por Flávio Sépia
Amplificar a percepção negativa da crise econômica e relativizar algumas estatísticas tem sido uma das táticas coordenadas para acelerar o desgaste político das autoridades da área econômica, mesmo quando estas eventualmente acertam. Aos movimentos pró-golpe interessa convencer a população de que o apocalipse está logo ali na próxima esquina. Essa estratégia só ganhará refresco com a queda de dona Dilma. Pode parecer incrível, mas nem tudo está parado nos negócios como no Congresso atual, onde a oposição e o PMDB de Eduardo Cunha sentaram seus ilustres traseiros sobre projetos e medidas econômicas considerados necessários até pelo mercado.
Na vida real, às vezes, alguma luz consegue atravessar as trevas. Leia, abaixo, dados menos catastróficos e isso apenas entre o que foi divulgado hoje pelas instituições. Não é nada, não é nada, o tal fundo do poço diminui em parcos centímetros.
* O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,43% em março e ficou 0,99 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 1,42% de fevereiro. Em relação aos meses de março, constitui-se no índice mais baixo desde 2012, quando registrou 0,25%.
O IPCA-E, IPCA-15 acumulado por trimestre, situou-se em 2,79%, abaixo da taxa de 3,50% registrada nos três primeiros meses de 2015. Considerando os últimos 12 meses, o índice foi para 9,95%, descendo dos 10,84% que havia atingido nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2015, a taxa havia sido 1,24%.
* Os Investimentos Diretos no País (IDP) alcançaram US$ 5,920 bilhões em fevereiro, segundo o Banco Central. O valor ficou acima das estimativas do mercado. Nos primeiros dois meses, estrangeiros investiram US$ 11.375 bilhões no setor produtivo brasileiro. Nos últimos 12 meses, um total de US$ 77,563 bilhões de capital não especulativo entrou no Brasil.
* O percentual de famílias endividadas em março caiu pelo segundo mês consecutivo e chegou a 60,3%, diz a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador é maior do que o de março de 2015, 59,6%, mas especialistas consideram positiva a tendência atual.
* A montadora alemã Mercedes-Benz inaugurou, hoje, em Iracemápolis (SP), uma nova fábrica de carros. É a terceira unidade da marca, no Brasil, mas é a única dedicada a fabricação de veículos de passeio.
* E, infelizmente, um dado dissonante também divulgado hoje. Pela primeira vez, desde 2001, subiu o índice de desigualdade na distribuição de renda no Brasil. Segundo o ex-ministro Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais (CPS) e da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), " o Brasil estava nessa reta de redução de desigualdade e agora teve uma reversão dessa tendência". Em tempo de política abutre de juros altíssimos, como defendem o mercado, as instituições financeira e os colunistas de economia da velha mídia e cede o governo, o gasto público com os mais pobres diminuiu, o desemprego aumentou, salários tendem ao achatamento e grandes empresas especializadas em obras de infraestrutura e geradores de empregos estão paralisadas por questões judiciais e políticas.
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2 comentários:
O clima é de tristeza mesmo e os atuais políticos mediocres e a maioria envolvida
Alguns colunistas nem sexo mais fazem , gozam só com a crise economica
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