por Tathiana Chicarino (para a Carta Capital)
A perda de legitimidade da imprensa tradicional nos leva a um diagnóstico de terra arrasada: a destruição de um espaço de mediação que deveria permitir que fatos fossem racionalizados
Ao declararmos a nossa independência em relação à imprensa tradicional, abriu-se uma caixa de Pandora
Não é nenhuma novidade para os atentos de mente e espírito que as instâncias de intermediação vêm passando por um profundo processo de reconfiguração, com suas primeiras bolas de neve nos fazendo revisitar o ano de 2013, quando uma avalanche pegou de sola os partidos políticos, que precisaram (e ainda precisam) de bons solavancos para fazer a ficha cair. O mesmo pode ser dito sobre os sindicatos, escolas, igrejas, fundações e outras organizações.
Se tomarmos os partidos como um caso ilustrativo, poderíamos elencar algumas hipóteses para nos ajudar a entender esses processos de mudanças, entre as quais, escolho duas.
A primeira delas é a perda da capacidade de fazer a articulação entre o poder político – em sua lógica de manutenção e reprodução do poder – e os interesses e necessidades dos indivíduos.
A outra é o espetáculo como técnica política. Quando as imagens adquirem um significado profundo em nossas vidas e, ancoradas na dramatização e no sensacionalismo, colocam a política em uma perspectiva demasiado personalista e superficial, como uma cruzada entre bem e mal, em uma caçada aos culpados, para regozijo dos salvadores.
Mas, se até então o questionamento quanto à legitimidade da imprensa estava restrito a alguns círculos acadêmicos e grupos ativistas, agora ele se espraia para além do razoável, já que não está fundamentado em uma sistematização dos seus conteúdos, em uma verificação factual ou em uma confrontação de perspectivas de análise do mundo, mas tão somente na expressão do momento: fake news!
No mínimo desde a transição da ditadura civil-militar para a democracia, conseguimos demonstrar que a imprensa seleciona temas ou torna noticiáveis determinados fatos e atores em detrimento de outros, além de operar alguns enquadramentos ou interpretações das notícias.
Essa é uma peleja importante para que possamos fundamentar nossas escolhas a partir de informações públicas diversificadas e qualificadas, tomando como pressuposto que a política está baseada em processos de comunicação.
Tá aí o X da questão! Aquele velho paradigma, onde poucos produtores de informação recebiam a atenção de muitos consumidores, ruiu com a chegada da internet, que permite, potencialmente, que todos possam ser, ao mesmo tempo, produtores e consumidores de conteúdo, em um modelo de comunicação híbrido.
Isso não quer dizer que a TV ou o rádio estão com os dias contados, mas que não são mais os únicos canais de difusão de informações socialmente relevantes.
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Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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terça-feira, 16 de outubro de 2018
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