sexta-feira, 27 de março de 2020

Midia: chegou a hora de mostrar o drama humano e a dura realidade da pandemia

A mídia brasileira faz, em geral, um bom trabalho na cobertura da pandemia do coronavírus. Tira dívidas, ouve especialistas, aborda os aspectos políticos e divulga as estatísticas. Cumpre um papel importantíssimo.
Errou no começo, ao perder o senso crítico e se deslumbrar com o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Desde o inicio, Mandetta foi reticente quanto a tomar ou sugerir ao Planalto medidas restritivas. A mídia não cobrou atitudes nessa direção. Provavelmente já retratava a imposição do "gabinete do ódio", a instância maior que aconselha o sequelado que dirige o país.
Isolamento e medidas que visaram diminuir a circulação de pessoas e reduzir a lotação nos transportes coletivos foram tomadas pelos prefeitos e governadores, com pesquisas mostrando que a população apoia o confinamento.

Nos últimos dias, sim, a mídia caiu na real quanto à política federal para a Covid-19 que, na contramão do mundo, faz pesada campanha publicitária para defender a volta ao trabalho, às escolas, comércio aberto e transporte urbano lotado precisamente no momento em que a contaminação dispara, junto com as mortes.

Temos um governo, talvez o único no mundo, que literalmente "apoia" o vírus. A "gripinha" como diz Bolsonaro, a "virose", segundo o rótulo agora adotado por Mandetta. O governo federal  considera como "de oposição" quem tenta combater a pandemia com seriedade.



Uma olhada nos telejornais e jornais da Espanha, França e Portugal é um choque. A cobertura nesses três países mostra cenas dramáticas que as TVs brasileiras têm até aqui evitado. São imagens do  interior dos hospitais, frequentemente flagrando a expressão do desespero de médicos e enfermeiras diante da agonia de pacientes, às vezes em camas enfileiradas em corredores. A França, por exemplo, já registra um morto a cada quatro minutos.

Hoje a CBN, que tem feito cobertura primorosa, botou no ar vários depoimentos de parentes de vítimas fatais da Covid-19 narrando seus dramas e fazendo apelos emocionados a todos para que levem a sério a pandemia.

Diante da campanha irresponsável do governo federal para combater não o vírus mas o combate ao vírus, a mídia brasileira deve mostrar o drama humano, as pessoas, as famílias que já contam seus mortos. Evitar a impessoalidade que transforma as vítimas em mera estatística. Será um alerta importante aos cidadãos desavisado no momento em que no Brasil -também caso único no mundo - milicias bolsonaristas prometem ir às ruas para protestar contra medidas adotadas por prefeitos e governadores na luta contra uma pandemia mortal e até ameaçam assassinar o governador de São Paulo, João Dória, que desafia a irracionalidade do governo federal.

Um comentário:

J.A.Barros disse...

Até o momento a mídia nos tem posto a par do que seja o coronavírus, através de milhares de entrevistas com médico, infectologistas, e outros mais. Até aí tudo bem, mas, aqui no brasil, como e de que maneira são tratadas as vítimas desse perverso vírus? Os seus enfermeiros , assistentes e médicos estão devidamente protegidos , por máscaras, macacões e outros utensílios protetores contra a contaminação? E em que condições materiais, as vítimas estão instaladas. Em camas regulares, em salas, ou quartos higienizados protegidos contra o vírus? Na verdade não sabemos nada e a TV vive repetindo por cada medico que entrevista as mesmas histórias sobre o coronavírus. Sabemos tudo ou quase tudo sobre esse vírus. Agora, não sabemos nada de como as vitimas são tratadas e como são tratadas. Ainda hoje, aqui na Internet, perguntada a uma médica ela repetiu tudo o que os outros já disseram mas ela trouxe uma novidade: aquele que se sentir ameaçado pelo coronavírus deveria procurar um Posto de Atendimento. Mas onde esses Postos? e ela indicou que tinha um Copacabana, outro na Barra da Tijuca e mais um Hospital dos Médicos – alguém sabe onde fica esse hospital dos médicos ? – E os que moram no bairros e subúrbios do Rio? Como vão chegar a esses elitistas Postos de Atendimento. Em Copacabana ? Na Barra da Tijuca ? Não vão chegar nunca e vão morrer sob terrível sofrimento sem atendimento próprio. Porque aqui no brasil está faltando todo o material adequado para socorrer uma vítima desse vírus. Estão sem as devidas máscaras protetoras, as efermeiras, médicos trabalham sem os macacões próprios e protetores contra o vírus e. muitos foram contagiados pelo coronavíru, e pior não tem os hospitais as máscaras respiratórias que salvam os doentes nas sua crises respiratórias.Na TV Globo, em lindos estúdios e em confortáveis poltronas, médicos e mais médicos são entrevistados em todos os programas repetindo o que os médicos anteriores já falaram. Não quero maisn\ ouvir um médico repetir o que é o coronavírus, quero saber em que condições são tratadas as vítimas desse cruel e invisível coronavirus – aqui no brasil – que vem infectando e matando no mundo inteiro.
A Itália, pediu aos países vizinhos que a socorre –se com o fornecimento das máscaras respiratórias que salvam vidas. Nenhum país respondeu, até porque eles também, se as estivessem, iriam usa–las no atendimento aos seus pacientes. Estamos realmente vivendo a célebre frase: "Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come"