.

Memória: quem disse que a propaganda não se adapta a todos os tempos?


Anúncio publicado na Manchete em 1968. O Brasil já estava sob o regime militar, mas a campanha tinha algo de premonitório. No fim daquele ano, viria o endurecimento do AI-5 abrindo o período mais repressivo e, em 1969, a Junta Militar. Foram os chamados golpes dentro do golpe. A griffe La Mazelle viu nos fatos o mote da sua campanha publicitária. Não foi a única marca a usar o cotidiano como marketing: a Philips lançou uma TV "que resistia a tudo na câmara de torturas; a Walita apregoava uma batedeira que era a "nova líder das massas"; o detergente Odd lutava conta "a subversão das panelas". O que não faltará no ano que é hard news ara inspirar a propaganda.

New York Times,hoje: escolha triste ...


Mais do que um alerta, é um lamento: editorial do New York Times, que pode ser lido AQUI, comenta desfecho do processo político brasileiro. 

A volta do parafuso II



O jornal parisiense Libération, fundado por Jean Paul Sartre, tem publicado sucessivas e pessimistas análises sobre as eleições brasileiras. Lá, como cá, apontam-se os sinais de retrocesso e riscos à democracia. O título reproduzido acima é de uma dessas matérias, publicada em 17 de outubro de 2018. 



Em 28 de junho de 1973, o Libération era recém-chegado às bancas - estava apenas na edição N° 43 - quando noticiou a troca de plantão na ditadura brasileira: Ernesto Geisel era ungido pelos militares, sob a farsa do "colégio eleitoral", para se instalar no Palácio do Planalto em março de 1974. Quarenta e cinco anos depois , o Libération retoma os tons de cinza que pairam sobre a antiga França Antártica.  

sábado, 20 de outubro de 2018

A volta do parafuso...



As pautas de Veja e Época dessa semana são sintomáticas. Boa parte do conteúdo das semanais vestiu farda. A Veja lista os militares que estão cotados para assumir altos postos no governo Bolsonaro; Época destaca o "general de Toffoli".

É o relógio do tempo voltando o ponteiro.

Durante a ditadura, as editorias de política dos jornais acompanhavam com atenção promoções de oficiais-generais das Forças Armadas, a composição do Alto Comando e chefias de exércitos, distritos navais e comandos aeronáuticos. Em muitos casos, ali seria possível identificar alguns indícios de poder ou ensaios de sucessão.

Em questões de governo e costumes, o Brasil calçava coturnos. Era ali que morava a notícia. Tanto que os principais veículos tinham nos seus quadro um tipo de jornalista que desapareceu após a redemocratização: o setorista dos quartéis e dos órgãos de segurança.

Em meio a tanta redução de quadros nas atuais redações, taí uma função que ameaça renascer...

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

"While my guitar gently weeps": The Guardian divulga versões inéditas de gravação dos Beatles


por Ed Sá 
Acabam de ser lançadas on line versões inéditas de While My Guitar Gently Weeps, consideradas por muitos como a maior contribuição de George Harrison para os Beatles.

A canção foi escrita por Harrison em 1968, depois de ter estudado a meditação transcendental com o Maharishi Mahesh Yogi na Índia. Uma das versões é de um demo gravado na caSa dele. Como no original, apresenta uma parte de guitarra de Eric Clapton.

O recém-remasterizado e lendário Álbum Branco será lançado em 9 de novembro e apresentará outras  gravações adicionais inéditas feitas durante as sessões de estúdio.

OUÇA UMA DAS FAIXAS AQUI

LEIA MAIS E OUÇA OUTRAS GRAVAÇÕES NO THE GUARDIAN. AQUI


Repórteres Sem Fronteiras: liberdade de imprensa no Brasil está sob ameaça


O Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2018 e uma análise sobre a eleições brasileiras denunciam ameaças ao jornalismo.

Para ler o Ranking, acesse AQUI

Sobre o clima de ódio contra jornalistas no Brasil, vá AQUI

Na capa da Time: movimento popular dá força aos Democratas para recuperar maioria no Congresso americano


Eleições - Escândalo do Whatsapp: deu ontem no New York Times, só não deu no Globo



O Globo já vinha dando sinais em alguns artigos, editoriais e na seleção do noticiário eleitoral que, como dizia Brizola, costeava o alambrado do Bolsonaro.

Primeiro, adotou a tendência de "igualar os extremos". Ontem, pulou de vez a cerca e escolheu sua ponta. Pode-se dizer que era movimento previsível, mas não que fosse tão escandaloso.

A reportagem da Folha de São Paulo com a denúncia do uso ilegal de impulsionamento de fake news no Whatsapp por parte do candidato do PSL foi ignorada em todos os veículos do grupo Globo por mais de 12 horas. Sites, TVs e rádios silenciaram sobre o maior fato político do dia. Não vale justificar que não quis suitar outro veículo, porque já fez isso inúmeras vezes.

Ou o Globo, desnutrido por tantas demissões, perdeu agilidade e senso ou Madame Valéria fez o grupo encontrar finalmente seu amor em um dia.

Hoje, na capa do impresso, minimiza o fato em chamada discreta.

A 6.516 km de distância, o site do New York Times informou muito melhor.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Viu isso? Melania Trump quer boicotar clipe onde sósia aparece nua no Salão Oval




por Ed Sá

Melania Trump pede ao seus seguidores para boicotarem o clipe do rapper T.I.
É que o filminho usa o casal presidencial como tema, simula cenário do Salão Oval, onde uma sósia da primeira-dama faz um strip tease.

A atriz está bem caracterizada como a Sra. Trump.

Até agora Donald Trump não reclamou. Talvez não esteja interessado. Vazamentos da Casa Branca indicam que o casal pouco se vê, a vida conjugal está em pause, eles dormem em quartos separados e o presidente tem três TVs, que assiste até tarde enquanto come cheeto, se entope de fast food e navega no twitter.
VEJA CENAS DO CLIPE POSTADO PELO T.I AQUI


Para o New York Times, eleições brasileiras decidem futuro da Amazônia

LEIA AQUI

Folha de São Paulo, hoje: a guerra suja nas redes sociais...


Passaralhos também levam embora a qualidade do jornalismo

A Infoglobo, que edita O Globo, Extra, Época e outros impressos do grupo, faz mais "reestruturação" do que os times do Brasileirão trocam de técnicos.

"Reestruturação ", o nome que os executivos da poltrona dão ao processo, consiste geralmente em ações que parecem não dar muito certo, tanto que são repetidas ao infinito, e apenas resultam em demissões. Também atende pelo nome de passaralho. No Globo, por exemplo, não há ganho de qualidade visível em meio a tantas e sucessivas mudanças, ao contrário.

A Editora Abril, por exemplo, passou por tantas "reestruturações" que desestruturou-se.

Confirmando os rumores da última semana, a Infoglobo demitiu cerca de 40 profissionais - diz-se que o número pode passar de 100. Entre os afastados, são maioria jornalistas experientes que, ironicamente, treinaram como supervisores o grupo de estagiários que reforça as redações, compondo equipes ao lado dos remanescentes.

"Reestruturações" acompanham a visível mudança de foco na estratégia dos veículos impressos para aumentar a expectativa de vida.

Com a queda de publicidade, muitos têm apostado na promoção de eventos. São seminários, debates, feiras, palestras sobre os mais diversos campos, da saúde à educação, da segurança ao meio ambiente. Há departamentos inteiros cuidando da porção promoter em que jornais e revistas investem. E são criativos quanto aos temas que garimpam patrocinadores, geralmente governos, estatais e órgãos do chamado Sistema S, além de leis de incentivo fiscal. Dinheiro público, na maioria. A indução de eventos que muitas vezes têm efeito apenas catártico e se esgotam no evento em si, tornou-se vital para o caixa das empresas jornalísticas, mas não deixa de atingir, de certa forma, o jornalismo. Há veículos que promovem três, quatro eventos patrocinados por semana e isso costuma implicar em  retorno contratual na forma de cobertura, ocupando páginas em detrimento do noticiário. Significa faturamento, mas cobra esse preço: são tantos que os leitores e assinantes saem perdendo conteúdo.

Os passaralhos levam não apenas profissionais experientes, mas boa parte da capacidade das redações na produção de matérias relevantes, exclusivas, que vão além dos press releases, das versões oficiais e do material fornecido por assessorias.

Antigamente dava-se o nome de gillete press às matérias colhidas de fontes secundárias não apuradas diretamente e não creditadas a agências ou material adquirido de outro veículo. Pode ser apenas  coincidência, mas o Globo, hoje, tem quatro grandes reportagens da editoria internacional das quais se sabe apenas a origem geográfica mas não a fonte. Não estão creditadas a agências, nem a veículos, nem a correspondentes.

Seria internet press?

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Da Carta Capital: E agora, imprensa?

por Tathiana Chicarino (para a Carta Capital)

A perda de legitimidade da imprensa tradicional nos leva a um diagnóstico de terra arrasada: a destruição de um espaço de mediação que deveria permitir que fatos fossem racionalizados

Ao declararmos a nossa independência em relação à imprensa tradicional, abriu-se uma caixa de Pandora

Não é nenhuma novidade para os atentos de mente e espírito que as instâncias de intermediação vêm passando por um profundo processo de reconfiguração, com suas primeiras bolas de neve nos fazendo revisitar o ano de 2013, quando uma avalanche pegou de sola os partidos políticos, que precisaram (e ainda precisam) de bons solavancos para fazer a ficha cair. O mesmo pode ser dito sobre os sindicatos, escolas, igrejas, fundações e outras organizações.

Se tomarmos os partidos como um caso ilustrativo, poderíamos elencar algumas hipóteses para nos ajudar a entender esses processos de mudanças, entre as quais, escolho duas.

A primeira delas é a perda da capacidade de fazer a articulação entre o poder político – em sua lógica de manutenção e reprodução do poder – e os interesses e necessidades dos indivíduos.

A outra é o espetáculo como técnica política. Quando as imagens adquirem um significado profundo em nossas vidas e, ancoradas na dramatização e no sensacionalismo, colocam a política em uma perspectiva demasiado personalista e superficial, como uma cruzada entre bem e mal, em uma caçada aos culpados, para regozijo dos salvadores.

Mas, se até então o questionamento quanto à legitimidade da imprensa estava restrito a alguns círculos acadêmicos e grupos ativistas, agora ele se espraia para além do razoável, já que não está fundamentado em uma sistematização dos seus conteúdos, em uma verificação factual ou em uma confrontação de perspectivas de análise do mundo, mas tão somente na expressão do momento: fake news!

No mínimo desde a transição da ditadura civil-militar para a democracia, conseguimos demonstrar que a imprensa seleciona temas ou torna noticiáveis determinados fatos e atores em detrimento de outros, além de operar alguns enquadramentos ou interpretações das notícias.

Essa é uma peleja importante para que possamos fundamentar nossas escolhas a partir de informações públicas diversificadas e qualificadas, tomando como pressuposto que a política está baseada em processos de comunicação.

Tá aí o X da questão! Aquele velho paradigma, onde poucos produtores de informação recebiam a atenção de muitos consumidores, ruiu com a chegada da internet, que permite, potencialmente, que todos possam ser, ao mesmo tempo, produtores e consumidores de conteúdo, em um modelo de comunicação híbrido.

Isso não quer dizer que a TV ou o rádio estão com os dias contados, mas que não são mais os únicos canais de difusão de informações socialmente relevantes.

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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Há 45 anos - Desastre em Paris levou a Varig a boicotar as revistas da Bloch

Reprodução

por José Esmeraldo Gonçalves
Há pouco mais de 45 anos - em 11 de julho de 1973 - um Boeing da Varig fez um pouso forçado nos arredores de Paris, a quatro quilômetros do aeroporto de Orly. Um incêndio a bordo, cujo foco foi provavelmente um cigarro em um dos banheiros, gerou um enorme volume de fumaça que asfixiou os passageiros antes mesmo que as chamas devorassem o avião. O desastre provocou 123 mortes. O site BBC Brasil publicou ontem uma excelente matéria com um dos poucos sobreviventes, o brasileiro Ricardo Trajano. A reportagem é de Thomas Pappon, da rádio Witness, da BBC World Service. 




De alguma forma, aquele acidente respingou na Manchete. A tragédia de Orly aconteceu em uma quarta-feira e chocou o Brasil. A bordo estavam o cantor Agostinho dos Santos e a bela socialite Regina Rosemburgo Léclery, a musa do Cinema Novo. Manchete e Fatos & Fotos mobilizaram a sucursal de Paris para uma grande cobertura e chegaram rapidamente às bancas com um amplo panorama do terrível acidente. 

As duas revistas praticamente se esgotaram, mas pagariam caro pelo destaque que deram à tragédia de Orly. 

Um parêntese: com a crise das revistas impressas e o encerramento de muitas delas, o fotojornalismo tem lamentado o fim das páginas duplas. Nas revistas ilustradas, era de lei selecionar a foto mais expressiva ou dramática para abrir as principais reportagens. O objetivo era causar impacto, emocionar, se fosse o caso, e atrair o leitor para a continuação da reportagem. O foto podia se destacar pela beleza ou pelo choque, mas devia ser obrigatoriamente irresistível. Nos veículos digitais que progressivamente tomam o lugar do impresso a tendência é verticalizar os layouts. Por uma simples razão: na internet, as revistas são acessada majoritariamente através dos celulares, cuja visualização horizontal é mais utilizada para a visualização de vídeos. A tecnologia está levando embora a plasticidade da página dupla.

Voltando à Manchete, foi uma dessas páginas duplas de grande impacto que provocou uma séria crise nas semanais da Bloch. 

Uma foto impressionante do jato da Varig desabado em um campo de cebolas perto de Orly, ainda com a fumaça mortal escapando dos escombros, abria a dramática reportagem. Via-se a fuselagem com rombos provocados pelas chamas. No seu relato, o sobrevivente Ricardo Trajano conta que não ouviu gritos nem sinais de pânico a bordo nos minutos que antecederam o pouso já com a fumaça invadindo o interior do Boeing. Ele foi o único que deixou seu assento nos fundos do avião e se refugiou próximo à cabine do piloto. Os demais passageiros pereceram asfixiados ainda nas poltronas. Na foto que a Manchete publicou era possível ver algumas silhuetas das vítimas nas janelas. Na empenagem do Boeing, em primeira plano da foto, destacava-se um imenso logotipo da Varig. 

A diretoria de publicidade da companhia aérea, uma das maiores anunciantes da época, não gostou de ver a rosa-dos-ventos, seu tradicional símbolo, dominando a cena. Não colou nem mesmo a Manchete argumentar que a chamada de capa - A Tragédia do Boeing - excluía o complemento da Varig

A retaliação veio rápida e foi duradoura; a Varig passou mais de dez anos sem anunciar nas revistas da Bloch.  A Manchete e a Fatos & Fotos sobreviveram, mas algumas cicatrizes restaram no caixa dos seus departamentos de publicidade. 

A seguir, Roberto Muggiati, que editou, ao lado de Justino Martins, aquela Manchete fatídica, conta os bastidores da redação em uma certa sexta-feira, 13 de 1973.  






1973: No fechamento da edição do desastre de Orly, muito humor negro e pão com ovo na redação da Manchete 

Reprodução

por Roberto Muggiati 

Na noite de sexta-feira 13 de julho de 1973 fomos convocados para fechar a edição antecipada da Manchete com a cobertura do desastre do avião da Varig num campo de cebolas a quatro quilômetros das pistas de aterrissagem do aeroporto de Orly. 

O repórter que cobriu o acidente era o polêmico Carlos Marques, então na sucursal de Paris. Não lembro o nome do(s) fotógrafo(s) – depois da crise traumática com a Varig a Manchete nunca mais voltou a publicar fotos do acidente.

Eu era o “segundo” do diretor da revista, Justino Martins, que tinha à sua disposição na mesa de editor, iluminada por baterias de lâmpadas fluorescentes, cromos impressionantes da tragédia: além de fotos da devastação causada pela queda do Boeing, imagens detalhadas dos corpos carbonizados. 

Nenhum Bloch compareceu àquele festim editorial; portanto, não houve autocensura, pensando na Varig como anunciante. Justino foi em frente, governado por seu instinto natural de editor de uma revista ilustrada: dar ao leitor o que sua curiosidade exigia. Particularmente chocante foi a foto do corpo carbonizado – inteiro, sentado – do ex-chefe da censura da ditadura Vargas, Felinto Müller.

Outra vítima ilustre, Regina Léclery, née Rozemburgo – amiga do Justino desde os tempos em que era aeromoça da Panair com Florinda Bolkan em Paris – visitou a Manchete para se despedir do Justino na véspera de embarcar no voo 820, acompanhada do seu chevalier galant, o jovem Christian Rühl, que também morreu no acidente. 

Na madrugada do fechamento, enquanto os taifeiros da cozinha serviam o tradicional pão-com-ovo para uma trupe faminta, outra notícia fúnebre chegou à redação. O cantor Ciro Monteiro, morto naquela noite no Rio, protagonizou, enquanto cadáver, um estranho episódio. O camburão que transportava seu corpo para o IML sofreu um acidente, a porta de trás abriu e o corpo do cantor saiu rodando sozinho no esquife pelas ruas cariocas. “O Formigão aprontou e quis fugir do caixão!” foi assim que a história nos chegou, já editada. 


Foi uma noite macabra, mas isso, de modo algum, impediu que nos entupíssemos de pão-com-ovo e guaraná ao longo do fechamento.

sábado, 13 de outubro de 2018

The Economist: A próxima recessão mundial vem aí. Só falta marcar a data para entrar em cartaz

Se você anda de baixo astral, não leia The Economist dessa semana.
Analistas não comprometidos com o mercado financeiro anunciam que a próxima crise econômica global já está em fase de ensaios técnicos. Que ela chegará - afirmam - é certo. A única dúvida é quanto ao volume de devastação que causará.

No ano passado, os países desenvolvidos cresceram e muitas economias saíram do marasmo. O Brasil de Temer, mergulhado no caos político, social e econômico, foi exceção: continuou estagnado.  Neste ano, o panorama já foi menos otimista para todos. Os mercados de ações tiveram pelo menos duas importantes e acentuadas quedas. O FMI já admite que o crescimento vai desacelerar em praticamente todas as economias.

Mesmo após a crise de 2008, a maioria dos país não quis ou não conseguiu aperfeiçoar a regulação dos mercados financeiros globalizados. Na época, bancos e agências de classificação de risco enganaram clientes e governos. O endividamento e o estouro do mercado imobiliário americano acenderam a chama da crise e a correria foi generalizada. Analista e órgãos governamentais alertam que o preço dos imóveis já ultrapassou as cotações de dez anos atrás. O tanque de gasolina está cheio, falta o fósforo - dizem.


sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Alô, Manchete: Gervásio Baptista na Band...

Mensagem do fotojornalista ex-Manchete Hermínio Oliveira. O horário de exibição da matéria
será confirmado oportunamente.


Eleições; FENAJ divulga manifesto dos jornalistas




(da Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ) 

É hora de escolher a democracia

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), representante máxima da categoria no Brasil, novamente se dirige aos/às jornalistas e à sociedade para defender a democracia e opor-se ao fascismo emergente. Em breve, o povo brasileiro vai voltar às urnas para eleger o novo presidente do país e não restam dúvidas de que a disputa não se dá entre dois projetos democráticos, mas entre uma candidatura que respeita a institucionalidade e o jogo democrático e outra que representa uma regressão política e até mesmo civilizatória.

O Código de Ética do Jornalista Brasileiro estabelece, em seu artigo 6º, como dever do profissional: “I – opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;(…) X – defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito; XI – defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos, negros e minorias;(…) XIV – combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.”

Portanto, além de um dever cívico, é também uma obrigação ética dos jornalistas posicionarem-se contra um candidato a presidente da República que faz apologia da violência, não reconhece a história do país, elogia torturadores, derrama ódio sobre negros, mulheres, LGBTIs, índios e pobres e ainda promete combater o ativismo da sociedade civil organizada. Esse candidato é Jair Bolsonaro, do PSL.

Propositadamente, ele faz uma campanha despolitizada, assentada em valores morais, família e religião; na disseminação de ideias como anticomunismo, racismo e intolerância à diversidade. Na verdade, representa os que, ainda hoje, não se conformaram com a redemocratização e com os avanços sociais ocorridos na última década. Bolsonaro representa os que temem a democracia e a organização do povo; fala em nome daqueles que não se incomodam com privilégios nem com a corrupção e que não se constrangem com o uso da força onde e quando julgarem necessário.

Como entidade representativa dos trabalhadores e trabalhadoras jornalistas, a FENAJ também chama atenção para o perigo da agenda de retrocessos nos direitos trabalhistas anunciada pelo candidato do PSL, que certamente aprofundaria ainda mais os retrocessos da contrarreforma trabalhista imposta à classe trabalhadora pelo governo Temer.

Do outro lado, temos a candidatura de Fernando Haddad. Sem cair na tentação de avaliar os governos do PT, podemos afirmar seguramente que o partido respeitou – e respeita – as instituições democráticas; apresenta-se para o debate público e submete-se à vontade soberana do povo, expressa nas urnas. Haddad não é, portanto, um extremista autoritário que apenas está no polo oposto, como querem fazer crer seus adversários políticos.

Assim, a Federação Nacional dos Jornalistas sente-se na obrigação de alertar a categoria e a sociedade em geral para a verdadeira disputa atual: ou democracia, com todas as suas imperfeições, ou o autoritarismo de base militar, com todos os seus males. A decisão, portanto, tem de ser no campo da política, com o debate público sobre o país e seu povo.

Em defesa da democracia!

Em defesa do Estado Democrático de Direito!

Em defesa dos direitos humanos!

Em defesa da soberania nacional e popular!

Brasília, 11 de outubro de 2018.

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ.

Fotografia: Amy Winehouse como ninguém nunca viu


Em 2003, Amy Winehouse tinha apenas 19 anos quando o fotógrafo Charles Moriarty, autor da capa de "Frank", o primeiro disco da cantora, fez um série de fotos casuais pré-fama. O material inédito está no livro "Back To Amy". E a informação está no instagram do fotógrafo e no Kbooeing.

Eleições: quando a desinformação rende votos


por Carolina Assis (do Knight Center for Journalism in The Americas)

O WhatsApp tem 120 milhões de usuários ativos no Brasil, segundo divulgou a empresa em julho deste ano. Este número equivale a mais da metade da população brasileira, estimada em 208,5 milhões de pessoas. Nesta temporada eleitoral no país, cujo primeiro turno aconteceu no dia 7 de outubro, com segundo turno marcado para o dia 28, o aplicativo de mensagens se tornou o principal espaço de informação para os usuários e de campanha eleitoral - e também, lamentavelmente, de compartilhamento de boatos e mentiras voltadas a favorecer ou prejudicar determinados candidatos.


Depois de surgir na Colômbia em maio e passar pelo México, o projeto de checagem O Poder de Eleger estreou no Brasil em agosto mirando justamente o WhatsApp como fonte do problema e possível solução para a desinformação generalizada durante as eleições. A iniciativa é parte da rede internacional Chicas Poderosas, que busca fomentar a presença de mulheres na liderança de mídias digitais.

PARA LER A MATÉRIA COMPLETA, CLIQUE AQUI

Carlos Heitor Cony: escritor, jornalista, pintor nas horas vagas e, agora, nome de colégio...



No alto, nota do Globo publicada hoje na coluna de Marina Caruso informa que Carlos Heitor Cony vai virar nome de escola em Cabo Frio. O secretário estadual de Educação, Wagner Victer, optou pela homenagem ao lembrar que um dos livros de Cony é ambientando na cidade.

Em "Antes, o Verão", o casal protagonista constrói um casa de frente para o mar, em Cabo Frio. Tempos depois, a casa é destruída pelo vento e invadida pela areia. Entra areia também no casamento e na felicidade do par.

O livro foi lançado em 1964 e adaptado para o cinema em 1968.

Com Norma Bengell e Jardel Filho (foto) à frente do elenco, o filme foi praticamente ignorado por quase 50 anos até que, em 2015, foi exibido na Cinemateca do MAM. A redescoberta levou à restauração de um cópia que foi exibida em recentes mostras em São Paulo e Ouro Preto.
Cony foi escritor, jornalista e até pintor (arte que revelava apenas aos amigos). Agora, é, além disso, o Colégio Carlos Heitor Cony. 



quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Futebol: a fonte está secando? É o efeito Copa 2018...


The Guardian lista 100 jogadores da nova geração, que chama de os mais jovens e futuros talentos do futebol mundial, e só três brasileiros se encaixam no ranking: Ed Carlos, Rodrygo e Luan Cândido. a Argentina está pior: dois jogadores apenas: Thiago Almada e Gastón Verón.

The Guardian não acredita em Vinicius Jr nem em Paquetá.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Imigrante "perigosa" é levada para depor... Adivinha onde isso acontece?

Reprodução

A matéria, reproduzida no New York Times, está no Globo de hoje. Menina hondurenha de dois anos, separada da avó na fronteira e detida, foi conduzida para depor em um tribunal. Até a juíza, segundo o jornal, se espantou com a pouca idade da indiciada. Ela, como milhares de outras crianças que foram afastadas das suas famílias, aguardam em abrigos e até em campos de concentração no deserto do Texas o desenrolar dos processos de deportação ou de, em raros e improváveis casos sob o regime de Trump, de asilo. Quando chamadas para depor vão sozinhas e, muitas vezes, sem advogados. Em geral, desabam no choro.

O jornal chama de a situação "drama". Drama é a novela das nove. As péssimas condições em que vivem as crianças detidas pela imigração e separadas do pais é claramente um crime.

Nos jornais de hoje, os reflexos da disputa eleitoral


A FOLHA, HOJE, DESTACA A CRISE DO PSDB E A "TRAIÇÃO" DE DÓRIA. MAS A MATÉRIA-BOMBA ESTÁ EM CHAMADA MAIS DISCRETA NA MARGEM DIREITA: O CORRETOR FINANCEIRO PAULO GUEDES, O "POSTO IPIRANGA" DE BOLSONARO, É ACUSADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL POR FRAUDES EM NEGÓCIOS COM FUNDOS DE PENSÃO DE ESTATAIS E POSSÍVEL EMISSÃO DE TÍTULOS SEM LASTRO.



O ESTADÃO FOCALIZA O "ESTADO-MAIOR" DE GENERAIS EM TORNO 
DO CANDIDATO LÍDER NAS PESQUISAS.


O GLOBO NOTICIA A MOVIMENTAÇÃO DE JACQUES WAGNER PARA A FORMAÇÃO DE UMA FRENTE DEMOCRÁTICA. EM ARTIGOS E ENTREVISTAS, NO CORPO DO JORNAL, NOTA-SE UMA TENDÊNCIA: EDITORIAL ELOGIA "COMPROMISSO DEMOCRÁTICO" E ARTIGO SAÚDA MUDANÇA DE RUMOS. DIANTE DA ENORME VOTAÇÃO DE BOLSONARO, PARECE ESTAR EM CURSO NO JORNALÃO UM SUAVE MOVIMENTO DE APROXIMAÇÃO, COMO ESPERADO.   

terça-feira, 9 de outubro de 2018

"Vai pro Nordeste!"

Reproduzido do SENSACIONALISTA

(Do Sensacionalista)
Os estados nordestinos resolveram se unir e formar uma nova nação. A União das Repúblicas Socialistas do Nordeste já nasce com um grande carnaval na Bahia. Na Ursene, todo dia faz sol.
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Publicitário vacilão critica Nordeste em agência de patrão nordestino...

O diretor da agência Africa, que demonstrou preconceito correndo na veia ao criticar voto dos nordestinos, foi afastado da empresa.

“Nordeste vota em peso no PT. Depois vem pro Sul e Sudeste procurar emprego!”, escreveu o elemento.

Preconceito é preconceito em qualquer empresa. Mas a verdade é que muitas ainda deixam passar manifestações preconceituosas ou racistas dos seus staffs. Como funcionário do nordestino Nizan Guanaes, o publicitário José Borelli calculou mal os efeitos do bumerangue maldoso que despachou no instagram.

Comunicado interno distribuído pela Africa e divulgado no BuzzFeed não fala em demissão, mas avisa que o diretor foi suspenso.

Se alguém acionar a Justiça, ele pode enquadrado em crime de xenofobia.

Borelli também causou danos à imagem da empresa. Por causa do post criminoso, quando você digita Agencia Africa no Google dá de cara com links que agora associam a marca a um caso de ódio, intolerância e preconceito.



Jornalistas agredidos nas ruas e nas redes sociais...

(do Comunique-se) 

A informação é da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Entidade avisa que, no período das eleições, mais de 120 jornalistas foram agredidos

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou mais de 120 agressões a comunicadores em contextos político partidário e eleitoral este ano. As agressões são tanto físicas quanto em meios digitais.

Foram registradas 64 ocorrências de assédio em meios digitais contra jornalistas no contexto eleitoral, além de 59 vítimas de atentados físicos.

“Um país que não compreende a diferença entre crítica ao trabalho jornalístico e violência contra profissionais da imprensa coloca a democracia e a si próprio em grave risco”, disse a Abraji em nota de repúdio.
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Na eleição do WhatsApp, o TSE foi trolado pela boca de urna da fake news

Esta foi a eleição do Whatsapp. E uma importante influência foram as correntes de fake news. O TSE havia prometido rigor contra a disseminação de mentiras com objetivos eleitorais.

Falhou.

A ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal, admitiu durante entrevista coletiva após o encerramento do primeiro turno que vai apurar denúncias de supostas irregularidades. A internet é mais rápida e não espera o verbo futuro, ao contrário, causa danos imediatos. Um exemplo: o TSE deu um prazo de 24h ao Facebook para retirar 33 links com notícias falsas. Louvável. Infelizmente, a medida foi tomada um dia após a votação.

Aberta a campanha do segundo turno, o TSE terá a chance de agir com o rigor que o ministro Luís Fux, presidente anterior, prometeu efusivamente. Rosa Weber diz que combater fake news é prioridade, mas ressalva que não é fácil.  "Não é que o TSE nada tenha feito. Prevenir fake news, eu não conheço como poderíamos ter atuado nessa área onde temos um princípio maior da liberdade de expressão". OK, mas liberdade de expressão não dá direito a mentiras. Ao contrário, mentira, mais exatamente, desvirtua a liberdade de expressão.

Ao longo da campanha, equipes de jornalistas de várias agências de checagem de fake news identificaram, apuraram e desmascararam quase imediatamente milhares de notícias falsas. Faltou ao TSE serviço semelhante e agilidade idem para exigir a retirada do material corrompido e punir os responsáveis que podem ser facilmente identificados desde que profissionais especializados atuem nesse setor. Ressalte-se que alguns tribunais regionais desmentiram campanha falsas, em alguns casos, mas faltou uma força-tarefa especializada dedicada à fiscalização efetiva da mais nova e poderosa boca de urna: a das fale news que inundam as "avenidas" digitais.

Rosa Weber afirmou que a mídia pode colaborar no combate às correntes falsas. Já fez isso. Veículos impressos e digitais abriram espaços permanentes para desmentidos. Mas a mídia não tem poder para exigir das redes sociais a rápida retirada de material corrompido. Nesse caso, o buraco virtual é mais em cima.

sábado, 6 de outubro de 2018

Revista Sexy nega que vá acabar e lança capa com "Musa das Eleições"

Reprodução 

por Ed Sá 
Com a crise das revistas se ampliando, rumores de fim de festa atingiram a Sexy. A editora da revista, Adriana Peruto, desmente. E a modelo Flávia Tamayo personaliza o desmentido ao se revelar capa da edição de outubro. Ela é a "Musa das Eleições".

Filipinas chamando...

por Flávio Sépia

Nos anos 70, o economista Edmar Bacha criou o país fictício chamado Belíndia para definir a cruel e crônica desigualdade do Brasil, uma Bélgica cercada de uma Índia. Agora estamos mais a caminho do Brasilinas, uma mistura do Brasil com as Filipinas, que têm um quarto da população abaixo do nível de pobreza, já passou por várias ditaduras e acha que tudo se resolve na porrada. Mais de 19 mil quilômetros separam "nós" e "eles". Mas se você der um Google nas frases do presidente deles não parece tão longe do atual clima de guerra nas ruas no Brasil dividido.

* "Hitler massacrou três milhões de judeus. Há três milhões de viciados em drogas. Eu ficaria feliz em matá-los".

* "Não hesitarei em declarar um governo revolucionário até o fim do meu mandato. Então poderei prender a todos e, depois, poderemos seguir com nossa guerra contra os vermelhos”.

* "Se você conhecer algum viciado, vá em frente e mate-o você mesmo". 

* "Se tenho filhos envolvidos no tráfico de droga, matem-nos".

* "A partir de agora, o mês de janeiro é o Mês Nacional da Bíblia".

* "O Papa Francisco e um filho da puta".

* "Obama é um filho da puta".

* "Enquanto houver mulheres bonitas, haverá estupro".

* "A freira era tão bonita que eu deveria ter sido o primeiro a estuprá-la".

* "É preciso disparar na vagina das mulheres guerrilheiras".

As frases acima são de Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas.

A nova revolução feminista chega aos livros...

por Clara S. Brito 

Tudo indica que as mulheres voltaram às ruas para ficar. Em várias épocas, elas ocuparam praças e avenidas, desde as sufragistas que conquistaram o direito de votar, de trabalhar, passando pela liberação sexual, divórcio e ampliação do seu papel na sociedade.

Agora, a mulher se rebela contra a violência, os assassinatos, estupros, assédio, discriminação e exige igualdade de oportunidades de trabalho. No passado, Simone de Beauvoir inspirou a luta. No Brasil, Bertha Lutz foi uma pioneira.
Se depender dos livros, a atual fase da luta feminista vai ganhar novos fundamentos. São muitas as obras lançadas nos Estados Unidos que, certamente, chegarão ao Brasil.  O Mashable lista hoje alguns desses livros-cabeça.


A eleição da fake news...


Capas falsas de Veja, Época e Exame circularam durante a semana nas redes sociais. Segundo as montagens, o diretor da OEA, Gerardo de Icaza, denunciava esquema de fraudes nas urnas eletrônicas para beneficiar Fernando Haddad. O próprio Icaza desmentiu no twitter a mentira eleitoral.

Fake news, usos de robôs, contas falsas, invasão de contas, ofensas, ameaças e difamação congestionaram as redes nas últimas semanas.

Há alguns meses, Luís Fux, então presidente do TSE, botou força na peruca disse ter montado uma força-tarefa para combater fake news em campanhas eleitorais. Anunciou parcerias com empresas de tecnologia e garantiu que a estratégia de notícias falsas como marketing político podia levar até à anulação de candidaturas.

Pelo jeito, a luta contra fake news era fake news.

Hoje, o Globo informa que o Ministério Público Eleitoral planeja acionar o WhatsApp "para que adote procedimentos que permitam direito de resposta a fake news propagadas pela plataforma".

Qualquer um que não more em Marte já sabia que o WhatsApp, com 120 milhões de usuários no Brasil, é o canal preferido para propagação de mentiras, mas as autoridades descobriram isso agora.

A campanha pode até acabar amanhã e o MPE ainda "planeja" medidas para o segundo turno.


sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Tá explicado...


Leitura Dinâmica: notícias do front...


* Temer tuitando - Ligado na rede, o ilegítimo manda recado para jornalista.

* Eficiência - Se você tem uma causa parada por falta de um oficial de justiça esperto que entregue uma notificação, peça à Globo o contato do agente que à 1h da madrugada estava trabalhando. O sujeito ganhou crachá para entregar uma citação ao candidato Ciro Gomes. Detalhe: o processo movido por João Dória por suposta calúnia e difamação é de 2017. José Serra estava na plateia, mas não foi incomodado por nenhum oficial de justiça madrugador. Ciro protestou contra a "emboscada" e diz que não bota mais os pés na Globo.

*Euforia - Dizem as redes sociais que Álvaro Dias era o candidato mais animado no debate da Globo. Apesar disso, era também o mais lento quando se deslocava da cadeira rumo à bancada. Atrapalhou-se algumas vezes, mas nada demais. William Bonner também se enrolou na mediação. Formaram a dupla Dede´e Didi do debate.

* Acordou - Não se pode dizer que a Lava Jato não trabalha. Andava meio devagar mas nos últimos dias acelerou, tomou energético e abriu gavetas. Nada a ver com a eleição...

* Bolsa bolacha -  Alckmin revelou uma das conquistas da sua gestão. O tucano orgulhou-se de ter desonerado um produto essencial: o biscoito sem recheio.

* Calamity Jane - Os marqueteiros de Marina tentaram mudar o visual da candidata. Uma das recomendações foi reformar o penteado e o figurino. Ontem, ela usou o que parecia uma roupa de montaria do Velho Oeste. Teria acabado de apear do cavalo? Outra recomendação dos assessores teria sido na entonação da voz, enfatizá-la para não passar a impressão de "frágil". Marina tem a voz naturalmente fina e não foi possível mudar isso. A solução parece ter sido mandá-la aumentar o volume. A candidata quase gritava e mandava os decibéis às alturas.

* Gesticula, candidato - Já os assessores de Meireles recomendaram que ele gesticulasse mais ao enfatizar suas opiniões. O candidato obedeceu. Mas exagerou. Em matéria de gestos, ele competia com a o gestual da moça da linguagem Libra no canto da telinha. Só que Meireles era descoordenado às vezes. Parecia que estava com delay: o movimento da mãos vinha geralmente atrasado em relação à voz.

* Recado de Boulos: "ando com sem teto, com sem terra, só não ando com sem-vergonha'.

* Fui ali e volto já - Ciro Gomes sobre a decisão de Bolsonaro de escapar do debate da Globo e optar por um entrevista combinada na Record; "Amarelou", disse ele.

* Suspense nas ruas - Haverá segundo turno ou no domingo, 28 de outubro ,vai dar praia?


* Engrossando a abstenção - A Veja perdeu o prazo do cadastramento biométrico e não vai poder votar. É o que a capa dessa semana sugere. Finalmente a revista vai assumir neutralidade em uma eleição?

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Vai vendo: em livre interpretação, novo filme retrata bastidores sexuais dos acontecimentos políticos

por O.V.Pochê

O novo "cinema político" brasileiro ganha mais um lançamento.

O filme vem se juntar a uma série de produções que, cada uma à sua maneira e livre interpretação, retratam a atual conjuntura ou fatos relevantes da República.

Depois de "O Mecanismo", "Polícia Federal: a lei é para todos", "Real, o plano por trás da história, "O Paciente", entre outros, circularem nas salas de cinema e nos canais de streaming, a produtora Brasileirinhas lança "Tudo acaba em pizza", fechando uma trilogia que já lançou "Leva Jato" e "Felação Premiada".

Não se pode negar que essa é uma visão inédita e muito particular sobre os acontecimentos que abalaram o Brasil.