quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Do Jornalistas & Cia: Maior tragédia do futebol mundial também é a pior do jornalismo do País


(do Jornalistas & Cia)

"O voo que levava a equipe da Chapecoense para Medellín, na Colômbia, onde disputaria o primeiro jogo da final da Copa Sul-americana, caiu no começo da madrugada dessa terça-feira (29/11) matando 71 pessoas, entre elas 19 jogadores e 21 jornalistas. Foram apenas seis sobreviventes: três jogadores, dois tripulantes e um jornalista.

O INSI (International News Safety Institute) – entidade que oferece informação, treinamento e pesquisa para jornalistas no mundo exercerem seu trabalho em segurança – considerou o acidente “uma das maiores perdas de vidas, em nossa profissão, em um único episódio”. Não se tem notícia, mesmo em situações de conflito, de que tantos jornalistas tenham sido mortos ao mesmo tempo.

Foi também a maior tragédia do futebol mundial, superando duas que se tornaram históricas, igualmente em acidentes aéreos: a que matou 18 atletas do italiano Torino, em 1949, e outra que 19 anos depois vitimou oito jogadores do inglês Manchester United.

Talvez tenha sido mesmo o acidente que mais matou jornalistas no mundo – do Brasil, com certeza, foi o pior, superando o que em junho de 1984, próximo a Macaé, no Estado do Rio, levou à morte 16 profissionais das tevês Bandeirantes, Educativa, Globo e Manchete, além de dois tripulantes. E, como bem lembrou Mônica Paula em sua página no Facebook, “o triste foi que, no dia seguinte, perdemos mais dois colegas envolvidos na cobertura desse acidente: Samuel Wainer Filho, o Samuca, da Manchete, filho do Samuel Wainer e da Danuza Leão. Na volta da cobertura, a caminhonete da emissora derrapou e colidiu com uma árvore na rodovia RJ-124, no município de Araruama, matando Samuca e o cinegrafista Felipe Ruiz”.Na delegação de imprensa que seguia no voo da Chapecoense
estavam seis profissionais da Fox Sports: o repórter Victorino Chermont, 43, na emissora há quase cinco anos; o cinegrafista Rodrigo Santana, 35, com três anos de casa; o narrador Davair Paschoalon, 51 (mais conhecido como Deva Pascovicci, que chegou à Fox em fevereiro passado); o produtor Júnior Lilacio, 58, há seis meses na empresa; e os comentaristas Paulo Julio Clement, 52, e Mario Sergio Pontes Paiva, 66, este também ex-jogador, ambos no canal desde 2012.

O comentarista Paulo Julio Clement esteve em O Globo durante dez anos, ali foi chefe de Reportagem do Esporte e manteve a coluna Panorama Esportivo por sete anos. No Sistema Globo de Rádio, foi gerente nacional de Esportes e gerente regional do escritório da CBN em Brasília. No Jornal do Brasil, foi editor de Esportes e depois editor executivo. Pela agência InPress, assessorou o jogador Ronaldo Fenômeno. Participou da criação do jornal esportivo Marca, do Grupo Ejesa, como editor executivo. Integrou as equipes de programas de debates do SporTV e, de 2012 em diante, quando o Fox Sports iniciou as atividades no Brasil, passou a comentarista do canal. Coordenou os cursos de Jornalismo Esportivo da Fundação Mudes, no Rio. Mantinha o blog Bola dividida com PJ.
O voo levava ainda três profissionais da TV Globo (os repórteres Guilherme Marques e Guilherme
Laars, e o repórter cinematográfico Ari Araújo Jr., que preparavam uma matéria especial para o Esporte Espetacular); e cinco da RBS em Santa Catarina – o repórter Giovane Klein Victoria, 28, há um ano e meio repórter da tevê em Chapecó; o técnico de externa Bruno Silva, 25, com quatro anos de casa; o cinegrafista Djalma Neto, com 35 anos de idade e 13 de emissora; o repórter André Podiacki, 26, do Diário Catarinense, há quase seis anos na empresa; e o repórter do GloboEsporte.com em SC Laion Espindula, 29, com 2,5 anos de empresa –, além de Gilberto Pace Thomaz: assessor de imprensa da Chapecoense desde julho de 2015.

Completam a relação seis jornalistas que atuavam na região de Chapecó, a maioria de emissoras
de rádio: Fernando Schardong, Edson Ebeliny, Gelson Galiotto, Douglas Dorneles, Renan Agnolin e Jacir Biavatti – os dois últimos, respectivamente, repórter e apresentador do Jornal do Meio Dia e repórter do Jornal do Meio Dia Especial, ambos da RIC TV Record, em Chapecó –, e Rafael Henzel, da Rádio Oeste Capital FM, este o único resgatado com vida. Outro profissional da região, Ivan Carlos Agnoletto, da Rádio Súper Condá, deveria ter embarcado no mesmo voo e chegou a
constar na lista dos passageiros, mas desistiu de última hora por problemas com seu documento
de identidade.

J&Cia se irmana a milhões de brasileiros no desejo de que os familiares das vítimas tenham
conforto nesse momento de sofrimento e expressa sua solidariedade aos veículos que perderam profissionais."

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(do BQVManchete) - Uma pequena correção: o jornalista Samuel Wainer Filho e o câmera Felipe Ruiz trabalhavam para a TV Globo. No acidente do Bandeirantes, em 1984, citado no texto do J&Cia a TV Manchete perdeu quatro profissionais (Jorge da Silva dos Santos, Ulisses Madruga, Luiz Carlos Viana e Luiz Carlos Sousa). 

2 comentários:

Ludmila disse...

Triste é saber que morreram por um erro absurdo, uma falta de consciência de um irresponsável

J.A.Barros disse...

Vários erros profissionais de um piloto de avião, tudo indica que foram a causa ou as causas dessa tragédia que matou 71 jovens. Erros de avaliação elementares, como fazer economia em gastos de combustíveis para abastecer o avião. Economia que acabou num desastre aéreo que comoveu o mundo.