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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Sabia disso? Os parceiros das estrelas das revistas masculinas tinham ciúmes de papel colorido


por José Esmeraldo Gonçalves

A internet é também um equipamento de mergulho no passado. Não são poucos os canais - principalmente de podcasts - que fazem a arqueologia das celebridades. Se o fazem é porque os leitores pedem. As redes sociais repercutem nesse momento uma entrevista de Myrian Rios, modelo, atriz, ativista religiosa e ex-mulher de Roberto Carlos ao podcast Inteligência Ltda. Em um trecho do depoimento, ela fala da decisão de posar nua para a revista EleEla. Myrian alega que se arrependeu do trabalho e que aceitou o convite da revista "para pagar as contas". "Não foi confortável fazer, ainda mais com 17 anos", ela acrescentou.

Parece haver alguma inconsistência em datas. A então modelo e atriz posou pelo menos duas vezes para a EleEla, em fevereiro e julho de 1978, fotografada pelo renomado Indalécio Wanderley. Até aqui, a única menor de idade que posou nua para revistas masculinas de uma grande editora era Luciana Vendramini, que foi capa da Playboy, da Editora Abril, em 1977, fotografada por JR.Duran, aos 17 anos.

Remanescentes da antiga redação da extinta EleEla, da Bloch, não confirmam a informação de que Myrian fez as fotos com menos de 18 anos. Vamos a alguns marcos da carreira de Myrian Rios. Ela estava no elenco da novelas da Globo "Escava Isaura", que foi ao ar en 1976-1977. E "Pecado Rasgado" (1978). Foi a notoriedade que as novelas lhe deram que despertou o interesse dos editores da EleEla. Segundo uma informação da Wikipedia até agora não desmentida, Myrian Rios nasceu em 10 de novembro de 1958, em Belo Horizonte, segundo declarou à Manchete em matéria assinada por Ronaldo Bôscoli em 1979. Teria, portanto, quando posou para a ElaEla, 20 anos incompletos.

Outra informação que pede maior clareza é a alegação de que Roberto Carlos teria conprado todas os exemplares da EleEla nas bancas e teria adquirido diretamente dos arquivos da Bloch todos os cromos que registravam os ensaios de Myrian Rios. Aí há, talvez, um lapso de memória. A relacionamento de Myruan Rios e Roberto Carlos teria começado já nos anos 1980. Até 1979, Roberto Carlos estava casado com Cleonice Rossi e certamente as edições citadas da EleEla nem mais estavam em bancas.

Mas há um fato curioso que sustenta parte dessa versão. Manchete, Fatos & Fotos e Amiga acompanharam desde o começo dos anos 1960 a trajetória de Roberto Carlos. Era um personagem essencial. Através de repórteres, fotógrafos e editores, ele desenvolveu uma inegável aproximação com as revistas da editora que foi uma das maiores do país. Em especial, tinha contato com Salomão Schwartzman, diretor da Bloch na sucursal de São Paulo. O que circulou, na época, nas redações da Bloch, na rua do Russell: Roberto Carlos teria pedido a Salomão que intermediasse uma solicitação a Pedro Jack Kapeller, superintendente da Bloch, no sentido de lhe entregar todos os cromos dos ensaios da atriz para EleEla guardados noa arquivos fotográficos da editora. Myrian, no podcast, diz que Roberto comprou tais fotos. Até poderia ser. Outra versão, contudo, circulava nos corredores do Russell. As imagens teriam sido cedidas amigavelmente em nome do bom relacionamento da editora com o cantor. Mas isso só aconteceu no começo dos anos 1980. Coincidência ou não, Salomão entregou muitas reportagens exclusivas com Roberto e Myrian nos anos seguintes. Manchete estampou em capas a primeira foto do casal, além de cobrir o esperado e midiático casamento. Vamos combinar que a cessão gratuíta de fotos faz mais sentido, até porque os valores não seriam expressivos para uma empresa do porte da Bloch, na época. Além de ser mais inteligente privilegiar o relacionamento com os personagens.

Uma "negociação" parecida teria ocorrido entre a Bloch e outro casal famoso. Xuxa também posou para a ElaEla. Pelé, a quem ela namorou nos anos 1980, teria agido para resgatar arquivadas nas estantes então analógicas da Bolch. Os implacáveis corredores do Russell também contavam que Pelé teve a aprovação do mesmo superintendente para driblas a posteriadade e não deixar provas públicas da sensualidade da Xuxa para a EleEla. É possível. É. Mas será que Pelé também resgatou as fotos da Xuxa para a Playboy, da Abril? Se resgatou, EleEla e Playboy, hoje extintas, levaram a verdade para o "túmulo" gráfico das revistas masculinas.

De qualquer forma, pedidos desse tipo parecem uma prova de machismo ancestral dos envolvidos.Se ocorreram, são casos lamentáveis de ciúmes de papel colorido. Ter posado para revistas masculinas só dizia respeito às modelos assim livremente contratadas. Nas décadas de 1970 e 1980 o Brasil era uma ditadura, mas não uma teocracia como Irã e Arábia Saudita.

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Fotomemória: Roberto e Erasmo by night

 

Roberto e Erasmo Carlos, 1966. Foto Manchete/Zigmunt Haar


“Roberto Carlos e Erasmo Carlos sempre rodeados de belas garotas”. É o que destaca a Revista Manchete de 22 de janeiro de 1966.
Naquele ano Roberto Carlos lançou um disco com grandes hits como “Eu te darei o céu”, “Esqueça”, “Nossa Canção”, “Namoradinha de um amigo meu” e “Negro gato."
A foto e as informações acima foram garimpadas pelo site História. O Panis Complementa: a foto foi publicada pela Manchete como parte de uma matéria maior com o cantor - "Roberto Carlos - um fenômeno entre fenômenos" - assinada por Odacir Soares, com fotos de Zigmunt Haar. A legenda não identifica as acompanhantes de Roberto, que acaba de comemorar 81 anos, e Erasmo supostamente na noite paulista. Uma curiosidade:  o grupo comportado parecia dividir uma Coca-Cola. Ou a mesa foi reformatada antes da foto em nome da imagem certinha dos ídolos da Jovem Guarda. Sobrou apenas uma taça (esquecida?) à frente de  Erasmo.


sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Nos tempos da Frei Caneca: O Rei e o paletó do Ledo Ivo • Por Roberto Muggiati


Na reprodução, Roberto e Erasmo Carlos posam para a fotógrafa Eveline Muskat, da Manchete, em frente ao antigo Cine Bruni Flamengo, que estreava o filme Help, dos Beatles, em 1965. 

Novembro de 1965: O segundo filme dos Beatles, Help, estreava no Rio e eu estreava na Manchete. Depois de uma tranquila carreira na Gazeta do Povo, iniciada aos 16 anos na minha Curitiba natal, e de dois vitoriosos anos no Centre de Formation des Journalistes em Paris e três anos no Serviço Brasileiro da BBC em Londres, eu me via na estaca zero da profissão e num outro país: o Brasil da ditadura militar. Nada mais hostil a mim, descendente de velhos anarquistas italianos. 

Na Manchete, um estranho no ninho, fui encaixado na categoria de repórter especial porque falava várias línguas. Mas nada disso importava. Naquela casa de loucos, a ordem era o caos. Foi assim que, à hora do almoço num dia do fechamento da revista, recebi a incumbência de entrevistar Roberto Carlos sobre o novo filme dos Beatles. Como chegar ao Rei, que começava a se tornar uma figura inacessível? Naquele justo momento ele estava gravando seu programa na Rádio Guanabara, num arranha-céu da Cinelândia ao lado do Teatro Municipal. Tive de romper a barreira de uma turba de tietes (já não as chamavam mais de macacas de auditório) até chegar ao Rei. Ao contrário do que eu temia – e com uma simplicidade plebeia – topou me acompanhar até o Cine Bruni, na Praia do Flamengo, onde passava Help. Erasmo Carlos, seu parceiro no programa Jovem Guarda, da Record, que estreou em agosto daquele ano, também tripulava o conversível. A tarimbada fotógrafa Eveline Muskat sabia que tipo de imagem emplacava página dupla na revista e ordenou a RC que ficasse de pé no seu carrão conversível, com os braços abertos para a marquise ao fundo da foto com as letras garrafais HELP • SOCORRO • OS BEATLES. 

Ledo Ivo 

Agora era só voltar à redação e “bater” a matéria na velha Remington. Tarefa aparentemente fácil, se não envolvesse os novos deuses da canção, no caso o Rei em pessoa. Pouco tempo depois, Chico Buarque estourava com A Banda e a Manchete encomendou um perfil literário do jovem “cantautor” ao poeta Ledo Ivo, renomado tradutor de Rimbaud (autor de Le Bateau Ivre, que os invejosos da redação chamavam de Le Bateau Ivo.). 

Inseri o nome do Ledo Ivo porque ele é praticamente o personagem principal dessa história. Repórteres de elite como ele e outro poeta, Homero Homem, costumavam chegar à redação por volta das onze horas, tomar uns cafezinhos, jogar conversa fora e subir para o almoço no oitavo andar às treze horas. Não havia ar condicionado em Frei Caneca e ventiladores com pás enormes como hélices de avião, tentavam em vão aliviar o calor. Ao chegar, os jornalistas imediatamente se desfaziam dos seus paletós, que colocavam em cabides num closet à entrada da redação, Quando parti esbaforido atrás de Roberto Carlos, peguei às pressas meu paletó de tropical cinza e o vesti atabalhoadamente enquanto embarcava no carro da reportagem que nos levaria na caça ao Rei. Só nos corredores da Rádio Guanabara, ao levar a mão ao bolso em busca do meu caderninho de notas, me dei conta de que tinha pegado o paletó errado. O tropical cinza superpitex ejetou uma polpuda e surrada carteira de couro preta, com todos os documentos, dinheiros, talões de cheque e fotos de família a que tinha direito. Numa das fotos, Ledo e Leda, o casal. Apavorei. 

Ô cara azarado! Eu tinha de pegar logo o paletó do Ledo Ivo! Alagoano com fama de mau de humor e bom de peixeira, autor do romance Ninho de cobras... Aquela gafe certamente iria dar pano pra manga no meio jornalístico, entraria sem dúvida para o anedotário dos focas. 

De volta à redação, senti um sopro de esperança: os comensais ainda não haviam voltado. Adolpho Bloch caprichava nas suas cozinhas e dizia que “a Manchete era um grande restaurante que, por acaso, imprimia revistas...” Recoloquei cuidadosamente o paletó da discórdia no seu cabide e respirei aliviado. Ledo Ivo entrou para a Academia Brasileira de Letras – seu grande sonho – na sua 9ª tentativa, em 1986. Imortal, morreu em Sevilha aos 88 anos, em 2012, sem nunca ter chegado a saber das aventuras em que o seu paletó havia se metido meio século antes naquela conturbada hora do almoço em Frei Caneca.


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Exposição do fotógrafo Renato dos Anjos, que foi colaborador da Manchete, em Nova York, revisita os Anos 80. Mostra, que será aberta nesta quinta-feira na galeria Saddock 207, em Ipanema, é puro clima "disco"

A fota acima foi publicada no Globo, hoje, na coluna Gente Boa, de Cleo Guimarães, com uma chamada para a exposição do fotógrafo Renato dos Anjos, que será aberta a partir dessa quinta-feira, em uma nova galeria carioca, a Saddock 207. em Ipanema. A mostra "Anjos 80" já esteve em cartaz recentemente, em São Paulo. Como sugere o nome, trata-se de uma viagem ao final da década de 1970 e meados dos Anos 80. Morando em Nova York, na época, Renato dos Anjos, que um pequeno equívoco no texto reproduzido chama de "Roberto" dos Anjos, foi um dos colaboradores acionados pela Manchete na Big Apple. Ela trabalhou também para a Vogue, Folha de São Paulo e revistas francesas. Eram os tempos disco do Studio 54, das casas de Ricardo Amaral, Club A, Alô, Alô. Foi ao cobrir uma temporada de Roberto Carlos em NY para a Manchete que o fotógrafo apresentou Dustin Hoffman ao cantor brasileiro, em 1981. Entre outras 40 imagens da exposição de Renato dos Anjos estão celebridades internacionais, como Frank Sinatra, Andy Warhol, Brooke Shields, Jack Nicholson, Mick Jagger, Catherine Deneuve, Gérard Depardieu, Caroline de Monaco e Valentino. Entre os brasileiros fotografados no clima novaiorquino, nomes como Pelé; Sônia Braga e Luiza Brunet.
Exposição "Anjos 80": Rachel Welch em foto de Renato dos Anjos

Brookr Shields na exposição  "Anjos 80, na galeria Saddock 207, em Ipanema. Foto de Renato dos Anjos. 

domingo, 16 de agosto de 2015

"Jovem Guarda" comemora 50 anos. Mas apenas cinco anos depois da estreia do programa da TV Record, que consolidou o sucesso do iê-iê-iê, a Fatos & Fotos já duvidava do futuro de Roberto Carlos. E o próprio cantor achava que faria carreira no cinema e se dedicaria a estudar música e orquestração.

Na capa da Fatos & Fotos, em 1969, dúvidas sobre o futuro de Roberto Carlos.




Em 1969, RC tinha 26 anos. A Fatos&Fotos pediu à pintora Marília Brito que mostrasse como ficaria o rosto do cantor ao 40 anos, em 1984. A artista plástica o desenhou mais gordo, com rugas e pés-de-galinha e uma peruca para esconder a calvície.




por José Esmeraldo Gonçalves
O programa "Jovem Guarda", da TV Record, entrou no ar em 1965, há 50 anos. Embora Roberto Carlos e sua turma já frequentassem algumas paradas de sucesso, a data marcou o começo do movimento musical que "traduzia" o rock para a juventude brasileira. O programa estreou no dia 22 de agosto  e ficou no ar até 1968. Com a ditadura já evoluindo no palco político, as músicas de protesto ou "engajadas", como se rotulava, ganhavam mais espaço. Em 1969, o programa "Jovem Guarda" era passado e o cast do iê-iê-iê continuava rebolando mas, no caso, em busca de novos caminhos. Muitos, como o próprio Roberto, trocaram a irreverência pelo romantismo. Por isso, a Fatos & Fotos, em dezembro de 1969, edição 462, fez uma matéria de capa com o cantor. Na chamada, lançou uma questão: Quanto vai durar Roberto Carlos? A repórter Margarida Autran entrevistou o "rei da Jovem Guarda" e, logo na abertura do texto, constatou: "Ele mudou. Parece mais tranquilo, mais maduro. Embora esconda seus 26 anos sob um ar de 22, assim como disfarça um princípio de careca com a franja puxada sobre a testa (...) Fala quase sem gírias - passou o tempo da brasa, mora. De rei da jovem Guarda restam apenas dois anelões na mão direita e a pulseira de corrente com o seu nome: Roberto Carlos". 
Na entrevista, o próprio Roberto falava, ainda, sobre novos rumos. "Vou me dedicar ao estudo da música de uma forma mais profunda. Talvez até fazer orquestrações". Na época, ele filmava "Diamante Cor-de-Rosa" (seu segundo filme, após "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura'. Talvez seduzido pelas câmeras, achava que faria carreira no cinema. O diretor Roberto Farias arriscava dizer que, de um cantor que fazia cinema, RC se tornaria uma ator que cantava. E revelou o tema do seu próximo filme: "Será uma história real, acontecida no Rio de Janeiro há dez anos, de um professor de violino que se apaixona pela aluna. Os dois se matam e seu enterro é acompanhado por uma multidão". O filme não foi feito, Roberto não se tornou um maestro e, ao contrário da chamada de capa, que lançava dúvida sobre seu futuro, permaneceu no cenário musical. Dali pra frente, parodiando uma das suas canções, tudo foi diferente: a revista não acertou suas previsões e Roberto, muito menos, cravou seus projetos de estudar orquestração e fazer carreira no cinema. Mas, ironicamente, sobreviveu à Fatos & Fotos, que deixou de circular regularmente em 1984.



quinta-feira, 4 de junho de 2015

Embrulha e manda: pescaria de 'notícias' como elas são...

por Omelete
* Roberto Carlos, através do "Instituto Amigo", criado por ele em 2013 como instrumento para pressão pela proibição das biografias não-chapas brancas, foi admitido pela ministra Carmen Lúcia para participar do julgamento da questão que se arrasta no STF. Roberto defende que biografias de personalidades devem ser autorizadas pelas próprias ou suas famílias entes da publicação. Na prática, essa questão joga o Brasil na rabeira da liberdade de expressão praticada na maioria dos países. Roberto já obteve vitórias na Justiça, caso da proibição e banimento de um livro que focalizava aspectos da sua carreira e vida. Ele foi surpreendentemente admitido para participar do julgamento como "amicus curiae" (amigo da Corte) por supostamente poder ajudar o STF a decidir. Não se sabe se Roberto vai de toga ao tribunal. Nem se vai cantar Emoções para a ministra.
* No meio dessa investigação do FBI sobre a Fifa, o lado bom foi botar na cadeia, pelo menos por enquanto, uma das figuras proeminentes da ditadura militar. Já que a tortura, assassinatos, atentados a bomba e corrupção da época não valeram xilindró pra ninguém, pelo menos esse ex-governador nomeado de São Paulo puxa alguma cana. O lado subterrâneo da investigação é a ação política que mira a Copa de 2018, com sede na Rússia, o adversário dos Estados Unidos na nova "guerra fria". Alguns depoimentos já dão o esquema de propinas da Fifa como tendo sido montado no começo dos aos 1990, no mínimo. Um dos delatores já admitiu ter recebido comissão para venda de direitos de TV em 1993. Seletivamente, o FBI está considerando investigar apenas da Copa de 1998 prá cá. Convenientemente, é esquecida a Copa de 1994... nos Estados Unidos. Eu, hein?
* Cantinho do humor - Uma perguntinha: a Câmara dos Deputados vai construir um grande shopping. Ok, o ramo do comércio está aberto para qualquer empreendedor. Mas os deputados vão continuar com crachá de parlamentar ou passarão a usar crachá de lojista? No plenário, serão chamados de Sua Excelência ou de Sr. Comerciante? Haverá Comissão Parlamentar para decidir liquidações e promoções de Natal e Dia das Mães? São muitas dúvidas diante da grandiosidade do empreendimento. Sem falar no pioneirismo. O Brasil passará a se orgulhar de ter o único Congresso do mundo a sediar lojas, lanchonetes, cinemas, academias, talvez igrejas ou quiósque da Mãe Tatá que-traz-seu-amor-de-volta-em-dois-dias, bares, restaurantes supermercado, peixaria, etc. Não está decidido ainda se cada deputado receberá um cartão de crédito sem limites para compras no complexo debitadas no erário ou se quantos funcionários cada parlamentar terá direito de indicar para contratação nas lojas. Falta resolver o nome também; Câmara Mall, Parlashopping, Miami é Aqui, Câmara & Show,.. vai ser decidido em votação. Um dos atrativos da casa será uma criativa promoção: quem levar o título de eleitor e cadastrar com o cabo eleitoral terá direito a uma cesta de croquetes e uma caixa de refrigerante pirata.
* De um executivo do setor privado: "A atual crise se torna muito mais grave porque atinge as contas públicas. Quando o governo é obrigado a cortar custas, o setor dito privado vai pro buraco. É fácil entender: se o governo passa a comprar menos livros, as editoras tremem; se adia obras, as construtoras se abalam; se anuncia menos em jornais e revistas, as famílias proprietárias dos grandes grupos entram em pânico; se aumenta o juro para empréstimos amigos para o agronegócio, os ruralistas ateiam fogo às vestes; se o BNDES fecha a torneira, empresários choram rio de lágrimas". Resumindo: o Brasil precisa desestatizar a iniciativa privada.
* Ouvido no boteco: Juiz, investigadores, promotores andam deprimidos: o caso Fifa tirou, no momento, a Lava-Jato do noticiário.
Instagram

Instagram
* Nova onda na internet: mulheres postam no Instagram fotos com latas e garrafas de Coca-Cola presas entre os seios. Mas só para quem não precisa usar as mãos para sustentar as embalagens.
* Zico quer ser presidente da Fifa. Entre seus projetos, investigar a Copa de 1986 para descobrir como é que foi que ele perdeu o pênalti que mandou o Brasil de volta pra casa. Parece que um cara da Fifa cavou um buraco na marca do pênalti e encheu de cola de sapateiro.
* Há alguns anos, a TV da igreja do bispo universal, a Record, fez uma campanha para dizer que está a caminho do primeiro lugar em audiência. Não se sabe que fim levou esse objetivo. O que há de concreto é uma campanha que o SBT pôs no ar comemorando um ano de vice-liderança.
Reprodução Internet
* Não deixa Alkimin saber disso mas os chineses acabam de estrear uma professora-robô. O tucano, cujos professores estão em greve há meses, adoraria terceirzar para a robótica as escola paulistas. O foto da robô chinesa dando aula está aí. Só que a "fessora' parece uma boneca inflável.


* Pagou, limpou a ficha. Por 40 milhões de dólares, a Suiça finge que não existiu o Swissleaks. Como se sabe, havia brasileiros envolvidos no estouro das contas secretas. Se a investigação parou lá, por aqui, onde já andava cambaleante e fora da mídia, a pizza já saiu do forno. Suspeitas de sonegação, lavagem de dinheiro e até contas que guardavam produto de corrupção, vai tudo ficar al dente. O noticia saiu hoje, em pleno feriado, a tempo de coxinhas e uns e outros comemorarem o fim desse incômodo.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Eduardo Lages, o maestro do rei

Reprodução Revista Contigo!

Reprodução Revista Contigo!
por José Esmeraldo Gonçalves (especial para a revista Contigo!)  (*)
Ao lado das notas musicais, os números estão, por esses dias, na partitura do maestro Eduardo Lages. Aos 68 anos, completados no dia 11 de março, ele comemora 50 anos de carreira, dos quais 38 comandando a orquestra que acompanha Roberto Carlos, 74. A data é celebrada no palco - o cenário preferencial e onipresente da longa trajetória do pianista, arranjador e compositor niteroiense-, com o espetáculo “Eduardo Lages e Orquestra: o Maestro do Rei em Toda Brasileira é uma Diva”. O musical estreou no Teatro Bradesco, em São Paulo, no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e seguirá, nos próximos meses, em turnê por várias capitais.“Ando na rua e as pessoas me chamam de ‘maestro do rei’. Às vezes, começam a conversar e perguntam qual é o meu nome mesmo (risos). Eu me acostumei e tenho o maior orgulho disso. Até brinco que eu queria ser o rei dos maestros, não consegui mas virei o maestro do rei”, diz, bem-humorado. Eduardo Lages recebeu a Contigo!em sua casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Uma escada em espiral leva ao terraço e a uma sala, na cobertura do apartamento. Um mix de ambiente social e de criação. Em um canto da sala, um piano. Ali certamente foram esboçados e começaram a nascer arranjos marcantes de muitas canções de Roberto Carlos. Na parede, acima do piano, discos de ouro emoldurados lembram o sucesso de alguns dos sete CDs, além de um DVD, da carreira solo do maestro. Poderia haver mais troféus expostos – ele venceu vários festivais da canção -, mas há um bom motivo para não congestionar as paredes. “Minha mulher (Mércia Lages, 68, com quem é casado há 42 anos) diz, com razão, que isso aqui é uma sala, não é uma gravadora”, brinca.
Guardado em uma estante, destaca-se um bandolim que pertenceu ao pai, um médico que gostava de realizar saraus musicais na casa da família no Fonseca, bairro de Niterói (RJ). “Com outros médicos, ele formou um conjunto chamado “Doutores da Ribalta”. O grupo fazia serestas às sextas-feiras e convidava artistas conhecidos, como Sílvio Caldas, Ciro Monteiro e Luís Reis. Garoto ainda, vi esse pessoal de perto. Até os 13 anos, eu estudava música clássica, que foi a minha formação, mas aquelas reuniões me despertaram para a música popular”, recorda, enquanto folheia uma pasta com recortes de jornais e revistas que registram momentos da sua carreira e mostra programas de concertos de música clássica no Teatro Municipal de Niterói. Em um deles, aos oito anos, tocou Polichinelle, de Rachimaninoff. Naquela época, a quem perguntasse o que queria ser quando crescesse, respondia no ato: “Quero ser maestro”. Conseguiu. Mas o caminho até o sucesso teve escalas inusitadas. 

Igreja & Cabaré

Aos 18 anos, quando se profissionalizou, Eduardo Lages tocava em uma igreja católica e, em seguida, ia para um cabaré. “Ali ganhei meu primeiro cachê. Não havia grandes casas de show e aqueles lugares tinham palcos grandes e recebiam políticos, empresários, autoridades. Ângela Maria, Caubi Peixoto e muitos músicos se apresentavam nos antigos cabarés”, conta. Assim, o futuro maestro passava da música sacra em órgão acústico para boleros profanos entoados ao piano do tipo “armário”. “Eu ia do céu ao inferno em poucos minutos. Quando contei isso no show, um cara levantou na plateia gritou ‘não necessariamente nessa ordem”, diverte-se. Às lembranças musicais da infância, Eduardo Lages soma um drama. Em 1961, ele era uma das crianças que estavam na plateia do GranCircus Norte-Americano, em Niterói. Três mil pessoas assistiam ao espetáculo quando começou um incêndio, de origem criminosa, atribuído a um ex-funcionário que havia sido demitido. A tragédia resultou em cerca de 400 mortos, dos quais 70% eram crianças. “Quando consegui sair do circo, em meio ao pânico, fui correndo até em casa, que ficava perto, avisar minha mãe. E voltei ao local. Lembro-me da cena dos animais fugindo. Eu tinha ido ao circo com um grupo de coleguinhas, oito deles morreram. Demorei a esquecer e, às vezes, ainda tenho uns sonhos estranhos”, conta.
A inspiração dos saraus domésticos, a experiência como pianista de cabaré e a vida nada fácil de músico clássico, iniciante, levaram Eduardo Lages a explorar as possibilidades da música popular. A família, mais cautelosa, preferia que ele tentasse uma carreira mais estável. Fez vestibular para Engenharia, passou, matriculou-se, mas havia o MAU no meio do caminho, na virada dos anos 1960/1970. Era o Movimento Artístico Universitário que reunia jovens sonhadores como Ivan Lins, Aldir Blanc, César Costa Filho, Gonzaguinha, entre outros. 

No tempo dos festivais

Os festivais de música simbolizavam uma porta da esperança para muitos compositores. Eduardo recorda que participou de umas dez competições. “Em Niterói havia um Festival da Canção Popular. Foram realizados quatro, ganhei três. Naquela época, atraiam gente como Sérgio Ricardo, Sergio Bittencourt e vários músicos e compositores que depois se tornaram famosos. O festival mais importante que eu ganhei foi o Internacional da Canção do México, em 1970, com a música “Razão de paz para não cantar”, composta com Alézio de Barros, interpretada pela cantora Cláudia Oliveira, 66, rival da Elis Regina, na época”, conta, acrescentando que a mesma música ficou em quarto lugar no 4° Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro. “Chegou um momento” – conta Eduardo – “que todo o grupo oriundo do MAU foi contratado pela TV Globo para fazer um programa chamado Som Livre Exportação”. O musical, apresentado por Ivan Lins e Elis Regina, durou pouco - ficou no ar de dezembro de 1970 a agosto de 1971 – mas abriu para Eduardo Lages as portas da TV Globo, que o contratou como arranjador. “Trabalhei em um programa de humor, ao lado da Sandra Bréa e da Christina Nunes, chamava-se “Uau”, passei pelo programa do Moacyr Franco e pelo Fantástico”. Gostava de fazer aberturas de programas. Fiz um arranjo para a famosa introdução instrumental do Jornal Nacional, a música The Fuzz, de Frank de Vol,e fui o primeiro maestro do “Globo de Ouro”, completa. Foi neste programa que Eduardo Lages se aproximou de Roberto Carlos, que toda semana estava lá com alguma música na parada de sucesso. “Há pouco tempo, me lembrei de um fato interessante. Por volta de 1974, eu trabalhava com Benito di Paula, cujo empresário, Marcos Lázaro, era o mesmo do Roberto. Um dia, o pianista do RC7 teve um problema de saúde e o Marcos Lázaro me pediu para substituí-lo durante uma turnê no interior de São Paulo. Engraçado é que ensaiei com a banda, sem o Roberto, só o vi no palco e não tive chance de maior contato. Trabalhei também no Chiko’s Bar, era um point do Rio de Janeiro, todo artista estrangeiro que vinha ao Rio passava lá. 

Regendo a orquestra de Sinatra

Foi onde conheci Frank Sinatra, Michel Legrand, Liza Minelli e onde toquei piano a quatro mãos com Burt Bacharach. Roberto frequentava o Chiko’s, mas só fui conhecê-lo melhor mesmo no Globo de Ouro”, recorda o maestro.  “Foi através do Luís Carlos Miéle e do Ronaldo Bôscoli, que eram diretores do programa de Natal do Roberto. Fiz 37 desses especiais anuais. Os primeiros ainda como funcionário da Globo”, acrescenta.
Ao ganhar a confiança do cantor, Eduardo Lages foi integrado à orquestra. “Era uma época em que ele viajava muito. Eu tinha que me ausentar da Globo, às vezes eram temporadas de 15 dias na Europa. Eu pedia para o Roberto ligar para o Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, então superintendente da TV Globo) para quebrar meu galho. Até que não deu mais. E o trabalho com o Roberto passou a ser minha prioridade”, revela, destacando que uma motivação a mais para trabalhar com o cantor foi a oportunidade de reger uma orquestra. “Sempre fui fascinado por orquestra. Foi um dos motivos que me fizeram aceitar o convite”, conta ele, que entrou então no ritmo de turnês e shows de um ídolo popular. Hoje, segundo o maestro, Roberto Carlos tem naturalmente um ritmo mais tranquilo e programado de trabalho. “Mas há quase 40 anos, o público era de agarrar e rasgar a roupa até mesmo dos integrantes da banda. Éramos jovens. Para nós, era uma festa. Pegava-se mulher (risos). Às vezes, passávamos três meses fora. Ficávamos todos juntos no mesmo hotel. Hoje, é diferente, cada um viaja no seu horário, Roberto tem o jatinho dele. Os shows são grandiosos, em locais melhores. Era uma outra época”, conta. 

O dia em que o show parou

As lembranças certamente dariam um livro, como a autobiografia que Roberto Carlos está elaborando, segundo ele mesmo revelou no ano passado. “Ele está escrevendo um livro? “Eu também já falei que eu vou escrever um livro. Está na cabeça. Às vezes, quando Roberto me pergunta se já fiz um determinado arranjo, respondo, brincando, que não mas as notas musicais estão na minha cabeça, é só balançar que caem. Assim é o meu livro”, diz, rindo. Uma história que estará na provável biografia do maestro, caso a sua cabeça um dia dê uma sacudida nas letras, aconteceu no México. “Eu caí na plateia”, adianta Eduardo. “O show estava correndo e o empresário tentava avisar ao Roberto que uma autoridade havia chegado. Um prefeito, algo assim. Eu estava de costas para a público e fui recuando para ficar no campo de visão dele e fazer um sinal. Andei de costas até cair na plateia. Lembro da sensação terrível de pisar no vazio. O show parou, mas saí aplaudido”, diverte-se ele, que recorda também um dos momentos mais marcantes da trajetória ao lado de Roberto Carlos. “Quando Frank Sinatra veio ao Brasil, em 1980, fui a um ensaio dele, com orquestra completa, em um hotel, no Rio. Fiquei deslumbrado. Só pensava em ter um dia uma orquestra daquela para trabalhar. Um mês depois, fui fazer um show com Roberto em Nova York. Naquela época, a gente não viajava com toda a nossa orquestra, que era completada com músicos locais. Eu fui antes, com esse objetivo. Lá procurei um contractor, que agencia instrumentistas. Era um baixinho, com cara de mafioso, fumando charuto, e eu com meu inglês ruim para caramba, falei: ‘Olha, eu quero quatro trompetes, trombones, saxofone, harpa, um oboé, doze violinos, quatro violas...”. Ao saber que eu era brasileiro, ele disse que adorava o Rio e que estivera na cidade um mês antes. Perguntei o que tinha ido fazer no Rio. “Fui como Frank”. “Que Frank?”, eu quis saber. “O Sinatra”, disse o baixinho. E mandou essa: “Esses músicos que você está contratando são os músicos do Sinatra. Ou seja, em poucos dias, realizei um sonho como eu jamais imaginaria. Foi uma das coisas mais bonitas que já aconteceram comigo. Tudo isso, o Roberto me proporcionou.Tenho consciência de que estou fazendo o meu show por causa dele. Claro, o tenho o meu valor, minha carreira solo. Mas as pessoas procuram o maestro do rei, tenho consciência disso e não me incomodo, tenho orgulho. A gente briga, mas atrito só de trabalho, tem coisa que ele gosta que eu não gosto, mas eu respeito. No final faço o que ele gosta, quem manda é ele”, brinca, admitindo que, no começo, o diálogo com Roberto era mais difícil. Hoje, como se diz de jogadores de futebol super entrosados, eles se entendem, literalmente, “por música”.  “Atualmente, eu o conheço bem, é mais fácil. Roberto é um arranjador nato. Ele é um cantor, não precisa ser um exímio instrumentista, é muito intuitivo, muito musical. Às vezes, me mostra um som, cantarolando, que eu já sei o que ele quer. Em geral, a gente faz o arranjo junto, eu vou escrevendo até chegar a um ponto em que tem que botar os violinos, a orquestra em si, aí eu vou para casa, escrevo, mas a gente muda muita coisa durante a gravação. No princípio era mais complicado, eu fazia quatro cinco arranjos e, muitas vezes, acabava valendo o primeiro. Nós já chegamos a levar dois meses numa música só. É preciso muito cuidado com as músicas do Roberto, vou dizer porque: ele gravou umas mil músicas e tem, digamos, 200 sucessos na boca do povo. Então, se ele vai cantar “Detalhes”, eu não posso deixar de pôr isso (Eduardo Lages levanta-se e vai tocar ao piano as notas de abertura da famosa canção). Roberto trabalhou com grandes arranjadores que criaram acordes que passaram a fazer parte da música. Aquilo traz muita emoção e eu não mexo nessa essência que está enraizada no coração das pessoas”, explica.
O maestro, que tem 19 músicas gravadas por Roberto embora não se dedique à composição (“Faço uma música por ano. Eu começo a compor e acabo criando um arranjo, que também é uma composição”, diz), compartilha com o amigo um gosto musical mais romântico. “Sempre fui mais influenciado por maestros e arranjadores. Gosto muito do Michel Legrand, do Nelson Riddle, Don Costa, do maestro Chiquinho de Morais, que trabalhou com o Roberto. Gosto muito de Chopin. Chopin é o Roberto Carlos da música clássica. Não estou comparando, mas Chopin, como Roberto, tinha comunicação fácil com as pessoas”, justifica ele. A rotina de trabalho com Roberto é hoje bem mais previsível e calma. “Não somos de nos visitar, a gente encontra muito no estúdio dele, quando vai gravar disco. Na época do especial de fim de ano, trabalhamos por dois meses, além de shows, viagens. O maior contato é assim. Socialmente, não, ele não sai, eu não saio. Quando a gente está junto, é muita brincadeira. Roberto tem bom humor. Ele se sente muito bem com a banda. São pessoas que já estão com ele há muito anos”.
O ritmo mais calmo de trabalho a que Eduardo Lages se refere, também se reflete na sua vida pessoal. Pai de Camille, 41, Maria Eduarda, 38 e Christine, 35, as três, jornalistas, ele tem quatro netos: Nathalie, 18 e Enrico, 10, filhos de Camille; e Ana Luíza 14, e Maria Fernanda, 9, de Maria Eduarda. “Gosto de juntar todo mundo. Sou avô mais presente do que fui com as minhas filhas, na época em que eu mais viajava”, diz ele, que costuma pegar a neta mais nova na escola. Essa rotina, com direito a caminhadas na Lagoa Rodrigo de Freitas, só é interrompida pela turnê do show de comemoração dos 50 anos de carreira.

Espetáculo no Vivo Rio, dia 24 de abril

No dia 24 de abril, no Vivo Rio, será a vez do Rio aplaudir o espetáculo, apresentado pela Bombril,e que irá a Curitiba, no dia 22 de maio e Belo Horizonte, no dia 4 de julho, além de outras capitais em datas a serem ainda fechadas. “A comemoração veio quase sem querer. A ideia era ir além de um show com orquestra grande e mostrar um musical com falas, dramaturgia e performances. Eu me toquei depois que estou fazendo 50 anos de carreira. E um espetáculo alegre. Para você ter uma ideia, tem um momento em que a orquestra faz até uma “ola”. Além de 25 músicos no palco, temos as Cluster Sisters na parte teatralizada e de canto, músicas como ‘É o amor”, “Maria, Maria”, “Michelle”, “Eleanor Rigby”, “Como é grande o meu amor por você”, “Emoções”, entre outras.  A direção é de Ulisses Cruz e o roteiro de Vinicius Faustini. Claro que eu boto meus “cacos”.O show simula um programa de rádio onde sou o apresentador. Interajo com Ivete Sangalo em um telão. Ela faz uma participação gravada como uma ouvinte que entra em um concurso de adivinhação de músicas na rádio”, conclui Eduardo Lages, que vai transformar o show em um DVD.
Apesar das muitas afinidades com o rei, Eduardo Lages não é supersticioso. E veste marrom. Essa entrevista foi feita em uma sexta-feira, 13, pouco depois das 13 horas. “Outro dia, eu vestia uma roupa marrom e o Roberto olhou e só perguntou: “Está de chocolate hoje”?

(*) Com extras para o blog



terça-feira, 9 de julho de 2013

Roberto, Erasmo e Caetano fazem ginástica para disfarçar suas carecas



por Eli Halfoun
Alguns de nossos mais respeitados cantores-compositores não acreditam muito na velha máxima musical que “é dos carecas que elas gostam mais”. Pode até ser, mas nem por isso eles querem mostrar a grande perda de cabelos que chegou com a idade e procuram disfarçar de todas as formas. Exemplos: Roberto Carlos, 72 anos, que fez implante há muitos anos, tem uma cabeleira para tratar de puxar os poucos e comprido fios de cabelos que sobraram pra lá e para cá até conseguir fazer uma franja mínima. Já Caetano Veloso, 70 anos, espalha os poucos cabelos que lhe restam para o topo e depois joga pra frente. Erasmo Carlos, 72 anos, está mais conformado: deixa o cabelo crescer dos lados e atrás, já que por cima não dá mais. Como a força de seus talentos não está nos cabelos estejam carecas ou cabeludos continuam musicalmente perfeitos. Nada de força na peruca. (Eli Halfoun)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Sétimo Céu, 1959: o dia em que Roberto Carlos foi galã de fotonovela...


Roberto Carlos e Mary Fontes na capa da Sétimo Céu. Reprodução

"Assim Quis o Destino". fotonovela da revista Sétimo Céu

Roberto em cena. Reprodução
por José Esmeraldo Gonçalves 
Um mergulho no baú de um dos maiores fenômenos de comunicação no Brasil, a fotonovela, revela um fato curioso: em 1959, quando, já no Rio, tentava abrir caminho na música, Roberto Carlos ganhou alguns trocados como galã de um drama em imagens da revista Sétimo Céu, da extinta Bloch Editores. A fotonovela de RC chamava-se "Assim Quis o Destino". O argumento era de Mary Lee, direção de fotos de Victor Gomes, fotografia de Alberto Jacob. RC fazia o papel de "Ricardo" e contracenava com Mary Fontes (Rosinha). L. Loureiro (Júlio), Ilka Monteiro (Liana) e José Fulgêncio (Mordomo). Na época, Roberto era datilógrafo do Ministério da Fazenda e tocava em festinhas particulares. Essa fotonovela da Sétimo Céu teria sido seu primeiro trabalho artístico. Ele participou ainda de mais quatro histórias. Um delas, bem mais tarde, sobre sua própria vida.



domingo, 22 de maio de 2011

Show de Roberto Carlos em Jerusalém ganha DVD com direção de Jayme Monjardim

por Eli Halfoun
A nova parceria artística entre Roberto Carlos e o diretor Jayme Monjardim não ficará apenas no especial de fim de ano que, como vem fazendo desde 1974, o Rei gravará para a Globo. A pedido de RC, Monjardim será também o diretor do DVD gravado ao vivo no show que Roberto fará em Jerusalém, Israel. A realização do DVD com previsão de venda recorde é para possibilitar aos brasileiros que não conseguiram fazer parte da excursão assistir ao espetáculo que certamente será o mais emocionante da carreira do religioso Roberto Carlos. Tudo indica que a parceria não ficará por aí: a dupla já conversa sobre a idéia de fazer um super documentário sobre os 50 anos de carreira e os 70 anos de vida de RC. Mais do que um filme, um documento histórico daquele que é o artista mais popular do Brasil. Admirado. aplaudido e amado. (Eli Halfoun)

sábado, 16 de abril de 2011

Roberto Carlos vive drama: morre a filha Ana Paula

Roberto Carlos e Ana Paula. Foto:Reprodução do site RC
Na Manchete, RC com Nice, mãe de Ana Paula, e o casamento. Nice era desquitada e a cerimônia aconteceu no Paraguai já que no Brasil, na época, não havia divórcio.
Às vésperas de comemorar 70 anos, - no dia 19, quando faria um show em Vitória e receberia amigos para um jantar em Cachoeiro do Itapemirim - e um dia antes da missa que mandaria celebrar em homenagem à mãe, Lady Laura, que faleceu há um ano, Roberto perde a filha, Ana Paula, de 44 anos. Ela sofreu uma parada cardíaca, em casa, em São Paulo, nesta madrugada. Ana Paula era filha do primeiro casamento de Nice. Roberto a tinha como filha. 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Chico Anysio e Roberto Carlos: exemplo animador

por Eli Halfoun
É animador comemorar os 80 anos de Chico Anysio e os 70 anos de Roberto Carlos. Em um país (ou seria um mundo?) que praticamente condena ao esquecimento quem chega aos 60 ou mais anos, as novas idades de Chico e de RC mostram uma vez mais que idade pode até trazer limitações físicas, mas definitivamente não é limite para o talento e a criatividade. Chico e RC mostram isso e se fazem o exemplo maior de que é preciso continuar acreditando nos idosos da mesma forma que se acredita nos jovens. O comum é argumentar que o jovem representa o futuro. O idoso também é futuro. Pelo menos enquanto por aqui estiver e o deixarem mostrar talento, capacidade de trabalho e experiência. A vantagem do futuro dos idosos é que esse futuro tem passado. O jovem é um futuro que ainda precisa construir seu passado. É verdade que tanto Chico quanto Roberto não têm mais o vigor de ontem, mas o talento permanece inquestionável. Chico Anysio é para mim não só o maior humorista do Brasil, mas também nosso melhor ator (nenhum foi capaz como ele de construir tantos e tão sólidos personagens e que ainda por cima foram “inventados” por ele). Roberto Carlos pode não ser o melhor cantor e compositor brasileiro, mas é sem dúvida o único que atingiu inteira e certeiramente o coração e, portanto, a emoção de quase toda a população. Que as novas idades desses dois fabulosos artistas sirvam uma vez mais para mostrar que quem chega aos 70, 80 anos não pode ser simplesmente jogado e esquecido em um velho baú. Afinal, na vida somos todos sempre artistas de talento. Viver nos dias de hoje é acima de tudo uma questão de talento. (Eli Halfoun)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Luan Santana é o campeão em venda de CDs

por Eli Halfoun
Embora muitos críticos apostem que Luan Santana é um fenômeno musical passageiro como foi, entre outros, Felipe Dilon, a verdade é que o jovem cantor continua no topo, inclusive em venda de CDs. Dados da Associação Brasileira de Produtores de Discos confirmam que Luan Santana foi o campeão de venda em 2010, deixando o também fenômeno passageiro Justin Bibier em segundo lugar. A terceira posição é de Lady Gaga e a quarta da dupla Zezé Di Camargo e Luciano. AABPD apurou também que Ivete Sangalo é a líder em vendas de DVDs com o show gravado ao vivo no Madison Square Garden, nos Estados Unidos. Entre os compositores, o de maior sucesso e, portanto, faturamento, é Vitor Chaves, da dupla Vitor e Leo, seguido de Sorocaba, da dupla Fernando e Sorocaba. Nessa categoria Roberto Carlos ficou em 5o lugar. (Eli Halfoun)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Musa de Roberto Carlos na capa da TPM

A cantora Paula Fernandes continua em alta. Depois de desfilar na Baija Flor, escola que homanageou Roberto Carlos, ela é capa da TPM de março. A matéria diz que ela superou a depressão e "conquistou o rei Roberto Carlos. Na reprodução acima, algo mais: as belas pernas da musa do RC.

domingo, 13 de março de 2011

sábado, 22 de janeiro de 2011

Vermelho e azul na Beija para homenagear Roberto Carlos. Marrom nem pensar

por Eli Halfoun
O tratamento psicológico a que se submeteu para livrar-se de suas manias ajudou bastante, mas não foi suficiente para que Roberto Carlos perdesse a cisma que tem com algumas cores, especialmente a marrom. Por isso mesmo, ele pediu à diretoria da Beija Flor que não inclua nada marrom no desfile da escola do qual é o homenageado com o enredo. Tá feito: não haverá nada nem perto do marrom em qualquer carro, fantasia e alegoria Para agradar mais o homenageado a Beija decidiu que a escola priorizará as cores vermelho e azul celeste (preferidas de RC). O vermelho é para fazer alusão às rosas que Roberto costuma jogar para a platéia ao final de suas apresentações e a madrepérola azul para lembrar o profundo lado religioso do cantor. Se a escola perder não tem desculpa. Nem cor para botar a culpa. (Eli Halfoun)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Roberto Carlos e Paula Fernandes: a fofoca de todas as classes sociais

Paula Fernandes. Foto: Divulgação
por Eli Halfoun
Embora a preferência pela fofoca seja atribuída às classes sociais mais baixas, a verdade é que saber da vida alheia é interesse comum em todas as classes que também consomem (geralmente às escondidas) as revistas classificadas como fofoqueiras. Desde que se apresentou ao lado de Roberto Carlos em Copacabana, a bonita e correta cantora Paula Fernandes passou a ser o novo e grande amor de RC. Não adiantou os dois desmentirem o romance. Ninguém acreditou: em matéria de fofoca o público prefere acreditar naquilo que quer e muito mais em sua imaginação do que na verdade. É estranho também como quando se trata de um casal os fãs e ainda não aceitem que seja apenas amizade e que, como no caso, Roberto Carlos esteja apenas querendo “dar uma força” para a já sólida carreira de Paula Fernandes. Se era o que queria, conseguiu, mesmo sabendo antecipadamente que seria alvo de mais uma fofoca entre as muitas com que conviveu em seus 50 anos de carreira e 70 de idade que completará em abril desse ano.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Tá escolhido: Beija Flor já tem o samba-enredo que homenageia Roberto Carlos

por JJcomunic Ouça o samba-enredo da Beija Flor 2011. Clique AQUI
"A simplicidade de um Rei"
(Autores: Samir Trindade, Serginho Aguiar, JR Beija Flor, Sidney de Pilares, Jorginho Moreira, Théo M. Neto)
A saudade / Vem pra reviver o tempo que passou / Ah! Essa lembrança foi o que ficou / Momentos que não esqueci / Eu cheio de fantasias na luz do rei menino Lá no meu Cachoeiro / E lá vou eu... Era do rádio a onda me levar / Na Jovem Guarda o rock a embalar... Vivi essa paixão / Calhambeque belos dias / No festival a primazia / Amigos de fé guardei no coração
Quando o amor invade a alma... É magia / É inspiração pra nossa canção... Poesia / O beijo na flor é só pra dizer / Como é grande o meu amor por você
Nas curvas dessa estrada a vida em canções / Chora viola! Nas veredas dos Sertões / Lindo é ver a natureza / Por sua beleza clamei em meus versos / No mar navegam emoções / Sonhar faz bem aos corações / Na fé com o meu Rei seguindo / Outra vez estou aqui vivendo esse momento lindo / De todas as Marias vem as bênçãos lá do céu / Do samba faço oração, Poema, emoção!
Meu Beija-Flor chegou a hora / De botar pra fora a felicidade / A alegria de falar do Rei / E mostrar pro mundo essa simplicidade

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Beija Flor quer Roberto Carlos no Sambódromo

por Eli Halfoun
Nessa época do ano carnaval não é assunto interessante para os jornais, mas nas escolas de samba os preparativos para o desfile de 2011 já são intensos. A Beija Flor, por exemplo, trabalha em busca de uma autorização que lhe permita fazer da vida de Roberto Carlos o seu enredo. Por isso mesmo tratou de fazer uma educada “média” e foi a única escola de samba, a enviar um telegrama de condolências para Roberto pela morte de Lady Laura, sua mãe. Embora ainda muito abatido ( tinha uma ligação muito forte com a mãe) Roberto pretende retomar suas apresentações nos próximos dias e completará a turnê nos Estados Unidos.