quarta-feira, 3 de maio de 2017

Rio (e Brasil) sob ataque. Bandidos lançam hastag #vemprosaque

O Rio está dominado. De um lado os bandidos, do outro os efeitos da corrupção somados ao ajuste fiscal do governo Temer.

Difícil dizer qual é o fator pior.

No caso da violência, fica PM em situação curiosamente dúbia. No momento em que faltam recursos para o combustível das rondas e do patrulhamento, para a manutenção das UPPs, pagamento de salários, gratificações etc, em função da "crise" do Estado - de quem o governo federal bloqueia recursos ao mesmo tempo em que deve outros -  sobra dinheiro para botar tropas na rua, bem armadas de bombas de gás e de efeito moral, com muito combustível nas viaturas e balas de borracha na agulha.

E não só no Rio. A violência bem equipada das PMs explodiu em várias cidades, produziu feridos e fez vítima até agora internada em estado grave.

O ajuste fiscal virou cláusula única do fanatismo neoliberal sob encomenda do mercado financeiro. É um rolo compressor que atropela as populações. 'Banalidades" como saúde, educação, fiscalização do meio-ambiente, investigação e combate aos massacres que fazendeiros promovem contra índios, obras de infraestrutura, criação de empregos não são contempladas nem com recursos nem com atenção. Já isenções fiscais, renegociação de dívidas do patronato, um ajuda aqui outra ali à turma das bancadas fortes, transferências de verbas públicas para o setor privado através de PPPs, finaciamento de concessões etc, tudo isso vai em frente sem turbulências.

Com o policiamento fragilizado por falta de recursos, os bandidos estão deitando e rolando, e não só no Rio. Fortaleza, Porto Alegre, Recife também registraram tumultos nas últimas semanas. Assaltos nas ruas, ataques a caixas bancários, roubo de cargas, e homicídios em alta ocupam as páginas dos jornais.

Não demora muito, bandido irão às ruas pedir mais ajuste fiscal, com faixas em defesa da atual política econômica. Pra eles corte de verbas em setores essenciais é mamão com açúcar, parceiro, hastag #vemprosaque

O ajuste fiscal brasileiro talvez fosse a arma de destruição em massa que os americanos procuraram e não encontraram no Iraque

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