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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Huawei, River Plate, Boca Juniors e espionagem: a guerra fria bate um bolão...

por Jean-Paul Lagarride

Na semana em que, a pedido dos Estados Unidos, o Canadá prendeu Meng Wanzhou, executiva da megaempresa Huawei - sob acusação de suposta espionagem, mas expondo o medo do Tio Trump com o avanço da China no front tecnológico de computação quântica -, o futebol dá um drible na política internacional.



Ao entrar em campo, ontem, no Santiago Bernabéu, para o jogo final da Libertadores, River Plate e Boca Juniors exibiam nas camisas o patrocínio da Huawei.

A gigante chinesa, que fabrica smarphones, laptops, tablets e equipamentos para redes e telecomunicações, também patrocina PSG, Atlético de Madrid e Borussia de Dortmund, Arsenal, América do México, Galatasaray, Sport Lisboa e Benfica.

O mundo está tão interligado e as coisas mais malucas tão entrelaçadas que até a nova guerra fria vai parar no futebol.


sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Afanaram a Libertadores

O jornal espanhol Mundo Desportivo usou um termo de orgiem africana - quilombo - para definir a chegada de River Plate e Boca Juniors a Madri. No Brasil, a palavra quilombo tem hoje conotação positiva e lembra a resistência dos negros durante a escravidão. Na tradução racista da Espanha, quilombo significa desordem, prostíbulo, lugar de devassidão. 

por Niko Bolontrin

O futebol sul-americano já está em nítida decadência e tenta resistir mesmo sufocado pela força do euro que leva craques, futuros craques e promessas de craques.

A Conmebol resolveu ajudar esse processo de desintegração levando a final da Libertadores para o estádio do Real Madri. O interesse é, claro, apenas financeiro, o resto é desculpa. Para isso, a entidade atropela os direitos do River Plate, do Boca Juniors e dos torcedores, a maioria, que não pertencem a facções e gostariam de ver seus times jogarem a decisão.

Se tumulto em futebol implicasse em levar jogo de um continente para outro a França jamais voltaria a sediar uma Copa do Mundo. Lá, em 1998, houve graves tumultos que causaram até a morte de um policial.

Agora mesmo, na Liga das Nações de 2018, houve quebra-quebra nos jogos Inglaterra X Espanha e Inglaterra X Eslováquia. E a Inglaterra deve se candidatar a sediar a Copa de 2030.

Recentemente, o site Red Bull listou as cinco torcidas mais perigosas do mundo. A primeira é inglesa, do Milwall Bushwackers, temida em todo o Reino Unido. A segunda é a UltrAslan, do Galatasaray, da Turquia. O lema deles ao receber adversários em Istambul é "bem-vindo a inferno". A terceira torcida mais violenta do mundo é La Doce, do Boca Juniors. Mas entre os barra-bravas, como são conhecidas as torcidas organizadas na Argentina, há vários outros grupos perigosos. A quarta torcida de alto risco e a do Estrela Vermelha, da Sérvia. Para complicar, são nacionalistas radicais e racistas. A quinta torcida mais intolerante é a do Lazio, clube italiano que foi ligado ao fascismo. São agressivos, racistas e levam suásticas para os estádios. Na Espanha, no começo deste ano, um policial morreu durante briga de torcedores do Athletc de Bilbao e Spartak de Moscou.

Mesmo assim, a Fifa e a UEFA não pensam em levar decisões europeias para o Butão.

A Conmebol leva Boca x River Plate para a Espanha por um motivo simples: viu nos condenáveis acontecimentos de Buenos Aires uma oportunidade de faturar alguma grana ou ouviu a irresistível conversa de empresários sortudos. Ou caiu infantilmente na conversa de Gianni Infantino, o presidente da Fifa, que não bate prego sem estopa. Só isso.

ATUALIZAÇÃO EM 02/12/2018 - O River Plate e o Boca Juniors se recusam oficialmente a jogar a final da Libertadores em Madri. Demonstram mais bom senso e respeito às suas torcidas do que a Fifa e a Conmebol com a estranha e nada transparente decisão de levar um dos mais históricos clássicos da América do Sul para a Europa. Aguarda-se a reação dos cartolas. Se, mesmo assim, o jogo se realizar, espera-se que depois de um dos tumultos que envolvem com frequência torcidas de clubes europeus em brigas e demonstrações de racismo, a Fifa traga para a América do Sul um dos seus jogos ameaçados por hooligans. A lamentar que boa parte da mídia esportiva brasileira declarou-se em colunas e mesas redondos a favor da exótica decisão da Conmebol e da Fifa. Esses coleguinhas acabam de ganhar o troféu Vira-Lata, com direito a beijar as mãos dos cartolões Gianni Infantino e Alejandro Dominguez.