Foto de Jáder Neves |
Na capa do livro, um detalhe da foto de Jáder Neves |
No momento em que o Brasil sofre com a ilegitimidade de um governo trôpego, João Vicente Goulart lança o livro "Jango e Eu —Memórias de um exílio sem volta". O filho do ex-presidente derrubado pelo golpe que instituiu a ditadura militar relembra a trajetória da sua família antes e durante os anos de chumbo e sangue, até a morte de Jango, no exílio, em 1976.
Nas reminiscências, há históricos pontos de contato com a revista Manchete. A foto acima, que mostra a família Goulart na fazenda, em São Borja, no Rio Grande do Sul, é de Jáder Neves, fotógrafo que por longos anos atuou nas revistas da Bloch.
Foram centenas de reportagens que contaram a história ilustrada do período, não apenas em Manchete, mas em outra semanal da Bloch, a Fatos & Fotos.
Um memorável capa da revista mostra Jango em Washington, ao lado de John Kennedy.
Jango em visita aos Estados Unidos, em 1963. |
Na Fatos & Fotos |
Maria Tereza Goulart na capa em 1962. |
João Vicente, Maria Tereza e Denise. |
O presidente, que visitava os Estados Unidos, também foi recebido com um desfile em carro aberto em uma festiva Quinta Avenida, em Nova York. A Manchete mostrava tudo isso, mas nutria uma especial predileção por registrar o lado pessoal da vida do presidente Jango. A bela Maria Tereza Goulart, assim como seus filhos, João Vicente e Denise, foram focalizados mais de um vez em coloridas reportagens de capa.
No livro, João Vicente conta o drama de Jango, a saudade, os diálogos, o exílio, enfim, visto por quem estava bem ao lado. Desde o olhar da criança - ele tinha sete anos quando o pai foi obrigado a partir para o Uruguai - ao do jovem de menos de 20 anos que, em 1976, trouxe o pai de volta à sua terra, morto, após 12 anos de exílio. João Vicente diz que optou por focalizar o lado humano, já que a memória política do período está registrada em livros e documentários. Mas, ao longo dos capítulos, vê-se que a história da família está indissoluvelmente ligada à história do Brasil.
E, de certa forma, às páginas da Manchete.
7 comentários:
Foi se o tempo em que o Brasil respeitava seus presidentes. E não por acaso, como Dilma, Jango foi derubado por um golpe que montou uma ditadura e a corrupção por mais de 2o anos anos. O "Brasil Grande" fez milionários até hoje aí
A documentação visual fica comprometida só com o digital. A mempria fotográfica é mais dispersa e de durabilidade mais frágil embora alcance mais pessoas. Penso que Manchete, no caso citado, registrou magistralmente um época. Não vejo isso consistente no meio digital. A médio prazo a memória vai sair perdendo.
Olá,
tudo bem?
Estou em busca de maiores informações sobre a fotografia acima.
Será que poderíamos conversar por um e-mail?
Abraço,
Prezada Eliosa Rosalem
A Manchete, de fato, tinha muitas fotos de Jango, como essa do fotógrafo Jáder Neves, já falecido. Com a falência da editora Bloch, todo o arquivo foi leiloado, adquirido por um particular e, desde então, está desaparecido pelo que se sabe. A foto utilizada no livro citado deve ser uma reprodução. Lamentamos não poder ajudá-la.
Obrigada pela resposta!
Gostaria de saber em qual revista (ano e edição) foi publicada.
Vou tentar localizar olhando em acervo das revistas.
Abraço,
Eloisa
A foto publicada fez parte do material de divulgação do livro. Saiu com o crédito ("Dona Maria Thereza, Denize, João Vicente e Jango em fazenda da família. Foto: Jáder Neves/Instituto João Goulart / Divulgação") na época do lançamento do livro do João Vicente. Acredito que o Instituto pode disponibilizá-la. Não temos o número da edição e ano (provavelmente, 1962/1963. O João Vicente certamente terá esse informação. O site do instituto tem galeria de fotos, não sei se essa específica estará lá, mas foi usada na capa do livro.
No Rio, a ABI tem uma coleção de revistas Manchete, talvez mais fácil de consultar do que a da Biblioteca Nacional. Soube que a Hemeroteca do Estadão também tem uma coleção completa.
Sucesso na sua busca, abrs
Obrigada pelas dicas! Vou privilegiar a busca nas revistas para os anos sugeridos!
Já entrei em contato com o Instituto João Goulart. Mas não tive resposta. A fotografia também não está no Acervo de fotografias disponíveis online, mesmo que os créditos indiquem que a procedência seja do Instituto).
Abraço,
Postar um comentário