Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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segunda-feira, 22 de junho de 2020
ONU lança versão brasileira de site de combate à desinformação
(do Centro de Informações das Nações Unidas - Rio de Janeiro)
A iniciativa global das Nações Unidas para combater a desinformação durante a pandemia do novo coronavírus ganha hoje a sua versão brasileira. Com o objetivo de aumentar o volume e o alcance de informações precisas e confiáveis sobre a COVID-19, o site ‘Verificado’ disponibiliza conteúdo inteiramente em português e pode ser acessado pelo endereço compartilheverificado.com.br.
O site Verificado traz dados, orientações e números relacionados ao novo coronavírus vindos de fontes seguras e confiáveis, graças a parcerias feitas pelas Nações Unidas com agências, influenciadores, sociedade civil, empresas e organizações de mídia.
quinta-feira, 21 de maio de 2020
Saravá, Sodré! Você previu o Grotesco, mas ele é muito pior do que se pensava... • Por Roberto Muggiati
Muniz Sodré Foto/ Divulgação ECO/UFRJ |
Muniz Sodré de Araújo Cabral, uma avis rara no universo jornalístico brasileiro.
Desde final de abril, nosso amigo, aos 78 anos, enfrenta bravamente o coronavírus. Vamos torcer por ele! Baiano de São Gonçalo dos Campos, região de Feira de Santana, além da meia dúzia de línguas mais banais que todos nós conhecíamos, Muniz Sodré tinha sólidas noções de latim e grego e falava russo fluentemente. Nos conhecemos na reportagem da Manchete em Frei Caneca, no início de 1966. Pelo domínio de idiomas e por nossa cultura geral, éramos “repórteres especiais” da grande revista. Eu tinha 28 anos, ele 24. Na época, o goleiro da seleção soviética, Lev Yashin, considerado um dos melhores do mundo (a URSS foi a quarta colocada na Copa de 1966), visitou o Rio. Pois Muniz Sodré entrevistou Yashin em russo e ainda, com ginga soteropolitana, cobrou um pênalti contra ele no Maracanã, bola de um lado, goleiro do outro.
– Pare de ser stakhanovista, Justino!
Lembro até hoje o berro indignado de Muniz Sodré na saleta de Frei Caneca, onde as reuniões de pauta eram honradas com a presença do Jaquito, o “delfim” do Adolpho Bloch.
O stakhanovismo foi um movimento que nasceu na União Soviética de Stalin em 1935 por iniciativa do mineiro Alexei Stakhanov, que defendia o aumento da produtividade operária com base na própria força de vontade dos trabalhadores. Enfim, Stakhanov era o típico “operário-patrão”. Muniz acusava o editor da Manchete de explorar vilmente os repórteres sem a devida recompensa pecuniária.
Quando o homem pisou na Lua, em 20 de agosto de 1969, Muniz Sodré era chefe de reportagem da Manchete. Muniz foi intimado a assistir ao evento com os Bloch no suntuoso prédio do Russell, recém-ocupado pelas redações, que fizeram o upgrade da deletéria Frei Caneca para a privilegiada vista do Pão de Açúcar. Muniz preferiu, naquela noite de domingo, ver o grande acontecimento em casa com a família. Por não demonstrar o almejado esprit de corps, na manhã seguinte foi removido do cargo de chefia. Tecnicamente, nada – a não ser uma improvável entrevista exclusiva do astronauta Neil Armstrong – exigiria a presença do chefe de reportagem na redação naquela noite. Mas os Karamabloch eram assim...
Em 1969, voltei da Veja em São Paulo para ficar os restantes trinta e tantos anos na Bloch, até a falência múltipla de 1º de agosto de 2000. Tornei-me o editor de Manchete que mais tempo ficou no cargo. Nenhum mérito nisso, apenas pura vaidade e burrice minha. Depois do episódio do Homem na Lua, Muniz Sodré afastou-se do jornalismo para investir mais na sua já brilhante carreira como filósofo da comunicação de massa e também como professor, com trabalhos publicados no mundo inteiro. Nós, que fomos tão próximos na época de Frei Caneca, nunca mais nos vimos – um afastamento de meio século – incrível isso, não, morando na mesma cidade? Uma estranha simetria: em 2011 fui eleito para a cadeira 33 da Academia Paranaense de Letras. Em 2019 Muniz Sodré foi eleito para a cadeira 33 da Academia de Letras da Bahia, na vaga de Mãe Stella de Oxóssi.
Um dos conceitos fundamentais na vasta e multifacetada obra de Muniz Sodré é o do grotesco. Ele o trabalhou desde o lançamento do livro A comunicação do grotesco: Introdução à cultura de massa no Brasil, em 1972, até os tempos atuais. Assim o definia: “O grotesco é a estética da diferença escandalosa entre forma e fundo, capaz de suscitar efeitos paradoxais e ridículos. É uma turbulência risível.” Chacrinha, o Velho Guerreiro do grotesco, decretou: “Quem não se comunica se trumbica...” Uma definição genial, rimada até. Os políticos aprenderam a lição da TV. Sílvio Santos não chegou quase à presidência? E Luciano Huck não é perseguido pela mosca azul? Os políticos não só botaram no chinelo os grandes comunicadores da TV, eles também se tornaram mil vezes mais grotescos. Brasília, fundada há 60 anos, no grotesco light dos fraques e cartolas ao sol tropical, aderiu ao ridículo tosco, sem o charme de JK, e tornou-se a capital mundial do grotesco. Flagrantes abundam na rampa dos insensatos e nas imediações da Praça dos Podres Poderes – é um espetáculo permanente.
Saravá, Sodré! Entre o coronavírus e a República dos Grotescos, salve-se quem puder!
segunda-feira, 18 de maio de 2020
Carnaval 2021 - Na torcida para que o corona deixe o samba sair e o Rio vá à revanche contra a pandemia
A Banda de Ipanema informa que só voltará a sair no carnaval quando houver uma vacina à disposição da população. Não é possível prever, ainda, o impacto da pandemia em 2021, mais precisamente em fevereiro, daqui a nove meses. E não é cedo para começar a falar nisso. O fato é que as escolas, principalmente, estão na expectativa, aguardando o que julho e agosto, meses importantes no cronograma de planejamento e preparação dos desfiles, vão mostrar.
Há cientistas trabalhando intensamente em vários países em pesquisas avançadas. Se não surgir até o fim do ano um coquetel de medicamentos ou uma imunização que detenha o coronavírus, blocos e escolas de samba poderão enfrentar restrições ou até cancelamentos inéditos, como o que anuncia Banda de Ipanema. Este seria o pior cenário.
No livro "Metrópole à Beira-Mar, o Rio Moderno dos Anos 20, o escritor e jornalista Ruy Castro conta que em 1919, após superar a Gripe Espanhola, os cariocas viveram o carnaval da revanche, a grande desforra contra a peste.
Quem sabe, 2021 não repete a dose?
Por enquanto, é torcer para que o vírus deixe o samba sair e cenas como a da foto se repitam no sambódromo no ano que vem. Depende dos cientistas. O samba no pé está nas mãos deles.
Há cientistas trabalhando intensamente em vários países em pesquisas avançadas. Se não surgir até o fim do ano um coquetel de medicamentos ou uma imunização que detenha o coronavírus, blocos e escolas de samba poderão enfrentar restrições ou até cancelamentos inéditos, como o que anuncia Banda de Ipanema. Este seria o pior cenário.
No livro "Metrópole à Beira-Mar, o Rio Moderno dos Anos 20, o escritor e jornalista Ruy Castro conta que em 1919, após superar a Gripe Espanhola, os cariocas viveram o carnaval da revanche, a grande desforra contra a peste.
Quem sabe, 2021 não repete a dose?
Por enquanto, é torcer para que o vírus deixe o samba sair e cenas como a da foto se repitam no sambódromo no ano que vem. Depende dos cientistas. O samba no pé está nas mãos deles.
sexta-feira, 15 de maio de 2020
Covid-19: o jogo mortal dos sete erros
A BBC aponta sete erros do Brasil no combate ao novo coronavírus.
1) Adesão irregular ao isolamento social
2) Anunciar futura flexibilização da quarentena
3) Falta de restrição de circulação durante feriados
4) Comportamento do presidente minimiza riscos e confunde população
5) Dissonância entre Bolsonaro, governadores e prefeitos confunde e dificulta diretriz única
6) Troca do ministro da Saúde dificultou adesão da população
7) Notícias falsas e promessas de curas milagrosas que desviam atenção da necessidade de isolamento
1) Adesão irregular ao isolamento social
2) Anunciar futura flexibilização da quarentena
3) Falta de restrição de circulação durante feriados
4) Comportamento do presidente minimiza riscos e confunde população
5) Dissonância entre Bolsonaro, governadores e prefeitos confunde e dificulta diretriz única
6) Troca do ministro da Saúde dificultou adesão da população
7) Notícias falsas e promessas de curas milagrosas que desviam atenção da necessidade de isolamento
sábado, 9 de maio de 2020
Fotografia: a luta pela vida contra a militante da morte
Diante de uma enfermeira que ergue a cruz para defender a vida, bolsonarista projeta sombra da morte na Praça dos Três Poderes. Reprodução Redes Sociais |
Na semana passada, como foi destacado pela mídia, um grupo de profissionais da saúde fez uma manifestação na praça dos Três Poderes para conclamar a população a respeitar o isolamento, já que a campanha bolsonarista contra as restrições provoca o caos no sistema de saúde, por superlotação, e resulta em mortes de pacientes, além de médicos, enfermeiras, seguranças e pessoal de limpeza dos hospitais. Na ocasião, militantes governistas agrediram o pessoal da saúde.
A foto acima circulou nas redes sociais. A sombra integrante da passeata das milicias governamentais é coerente: ela projeta no solo a imagem sinistra da morte com a terrível ceifadeira. Tudo a ver. Em tempo: a foto foi confirmada por sites de checagem de fake news, como o e.farsas. É verdadeira.
quinta-feira, 16 de abril de 2020
Dias estranhos... O rock profético de Jim Morrison e The Doors
Em 1967, The Doors (Jim Morrison nos vocais, Ray Manzarek (teclados), Robbie Krieger (guitarra) e John Densmore (bateria) lançaram Strange Days. Não sabiam que escreviam um hino dramático para ser ouvido neste 2020. É a metáfora do coronavírus...
Strange Days (Clique AQUI)
Os dias estranhos nos encontraram
Os dias estranhos nos rastrearam
Eles vão destruir
Nossas alegrias casuais
Nós temos que seguir em frente ou encontrar outra cidade
Sim!
Olhos estranhos ocupam salas estranhas
Vozes anunciarão o cansado fim
A anfitriã está sorrindo
Seus hóspedes dormem em pecado
Me ouça falar sobre o pecado e você sabe que isso é um
Sim!
Os dias estranhos nos encontraram
E através de suas estranhas horas, ficamos sozinhos à espera
Corpos confusos
Memórias mal usadas
Enquanto trocamos o dia pela estranha noite de pedra
quarta-feira, 15 de abril de 2020
Um "julgamento de Nuremberg" ao fim da Covid-19
Spencer Tracy é o juiz Dan Haywood. |
Os principais líderes nazistas já haviam sido condenados três anos antes. Cabia ao juiz aposentado Dan Haywood, papel de Spencer Tracy, tentar punir membros da estrutura administrativa nazista que usaram seus cargos para sustentar as ações dos carrascos. Eram burocratas, diretores de empresas, políticos, integrantes do partido etc, que não abriram pessoalmente os manetes de gás mas contribuíram para tal.
O filme descreve o processo e julgamento de quatro juízes que "legalizaram" o terror nazista. Não é fácil a tarefa de Haywood. A Guerra Fria se instala e os governo aliados já não têm tanto interesse em Nuremberg. Na época em que se desenrola a trama, os formuladores da política externa dos principais países se esforçam para esquecer o passado. Os holofotes estão praticamente desligados no ambiente do tribunal e, nos bastidores, cresce a pressão política para jogar um tapete sobre a Alemanha, que já insere na geopolítica da Guerra Fria. Da sua cadeira, o juiz Dan Haywood luta para cumprir seu papel, punir os culpados, impor a lei e os princípios da sua consciência.
O mundo está no meio de uma nova guerra. Dessa vez, o coronavírus é o inimigo invisível que deixa visíveis as ações de alguns governos que desprezaram e até lutaram contra protocolos para salvar vidas, como no caso do isolamento social. Em países como Estados Unidos, Itália, Brasil, Espanha, Equador, autoridades relutaram em seguir as medidas recomendadas da Organização Mundial da Saúde. A China levou mais de um mês para revelar a existência do novo coronavírus.Alguns dirigentes fizeram discursos agressivos e injetaram conteúdo político, ideológico e mercantilista na pandemia. Em consequência, perderam tempo e produziram cadáveres. Estes deixam suas digitais em milhares de sepulturas.
Cientistas, políticos e economistas sérios começam a discutir o que será o mundo após a pandemia. Serão graves as consequências e, para superar a crise, democracia, solidariedade, justiça social e melhor distribuição de renda para as populações serão remédios valiosos.
Será um recomeço.
Para isso, também será necessário apurar responsabilidades e identificar as decisões de governos que resultaram em mortes que poderiam ter sido evitadas.
Até que a ciência desenvolva uma vacina os números vão chocar. Que esse choque resulte na indignação que exigirá a apuração de responsabilidades.
Basta acompanhar os fatos: há crimes em andamento. Crimes contra a humanidade. A palavra genocídio será usada ao fim dessa tragédia global.
Um tribunal internacional poderá ser uma boa resposta legal e moral em respeito aos milhões de mortos.
terça-feira, 14 de abril de 2020
De um lado, o genocida. Do outro o respeito à vida
Em entrevista ao Globo, hoje, o economista Pierre Salama, professor da Universidade de Paris, ex-aluno de Celso Furtado - o ilustre brasileiro, um intelectual do tempo em que muitos economistas tinham visão social da renda nacional, ao contrario dos "guedes" de hoje que são meros corretores a serviço do mercado financeiro - diz que Bolsonaro já pode ser considerado "um criminoso de guerra".
Bolsonaro não está sozinho, todo um gabinete genocida impulsiona a postura do Planalto que minimiza a pandemia e despreza políticas de saúde à custa de vidas que se vão a cada hora.
Para que a tragédia não seja maior, o Brasil conta com a consciência de muitas pessoas, aquelas que resistem às patrulhas de idiotas das passeatas que percorrem as ruas pregando contra o isolamento e resistem à sociopatia do governo federal.
Uma matéria do G1, hoje, é bem simbólica. Revela a estratégia dos filhos para proteger a mãe.
Bem-humorada, Dona Maria das Mercedes, mostra que o tempo é de isolamento social. É mesmo.
E deve ser a rara ocasião em que um corrente não é símbolo de opressão, mas de carinho. #fiqueemcasa
Veja a matéria no G1 AQUI
Bolsonaro não está sozinho, todo um gabinete genocida impulsiona a postura do Planalto que minimiza a pandemia e despreza políticas de saúde à custa de vidas que se vão a cada hora.
Uma matéria do G1, hoje, é bem simbólica. Revela a estratégia dos filhos para proteger a mãe.
Bem-humorada, Dona Maria das Mercedes, mostra que o tempo é de isolamento social. É mesmo.
E deve ser a rara ocasião em que um corrente não é símbolo de opressão, mas de carinho. #fiqueemcasa
Veja a matéria no G1 AQUI
sábado, 11 de abril de 2020
DataPanis: 30 pequenas grandes coisas para voltar a fazer quando a pandemia acabar...
por O.V.Pochê
1) Contato físico. Lembra do tempo em que abraços, beijos, aperto de mão eram normais?
2) Chegou o dia de não precisar pedir delivery ao boteco da esquina. E tomar um chope sem achar que é coquetel de covid na pressão.
3) Pegar transporte público sem entrar em pânico ao menor sinal de alguém tossindo.
4) Não precisar de álcool em gel
5) Andar na rua sem contar a distância entre você e as outras pessoas
6) Fotografar você e amigos na mesma selfie.
7) Ver um jogo de futebol na TV (que não seja reprise).
8) Tocar o botão do elevador sem medo de morrer.
9) Fazer check in em um voo para qualquer lugar.
10) Usar o caixa eletrônico sem temer receber dinheiro e um extra em coronavírus.
11) Cortar o cabelo em uma barbearia ou salão.
12) Não precisar ver o presidente do país fazendo propaganda da cloroquina.
13) Voltar a curtir feriados.
14) Passear na praia ou em um parque sem risco de sair na TV como fura-isolamento.
15) Sabe aquela campanha de compra antecipada para ajudar seu restaurante preferido? Chegou a hora de resgatar o voucher.
16) Uma volta ao tempo em que usar máscara era apenas um costume adotado por japonês com gripezinha.
17) Levar as crianças à escola
18) Dar um tempo na Netflix, na Globoplay, Amazon Prime Video etc por uns tempos.
19) Parar de desinfetar as embalagens de tudo o que compra.
20) Não precisar ver coletivas de autoridades nem mais ouvir os especialistas (que foram muito úteis) dando conselhos sobre a pandemia.
21) Chega de lives de cantores. É hora de ver shows ao vivo.
22) Poder visitar mães e pais sem que eles espirrem álcool 70 em você.
23) Visitar os filhos para eles terem certeza de que você sobreviveu e que a chamada de vídeo não era arquivo em cache.
24) Deixar de ser grupo de risco, se for o caso.
25) Comprar papel higiênico no supermercado sem que alguém pergunte pra que serve
26) Ir ao cinema.
27) Saber que o Dr. David Uip viajou em férias para a Itália, Espanha, com uma esticada a Nova York.
28) E que o Fantástico fez matéria sobre depósitos cheios de respiradores, máscaras e luvas que os hospitais não precisaram utilizar.
29) E que você poderá finalmente ir para a fila (sem distanciamento) da vacina contra o coronavírus
30) E, claro, sair no bloco no carnaval fora de época que vai comemorar o #byebyeCorona
Em enquete informal via Whatsapp, o DataPanis
levantou 30 coisas a fazer tão logo o vírus seja passado.
1) Contato físico. Lembra do tempo em que abraços, beijos, aperto de mão eram normais?
2) Chegou o dia de não precisar pedir delivery ao boteco da esquina. E tomar um chope sem achar que é coquetel de covid na pressão.
3) Pegar transporte público sem entrar em pânico ao menor sinal de alguém tossindo.
4) Não precisar de álcool em gel
5) Andar na rua sem contar a distância entre você e as outras pessoas
6) Fotografar você e amigos na mesma selfie.
7) Ver um jogo de futebol na TV (que não seja reprise).
8) Tocar o botão do elevador sem medo de morrer.
9) Fazer check in em um voo para qualquer lugar.
10) Usar o caixa eletrônico sem temer receber dinheiro e um extra em coronavírus.
11) Cortar o cabelo em uma barbearia ou salão.
12) Não precisar ver o presidente do país fazendo propaganda da cloroquina.
13) Voltar a curtir feriados.
14) Passear na praia ou em um parque sem risco de sair na TV como fura-isolamento.
15) Sabe aquela campanha de compra antecipada para ajudar seu restaurante preferido? Chegou a hora de resgatar o voucher.
16) Uma volta ao tempo em que usar máscara era apenas um costume adotado por japonês com gripezinha.
17) Levar as crianças à escola
18) Dar um tempo na Netflix, na Globoplay, Amazon Prime Video etc por uns tempos.
19) Parar de desinfetar as embalagens de tudo o que compra.
20) Não precisar ver coletivas de autoridades nem mais ouvir os especialistas (que foram muito úteis) dando conselhos sobre a pandemia.
21) Chega de lives de cantores. É hora de ver shows ao vivo.
22) Poder visitar mães e pais sem que eles espirrem álcool 70 em você.
23) Visitar os filhos para eles terem certeza de que você sobreviveu e que a chamada de vídeo não era arquivo em cache.
24) Deixar de ser grupo de risco, se for o caso.
25) Comprar papel higiênico no supermercado sem que alguém pergunte pra que serve
26) Ir ao cinema.
27) Saber que o Dr. David Uip viajou em férias para a Itália, Espanha, com uma esticada a Nova York.
28) E que o Fantástico fez matéria sobre depósitos cheios de respiradores, máscaras e luvas que os hospitais não precisaram utilizar.
29) E que você poderá finalmente ir para a fila (sem distanciamento) da vacina contra o coronavírus
30) E, claro, sair no bloco no carnaval fora de época que vai comemorar o #byebyeCorona
O DataPanis aponta as palavras e expressões mais frequentes na mídia em tempo de coronavírus
* Isolamento social - Idosos e todas as pessoas que não trabalhem em atividades essenciais devem ficar em casa. As empresas devem estimular o home office.
* Isolamento horizontal - Modalidade em que todos param, menos os trabalhadores em atividades essenciais.
* Isolamento vertical - Modalidade preferida por Bolsonaro e seu gabinete do ódio. Significa que param os idosos e os portadores de doenças crônicas que agravam a infecção. O resto, segundo a boiada governista, pode cair na gandaia.
* Quarentena - Isolamento de pessoa ou pessoas para evitar propagação do vírus.
* Comorbidade - Duas ou mais doenças relacionadas e quando uma pode agravar a outra.
* Cloroquina - Remédio não suficientemente testado em casos de Covid-19, mas "vendido" por Bolsonaro e seu gabinete do ódio como poção mágica para combater o vírus. O remédio tem graves efeitos colaterais e pode matar.
* Bananinha -Apelido que Hamilton Mourão colocou em Eduardo Bolsonaro, que atribuiu o coronavírus a um complô da China.
* Carreata da morte - As manifestações dos bolsonaristas que minimizam o vírus e pedem o fim do isolamento. Alguns desses participantes já foram parar nos hospitais, com casos de vítimas fatais do vírus.
* Panelaço - Protesto que ecoa no país a cada vez que o sequelado fala em rede de TV.
* Rainha Louca - Apelido que Bolsonaro ganhou nas redes sociais. Alusão ao desequilíbrio e ao fato de ser tutelado para não fazer ainda mais besteiras. O veto a decisões dele não impede, mas reduz deve reduzir o desvario.
* Coronavoucher - O vale de 600 reais que o Congresso autorizou o Tesouro a emitir para parte da população.
* Achatar a curva - Equivale a diminuir picos de incidência do coronavírus. É o objetivo do isolamento que assim pode evitar o colapso do sistema de saúde.
* Respiradores - Equipamento para atender aos doentes em estado grave internados em UTIs.
* Máscara N95 - proteção especial para as equipes de médicos, enfermeiros e demais funções do sistema de saúde.
* Gripezinha - Nome carinhoso que Bolsonaro e apoiadores dão à mortal Covid-19.
• Bolsonavírus - Apelido que circula nas redes sociais.
• Olavírus - Idem.
* Testes - O que está em falta no Brasil, o que torna as estatísticas de contaminação e falecimentos mera ficção.
* "O Brasil não pode parar" - Campanha publicitária produzida pelo gabinete do ódio do Planalto contra o isolamento social e estimulando o povo a voltar ao trabalho.
* Transmissão comunitária - Quando não é mais possível identificar quem é o transmissor do vírus.
* Assintomática - Quando uma pessoa comprovadamente tem o vírus mas não desenvolve a doença.
* Pandemia - Derivação do grego pan (todo) + demos (povo).
* Praga bíblica - Segundo alguns pastores, por não escutar Deus o mundo é castigado.
* Covidário - Como são chamados os doentes em Portugal. No Brasil ainda não há um nome específico. Pode vir aí o "covidético"?
* EPI - sigla para o equipamento de proteção individual destina às equipes de saúde.
* Isolamento horizontal - Modalidade em que todos param, menos os trabalhadores em atividades essenciais.
* Isolamento vertical - Modalidade preferida por Bolsonaro e seu gabinete do ódio. Significa que param os idosos e os portadores de doenças crônicas que agravam a infecção. O resto, segundo a boiada governista, pode cair na gandaia.
* Quarentena - Isolamento de pessoa ou pessoas para evitar propagação do vírus.
* Comorbidade - Duas ou mais doenças relacionadas e quando uma pode agravar a outra.
* Cloroquina - Remédio não suficientemente testado em casos de Covid-19, mas "vendido" por Bolsonaro e seu gabinete do ódio como poção mágica para combater o vírus. O remédio tem graves efeitos colaterais e pode matar.
* Bananinha -Apelido que Hamilton Mourão colocou em Eduardo Bolsonaro, que atribuiu o coronavírus a um complô da China.
* Carreata da morte - As manifestações dos bolsonaristas que minimizam o vírus e pedem o fim do isolamento. Alguns desses participantes já foram parar nos hospitais, com casos de vítimas fatais do vírus.
* Panelaço - Protesto que ecoa no país a cada vez que o sequelado fala em rede de TV.
* Rainha Louca - Apelido que Bolsonaro ganhou nas redes sociais. Alusão ao desequilíbrio e ao fato de ser tutelado para não fazer ainda mais besteiras. O veto a decisões dele não impede, mas reduz deve reduzir o desvario.
* Coronavoucher - O vale de 600 reais que o Congresso autorizou o Tesouro a emitir para parte da população.
* Achatar a curva - Equivale a diminuir picos de incidência do coronavírus. É o objetivo do isolamento que assim pode evitar o colapso do sistema de saúde.
* Respiradores - Equipamento para atender aos doentes em estado grave internados em UTIs.
* Máscara N95 - proteção especial para as equipes de médicos, enfermeiros e demais funções do sistema de saúde.
* Gripezinha - Nome carinhoso que Bolsonaro e apoiadores dão à mortal Covid-19.
• Bolsonavírus - Apelido que circula nas redes sociais.
• Olavírus - Idem.
* Testes - O que está em falta no Brasil, o que torna as estatísticas de contaminação e falecimentos mera ficção.
* "O Brasil não pode parar" - Campanha publicitária produzida pelo gabinete do ódio do Planalto contra o isolamento social e estimulando o povo a voltar ao trabalho.
* Transmissão comunitária - Quando não é mais possível identificar quem é o transmissor do vírus.
* Assintomática - Quando uma pessoa comprovadamente tem o vírus mas não desenvolve a doença.
* Pandemia - Derivação do grego pan (todo) + demos (povo).
* Praga bíblica - Segundo alguns pastores, por não escutar Deus o mundo é castigado.
* Covidário - Como são chamados os doentes em Portugal. No Brasil ainda não há um nome específico. Pode vir aí o "covidético"?
* EPI - sigla para o equipamento de proteção individual destina às equipes de saúde.
sexta-feira, 10 de abril de 2020
sábado, 4 de abril de 2020
Na capa da Caras: coronavírus vira celebridade...
A área vip não está imune ao novo coronavírus, certo? Então é natural que a Caras abra sua editoria de saúde.
Di Ferrero está na capa por ter se recuperado da Covid-19.
No texto da capa tem um detalhe que deve ter sido um ato falho, claro, ou uma construção de frase infeliz: diz que o cantor "esteve na Ilha de Caras antes da doença".
sexta-feira, 3 de abril de 2020
Comportamento - o novo normal do coronavírus
por José Bálsamo
A Covid-19 já mudou comportamentos em todo o planeta.
Conheça o novo normal que o #fiqueemcasa promove:
* Home office
* Teleconferências empresariais
* Serviços de streaming
* Video games
* Aulas on line
* Tele consultas médicas
* Delivery de comida e farmácia
* Delivery de cerveja
* Sexo virtual
* A vida sem futebol
* Personal trainer via internet
* Livros
* Compras on line para pets
* Call de vídeos para pais, avós, amigos
* Ir à geladeira toda hora
* Comprar voucher de bares e restaurantes para consumo pós-coronavírus
* Cozinhar, principalmente para estrear utensílios e gadgets comprados e nunca usados
A Covid-19 já mudou comportamentos em todo o planeta.
Conheça o novo normal que o #fiqueemcasa promove:
* Home office
* Teleconferências empresariais
* Serviços de streaming
* Video games
* Aulas on line
* Tele consultas médicas
* Delivery de comida e farmácia
* Delivery de cerveja
* Sexo virtual
* A vida sem futebol
* Personal trainer via internet
* Livros
* Compras on line para pets
* Call de vídeos para pais, avós, amigos
* Ir à geladeira toda hora
* Comprar voucher de bares e restaurantes para consumo pós-coronavírus
* Cozinhar, principalmente para estrear utensílios e gadgets comprados e nunca usados
domingo, 29 de março de 2020
A cobertura da Covid-19: na Europa, a mídia mostra a verdade chocante; no Brasil, a opção ainda é por jornalismo de serviço e informações úteis
A opção da mídia europeia pela dura realidade e... |
...a escolha da imprensa brasileira pela "esperança" e otimismo. |
Imaginem se a mídia brasileira imitasse os veículos europeus.
Aqui, o verdadeiro drama nos hospitais ainda não chegou à TV, aos jornais, às revistas ou aos meios digitais. Coletivas de autoridades, divulgação de números e de medidas, alertas para distanciamento social, a palavra dos especialistas e dicas para proteção fazem a essência do trabalho.
Lá, a população acompanha o verdadeiro campo de batalha em que os hospitais se transformaram. O desespero de vítimas do vírus e das equipes que tentam salvar os doentes é estarrecedor.
Constatar de forma tão dramática o perigo devastador do vírus ajuda a tirar os europeus das ruas. Um exemplo está na matéria de capa da italiana L'Espresso. Em comparação com a escolha da Veja para a matéria principal, vê-se que a opção da mídia brasileira ainda é, de certa maneira, asséptica. Não mostrar o drama hospitalar acaba favorecendo o "gabinete do ódio" do governo na sua cruzada para provar que o coronavírus é "gripezinha" e não justifica confinamentos. Nos hospitais brasileiros já se desenrola uma terrível e ainda não mostrada batalha pela vida. O drama humano ainda não rendeu pauta.
sexta-feira, 27 de março de 2020
Midia: chegou a hora de mostrar o drama humano e a dura realidade da pandemia
A mídia brasileira faz, em geral, um bom trabalho na cobertura da pandemia do coronavírus. Tira dívidas, ouve especialistas, aborda os aspectos políticos e divulga as estatísticas. Cumpre um papel importantíssimo.
Errou no começo, ao perder o senso crítico e se deslumbrar com o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Desde o inicio, Mandetta foi reticente quanto a tomar ou sugerir ao Planalto medidas restritivas. A mídia não cobrou atitudes nessa direção. Provavelmente já retratava a imposição do "gabinete do ódio", a instância maior que aconselha o sequelado que dirige o país.
Isolamento e medidas que visaram diminuir a circulação de pessoas e reduzir a lotação nos transportes coletivos foram tomadas pelos prefeitos e governadores, com pesquisas mostrando que a população apoia o confinamento.
Nos últimos dias, sim, a mídia caiu na real quanto à política federal para a Covid-19 que, na contramão do mundo, faz pesada campanha publicitária para defender a volta ao trabalho, às escolas, comércio aberto e transporte urbano lotado precisamente no momento em que a contaminação dispara, junto com as mortes.
Temos um governo, talvez o único no mundo, que literalmente "apoia" o vírus. A "gripinha" como diz Bolsonaro, a "virose", segundo o rótulo agora adotado por Mandetta. O governo federal considera como "de oposição" quem tenta combater a pandemia com seriedade.
Uma olhada nos telejornais e jornais da Espanha, França e Portugal é um choque. A cobertura nesses três países mostra cenas dramáticas que as TVs brasileiras têm até aqui evitado. São imagens do interior dos hospitais, frequentemente flagrando a expressão do desespero de médicos e enfermeiras diante da agonia de pacientes, às vezes em camas enfileiradas em corredores. A França, por exemplo, já registra um morto a cada quatro minutos.
Hoje a CBN, que tem feito cobertura primorosa, botou no ar vários depoimentos de parentes de vítimas fatais da Covid-19 narrando seus dramas e fazendo apelos emocionados a todos para que levem a sério a pandemia.
Diante da campanha irresponsável do governo federal para combater não o vírus mas o combate ao vírus, a mídia brasileira deve mostrar o drama humano, as pessoas, as famílias que já contam seus mortos. Evitar a impessoalidade que transforma as vítimas em mera estatística. Será um alerta importante aos cidadãos desavisado no momento em que no Brasil -também caso único no mundo - milicias bolsonaristas prometem ir às ruas para protestar contra medidas adotadas por prefeitos e governadores na luta contra uma pandemia mortal e até ameaçam assassinar o governador de São Paulo, João Dória, que desafia a irracionalidade do governo federal.
Errou no começo, ao perder o senso crítico e se deslumbrar com o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Desde o inicio, Mandetta foi reticente quanto a tomar ou sugerir ao Planalto medidas restritivas. A mídia não cobrou atitudes nessa direção. Provavelmente já retratava a imposição do "gabinete do ódio", a instância maior que aconselha o sequelado que dirige o país.
Isolamento e medidas que visaram diminuir a circulação de pessoas e reduzir a lotação nos transportes coletivos foram tomadas pelos prefeitos e governadores, com pesquisas mostrando que a população apoia o confinamento.
Nos últimos dias, sim, a mídia caiu na real quanto à política federal para a Covid-19 que, na contramão do mundo, faz pesada campanha publicitária para defender a volta ao trabalho, às escolas, comércio aberto e transporte urbano lotado precisamente no momento em que a contaminação dispara, junto com as mortes.
Temos um governo, talvez o único no mundo, que literalmente "apoia" o vírus. A "gripinha" como diz Bolsonaro, a "virose", segundo o rótulo agora adotado por Mandetta. O governo federal considera como "de oposição" quem tenta combater a pandemia com seriedade.
Uma olhada nos telejornais e jornais da Espanha, França e Portugal é um choque. A cobertura nesses três países mostra cenas dramáticas que as TVs brasileiras têm até aqui evitado. São imagens do interior dos hospitais, frequentemente flagrando a expressão do desespero de médicos e enfermeiras diante da agonia de pacientes, às vezes em camas enfileiradas em corredores. A França, por exemplo, já registra um morto a cada quatro minutos.
Hoje a CBN, que tem feito cobertura primorosa, botou no ar vários depoimentos de parentes de vítimas fatais da Covid-19 narrando seus dramas e fazendo apelos emocionados a todos para que levem a sério a pandemia.
Diante da campanha irresponsável do governo federal para combater não o vírus mas o combate ao vírus, a mídia brasileira deve mostrar o drama humano, as pessoas, as famílias que já contam seus mortos. Evitar a impessoalidade que transforma as vítimas em mera estatística. Será um alerta importante aos cidadãos desavisado no momento em que no Brasil -também caso único no mundo - milicias bolsonaristas prometem ir às ruas para protestar contra medidas adotadas por prefeitos e governadores na luta contra uma pandemia mortal e até ameaçam assassinar o governador de São Paulo, João Dória, que desafia a irracionalidade do governo federal.
terça-feira, 24 de março de 2020
segunda-feira, 23 de março de 2020
Esqueceram a Doença do Amor! • Por Roberto Muggiati
Cartaz de A Montanha Mágica, de Thomas Mann |
Jeanne Moreau em Diário de uma camareira. |
Robert Taylor e Greta Garbo em A dama das camélias |
Mimi, a heroína da ópera de Puccini, La Bohème, sofre de tuberculose; e também Violeta, em La Traviata de Verdi – A dama das camélias do romance de Alexandre Dumas Filho que inspirou a ópera. A literatura e a música imortalizaram a tuberculose como “A doença do amor”.
Thomas Mann acompanhou a mulher doente em sua internação num sanatório de Davos Platz, na Suíça. A experiência o levou a escrever A montanha mágica, um dos maiores romances do século 20. Em outra estação de sanatórios suíça, Clavadel, a russa Elena Ivanovna Diakonova, mais conhecida como Gala (depois Dali), conheceu o poeta Paul Éluard e acabaram se casando.
No Brasil, sem ir muito longe, temos uma verdadeira Sociedade dos Poetas Mortos (de Tuberculose): Castro Alves, aos 24 anos; Casemiro de Abreu, aos 23; Álvares de Azevedo, aos 21. Entre golfadas de sangue e poesia, todos cantaram a doença, Álvares de Azevedo, por exemplo:
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida
À sombra de uma cruz e escrevam nela:
Foi poeta, sonhou e amou a vida.
Manuel Bandeira também peregrinou pelos sanatórios de Clavadel, de 1913 a 1914, onde travou amizade com Paul Éluard. A Primeira Guerra Mundial o forçou a voltar ao Brasil. A tuberculose inspirou-lhe um poema notável, Pneumotórax:
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
— Respire.
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Nelson Rodrigues: esquete cômico criado na cama |
Lembro ainda, no começo da adolescência, uma cena de filme que causou frisson nas plateias da época. Em À noite sonhamos/A Song to Remember, uma biografia romanceada de Chopin, interpretado pelo galã Cornel Wilde, o fim prematuro do pianista polonês, que morreu de tuberculose aos 39 anos, se anuncia em tecnicolor quando gotas vermelhas de sangue caem sobre as teclas brancas do piano.
Jimmie Rodgers |
‘Cause my body rattles
Like a train on that old S.P.
I’ve got the T.B. blues.
Porque meu coração chacoalha
Como um trem naquela velha Southern Pacific
Eu tenho o blues da tuberculose.
(Ouçam AQUI)
O jazz na virada do bebop, perdeu três grandes promessas: o baixista Jimmy Blanton, aos 23 anos; o guitarrista Charlie Christian, aos 25; e o trompetista Fats Navarro, aos 26. Os sambistas brasileiros também sofreram pesadas baixas, como os escritores, atores e jornalistas mais chegados à vida boêmia. O exemplo mais notório é o genial Noel Rosa, que morreu de tuberculose em 1937, aos 26 anos (por pouco não entra para o célebre Clube 27...)
Além da tuberculose, outros surtos de doença forneceram rico material para a literatura. A Peste Negra da Idade Média levou o contemporâneo Boccaccio a escrever o Decamerão. Edgar Allan Poe inspirou-se em outra peste para escrever o conto A máscara da Morte Vermelha. Pedro Nava e Nelson Rodrigues descreveram a passagem da Gripe Espanhola pelo Brasil no pós-guerra de 1918. O cólera rendeu duas obra-primas: O amor nos tempos do cólera, de García Marquez, e Morte em Veneza, de Thomas Mann.
Este inusitado coronavírus que caiu de repente sobre nós, já deu inspiração de sobra. Eu mesmo comecei a escrever um Diário do Coronavírus. Só estou torcendo agora, como todos nós, para que esta praga vá embora o mais rápido possível.
PS – Se querem saber bem mais, consultem o link
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoas_que_sofreram_de_tuberculose
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sábado, 21 de março de 2020
quarta-feira, 18 de março de 2020
Para ver e ouvir no confinamento...
Quando produziu o musical "A Noviça Rebelde" no Brasil, Claudio Botelho criou uma versão de "Me Favorite Things" que vale transcrever nesses tempos de confinamento e coronavírus.
Diante das grande ameaça, o refúgio na grandeza dos pequenos prazeres. É o que ensina o leitor que deu a dica ao blog.
De Richard Rogers e Oscar Hammerstein II / Versão Cláudio Botelho
"COISAS QUE EU AMO"
“Gota de chuva, bigode de gato
Laço de fita, cordão de sapato
Flor na janela e botão no capim
Coisas que eu amo e são tudo pra mim
Doce na mesa e sol na cozinha
Bico de pato e chapéu de palhinha
Banda passando e soando o clarim
Coisas que eu amo e são tudo pra mim
Lona de circo e tapete de grama
Bola de neve, botão de pijama
Doces invernos chegando no fim
Coisas que eu amo e são tudo pra mim
Se a tristeza, se a saudade
De repente vem
Eu lembro das coisas que eu amo e então
De novo eu me sinto bem
Gota de chuva, bigode de gato
Laço de fita, cordão de sapato
Flor na janela e botão no capim
Coisas que eu amo e são tudo pra mim
Língua de trapo e bochecha vermelha
Lua passando na fresta da telha
Brisa soprando e penteando o jardim
Coisas que eu amo e são tudo pra mim
Bola de gude, nariz de cachorro
Uma igrejinha no alto do morro
Carta contando tintin por tintin
Coisas que eu amo e são tudo pra mim
Se a tristeza, se a saudade
De repente vem
Eu lembro das coisas que eu amo e então
De novo eu me sinto…
Se a tristeza, se a saudade
De repente vem
Eu lembro das coisas que eu amo e então
De novo eu me sinto bem”
VEJA A CENA NO MUSICAL E OUÇA KIARA SASSO E MIRNA RUBIN. AQUI
Diante das grande ameaça, o refúgio na grandeza dos pequenos prazeres. É o que ensina o leitor que deu a dica ao blog.
De Richard Rogers e Oscar Hammerstein II / Versão Cláudio Botelho
"COISAS QUE EU AMO"
“Gota de chuva, bigode de gato
Laço de fita, cordão de sapato
Flor na janela e botão no capim
Coisas que eu amo e são tudo pra mim
Doce na mesa e sol na cozinha
Bico de pato e chapéu de palhinha
Banda passando e soando o clarim
Coisas que eu amo e são tudo pra mim
Lona de circo e tapete de grama
Bola de neve, botão de pijama
Doces invernos chegando no fim
Coisas que eu amo e são tudo pra mim
Se a tristeza, se a saudade
De repente vem
Eu lembro das coisas que eu amo e então
De novo eu me sinto bem
Gota de chuva, bigode de gato
Laço de fita, cordão de sapato
Flor na janela e botão no capim
Coisas que eu amo e são tudo pra mim
Língua de trapo e bochecha vermelha
Lua passando na fresta da telha
Brisa soprando e penteando o jardim
Coisas que eu amo e são tudo pra mim
Bola de gude, nariz de cachorro
Uma igrejinha no alto do morro
Carta contando tintin por tintin
Coisas que eu amo e são tudo pra mim
Se a tristeza, se a saudade
De repente vem
Eu lembro das coisas que eu amo e então
De novo eu me sinto…
Se a tristeza, se a saudade
De repente vem
Eu lembro das coisas que eu amo e então
De novo eu me sinto bem”
VEJA A CENA NO MUSICAL E OUÇA KIARA SASSO E MIRNA RUBIN. AQUI
segunda-feira, 16 de março de 2020
Se segura, malandro...
Reprodução |
O Ministério da Saúde foi elogiado nos meios de comunicação, até com repetitiva ênfase e pressa, pela transparência, pela comunicação e pelos anúncios iniciais de
preparação dos serviços públicos para enfrentar a pandemia.
Mas começa a recebe as primeiras críticas.
Especialistas agora admitem que o governo deixou exposto seu nervo neoliberal ao não tomar medidas restritivas logo no começo. Foi a a linha "o Estado não deve se meter na vida do cidadão", defendida por Demétrio Magnoli em participações na Globo News.
Assim aeroportos, portos e demais fronteiras ficaram abertos, sem vigilância, sem controle. E esse método, o da Casa da Mãe Joana, em que o Brasil é único, foi várias vezes defendido em coletivas. Ora, se até o capitão inativo diz que a epidemia é exagerada pela mídia e distribui cumprimentos em aglomeração de pessoas, porque seus auxiliares iriam na contramão do pensamento do chefe?
Só agora, governos estaduais começam a fechar escolas, proibir grandes eventos etc. Para autoridades federais, a palavra até agora foi apenas "recomendação" e não proibição.
O Globo de hoje, no estilo ficha caindo, aponta que a evolução de casos no Brasil segue "tendência do fracasso europeu". "Só um grupo de países asiáticos conseguiu evitar o crescimento exponencial do novo coronavírus", diz o jornal. Esses países foram rigorosos ao decretar medidas restritivas, decretar, não "recomendar".
Um dos efeitos do último verbo o Rio viu ontem nas praias e botecos lotados, apesar da "recomendação" do governo do estado.
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