(do site da FENAJ)
A Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ vem a público repudiar veementemente a repressão violenta à manifestação de milhares de brasileiros e brasileiras, ontem, 24 de maio, em Brasília. Igualmente repudia as agressões dirigidas a profissionais jornalistas que faziam a cobertura da manifestação popular contra as reformas trabalhista e da Previdência e contra o governo ilegítimo de Michel Temer.
O uso da força policial e das Forças Armadas para conter de forma violenta uma manifestação pacífica evidencia que o Brasil está vivendo um Estado de exceção, no qual os direitos civis e políticos de sua população são desrespeitados pelo próprio Estado.
O fato de o presidente ilegítimo decretar o emprego das Forças Armadas “para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal” mostra que o governo que não mais se sustenta está disposto a recorrer ao arbítrio e à barbárie para se manter. Por isso, a FENAJ chama a sociedade brasileira para a defesa da democracia e do Estado Democrático de Direito. Não podemos aceitar retrocessos históricos!
A FENAJ também chama a atenção da sociedade para os frequentes casos de agressões a jornalistas. Nos últimos anos, profissionais têm sido agredidos durante manifestações públicas, principalmente por policiais, mas também por manifestantes. Segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Distrito Federal, pelo menos quatro jornalistas foram agredidos na manifestação de ontem. A repórter Giselle Garcia, da TV Brasil, foi atingida por uma bomba lançada à distância e teve de ser levada a um hospital para a retirada de estilhaços na perna.
O jornalista Nilson Klava, da Globo News, foi agredido por um policial militar, no momento em que fazia uma entrevista com um manifestante. Ivan Brandão, repórter da rádio BandNews, foi coagido e impedido por homens da Força Nacional de fazer uma transmissão ao vivo. Um repórter da agência Bloomberg também foi agredido e outros profissionais sofreram com o uso indiscriminado de bombas de gás lacrimogênio.
A FENAJ reafirma a importância do trabalho dos jornalistas para a democracia e para a constituição da cidadania, ao mesmo tempo em que pede respeito aos profissionais. Também reafirma sua firme disposição de lutar pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, bem como pela ordem democrática.
Fonte: Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ.
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